My Life Upside Down escrita por Mari Sekai


Capítulo 3
Garota bipolar


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeeeeee *-------*' desculpa a demora, mas tive duas semanas de provas e fiquei sem internet durante uma semana tb :/// bem, esse capítulo é meio longo pra recompensar o atraso. Eu não gostei muito desse capítulo, as coisas aconteceram mto rápido, mas se eu atrasasse mais ia ficar enoooooooorme, então fui logo para o que interessa,quer dizer, mais ou menos..u.u nesse capítulo a Sam e o Daniel começam a finalmente ter uma conversa civilizada *o*' Sam é muito bipolar, plmmds u.u' então, eu quero reviews :3 beijinhos,até lá em baixo



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Daniel POV’S ON

Cara, logo no primeiro dia de aula e eu já me fodo? E o pior de tudo, eu vou ter que ficar uma semana limpando a biblioteca com aquela garota lá. Sabe, até que ela não é feia, tem um corpo legal, cabelo bonito, olhos lindos e...pera, o que eu ‘tô falando? Isso só pode ser porque eu estou na seca, é, é isso. A Sophie é bonita, muito bonita, o problema dela é que ela agora fica me enchendo o saco, tudo bem, nós já ficamos algumas vezes, dormimos juntos e tal, mas foi só isso, mas parece que ela não entende. Ela é do tipo patricinha exibida, que já dormiu com a metade dos garotos da escola, só serve pra pegar, e quando namora, na maioria das vezes é tudo fachada. Eu nem a culpo por ficar correndo atrás de mim, gostoso do jeito que eu sou, ne, ninguém resiste. Mas voltando a realidade, a gente se fodeu. Eu não sei o que passa pela cabeça da Sophie (além de água oxigenada) ‘ta bom, ela não gostou da guria e tal, mas precisava arrumar essa confusão? E logo metendo todo mundo no meio? Aquela tal de Samantha, é bem abusada, tem o gênio forte (até demais), vai ser legal zoar com a cara dela, e agora vou ter tempo suficiente pra isso. Pelo menos eu não vou ter que cumprir o castigo junto com a Sophie, já esta difícil aturar ela nas aulas, imagina se eu passasse mais tempo junto com ela?!

Caralho, perdi tanto tempo pensando que a hora passou muito rápido, já são 17:40hrs, puta que pariu, a ovelha negra vai me matar. Levantei da cama e peguei uma camisa branca de gola v e vesti por cima do meu jeans, coloquei um all star preto e vesti minha jaqueta de couro, deve estar fazendo frio lá fora, passei em frente ao espelho e dei arrumada básica no meu cabelo, por último, passei um pouco de perfume, mas pela pressa, acabei jogando perfume demais, ah foda-se, quanto mais cheiroso melhor.

Peguei a chave do carro e desci correndo as escadas, não tinha ninguém em casa ainda, ainda bem, não estou a fim de dar explicações à ninguém, muito menos minha mãe, ela iria me matar.

Corri pelas ruas quase atropelando todo mundo, o pior é que tinha muita gente na rua, espero não ter levado nenhuma multa por velocidade, o que eu duvido muito. Desci do carro e tranquei a porta. Algumas pessoas estavam saindo da escola, passei por elas correndo, até chegar à biblioteca. Quando fui me aproximando, tinha alguém encostado na parede olhando para os lados, olhei melhor e pude perceber que era a Samantha; ela estava com uma jeans justa até demais, o que realçava suas coxas grossas, um casaco de moletom, all star azul e uma bolsa pendurada ao lado do corpo, seu cabelo estava preso de lado; estava bem bonita até, mas a cara que ela olhava pra mim não era nada legal. Quanto mais perto eu chegava, mais medo eu sentia dela, cheguei ofegante até ela, e disse com voz meio falhada perante a corrida.

–Cheguei

–Seu viado, filho da mãe, desgraçado, já ouviu falar de PONTUALIDADE? HEIN, JÁ OUVIU? PARECE QUE NÃO! VOCÊ QUER FERRAR A GENTE AINDA MAIS? IRRESPONSÁVEL, INCOPETENTE! INÚTIL! – é, ela estava muito estressada, fiquei com certo medo dela, mas era melhor não demostrar, se não ela vai resolver atacar de vez

–Ei, ei, ei, fica calma. Foi só um atraso, relaxa – eu disse em um tom descontraído. Ela fechou os olhos, respirou fundo, e depois começou a gritar de novo.

–CALMA? SÓ UM ATRASO? –agora ela gesticulava com as mãos, essa menina é muito estressada – VOCÊ ESTÁ ATRASADO VINTE MINUTOS, VINTE MINUTOS DANIEL, VOCÊ NÃO ACHA QUE JÁ ESTAMOS FERRADOS O BASTANTE?!

–Em primeiro lugar, eu estou aqui por culpa sua, eu não fiz nada, lembra?

–Culpa minha é um escambau, você que não segurou a sua namoradinha – agora ela parecia mais calma, eu acho.

–Ela não é minha namorada

–Não me interessa – ui, essa doeu – Agora vamos logo, antes que alguém apareça aqui.

–Está bom, mas não deveríamos avisar a diretora que chegamos?

–Aff, é verdade, me espera aí que eu vou lá.

–‘Ta...- nem pude terminar de falar e ela saiu correndo pra sala da diretora – bom então – terminei minha fala, mesmo sabendo que ninguém ia escutar. Nossa, ela tinha uma bunda bonita e...o que eu estou falando? Essa é a segunda vez que eu já faço isso, devo estar muito na seca mesmo. Se bem que ela era linda mesmo, e tinha um corpo bem...bem...como posso dizer? Ah foda-se, ela é gostosa mesmo, mas claro, nunca vou admitir isso pra ninguém. Ela virou o corredor, e então eu entrei na biblioteca. Estava vazia, a não ser por Charlotte, a bibliotecária.

–Olá, Charlotte – a cumprimentei. Sim, eu a conheço, como? Eu sempre visito a biblioteca, mas é claro que ninguém sabe disso, e nunca vão saber. Isso é meio que um segredo, imagina só, um dos caras mais gostosos e populares do colégio ser descoberto como um nerd? Não mesmo. A Charlotte deve ter por volta de quarenta anos, ela é super legal, ela nunca contou isso pra ninguém, prometeu guardar segredo, mesmo sendo contra isso, ela sempre diz “seja você mesmo e não se preocupe com o que os outros vão pensar” eu até tento, mas sei lá, não dá mesmo.

–Oi, Dan. O que faz por aqui essa hora? Eu já vou embora e a biblioteca vai ficar vazia, e também tem dois alunos que vão ter que vir aqui organizar, não sei como conseguiram arrumar confusão logo no primeiro dia de aula, não vai dar pra você ficar aqui. Falando nisso, eles estão atrasados – ela disse olhando o relógio.

–Er, então Charlotte... eu sou um desses alunos que vai ficar organizando a biblioteca – eu disse meio envergonhado. Charlotte é como se fosse uma mãe pra mim, e uma mãe nunca gosta de receber esse tipo de notícia. Ela me conhece bastante, desde que eu estudo nessa escola, o que deve ter por volta de uns doze anos, eu sempre vim pra biblioteca, era como um refúgio, e sempre que eu precisava a Charlotte estava lá pra conversar comigo, me dar conselhos.

–O que você aprontou dessa vez, Daniel? - ela perguntou com um tom de voz severo. Fiquei ali explicando pra ela o que aconteceu, e ela me olhava com um olhar repreendedor. Samantha entrou na biblioteca, e eu encerrei meu assunto com Charlotte.

–Oii, Char – Samantha disse com um sorriso e chegou perto de Charlotte para lhe abraçar. Char? Desde quando elas são íntimas?

–Saaaam, quanto tempo, menina, estava com saudades - elas ficaram lá conversando durante uns segundos, até que se despediram e Charlotte foi embora. Ela veio andando até mim, e o sorriso (lindo por sinal) que estava em seu rosto desapareceu completamente, e ela estava com aquela cara de que ia me matar, de novo.

–Que tal começarmos agora? – disse tentando quebrar o clima

–Ok – ela disse sem emoção – A Char me explicou o que é pra fazer. Primeiro vamos colocar aquelas pilhas de livros – ela apontou para cinco pilhas enormes de livros que estavam do lado da mesa – nas prateleiras, cada uma em seu lugar. Depois vamos varrer aqui, organizar as mesas, e arrumar os registros de empréstimos de livros. Bem, acho que só. Vamos começar

–Ok- Ela pegou uma pilha de livros e começou a separá-los em cada gênero, e eu fiz o mesmo. Ela se levantou com uma pilha enorme de livros sobre história em um braço, e começou a andar cautelosamente até uma das prateleiras. Eu estava a fim de provoca-la, então comecei a falar

–Quer ajuda?

–Não

–Certeza?

–Toda – quando ela disse isso uns cinco livros caíram. Eu ri e me levantei, ela revirou os olhos e bufou. Peguei os livros do chão e continuei andando ao lado dela

–Deixa que eu carrego, você coloca nas prateleiras – me ofereci

–Não, já disse que não precisa.

–Claro que precisa você só não quer.Me dá logo esses livros – ela bufou mais uma vez e me entregou os livros

–Porra, ‘ta ficando calor aqui – ela disse, se abanando. Era realmente verdade, a biblioteca estava totalmente fechada, e nenhum refrigerador de ar estava ligado. Ela abriu o zíper do próprio casaco e o tirou, ficando apenas com uma camiseta preta e comprida, com uma estampa na frente – Pronto, melhorou, vamos continuar com isso.

Arrumamos alguns livros nas prateleiras por alguns minutos, em um completo silêncio, e isso estava realmente me incomodando.

–E então, você mora por aqui faz muito tempo? – eu perguntei. Ok foi uma pergunta idiota, mas não passou nada melhor pela minha cabeça. Ela virou a cabeça lentamente na minha direção, suas sobrancelhas arqueadas e com uma expressão séria, ela me olhou de cima a baixo e depois virou o rosto para o outro lado, continuando o que estava fazendo. Eu não entendi nada, é isso mesmo? Ela ia me deixar no vácuo de novo?!

– Qual o seu problema comigo? – arrisquei em perguntar. Ela me olhou de novo daquela forma, mas dessa vez finalmente respondeu:

–Nenhum – ela falou secamente

–Então por que você não fala comigo?

–Por que eu falaria? – ‘ta, agora eu já não sei o que dizer. Ela realmente não tem um motivo pra falar comigo, principalmente porque logo quando ela chegou eu já a xinguei, e claro, ela rebateu na mesma moeda, talvez até melhor. Sem contar que, nós somos pessoas totalmente opostas, e não temos nenhum motivo que nos faça falar um com o outro.

–Por educação?!

–Nunca fui uma pessoa educada, muito menos simpática. E pode ter certeza que não é agora que isso vai mudar – esta bem, agora ela quase me convenceu de desistir do assunto. Mas eu disse quase. Eu vou passar o resto da semana preso nessa biblioteca com ela, sem contar que somos da mesma turma agora, não mesmo que eu vou ficar nesse clima tenso. Não digo que temos que virar amigos, até porque eu sou o último a querer isso, só acho que um papinho ás vezes seria algo legal.

–E se fizéssemos um acordo? – arrisquei novamente. Nessa hora o livro que ela estava guardando caiu no chão, ela se abaixou pra pegar, e eu fiquei olhando pra bunda dela. Mas o que eu posso fazer? Sou homem, porra.

–Primeiro acordo, para de olhar pra minha bunda. Agora. – ela falou ainda abaixada. Que isso, essa garota é ninja?! Ela levantou e me olhou com um sorriso cínico.

–Mas eu...- tentei me opor, mas ela me impediu

–Nem adianta

–Ok – eu desviei o olhar, como que assumindo a culpa.

–Mas que acordo é esse? – seu tom era de curiosidade, já é uma evolução.

–Que tal se nós nos falássemos durante o castigo? Sabe, sem ressentimentos, sem nada. Apenas como duas pessoas normais que estão fazendo algo juntos e que conversam pra passar o tempo, se conhecer. Você sabe

–Então quer dizer que você esta propondo que nos falemos durante o castigo, mas durante todo o resto do tempo você não olhe nem na minha cara e fique me xingando pelas costas, junto com seu grupinho de retardados?! – eu não respondi, até porque não tinha pensando nisso. Então fiquei olhando pra ela com uma cara de “Porra, o que eu faço agora?” eu ia responder, mas ela se antecipou – Que ótimo! – ela disse e abriu um largo sorriso. E eu fiquei lá com cara de “Wtf?”

–Como é que é? – eu realmente não havia entendido.

–Ué, gostei da sua ideia. O acordo está feito – agora ela estava sorrindo. Foi a primeira vez do dia que ela sorriu pra mim, porque ela sempre estava com um cara fechada e completamente irônica. Ela estendeu a mão para fechar o acordo, e eu fiquei sem reação, mas que merda ela tem na cabeça?

–Não vai apertar? – ela perguntou, balançando a mão. Continuava com aquele sorriso enorme. Acho que ela é bipolar, só pode. Apertei a mão dela, completamente receoso. – Pronto. Então, vamos começar nossa conversa – ela olhou pra mim, como se estivesse esperando que eu começasse.

–É, é... então...- eu ainda não estava acreditando naquilo. Não tinha a menor ideia do que falar.

–Esta bem. Deixa que eu começo respondendo à sua primeira pergunta.

–O-ok

–Sim, eu moro aqui faz bastante tempo. Desde que nasci pra ser mais específica. E você?

–Ahn? Que? Eu o que? – aposto que eu estava com cara de demente

–Faz tempo que mora aqui? –demorei um tempo para absorver sua pergunta, mas finalmente consegui responder alguma coisa.

–Ah, sim. Moro aqui desde os meus cinco anos.

–Nossa, que legal. – ela sorriu de novo. Nós voltamos para pegar a ultima fileira de livros, e fomos andando até a estante e começamos a arrumar.

–Quantos anos você tem? – eu perguntei. Sério, eu deveria receber o troféu de perguntas idiotas do ano só por hoje.

–Dezesseis, e você?

–Dezessete. Não parece que você tem dezesseis – eu olhei pra ela com uma cara de confuso

–Por quê?

–Sei lá, você é tão...baixinha – ela começou a ficar vermelha, mas tenho certeza que era de raiva. Nem deu tempo de raciocinar direito quando senti algo pesado batendo na minha cabeça com força, força até demais. Recuei um pouco e apertei os olhos por causa do susto. Abri os olhos passando a mão na cabeça, doeu muito, com certeza ia ficar um galo.

–Puta merda! Por que fez isso? Ai! – começou a doer mais. Putz, ela é tão forte assim?!

–Não me chame de baixinha – ela cruzou os braços, com uma cara emburrada.

–Mas você é mês..- ela já estava levantando a mão com o livro pra me acertar de novo- ‘ta bom, parei

–Acho bom mesmo- ela se virou de frente pra estante e continuou o que estava fazendo.

–Bem que dizem que as baixinhas são invocadas...-murmurei, enquanto passava a mão onde ia ficar um galo, com toda a certeza

–É o que?

–Ahn? Nada não

Nunca mais chamo alguma mulher de baixinha. O que eu posso fazer, cara, a culpa não é minha. Eu sou um cara mais ou menos alto, e a Samantha batia na altura dos meus ombros, então pra mim ela era realmente baixa. Parei de massagear meu iminente galo, e peguei os últimos livros para guardar.

–Então Samantha...

–Sam – olhei pra ela com uma cara de ‘Hã?’ – Me chama de Sam

–Ah, ok. Então Sam...Diga algo que você gosta de fazer

–Bem, Daniel...

–Danny, me chama de Danny – ela riu um pouco

–Bem, Danny...eu gosto de fazer muitas coisas, e você?

–Muitas coisas também. Faz assim, eu falo uma coisa, aí você fala outra e por aí vai.

–Ok. Mas antes vamos pegar o material de limpeza pra varrer aqui

–‘Ta bom

Pegamos duas vassouras, uma pá e outras coisas para limpar o lugar. Lá não estava muito sujo, então não iria dar muito trabalho. Nós continuamos a conversa enquanto limpávamos.

–Vai, eu começo – eu falei – hum...eu gosto de sair

–Tipo sair? Ou tipo...sair?

–Ahn?

–Não, deixa eu explicar. Você disse que gosta de sair – concordei com a cabeça – mas sair tipo, com os amigos, ou só sair?

–Ah, depende, gosto dos dois

–Ah, entendo. Eu também gosto de sair

–Sair de que tipo? – brinquei e nós dois rimos.

–Do tipo que eu vá para um lugar que tenha poucas pessoas que me conhecem

–Mas isso não é ruim? Tipo, ir para um lugar sem conhecer ninguém?

–Não, eu disse que elas não me conhecem, mas eu as conheço.

–Ah, bem. Pra mim tanto faz, mas é sempre bom conhecer pessoas novas.

–Isso também depende.

–De que?

–Sei lá, as pessoas fodem com a sua vida, e quanto mais pessoas você conhece, mais fodido você esta.

–Então o lance é se isolar do mundo? Não fazer amizades e não conhecer novas pessoas?

–Não, o lance é não confiar nas pessoas que você acaba de conhecer. E isso fica cada vez mais difícil quando você conhece uma pessoa e ela te mostra uma boa imagem, aí você fica pensado que ela é assim, mas no final ela acaba te decepcionando. Todos acabam te decepcionando. – ela deu um suspiro.

–Nossa! Realmente profundo. Mas eu acho legal arriscar.

–Eu gosto de arriscar muita coisa, mas não desse tipo.

–Então quer dizer que não tem amigos? – ela riu e olhou pra mim

–Claro que tenho. Não sou tão antissocial. Na verdade, eu nem sou. Gosto de conhecer pessoas, a parte foda é confiar nelas.

–Você é tão contraditória

–Eu sei, ás vezes nem eu me entendo – ela começou a rodopiar olhando para o alto, com a vassoura na mão enquanto lustrava o chão.

–Você é meio diferente do que eu pensava que fosse – ela parou de lustrar o chão e guardamos as coisas. Ela se sentou na cadeira e começou a escrever no registro da biblioteca.

–As aparências enganam Danny.- ela deu uma pausa- mas o que exatamente você pensava que eu fosse?

–Ah, não sei, tive a impressão de que ia me matar a qualquer momento, mas no fundo você é bem simpática, divertida, e claro, muito bipolar também.

–Ei! – ela protestou e eu ri – Mas não se acostume, só fui assim porque fizemos um acordo, quando esse castigo acabar tudo vai voltar ao normal e vou continuar te odiando.

–É, até que não é uma má ideia – nós dois rimos. Ela fechou tudo e começou a organizar em cima da mesa.

–Bem, terminamos por hoje

–Até que enfim. Que horas são essas?

–Não faço a mínima ideia, ‘pera – ela tirou o celular do bolso para olhar as horas, aposto que já era tarde, porque ela arregalou os olhos – Nossa! Nós passamos duas horas aqui! – eu arregalei os olhos

–QUE? Então quer dizer que são oito horas da noite?

–Exatamente

–Puta merda!

–Pois é, vamos logo – ela pegou o casaco e o vestiu, fomos andando em direção à porta – lembre-se, quando sairmos daqui, tudo vai voltar a ser como era antes. Sem conversa, sem intimidade, sem risadas, sem nada, só duas pessoas que não se suportam.

–Entendido. – abri a porta e deixei-a passar na frente. Olhamos pelo portão e percebemos que já estava escuro lá fora

–Caralho! Está muito escuro!

–Se quiser posso te dar uma carona

–Não, não precisa.

–Então ‘ta bom, vai pra casa sozinha nesse escuro mesmo. – comecei a andar. Não demorou muito para que ela corresse atrás de mim e me segurasse pelo braço

–Ok, você me dá uma carona até a esquina da minha rua. Mas só isso

–‘Ta. – parei em frente ao meu carro e abri a porta para ela. Ela se sentou no banco do passageiro enquanto eu entrava no carro.

–Você costuma ouvir música enquanto dirige? – ela perguntou olhando pra frente, enquanto eu ligava o carro e começava a andar.

–É, ás vezes. Tenho uns cd’s ai, se quiser pode colocar algum – ela começou a vasculhar o porta-luvas. Ela levantou um cd, eu olhei na direção dela e ela estava com os olhos arregalados.

–Nirvana? Isso é sério mesmo?

–Sim, algum problema?

–Todo problema, como assim você gosta de Nirvana?

–Gostando, ué

–Aff, ok – ela colocou o cd e alguns segundos depois o som de ‘Polly’ inundou nossos ouvidos. Sam acompanhou a música, até que ela tinha uma voz legal. Durante o caminho ela me disse onde ficava sua casa. Estacionei em sua rua e percebi uma coisa: ela morava duas ruas antes da minha, mas não ia falar isso pra ela. Sam abriu a porta e saiu

–Tchau, ovelha negra – ela me fuzilou com os olhos, mas depois riu.

–Tchau, resto de aborto – ela bateu a porta e começou a andar. Dei um sorriso.

Liguei o carro de novo e continuei andando. Cheguei no portão e coloquei meu carro na garagem. Entrei em casa e acendi algumas luzes, ninguém em casa. Comi um sanduíche que estava na geladeira e subi para o meu quarto. Entrei no banheiro e tomei uma ducha rápida, senti meus músculos relaxarem com a água quente. Coloquei uma boxer preta e me joguei na cama. Olhei no relógio da escrivaninha ’20:40’. Ainda estava muito cedo, mas eu estava tão cansado que resolvi ir dormir logo. Demorei um pouco a pegar no sono, mas enquanto estava acordado fiquei pensando sobre meu dia, ele foi realmente estranho. Tudo aconteceu tão rápido que é até difícil entender. Sam é uma garota diferente, até demais. Bipolar então, nem se fale. O sono começou a me afetar e comecei a imaginar gatos com corpos de cachorros nadando em um oceano. Fechei os olhos e caí em um sono profundo.



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Notas finais do capítulo

hey, hey, quero reviews, hein?! u.u



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