Por Quê Sempre Eu?! escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 4
Oi? Irmão?


Notas iniciais do capítulo

Oie! Fiquei meio triste porque o cap passado só teve um review, mas fazer o que? a história não é movida a review, mas sempre anima, né? kkkkk Enfim, não sei se os leitores daqui são os mesmos de Inimizade Amorosa, mas queria agradecer a todos que favoritaram lá! ♥ ENFIM, boa leitura!



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   Estou sentada impaciente na mesa de uma sorveteria enquanto Henri me encara. Luiza está com um outro garoto chamado Emanuel. Pelo que me parece isso é um encontro duplo. Odiei a ideia.

  - Gosta de que banda, novata? –perguntou Henri atraindo minha atenção que antes estava na rua observando um cachorro passar.

  - Me chamo Melanie, e você sabe disso. –respondi grossa. Não quero que ele goste de mim.

  - Ui, desculpe Mel. Mas de que banda você gosta? –perguntou sorrindo deixando a mostra seus dentes branquíssimos. Odeio que me chamem de Mel, só minha mãe tem esse direito. Mas também, de que adianta corrigi-lo? Ele vai continuar me chamando e Mel, nem se for apenas para me irritar.

   - Paramore. E você? –respondi por educação.

  - Paramore também! Essa banda é muito fera! Qual sua música favorita? –exclamou feliz com a coincidência.

  - Brick By Boring Brick... E a sua?

  - Now… - comentou animado. Iria continuar com o assunto, mas Emanuel voltou à mesa e se sentou ao meu lado. Emanuel era alto de cabelos escuros, quase pretos, com os olhos de um tom azul incrível, e seria até bonito se eu não me incomodasse um pouco com a sua presença. Não sei, sinto algo ruim, e ele tem a santa capacidade de conseguir me irritar facilmente. E olha que só o conheço a algumas horas.

  - Já começaram a namorar, ou ainda posso me sentar aqui? –comentou rindo quando se sentou. Lhe lancei um olhar nada amigável e ele devolveu o olhar com deboche.

  - Até parece, somos amigos apenas Emanuel. –falou Henri dando de ombros.

  - Sei... A Loirinha me contou tudo. –Emanuel disse abrindo os braços para se espreguiçar e “sem querer” bateu em minha cabeça.

  - Quantos anos você tem?! –questionei irritada com a criancice do garoto.

  - Dezesseis, por quê? –respondeu confuso.  

  - Porque parece que tem cinco. –falei revirando os olhos e ele riu.

  - Prontinho, aqui está os sorvetes! –exclamou Luiza trazendo em uma bandeja quatro taças com um “colegial”, que se consistia em uma taça com duas bolas de sorvete, salada de fruta, chantili e uma cereja.

  - Obrigada. –agradeci e os meninos também. Logo depois ouvimos um monologo de Luiza falando sobre tudo quanto é tipo de coisa.

  - Com licença, vou ao banheiro. –falei me levantando. Se ficasse ali ouvindo ela falar por mais algum tempo era capaz dela levar um choque que a faria ficar sem falar por dias.  

  Chegando lá no banheiro tranquei a porta e encarei o espelho. Logo depois que Luiza me enxotou de seu quarto tomei uma ducha e me “arrumei”. Estava com uma calça jeans escura, e uma bata vermelha, e meu all star preto.  O cabelo estava solto, mas tinha feito uma escova para não parecer uma juba de leão igual de manhã. Não era nada comparado ao “modelito” de Luiza. Ela estava vestida com um vestido solto bege com estampa de flores (que por sinal não é nenhum dos dois que ela tinha pedido para eu escolher), uma rasteirinha e o cabelo loiro cacheado nas pontas.

  - Por que mesmo que eu estou me comparando a ela?! –me vi perguntando a mim mesma. Pouco me importa minha aparência, sempre foi assim e não era agora que iria mudar.

   Abri a porta do banheiro e dou de cara com Emanuel.

  - Pelo amor dos deuses, como você faz para calar a boca da sua prima?! –ele me perguntou e comecei a rir.

  - Não ri! Eu não aguento mais ouvir aquela loira falando! E é tudo sobre assuntos que não tem importância, sabe?

  - Sei... –concordei. – Pelo que percebi ela está interessada em você. Ocupe a boca dela. – falei dando de ombros. Luiza era uma filha de Afrodite que não se importava nem um pouco com o fato do garoto que ela está interessada saber disso, então eu não estava sendo “malvada” ao falar isso.

  - O quê?! Mas eu não quero ficar com a loirinha! –ele exclamou com cara surpresa. O encarei confusa. Pelo que Henri tinha me falado Emanuel que havia pedido para conhecer Luiza, não o contrário.

  - Que pena, pelo visto teremos que aguentá-la por mais um bom tempo... –comentei.

  - Ah não ser que fujamos daqui! –ele falou pensativo e depois me olhou com uma cara travessa. – Topa?

  - Quê?! Não! Ela é minha prima, e ficaria me enchendo se eu saísse daqui, ainda mais com o garoto que ela quer ficar! –exclamei.

  - Não acho que ela estava interessada em mim. Ela dá mais atenção ao Henri. –falou dando de ombros. – Vamos! Você não sabe inventar alguma desculpa? –perguntou.

  - Sei, mas... –comecei a falar.

  - Mas nada. –ele me interrompeu e pegou minha mão me puxando igual a um louco até a saída. Isso não vai funcionar...

  - Ei! –reclamei quando ele parou bruscamente me fazendo bater nele. Estávamos na porta e ele olhava para os lados como se procurasse algo. Olhei para a mesa que estávamos e percebi que Luiza continuava a falar animadamente, mas Henri a encarava com uma cara cansada.

  - Vamos ter que sair correndo e passar ao lado deles sem que percebam... –falou Emanuel.

  - Por quê?! É só a gente ir pelo outro lado... Quer dizer, EU vou para o outro lado que é a direção de onde moro e você se vira. –comentei cruzando os braços.

  - Lógico que não! Luiza me contou que você é nova na cidade, quero te mostrar um lugar... –ele falou e antes que eu pudesse contestar novamente, ele pegou minha mão novamente e começamos a correr. Di imortales! Que garoto chato!

  Quando estávamos ao lado da janela que dava a mesa que a pouco sentamos, viramos a cabeça, mas mesmo assim Henri ainda conseguiu reparar em nós. Sua cara foi de extrema raiva. Que dó, ele vai ter que aguentar Luiza sozinho!

  - Você viu a cara dele?! –perguntou Emanuel rindo depois que viramos a esquina.

  - Sim! Ele vai querer matar a gente! –respondi rindo também.

  - Vai nada, ele é de boa... –Emanuel respondeu ainda rindo, só que um pouco mais calmo. Agora que reparei em uma coisa. Nem conheço o garoto direito e nesse momento estou sozinha com ele na rua. E se ele for um monstro?! E ele ainda disse que ia me levar a lugar da cidade... E se for a toca dele?! To perdida.

  - Que foi? –perguntou e foi então que reparei que tinha parado bruscamente de andar, soltando nossas mãos, que devo dizer, nem deviam estar entrelaçadas. O observei com cautela. Se ele fosse realmente um monstro não devia ser muito forte e eu com toda a certeza do mundo conseguiria me livrar dele. Mas se não for pode ser apenas algum garoto legal para ser meu amigo...

  - Nada. –respondi chegando à conclusão que iria ao tal lugar que ele queria me mostrar. – Onde vamos? –perguntei.

  - Surpresa. –respondeu rindo e continuou a andar, e acabei o seguindo.

  - Você não tem medo de andar por aí com um cara que acabou de conhecer? –perguntou depois de um tempo que andávamos.

  - Não, sei me defender. –respondi indiferente.

  - Ui! Já fez alguma aula de luta? –zombou.

  - Já, desde os meus dois anos de idade. –respondi dando de ombros ao ver sua expressão assustada. – Na verdade, já nasci preparada para qualquer coisa. Digamos que a genética do meu pai falou mais alto... – comentei e ri.

   - Wow! Seu pai é o que?! Um deus?! –exclamou rindo e quase respondi que sim. Digamos que ainda não me habituei em conviver apenas com mortais...

  - Não, era do exército. –menti.  

  - Ah sim... –respondeu. – Estamos quase chegando... –falou e reparei que já havíamos andado bastante. Estávamos afastados do centro da cidade, em uma área quase sem prédios.

  - O que vamos fazer exatamente? –perguntei.

  - O que vamos fazer eu não sei... –respondeu me lançando um sorriso malicioso. Desviei o olhar. – E sim o que vamos ver. Prepare-se para ver o pôr do sol mais lindo de todo o mundo. –falou exagerando um pouco.

  - Ah... –respondi sem ter o que realmente falar. Já não me sentia tão incomodada ao seu lado. Sua companhia era quase suportável. Ta era suportável. Na verdade, é ótima, não sei por que não fui com sua cara logo de primeira.

  - Você se importa de subir uma escada em... Péssima condição? –ele perguntou rindo um pouco.

  - Nem um pouco. Já escalei coisa pior. –comentei me lembrando da parede de escalada do acampamento.

  Logo após disso ele subiu primeiro uma escadinha que dava direto ao telhado de uma casa e quando chegou ao topo eu já estava em seu pé. Digamos que não subi do modo tradicional, e sim levitei. Claro, tomando cuidado para que ele não percebesse.

  - Senta aqui... –ele disse apontando um local ao lado dele.

  - Essa casa é abandonada? –perguntei com medo de estar invadindo a propriedade de alguém.

  - Sim... Desde que eu era pequeno venho aqui observar o nascer e o pôr do sol... Claro, quando dá. –falou. Realmente a vista era linda! Naquele espaço da cidade já era a margem onde não possuía nenhum prédio, apenas um vasto campo de plantações de soja. Nessa época a soja estava ainda verde, dando um toque mais bonito à vista. O céu estava com poucas nuvens, e como o sol já estava para se pôr ia de amarelo para laranja, que ia para vermelho, que ia para rosa, que terminava em um azul escuro que indicava que a noite logo chegaria.

  - Que lindo! –exclamei impressionada, e percebi que Emanuel sorriu com meu comentário.

  - Acho o céu uma das coisas mais lindas existentes no planeta. Até quando está em tempestade não perde sua beleza, porque mistura o azul com o cinza e o amarelo dos raios... Não é impressionante?! –perguntou maravilhado olhando para o horizonte. Sorri triste.

  - Sim... –concordei. Realmente meu pai faz um bom trabalho cuidando do céu. Pena que ele não faz um bom trabalho cuidando de mim.

    - Que foi? Parece triste... –comentou.

  - Eu só... Não gosto muito de olhar para o céu. –admiti abaixando o rosto.

   - Nossa! Então errei feio te trazendo aqui! –ele falou batendo a mão na testa. Comecei a rir.

  - Não é isso! Calma! –pedi rindo.

  - Então o que é? –perguntou.

 - É que... Meu pai morreu no ar, entende? –menti descaradamente. Não dava pra falar a verdade, ele me chamaria de louca.

  - Ah... Entendo. O meu não, ele vive no ar. –falou e estranhei.

  - Como assim? –perguntei e ele fez uma cara surpresa.

  - Ah... É que ele é piloto. –respondeu como se fosse obvio. Mas acontece que quando seu pai é o rei dos céus, nada nunca é obvio.

  Ficamos por algum tempo quietos observando a paisagem (consegui ver Apolo puxando o carro do sol, provavelmente dando lugar a Ártemis) e uma saudade do acampamento bateu com muita força. Não gosto de estar longe de lá, e nem da minha mãe. Por mais desnaturada que ela seja, eu a amo e é estranho ficar tanto tempo longe dela. Ta estou exagerando. Acho que devo estar na TPM...

  - Você acharia louco se eu dissesse que você é muito mais bonita que Luiza? –perguntou Emanuel. Ih... Lá vai começar com as cantadas baratas? Será que não dá pra ter apenas uma amizade?!

  - Acharia. Ou melhor, só não acharia como acho. Acorda, ela é a garota “perfeita”. –falei sem querer dar continuidade aquela conversa. – Você viu que o tempo ta fechando? –comentei olhando uma única nuvem cinza avançando.

  - Boa tentativa. –ele falou e riu.

  - Mas é verdade! E a nuvem está se aproximando daqui... –comentei achando estranho. Virei para o lado e percebi que a nuvem não era a única coisa que estava se aproximando. Gelei. Nunca beijei ninguém, ninguém nunca nem deu em cima de mim. Sou uma pessoa inexperiente no assunto amor, meus pais não me amam, não tenho irmãos, não tenho amigos e nunca namorei. Digamos que sou uma pessoa que é difícil de lidar...

  -Emanuel... –avisei já quase lhe dando um choque por estar tão perto de mim, mas antes que eu pudesse fazer alguma coisa um raio caiu a cinco centímetros de nossos pés.

  - WOW! –Emanuel gritou e segurou minha mão na hora do susto.

  - PAI! –exclamei sem pensar. Di imortales! Sério que ele não ia deixar eu ter meu primeiro beijo?! Até aqui no Brasil ele iria me atrapalhar?! Que droga! Por quê sempre eu?!

  - Pai?! –Emanuel perguntou me fazendo perder a cor. Como iria explicar?

  - É, "pai"... É uma expressão, sabe? –menti, mas não o convenci.

 - É que... Am... Você vai me chamar de louca, mas... Na verdade, na verdade, meu pai não era do exército coisa nenhuma. E nem está morto. Ele é um deus... Mais precisamente o rei dos céus, Zeus. –contei esperando uma risada, pois é claro que iria rir da minha cara.

  - O QUÊ?! –Bradou. – FALA SÉRIO! –gritou.

  - Mas eu estou falando... –choraminguei. A nuvem ainda pairava sobre nós, mas em vez de raios agora um vento cortante nos assolava.

  - Mas... Mas... MEU pai é Zeus! –Emanuel falou e meu queixo caiu.

  - Oi? Então você é meu... irmão?!


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Notas finais do capítulo

E ai, mereço review? -sei que não porque a história está uma titica de cavalo, maass... Enfim, por favor gente, me falem o que tão achando porque estou pensando se faço uma continuação... Enfim, obrigada por ler! XD Beijos!



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