Tempos Da Esperança- Peeta & Katniss escrita por Luci Mellark


Capítulo 16
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oiiieee! Desculpa pelo atraso, mas fiquei sem internet ontem e não deu para postar :(
Meu presente de natal para vocês é um capítulo mais longo, porque como vocês mesmos disseram, são ótimos leitores! Espero que gostem!



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P.O.V. Katniss

– Paylor - chamo.

– Katniss, vocês estão bem?- Paylor adquire um tom de preocupação.

– Apesar de alguns...hmm...acontecimentos, estamos bem sim. - respondo omitindo fatos para não perder tempo.

– Vou mandar uma equipe de resgate, só preciso que me diga onde estão.

Pacificadores invadiram a sala de comando e esse foi o tempo que eu demorei para alcançar minha arma, que eu tinha deixado presa na minha roupa, e apontar novamente para a cabeça de Luke. Johanna faz o mesmo que eu, mas ao invés de apontar para Luke aponta para os pacificadores. Annie segura Luke com mais força.

– Katniss?- ouço Paylor perder a calma no telefone.

– Estamos no distrito 4, em baixo d' água, em um submarino para ser mais exata. - grito o mais alto que consigo na esperança que ela tenha ouvido o que eu disse e ao mesmo tempo em que eu fazia isso, eu não desgrudava os olhos de Luke.

– Garotas, podemos largar essas armas e conversar como pessoas civilizadas? Eu sei que vocês não pretendem matar Luke, não é?- um dos Pacificadores falou com pouca confiança no que dizia, tenho certeza de que ele não acreditava que nós iríamos mesmo nos render, mas mesmo assim ele achou que valia a pena tentar.

– Luke só não está morto porque ele é um ótimo refém. - digo com indiferença.

– Podemos sentar e negociar isso?- o mesmo Pacificador pergunta soltando faíscas pelos olhos, eu acho que ele está tentando manter a calma para que não tomemos atitudes impulsivas.

– Escuta aqui, se você quer que sua donzela desmaiada permaneça viva, vocês vão ter que nos deixar sair daqui e acabar com essa coisa toda de revolução. Eu estou farta de caras imbecis como vocês dois pensarem que as coisas vão ficar melhores se voltarem a ser como eram. E se vocês conseguissem isso, o que viria depois? Acham mesmo que vão poupar suas famílias quando for para jogar todos em uma arena? Eles não se importam com vocês, só estão usando vocês. - Johanna fala com uma mistura de raiva, amargura e ressentimento em sua voz - Vão destruir todos os que vocês amam, não vai sobrar mais ninguém. – vejo lágrimas nos olhos de Johanna que ela imediatamente seca e logo volta com sua cara carrancuda e braba.

Os Pacificadores ficam quietos e em seguida se entreolham com um olhar que podia significar milhares de coisa, mas só eles conseguiriam entender realmente.

– Vamos tirá-las daqui. – diz o outro Pacificador que até agora não tinha aberto a boca para dizer nenhuma palavra.

P.O.V. Peeta

Paylor desliga o telefone e sai correndo até a sala onde foi feita a reunião mais cedo, eu a segui até lá querendo saber o que Katniss tinha dito para ela.

– O que você está fazendo?- pergunto curioso

– Ligando para os quartos de Aidan, Gale e Ethan para que vocês quatro busquem as garotas.

– Onde elas estão?- minha vontade era de sair correndo por Panem toda à procura de Katniss por mais insensato que isso seja.

Paylor ignora minha pergunta e começa a falar no telefone.

– Preciso de vocês três agora na sala de reuniões, é urgente. - ela fala com a mesma firmeza de sempre, ela com certeza é a pessoa mais qualificada para o que faz.

A porta se abre e eu penso que poderia ser Gale, mas isso seria quase impossível porque Paylor recém terminara de falar com ele. A pessoa que entra na sala é Haymitch. Um Haymitch muito bêbado que está cambaleando. Eu vou até ele e o seguro para que não dê de cara no chão.

– O que está fazendo aqui em uma hora dessas? Deveria estar dormindo. – indago.

– Eu já cansei de vocês me deixarem de fora... eu...eu também me preocupo com as garotas. – sua fala é arrastada e transmite moleza, é difícil entender o que ele diz.

– Você vai ajudar ficando no seu quarto. - digo empurrando-o de leve até a porta.

Ele para por um instante e parece pensar na ideia. Seu estado é tão deplorável...

– Vou? – ele pergunta com o cenho franzido.

– Claro. Você só precisa voltar para o seu quarto. – falo.

Ele hesita por alguns segundos, mas finalmente cede e se arrasta até a porta.

– Boa noite.- ele dá um sorriso que faz com que seu bafo forte de aguardente me atinja.

– Boa noite.

Ele sai com passos lentos e ainda cambaleantes em direção ao seu quarto.

Em seguida, Gale, Aidan e Ethan entram na sala de reuniões.

– Vocês vão até o distrito 4, elas estão dentro de um submarino, não temos coordenadas nem uma região específica, vocês terão que encontrá-las com base nessas informações. – Paylor diz.- Vocês obviamente vão precisar de armas.- ela olha para Aidan- Aidan por favor leve-os até a sala das armas.- agora olhando igualmente para todos- Um submarino vai estar à disposição de vocês no distrito 4, o aerodeslizador vai leva-los até ele. Só temos um submarino porque os outros desapareceram provavelmente Luke está por trás disso, apesar de não termos nenhuma prova.

– Você tem alguma ideia do que está acontecendo lá?- pergunto.

– Katniss disse que estavam bem, mas fico preocupada porque no final da ligação ouvi barulhos altos e vozes que não consegui reconhecer. Mais alguma dúvida?- ela olha nos olhos de nós quatro.

Ninguém pergunta nada.

– Ótimo. Agora vão. Não percam tempo. - são as últimas palavras que Paylor diz antes de irmos até a sala de armas.

...

A sala de armas é repleta, obviamente, de armas. Mas não qualquer arma, armas dos mais diversos tamanhos e utilidades, há também bombas. Bombas iguais as que... Mataram Prim. Gale percebe meu olhar para as bombas e sabe exatamente no que estou pensando, ele baixa o olhar para o chão envergonhado do que fez e eu me concentro em escolher uma arma.

P.O.V. Katniss

Seguimos os Pacificadores pelo imenso corredor que agora já estou um pouco familiarizada. Um pouco, só um pouco, pois ainda fico confusa diante as várias portas e caminhos que parecem exatamente iguais aos outros.

– Falta muito para chegarmos?- Annie deve estar cansada de carregar Luke, que por incrível que pareça continua desmaiado.

– Tenha paciência. – é a única coisa que os pacificadores dizem.

Seguimos o percurso em silêncio.

–Katniss.- uma voz me chama.

A voz de Prim.

Parabéns.

Quando eu viro para a direção que vem a voz, Luke, que aparentemente estava só fingindo estar desmaiado, imobiliza Annie e pega a sua arma. Ele aponta para mim, bem no coração. Ele só precisa apertar o gatilho...

– Não vou correr o risco deixando você viva, já me causou muitos problemas. Você vai me servir mais se estiver morta. - ele diz sem um pingo de compaixão.

Morta. Morta. Morta.

A palavra ecoa na minha cabeça. Quantas vezes eu já quase morri? Com tudo o que eu vivi, vou acabar morrendo justamente nas mãos de uma pessoa que odeio.

Uma morte fria e rápida.

Junto o que restou da minha dignidade para morrer com honra.

– Vá em frente. Mate-me.

Ele puxa o gatilho. Eu fecho os olhos esperando que uma dor agonizante me atinja, mas nada acontece. Nada.

Luke solta vários palavrões e joga a arma com força no chão com raiva.

Johanna atira em Luke.

Seu tiro teria sido certeiro se não fosse por Luke ter desviado no último momento, mas ela consegue atingir o seu ombro. Sangue escorre pela camisa de Luke, ele coloca a mão para cobrir o ferimento e solta um gemido baixo.

Um Pacificador aponta a sua arma para Johanna e outro aponta para mim. Annie pega sua arma da mão de Luke e levanta-a sem apontar para alguém em específico, ela dá um suspiro longo na tentativa de se acalmar por estar portando uma arma. O Pacificador que apontava a arma para mim se distraiu com Annie e me deu a oportunidade de desarmá-lo. Ele me olha um pouco confuso e vulnerável.

O Pacificador que ainda tinha sua arma em mão jogou-a para Luke, que conseguiu pegá-la sem muito esforço e apontou-a para mim.

O que aconteceu naquele momento foi rápido demais para acompanhar, mas em um momento Luke estava me ameaçando com uma arma e em outro ele estava jogado no chão. Morto. Olho para a direção em que a bala veio e jurei estar tendo uma alucinação, eu estava mesmo com fome. Mas assim que ele veio correndo até mim e me deu um abraço de quebrar os ossos, eu tive certeza que era definitivamente ele.

– Eu pensei em tantas coisas... Tantas coisas que poderiam ter te acontecido. – ele fala com uma voz chorosa.

–Shhh. Está tudo bem, eu estou aqui com você. Inteira e viva. - eu falo tentando acalmá-lo.

Ele me solta para poder me ver melhor, verifica se estou mesmo inteira. Eu devo estar com a aparência horrível, suja, suada, o vestido em pedaços, mas ele me olhava como se eu fosse a pessoa mais linda que existia.

– Boa pontaria. – elogio Peeta.

– Aquilo? Eu apenas fui envolvido pela adrenalina. Ninguém ameaça a matar a pessoa que eu mais amo. - Peeta me puxa pela cintura para chegar mais perto dele.

Eu o beijo. Um beijo doce e ao mesmo tempo um pouco desesperado, como água na seca.

– Eu não sei se vocês se lembram, mas ainda temos que sair daqui. – Johanna me relembra de onde estamos e que ainda corremos perigo.

Percebo agora que Peeta não veio sozinho, Gale e outros dois homens vieram junto. Gale estava olhando na minha direção e de Peeta, mas assim que eu olho para ele, ele desvia o olhar fingindo se concentrar no que veio para fazer.

Olho para os lados e procuro pelos Pacificadores que há pouco tempo estavam aqui até Luke morrer. Não os encontro. Talvez tenham recuado, talvez tenham ido buscar reforços.

– Quais são as instruções que vocês receberam? Tirar-nos daqui ou também prender os revolucionários?- pergunto para ninguém em específico.

– Não tivemos tempo para buscar reforços para conseguir prendê-los, vamos apenas dar um jeito de sair daqui. - o homem que parecia estar liderando o grupo respondeu.

– Então vamos logo. - Annie diz.

– Vamos pelo caminho que viemos. – o mesmo homem que respondeu minha pergunta diz.

Eu me afasto um pouco de Peeta e preparo minha arma, Peeta faz o mesmo e ele adquire uma expressão mais séria, meio protetor.

...

Foi estranho ser tão fácil sair do submarino, mas eu não ia discutir sobre isso. Um aerodeslizador nos esperava na areia fofa que ficava na beira do mar. O clima era bem quente e o sol estava queimando. Gotas de suor no rosto de Johanna limpavam seu rosto sujo. Ela e Annie estavam tão detonadas quanto eu, até mais.

Entramos no aerodeslizador e o choque de temperatura foi grande, lá dentro o ar condicionado estava ligado.

– Vocês podem tomar banho e roupas limpas estão à disposição. A viajem não é muito longa, mas tenho quase certeza de que vão querer se sentir mais confortáveis. – o homem que descobri ser Aidan fala.

Eu vou até o banheiro para tomar um banho. Johanna e Annie ocupam os outros dois banheiros.

É difícil tirar o vestido porque ele está muito colado ao meu corpo por causa do suor, demoro alguns minutos fazendo isso. Jogo-me debaixo do chuveiro e a água fria me refresca. Vejo marcas do cinto de metal que foi usado para prender minha cintura.

Saio do banho e coloco as roupas que foram deixadas para mim. Roupas leves e frescas. Olho minha aparência no espelho. Estou com algumas olheiras, mas continuo a mesma. Talvez com a aparência um pouco mais velha, porém não muito.

Saio do banheiro e vou até a sala onde todos estão. Deito-me no sofá junto com Peeta com a cabeça no seu colo. Ele olha para mim e acaricia meus cabelos.

– Durma um pouco, ainda temos tempo de viajem. Você deve estar cansada. – Peeta diz carinhosamente.

Eu faço que sim com a cabeça e caio no sono imediatamente.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mandem comentários, recomendações, mensagens para que eu continue postando mais capítulos!
Obs.: Próximo capítulo vou postar até sexta que vem (03/01/14).