My Life Upside Down escrita por Mari Sekai


Capítulo 6
Mas que merda...?


Notas iniciais do capítulo

Então, estou sem internet desde o ano passado, e esses dias que fui perceber que estava faltando um capítulo no Nyah! c:
Favor, comentem. É muito chato se esforçar para escrever uma e não ter reconhecimento. Beijos da Mari



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/349891/chapter/6

Recapitulando: Eu, Samantha Rogers tinha acabado de dar uns “amassos” com Daniel Miller na cozinha da minha casa, e as coisas estavam absolutamente esquentando. Ok, tem alguma coisa errado nisso. Talvez seja o fato de que... ISSO NUNCA PODERIA TER ACONTENCIDO, NÃO MESMO.

E quando as coisas tinham realmente ficado ‘quentes’ a campainha toca, e quem era? Ah sim, meu melhor amigo que acha que o Danny e sua turminha são um bando de babacas. Ok, ok, eu também sempre achei isso, mas...mas nada, eles são realmente babacas, o que eu to pensando?

Will e Danny olhavam um para um outro com uma expressão de confusão, ao mesmo tempo que alternavam o olhar comigo. Resolvi quebrar aquele silêncio totalmente estranho.

—Então Will, o que te traz aqui?

—Que tipo de pergunta é essa? Nunca precisei de um motivo para vir aqui e você nunca questionou isso. O que ele faz aqui? – ele ergueu a sobrancelha estranhando a situação, e apontando para o Danny, aumentando o tom de voz quando disse “ele”

Ok, eu realmente tinha ficado surpresa com a reação dele, Will não costumava agir assim. Eu estava agora alternando o olhar entre os dois enquanto nenhuma resposta vinha à minha cabeça. Eu realmente tinha uma boa resposta para isso, Danny tinha ido ali para fazer um trabalho da escola comigo, mas por que nenhuma palavra saiu da minha boca mesmo?

—Nós não te devemos satisfações – Danny me surpreendeu com a resposta. A voz dele estava mais grosa que o normal, em tom de ameaça, e cerrava os punhos enquanto encarava Will

—Como é que é? – Will avançou em sua direção com a mesma expressão de ameaça.

Ok, que diabos era aquilo? Acho que estava na hora de eu falar alguma coisa, não? Sim, é isso que vou fazer.

—Eu e Danny temos um trabalho da escola para fazer. Ele não sabia o caminho da minha casa, e viemos caminhando para ele aprender, só que no meio do caminho começou a chover e mandei-o entrar. Pronto, foi isso.

Will me olhava como se não tivesse entendendo nada, mas depois sua expressão se aliviou e ele deu um sorriso de canto. Ah, o velho Will de volta.

—Okay então, baixinha, se você diz eu acredito.

Ele veio na minha direção e me deu um abraço de urso muito bom, que me fez até tirar os pés do chão. Por cima de seus ombros pude ver Danny revirando os olhos.

Eu ri e lhe dei um tapa de leve no ombro.

—Não me chama de baixinha, você que é grande demais, monstro.

—Qualquer um é grande perto de você, Sam. – fingi estar ofendida e cruzei os braços – Bem, vou indo não quero atrapalhar o “trabalho” de vocês.

Sim, ele fez aspas ao vento quando disse a palavra trabalho. Ele me deu outro super abraço e muitos beijos na bochecha, e depois saiu. Sem se despedir de Danny.

Nesse ponto eu realmente não sabia o que fazer, estava sozinha com o Danny novamente, e a primeira coisa que lembrei foi que antes de Will chegar, eu e Danny estávamos quase transando na minha cozinha. Ai Deus, o que eu fiz? Mas Danny percebeu minha inquietação e falou primeiro.

—Quem era esse?

—Ninguém de importante, só meu melhor amigo – revirei os olhos.

—Melhor amigo? Vocês não se tratam como melhores amigos.

Pensei em explicar para ele que esse era nosso jeito, somos muito carinhosos um com o outro, mas somos feitos irmãos. Mas pensando bem, por que eu explicaria alguma coisa da minha vida para o Danny?

—Sim, melhor amigo, e você não tem nada a ver com isso, cuida da tua vida, Daniel.

—Vai me chamar de Daniel agora?

—Pensei que esse fosse nome, ué.

—Irritadinha.

—Cala essa boca, seu escroto.

—Quer mesmo que eu cale? – ele deu um sorriso malicioso e se aproximou de mim. Opa, opa, opa!

—Não me encosta, isso é uma ordem! E só para ficar claro nessa sua cabecinha de tatu, o que aconteceu nunca mais vai se repetir, e isso não vão sair daqui, ouviu? – elevei meu tom de voz e apontei o dedo para ele.

—Nunca é uma palavra muito forte, pequena Sam. – não me pergunte como, mas ele estava na minha frente e sussurrou isso no meu ouvido. Esse cara é alguma espécie de Ninja?

Espalmei minhas mãos em seu peito e quase desisti de empurrá-lo ao perceber como era forte e definido. Mas eu me contive e empurrei ele para longe de mim

—Vai se fuder – andei para longe antes que ele me puxasse e não conseguisse mais resistir. Ai meu Deus, do que eu to falando? É lógico que eu ia resistir.

Fui até o sofá e peguei minha mochila que tinha jogado ali quando cheguei.

—Será que dá para começarmos a porra do trabalho agora?

—Sem problemas, senhorita.

O nosso trabalho era sobre Shakespeare, blér. Não que eu não gostasse, apenas não era meu estilo favorito de leitura. Se você está pensando que iríamos interpretar sei lá, Romeu e Julieta, pode tirando seu cavalinho da chuva. (Okay, isso que eu disse não teve muito sentido. Quem deixaria o próprio cavalo na chuva? Quanta maldade.) A gente ia fazer uns cartazes falando sobre a vida de Shakespeare, e também algumas de suas obras. Moleza, não é? Absolutamente não, quando sua dupla é o Danny. Sério, ele ficava o tempo todo soltando umas indiretas que me pareciam diretas demais, e tentando me agarrar. Qual é o problema dele? Quando foi que eu passei de “Samantha-ridícula-asquerosa-nojenta-nãofazomeutipo” para “Sam-gata-vemcádelícia-fazomeutipo”? É, eu realmente não sei.

—Se você fizer isso mais uma vez, vou enfiar esse tubo de cola na sua garganta – eu disse enquanto ele tentava pela milionésima vez passar a mão nas minhas coxas.

Dessa vez ele realmente parou, e depois de um tempo já estávamos conversando normalmente enquanto fazíamos o trabalho. Exatamente igual às vezes na biblioteca. Já tínhamos feito uns três cartazes, e estávamos totalmente esgotados. Sim, trabalhos escolares cansam. Pesquisar, colar, desenhar, escrever, recortar. Isso tudo é muito chato. O problema é que a chuva lá fora ainda não tinha diminuído, parecia até que tinha aumentado. Que bosta.

Verifiquei meu relógio e constatei que era 16:15. Eu estava começando a ficar com fome. Tive uma ideia que com certeza iria me arrepender dela depois, mas mesmo assim abri a boca.

—To cansada. Ta a fim de ver um filme? A gente podia comer alguma coisa também.

Ele deitou no chão da sala, fechou os olhos e suspirou.

—Finalmente. Já to cansado desse trabalho. E com um pouco de fome também.

Concordei e começamos a organizar tudo, guardando as coisas do trabalho. Fomos para cozinha em busca de alimento. Nossa, falando assim parece que somos da época das cavernas e estávamos indo caçar.

—Ta a fim de comer o quê?

—Ah sei lá, o que você tem aí?

Comecei a vasculhar os armários e fui respondendo conforme via as coisas.

—Pipoca, salgadinhos, saco de doces, miojo, macarrão, pão, chocolate, leite... – fui falando e depois fui para a geladeira e fiz a mesma coisa.

—Já sei o que vamos comer! – dei um pulinho e bati palmas. Não estranhe, a ideia de comer me deixava realmente muito animada.

Ele deu uma risadinha e perguntou sobre a minha ideia.

—Como vamos ver filme, eu posso fazer pipoca, muita pipoca, e depois a gente come brigadeiro. E sabe o que mais? – eu estava falando isso como se fosse um plano para salvar o planeta Terra, acredite.

—Hum...o quê? – ele ergueu a sobrancelha e deu uma risadinha de novo.

—Bebidas. To louca para ingerir o mínimo de álcool que seja, e meu estoque está cheio hoje. Pronto para esvaziar? – deu uma piscadela. Ok, o que eu to fazendo? Parece até que eu já tinha bebido.

—Mais que pronto.

Fizemos as coisas e fomos em direção à sala. Eu quase cai enquanto carregava dois baldes enormes de pipoca e umas garrafas na minha mão. Danny riu e eu o xinguei, como sempre.

Estávamos vendo Sexta-feira 13. Eu normalmente tenho medo de filmes de terror, mas não considerava esse como um. Terror para mim era algo envolvendo almas, maldições, segredos. Filmes de assassinos não me deixavam assustada, ao contrário, me deixavam animada.

—PUTA QUE PAGUIU! VUXÊ VAI FICOR PARADA? CORRE MULAAA- eu gritei com a boca cheia de pipoca enquanto a mulher do filme agia como uma demente. O que a gente faz quando tem um assassino nos perseguindo? Mas é lógico que vamos ficar parada com cara de assustada, pensando que ele vai sentir pena!

Danny se engasgava de tanto rir todas as vezes que eu dava um desses ataques. E considerando pelo filme que era, foram realmente muitas vezes. Comemos o brigadeiro quando o filme estava quase acabando, e eu deixei cair um pouco no sofá, quando fui gritar para que a mulher corresse. Corri que nem uma maluca e limpei antes que secasse. Ufa! Se aquilo manchasse eu seria a próxima a correr de um assassino. Só que dessa vez ele se chamaria Thalia e correria atrás de mim com o aspirador de pó e uma colher.

O filme finalmente acabou e eu estava lá reclamando das pessoas burras que tinham nele enquanto limpávamos a bagunça.

—Está na hora das bebidas! – eu gritei balançando uma garrafa de vinho.

Eu tinha pegado uma garrafa de vinho, uma de vodka, uma de uísque e duas de cerveja. A de uísque e de vodka estavam em um pouco menos da metade. Ainda era muito, se eu bebesse tudo aquilo sozinha entraria em coma alcoólico.

Nós começamos a jogar 21, um jogo muito rápido de cartas. Era simples, quem perdesse ia ter que tomar uma dose de alguma coisa. Começamos com a cerveja, admito que tomei uma garrafa e meia sozinha. Depois fomos para o vinho e no final, só sobraram as bebidas mais fortes.

Um fato sobre mim: eu não sou muito boa jogando 21. Esse jogo era uma questão de sorte, e a última coisa que eu tinha na minha é sorte. Quando as bebidas acabaram, nós dois estávamos morrendo de rir de qualquer coisa, e eu já enxergava tudo embaçado. O Danny tinha contado uma piada super sem graça que eu nem lembrava qual era, mas estávamos rindo tanto que doeu até a barriga. Bêbado é foda. Eu parei de rir e me levantei, senti o mundo todo girar e cai no chão. Estava com olhos abertos mas enxergava tudo preto. Comecei a rir de novo.

Danny

Eu nunca pensei que passar a tarde com a Sam fosse tão divertido. A gente já tinha bebido demais, mas ela foi a que tomou quase tudo sozinha. A gente jogou 21, e quem perdia ia tomando uma dose. Coitada, ela perdeu tanto que quase senti pena. Mas todas as vezes que perdia ela morria de rir e tentava me enrolar com uma desculpa qualquer, era tudo uma brincadeira, nada competitivo. Quando as bebidas acabaram eu contei uma piada e a gente começou a rir, não pela piada, mas porque estávamos bêbados. Sam levantou e depois caiu no chão de novo, e retomou a rir. Olhei pela janela e vi que a chuva já tinha parado. Talvez já tivesse parado há muito tempo, só que não percebemos. Resolvi fazer alguma coisa, não ia embora e deixar ela ali jogada e completamente bêbada. Não sou tão ruim assim.

Peguei-a nos meus braços enquanto ela gritava que não era bebê e mais algumas coisas do tipo. Ela disse que ia vomitar e corri com ela em direção ao banheiro.

A soltei e ela se agachou de frente para o vaso. Segurei seus cabelos enquanto ela vomitava. Quando ela finalmente terminou parecia que ia desmaiar. Dei descarga e a levantei, levando ela em direção ao chuveiro. Sei que isso não era muito legal da minha parte, e se ela descobrisse com certeza ia me jogar na frente de um caminhão depois de rancar minha língua com uma faca de cozinha. Mas era o certo a se fazer.

Tirei seu moletom enorme e o joguei de lado, tentando não olhar para o seu corpo. Okay, isso era completamente inevitável. Suspirei com a bela visão que tive, e mil ideias do que fazer com ela me passaram pela cabeça. Mas eu não ia fazer nada, não era tão cafajeste assim, não iria me aproveitar de uma garota que estava nessas condições só porque ela é super gostosa. Não, absolutamente não.

Coloquei-a embaixo do chuveiro de calcinha e sutiã mesmo, não tive coragem de tirar o resto. Ela pareceu despertar um pouco, mas ainda estava meio fora de si. Ela olhou para mim e mordeu os lábios, enquanto uma gota de água passou pela sua boca. Respira fundo, Daniel, você não vai fazer nada. Respira fundo. Rapidamente desliguei o chuveiro e enrolei uma toalha que por ali, nela. Ela riu enquanto a carregava em direção ao se quarto. Eu não sabia onde era seu quarto, mas provavelmente era lá em cima. Subi as escadas com ela no colo e entrei pelo corredor. Fiquei surpreso ao ver cinco portas ali. Uma com certeza era o banheiro, mas e as outras? Para que tantos quartos se ela morava sozinha? E aliás, por que ela morava sozinha?

Contive minha curiosidade e continuei caminhando, nem precisei abrir as portas para achar seu quarto. Já fui abrindo uma porta toda preta com uma placa de “Não me perturbe” na frente. Com certeza era ali. O quarto era enorme, tinha duas estantes imensas cheias de livros, um notebook em uma mesa no canto, vários pufes, uma cama de casal e muitos pôsteres espalhados pela parede. Tirei sua toalha e coloquei-a na cama. Suas roupas íntimas estavam um pouco molhadas, mas nem me atreveria a tocar nelas. Tentei fazer com que ela acordasse para trocar de roupa, mas ela me respondeu com murmúrios e depois caiu no sono. Cobri ela com um lençol que estava por ali e fiquei a olhando por um tempo. Me aproximei de seu rosto e mordi seu lábio inferior. Ela acordou na hora e me olhou totalmente confusa:

—Da...Danny? – ela franziu a testa e espremeu os olhos.

—Shhh, dorme, vai ser melhor.

Ela nem contestou e voltou a fechar os olhos. Como um impulso, dei-lhe um selinho e sai correndo dali. Mas que merda eu estava fazendo? Fui para casa praticamente correndo enquanto a pergunta martelava na minha cabeça.

Que merda eu estava fazendo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

LINDOSOS, VOU RECOMEÇAR A ESCREVER, ME AGUARDEM HEUHEUHEUE



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My Life Upside Down" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.