Minha Última Luz. escrita por Reshi-chan


Capítulo 1
Capítulo único.




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Imagine: Você em um espaço escuro e vazio. Flutuando, sem poder controlar para onde ir. Há luzes à sua volta. Pequenos focos de luz, milhares deles. Eles são como pequenos focos de esperança, são eles que sustentam a mente humana. Todos os dias algumas se apagam... Outras se acendem... É o ciclo. A partir do momento que tomamos consciência de quem somos sofremos o risco de algumas luzes se apagarem. Por isso devemos renová-las, para que não nos percamos naquele infinito manto negro. Porque se perder ali é pior que a morte.

Essa era uma história que eu ouvia quando era criança. Aquela tinha sido uma época feliz.

Mas eu me perdi. Minhas luzes, minhas esperanças, todas, se apagaram. Como a história dizia... Isso é pior que a morte.

Estou nesta prisão há quatro anos, vim para cá aos treze. Ela é considerada uma das piores do mundo, para nós é claro, famosa por nunca ter deixado um prisioneiro escapar. Muitos tentaram. Tolos. Todos morreram. Eles os mataram na nossa frente. Fizeram questão de tornar aquele ato um sangrento show de carnificina. Estavam zombando de nós...

Aquelas pessoas eram como demônios. Gostavam de ver o sofrimento e a humilhação alheia, nós os chamávamos de Troubles. Eu os odiava.

Mas eu já tinha desistido de resistir a anos... Não tenho mais porque continuar a viver... Minha antiga vida estava destruída. E eu tinha acabado com a última esperança que me restava. Aquele tinha sido o maior erro da minha vida. Tudo por culpa da minha ingenuidade, minha amaldiçoada ingenuidade. Que eu perdi durante os anos nesse inferno.

Nós somos vigiados vinte quatro horas por dia. Os suicidas são impedidos de se matar. São essas pessoas que os Troubles gostam de deixar vivas. Sofrendo intensamente até seu corpo definhar com o tempo, um tempo que passava ridiculamente devagar. Era o meu caso.

Eu já tinha tentado suicídio umas cinco vezes. Inútil. As cinco vezes eles me pegaram. As cinco vezes eu fui impedida. As cinco vezes, eles me espancaram até eu perder a consciência.

Eu estava na minha sela. Uma pequena, claustrofóbica e úmida sela, com apenas uma pequena janela no alto da parede de pedra, fechada pelas diversas barras e ferro retorcido, que ficava logo acima da minha “cama”, se é que podemos chamar aquilo de cama.

Grande parte do meu tempo eu ficava olhando pela janela, subia na “cama” e ficava apoiada na janela olhando. Eu podia ver, depois dos muros da prisão, o mar. Azul e livre. Sim, aquela prisão ficava em uma pequena ilha no meio do nada. Lembro de quando vim pra cá, demorou uma semana para chegarmos.

Eu avistei algumas nuvens negras no horizonte. Estava vindo uma forte tempestade. Isso significa, hoje iremos sair das selas. Eles vão nos colocar no pátio, para que apreciemos aquela gentil tempestade do melhor lugar da casa.

Enquanto eu observava o mar, fiquei estática. Seria mais uma de minhas alucinações?

Um navio! Mas não era o navio da prisão, eu os conhecia bem. Vi milhares deles chegarem com mais prisioneiros. Apesar daquele parecer muito com os navios habituais. Não era! Eu tinha certeza.

De repente um brilho. O navio estava emitindo um brilho, que ligava e se desligava depois de um tempo em um tipo de ritmo.

Impossível... Aquilo só podia ser mentira!Aquele padrão... É o código dos Gyre! Mas... Eles... Como sobreviveram?... Eu estava pasma.

Naquele momento, pude perceber em mim... Um pequeno e solitário foco de luz havia se acendido. E eu iria me apegar com todas as forças a ele mesmo que ele fosse somente uma ilusão... Ainda restava uma esperança. Talvez as coisas pudessem mudar. Eu poderia sair daquele pesadelo.

A mensagem dizia: ”Ainda estamos aqui. Sobreviva!” Tive vontade de chorar... Mas meus olhos continuavam secos. Eu já havia gastado todas as lágrimas há quatro anos.

As nuvens negras estavam cada vez mais próximas, eu podia ver alguns raios caindo no mar.

Seria a minha chance. Na hora em que eles nos colocarem no pátio, vou ter que sair daqui.

XXX

Eu e os outros prisioneiros estávamos em fila única indo na direção do pátio. Eu podia ver os sorrisos sínicos estampados nos rostos dos guardas que nos escoltavam. Troubles desprezíveis. Eles não eram humanos, não podiam ser...

Nós finalmente chegamos ao pátio. O céu estava completamente nublado, nuvens negras podiam ser vistas até o horizonte. Os raios dançavam pelo céu em seus caminhos tortuosos e claros e logo depois desapareciam, eles estavam ficando cada vez mais frequentes. Eu soltava baforadas de fumaça, que logo se dissipavam na minha frente, o ambiente estava ficando cada vez mais frio. Isso era ruim. Com essa temperatura poderia começar a nevar ou então começar a cair granizo. Na última tempestade que teve morreram exatamente noventa e sete prisioneiros. Eles fazem isso por diversão. Matam por diversão.

A cada passo meu coração começava a bater mais rápido. Eu já podia ouvi-lo claramente. Fazia tempo que isso não acontecia. Depois do primeiro ano confinada nesse lugar, comecei a ficar meio... Insensível... Acho que meu inconsciente fez isso para me preservar, foi necessário. Olhei para cima. Uma gota de chuva caiu no meu rosto. Tão gelada...

O pátio era irregular e seus muros de pedra maciça tomavam uma forma arredondada fazendo com que a única saída daquele lugar seja a porta pela qual nós viemos. Da minha sela eu podia ver que o pátio beirava um penhasco que dava direto no mar. Aquela era uma queda e tanto. Com certeza um passaporte para a morte. Eu até já sonhei algumas vezes que me jogava do alto daquele muro, rumo a uma suposta liberdade.

Os guardas já estavam em seus abrigos, constantemente nos vigiando. A chuva que caia rala e tranquila, começou a ficar mais e mais forte. Eu precisava pensar em algo. Uma distração. Estava ficando cada vez mais difícil de enxergar alguma coisa. Os raios cortavam o céu, os travões estavam quase me deixando surda, os clarões faziam aquele lugar ficar mais assustador do que o de costume e o vento gelado e cortante deixava mais difícil ainda respirar.

De repente um estrondo. Pedras caíram em cima de alguns prisioneiros azarados. Fogo. Um raio tinha atingido a casa de vigia que ficava no alto do muro. Minha distração! Todos entraram em pânico. Os guardas saíram de seu posto para ver o que tinha acontecido.

Eu corri. Corri como se nunca tivesse corrido na vida. Apesar das algemas dos pés e das mãos atrapalharem, eu não podia parar. Corri para a única saída daquele lugar. Foi quando um dos guardas me viu.

XXX

Ele veio para cima de mim, desembainhou sua katana. Era um dos guardas de elite, os únicos que utilizavam aquela arma. Eu continuei correndo na sua direção, se parasse, não teria chance alguma. Ele desferiu o primeiro golpe na direção do meu pescoço. Inclinei-me para trás rapidamente, desviando do golpe e logo após o chutei com os dois pés me apoiando com as mãos no chão, eles não podiam se separar mais do que trinta centímetros. Acertei seu estômago, ele deu alguns passos para trás, atordoado. Mas se recuperou em poucos segundos e se colocou a atacar-me de novo. Ele não esperava que eu desvia-se e muito menos que o acertasse.

O Trouble de elite desembainhou sua segunda katana. Tinha me subestimado. Meus anos junto aos Gyre com certeza tinham valido a pena. Eu era boa no que fazia, no estilo duas espadas.

Ele me atacou novamente, direcionando-o para a minha cabeça. Foi rápido, faltavam poucos centímetros para que ele me acertasse e ceifa-se minha alma. Eu me defendi com as algemas das mãos, parando o ataque. Impulsionei-o para trás e me distanciei um pouco. As algemas caíram no chão, seguidas de alguns pingos de sangue. Minhas mãos estavam livres. Corri novamente na direção do Trouble. Ameacei atacar seu rosto, mas me abaixei, apoiei no chão e desferi uma rasteira. Fazendo-o cair no chão e antes que ele pudesse se levantar ou pensar em algo. Pisei em um dos seus braços, ele soltou a katana. A peguei e retirei as algemas dos pés com um golpe rápido. Ele havia de levantado. Mas agora, eu poderia lutar de verdade. Eu vi os outros guardas se aproximarem. Estava perdendo tempo de mais ali!

Encarei o Trouble que estava na minha frente. Nunca pensei que veria uma expressão de espanto e medo em seus olhos, amarelos. Eu devia estar com uma expressão amedrontadora. As mãos que seguravam a sua única katana estavam tremendo.

A chuva continuava a cair forte e gelada, o vento ficava cada vez mais rápido e bagunçava ainda mais meus cabelos, minha respiração ofegante formava baforadas de fumaça e a temperatura continuava a cair.

Os outros guardas continuavam se aproximando. Eu ataquei, em golpes rápidos e precisos, desarmei o Trouble medroso e o deixei imóvel no chão. Ele nem ao menos pode se defender. O sangue escorria das feridas e se misturava com a chuva. Ele iria sobreviver, se o socorressem rápido, mas não poderia mais usar suas katanas.

Eu ouvi o tintilar da katana derrotada cair no chão de pedra. A peguei rapidamente e corri para a saída. Estava no corredor que ligava o pátio à prisão. Eu tinha que ir para o porto. Podia ouvir os passos dos Trobles me seguindo, quatro... Cinco... Seis Trobles estavam na minha cola.

Aqueles corredores pareciam não ter fim. Eu virava para a esquerda, direita e esquerda de novo. Tinha que chegar rápido ao outro lado da prisão. Um barulho irritante começou. Tinham acionado o alarme. Aquele som me deixava mais nervosa ainda.

Ouvi passos apressados. Eram mais Troubles, estavam por todos os lados. Tinha que pensar em alguma coisa. Eu estava em um labirinto infestado de feras! Um passo em falso e tudo estaria perdido.

Foi quando avistei uma sala com a inscrição: Somente pessoal autorizado. Tinha que ser promissor. Verifiquei se não havia ninguém por perto e entrei. Sorte. Um discreto sorriso se formou em meu rosto. Estoque de explosivo plástico. Eu conhecia muito bem aquele cheiro. Eu iria causar um grande estrago. E pensar em quantas pessoas queriam estar no meu lugar. Se vingar daquele odioso prédio de pedra fria.

XXX

Estava tudo pronto. Só faltava acender o pavio e a ala sul da prisão viria a baixo. Eu ouvi passos. Eram dois Troubles, estavam me procurando, olhavam para todos os lados, e caminhavam atentos indo na direção de uma porta a uns sete metros de mim. Um barulho baixo foi ouvido de dentro da porta. Eles não pensaram duas vezes, começaram atirar com suas armas na direção da porta. Descarregaram os cartuchos. Me assustei. Poderia ter sido eu. Seja lá o que fez aquele barulho, já não estava mais nesse mundo.

Eu olhava pela porta do estoque de explosivos, com a cabeça um pouco inclinada para fora. Eles me viram. Três Troubles me vinham pelo outro lado e me viram por trás. Trataram de anunciar minha posição. Eu entrei na sala de explosivos de novo, levantei as katanas que tinha roubado e atritei-as em um movimento rápido. Sete pavios se acenderam, eles se ligavam a outros e formavam uma teia que consumiam rapidamente. Era hora de correr. Sai rapidamente de lá, teria que enfrentar alguns Troubles. Fui na direção do dois primeiros.

Eles já tinham carregado suas armas. Não podia perder tempo ali a explosão seria poucos minutos. Eles começaram a atirar. Não recuei, corri rápido e em zigi-zague desviando de alguns tiros. As balas de um dos Troubles haviam acabado. Fui mais rápido ainda. Estava chegando cada vez mais perto, o segundo Trouble continuava atirando, desviei algumas balas com as katanas, elas ricochetearam e acertaram as paredes. Tinha chegado na distância que eu queria, cortei a arma dele ao meio, em sequência finquei uma das katanas no estômago do outro Trouble, ainda meio distraído tentando recarregar sua arma. E por fim desferi um golpe horizontal cortando a barriga do homem que eu havia desarmado. O sangue deles respingou no meu rosto, os trovões gritavam junto com o alarme e a chuva continuava a cair.

Não olhei para trás, continuei correndo. Virei mais alguns corredores, estava cada vez mais perto do meu objetivo.

Cinco... Quatro... Três... Dois... Um... Eu contava mentalmente.

Ouvi a explosão. Pensei que iria ficar surda. O vento que a explosão causara me lançou metros para frente, arrastando-me pelo chão. Levantei dando uma cambalhota para frente. Parar não era uma opção.

Um raio. Lá fora, aquele azul elétrico parecia protestar contra tudo o que acontecia.

Faltavam somente mais alguns passos. Eles pareciam que nunca iam terminar. Eu podia ver o final do corredor. Vamos! Mais rápido mais rápido! Queria chegar logo.

Finalmente, depois daqueles segundo torturantes, minhas pernas cansadas conseguiram me fazer chegar.

Avistei o navio. Eu estava feliz. Finalmente, finalmente sairia daquele inferno. Eu sorria por dentro. Ouvia o alarme atrás de mim, a chuva limpava meu rosto sujo de sangue, uma mão gelada e gentil que acariciava meu rosto. Ergui as katanas e refletindo a pouca luz que passava pelas nuvens sinalizei: Eu estou viva!

XXX

Esperei alguns segundos, a tão esperada resposta. O brilho vindo do navio iluminou meus olhos. Em meio aquela tempestade pude ver a minha resposta: Vamos para casa, juntos!

Eu estava feliz.

De repente um frio na espinha, aquele sentimento estranho na boca do estômago. Alguma coisa estava errada.

Eu não acreditava no que via. Só podia ser mentira. Eu queira que fosse somente uma ilusão criada pelo medo que crescia dentro de mim. Mas não...

O navio estava explodindo na minha frente, os Troubles estavam atacando. Os arqueiros, outra guarda especial, estavam atirando, uma chuva de flechas passava por cima de mim. Ouvi gritos. Eram meus amigos.

Aquela visão... Aquele som... O terror crescia dentro de mim. Não... Não... De novo, não...

O navio estava em chamas, nem a chuva forte continha o incêndio. Deixei as katanas escorregaram das minhas mãos. Minhas forças restantes se esvaíram do meu corpo. Fiquei vendo aquela cena aterradora.

Nem tinha percebido, mas os Troubles estavam a menos de um metro de mim. Fiquei paralisada. Se pudesse me mexer, naquela hora teria me jogado no mar.

O alarme cessou. Mas o céu continuava a chorar.

O som da morte ecoava na minha mente, a pequena luz que havia se acendido dentro de mim, aquela pequena esperança, havia acabado. Ela tinha sido incinerada junto com o navio dos Gyre.

Eu estava sendo levada pelos Troubles. A última coisa que vi foi a horrível imagem da minha última esperança afundar, triste, naquele mar turbulento.

Acabou. Agora eu estava somente esperando a minha morte. Eles não iriam me deixar viva. Eu tinha causado muitos danos à prisão.

Segundo eles eu destruí a ala sul em um raio de seiscentos metros, cinqüenta e três morreram e sessenta e um ficaram feridos.

Eu estava em uma sala, as paredes de pedras cinza eram iluminadas pelos lustres amarelos dispostos por todo o lugar. O chão era manchado de sangue por todos os lados. Era triste. Aquele lugar tinha um clima pesado, era difícil de respirar, não tinha sequer uma janela, somente uma porta de madeira reforçada com metal enferrujado. Era a sala de execução, aquele era o cenário da minha morte.

Estava exausta. Mas me forçava a ficar de olhos abertos e cabeça erguida. Queria dormir, dormir e nunca mais acordar, ou melhor, queria acordar daquele pesadelo eterno.

Tinham me colocado ajoelhada, estava cercada de Troubles. Enquanto isso eu ouvia a chuva ficando mais fraca e os trovões mais calmos. Minha luta havia chegado ao fim.

As algemas voltaram para seus lugares. Um dos Troubles com ar de superior deu um passo a frente. Era o Trouble chefe. Ele retirou sua arma do casaco preto, ela reluzia com a luz amarela. Meu olhar vazio e sem forças encarava a arma, aquele seria o meu último suspiro.

Tudo iria acabar. Finalmente aquele sofrimento que me consumia iria ter um fim. Aquela última luz que ainda existia se apagou. Eu iria morrer. Eu queria morrer. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. O que era aquilo? Eu estava chorando!? Pensei que nunca mais meus olhos iriam derramar lágrimas salgadas como aquelas.

Uma explosão. Uma das paredes foi destruída. O que era agora? Foi então que eu o avistei. Alguém havia aberto uma nova porta pela parede e estava em cima de alguns escombros. Lá fora a chuva tinha cessado tudo o que havia eram pequenos flocos de neve, pequenos cristais de gelo, gentis e puros. Uma luz o iluminava por trás, vinda da porta recém feita, uma brisa doce levava alguns flocos de neve para dentro da sala. Finalmente meus olhos se acostumaram com o novo ambiente. Pude enxergar seu rosto.

Não! Aquilo não era possível! Re-almente, impossível...

– Desculpe a demora... – O garoto a minha frente disse com um sorriso gentil e acolhedor.

Era para ele estar morto. Eu tinha matado ele!

Minhas lágrimas se descontrolaram. Elas lavaram meu rosto ainda incrédulo.

Mas... O que era aquilo? Um... Foco de luz?...



FIM


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Notas finais do capítulo

Fiquei muito feliz quando consegui "terminar" essa história. Entre aspas, pois ela da muita margem para uma continuação. x3
Mas o ponto dessa história é a mensagem que ela passa por isso quando escrevi não pareceu que precisasse ter um final mais concreto.
(Uma possível continuação está nos meus planos de ser escrita, mas tenho outros projetos que pretendo concluir antes kkk)

Espero que tenham gostado. Gostaria de saber a opinião de vocês!



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