Sweet Girl escrita por Just a Girl


Capítulo 3
I do not care (Eu não me importo)




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Jade Narrando:

O resto do final de semana passou rápido... Rápido até de mais. Minha avó havia me colocado de castigo, o que eu achei um absurdo, a final, ela me colocou de castigo por falar a verdade, mas eu não me importei, eu ia passar o final de semana trancada no quarto mesmo sem ter ficado de castigo. Segunda-feira. Acordei com o irritante barulho do despertador. Peguei o maldito aparelho e o joguei com toda força possível no chão. Infelizmente ele não quebrou, mas parou de tocar. Eu poderia ficar em casa dormindo, e era isso que eu ia fazer se minha avó não fosse até meu quarto me chamar.

Juntando forças, eu me sentei na cama. O aquecedor estava ligado, e mesmo assim eu sentia frio. Olhei para os lados, em um havia uma parede branca sem graça, e sem nada, já na outra havia uma janela, que a cortina cobria metade da mesma, e na outra metade a claridade entrava batendo bem em meu rosto. Passei a mão pelos meus olhos, e pisquei algumas vezes, até em fim me acostumar totalmente com a claridade. Olhei para o aparelho no chão, que marcava 7:00 am. Sorte minha a escola só começar ás 8:10 am. Me levantei e entrei no banheiro, me despi e fui para debaixo do chuveiro onde a água descia. Tomei meu banho e me vesti.

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Desci as escadas devagar, sem pressa. É, eu teria mesmo que enfrentar o inferno. Nem me dei o incomodo de olhar onde minha avó estava, eu apenas sai de casa em direção a escola. Novamente era um dia frio ali. Não era apenas o fato de que as roupas que eu e as pessoas vestiam naquele tempo escondia meus cortes, o frio realmente me fazia bem. A beleza das ruas cobertas de neve era inacreditável, e me distraia. Parei um pouco, e fechei meus olhos por um momento... O tempo podia parar, bem ali. A brisa batia em meu rosto, e tudo que eu queria era sumir. Ter paz sempre, como eu estava tendo naquele momento. Voltei á realidade e continuei a andar. A escola ficava a apenas 3 quadras de minha casa, e isso para mim com certeza era ruim.

 Olhei para a tela do meu iPhone, que marcava 7:39 am. Olhei para frente, e percebi já estar em frente ao portal do colégio. Respirei fundo, e entrei. No mesmo instante todos olharam para mim... Como sempre. Algumas pessoas cochichavam, outras riam, mas eu não me importava. Fui andando em direção ao meu armário. Parei em frente a ele e abri. Depositei alguns livros, e peguei outros. De um lado senti olhares sobre mim e suspirei pesadamente. Olhei para o lado oposto dos olhares e vi ele.

Realmente, Diego estudava ali. Era do "grupinho" dos populares. Incrível, aquele pessoal sempre me zoava, como eu nunca havia o visto? O observei por um tempo, ele usava uma camisa golo polo, um jeans, e um all star. Seus cabelos negros arrumados em um topete. Algumas garotas olhavam para ele e suspiravam. Senti ele se virando para direção onde eu estava parada o olhando. Em um movimento rápido eu me virei par frente do armário, fazendo com que o coque que prendia meus cabelos se desfazer, revelando meus cabelos castanhos e lisos. Senti olhares sobre mim. Rapidamente prendi o meu cabelo, e me virei. Umas pessoas me olhavam espantadas, e ele...Ele sorria. 

O sinal tocou, e as pessoas começaram a circular pelo corredor. Fechei meu armário e me dirigi até minha sala. Entrei e novamente os olhares de direcionaram para mim, a garota estranha e misteriosa. Misteriosa...Essa palavra me lembrava muito do passado, quando eu não era deste jeito. Lembro-me de quando entrei na escola. Era famosa por ser uma novata, mas não só por isso. As pessoas diziam que eu era bonita, e legal. Um dia eu me fechei. Nada, nem ninguém conseguia se aproximar de mim. Os boatos correram, mas o mistério nunca foi descoberto. A única coisa que eles queriam saber era o por que de eu ter me fechado. 

Me sentei na mesa de sempre, e logo o professor de química entrou. Ele se dirigiu a sua mesa e colocou suas coisas ali. Logo passou os olhos pelas garotas, e me fuzilou. Meu rosto ficou vermelho.. Eu não havia corado, eu estava com raiva. Daniel, ou "Sr. Woodsen" como ele preferia ser chamado não gostava nada de mim. Não sei qual era o problema dele, mas o que ele sentia por mim, eu sentia por ele... Raiva.

[...]

Jade Narrando:

Depois de dois entediantes horários de química finalmente deu o sinal para o intervalo. Tirei minhas coisas de cima da mesa e sai. Passei pelo corredor e ele estava ali, junto com seu grupinho. Me dirigi até meu armário e depositei minhas coisas ali. Peguei meu iPhone e fui para a cantina. Comprei um pão de queijo grande e um suco de laranja. Comi meu lanche e fiquei ouvindo música. Abaixei minha cabeça e apoiei em meus braços que se encontravam em cima da mesa em que eu estava sentada sozinha. Coloquei meus fones e fechei os olhos. Por alguns momentos me senti em um outro mundo, em um lugar melhor. Mas voltei a realidade quando percebi uma pessoa sentando ao meu lado.

Lentamente levantei minha cabeça e o olhei. Ele sorria como sempre. O fitei por uns instantes. Ele me olhava com cara de nada.

-O que faz sentado aqui? Com certeza você não vai querer manchar sua reputação. - Ele riu.

-Não sou assim Jade. Você pode pensar que sou como eles, mas não. Se você ainda não percebeu eu não estou nem ai pra essas pessoas que estão nos olhando neste exato momento e cochichando. - Revirei os olhos.

-Diz logo, o que quer? - Seu sorriso voltou.

-Sair com você. 

-Vai sonhando. Diego, se você ainda não percebeu eu sou a garota mais esquisita, e misteriosa do colégio. Não sei o que quer, mas não vai conseguir. Não vai me fazer sair com você, nem nada parecido.

-Resistente! - O sinal tocou. - Eu ainda não desisti.

Ele se levantou e se dirigiu para a sala, e eu fiz o mesmo.

[...]

Jade Narrando:

Depois da escola, como sempre fui direto para minha casa. Cheguei na mesma e entrei. Ia passar direto e subir, mas uma voz me impediu.

-Ah, você chegou! Porque não tomou café hoje?

-Por que eu não estava com fome.

-Faça me o favor de subir para este quarto e...

-Com prazer. - Falei com ironia e subi correndo para o meu quarto.

Eu não estava mais aguentando aquilo, ela estava me sufocando. Eu preferia mil vezes a escola do que aquele aperto. Definitivamente minha avó não gostava de mim. Ela queria me ver trancada no quarto, como eu sempre fiz, mas desta vez ela achava que eu estava ali por que ela mandava. Tirei minha roupa e a joguei por qualquer canto do quarto. Vesti um short de pijama preto e uma blusa branca. Abri as cortinas, pela 1º vez eu não havia reparado no tempo ao voltar para casa. Um branco caia do céu e preenchia o local. Estava nevando. Me deitei e fiquei olhando para cima. Por um momento parei para pensar... Eu... Estava fazendo o que minha avó queria. 

Bruscamente me levantei e peguei uma roupa em meu guarda-roupa. Me vesti e desci as escadas.

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-O que está fazendo? Mandei você ficar no quarto!

-E desde quando você manda em mim? 

Não esperei ela falar, sai de casa batendo a porta. Comecei a andar sem rumo. Minha vida não podia estar mais confusa. Fui ate o parque... Não sei porque mais ali era um bom lugar. Me trazia paz e calma. Acho que era por causa das crianças, casais, das famílias que ali ficavam. Isso trazia uma energia boa. A neve já havia parado de cair. Ao chegar no parque me sentei no primeiro banco que eu vi. Eu queria fugir, sair da realidade, e viver uma vida perfeita, mas infelizmente isso não era possível.

[...]

Jade Narrando:

Olhei para a tela de meu iPhone em quanto eu andava. 20:38 pm. Eu ainda estava na rua... Nem um telefonema, mensagem.. Nada.  Resolvi voltar para casa. Eu passava por várias casas. Cada uma delas morava uma família diferente, e a cada passo meu rosto se virava, e eu olhava para dentro pela janela. Eu via, eu podia sentir a felicidade das pessoas, e isso me deixava triste. Ela eram felizes, não eu. Comecei a andar cada vez mias rápido, e logo eu havia chegado em casa. Abri a porta e entrei.

-Jade. - Chamou-me com a voz calma e serena.

Eu me aproximei de onde ela estava.

-Sabe de uma coisa? Você não vale nada! - Esbravejou. - Não presta, a única coisa que você me da são prejuízos. Não obedece as pessoas...

-Eu...

-NÃO TEM AMOR PRÓPRIO. - Elevou o tom de voz. - Vive se lamentando, oh céus. Com certeza você não vai...

-PELO MENOS EU SEI AMAR, O CONTRÁRIO DE VOCÊ. EU PELO MENOS ACEITO A REALIDADE, EU SEMPRE SOUBE DA VERDADE, E A VERDADE MESMO É QUE VOCÊ NÃO PRESTA. - Sai correndo para cima. Deitei em minha cama e comecei a chorar.

As lágrimas desciam, e era inevitável não sentir dor. Eu pensava que minha avó havia ao menos um respeito por mim, mas como sempre eu estava errada. Ela não era um ser humano. Não para mim. Entrei no banheiro e me olhei. Minha maquiagem preta havia escorrido, eu estava horrível. Minha pele muito branca, e meus olhos vermelhos. Me observei por um tempo, e então peguei uma lâmina. Comecei a me cortar, cortes cada vez mais profundos como sempre. Dessa vez era real. Ela que não valia nada. Ela não prestava, eu tinha nojo dela. Aquela casa era realmente minha, mas para ela isso não importava. Eu a odiava. Os cortes ardiam, mas a dor não era nada comparada á dor que eu havia sentido á minutos atrás... Na verdade eu ainda sentia. Por que me esconder? Justo agora? O sangue saia, mas eu não me importava. Não me importava, e essa era a verdade e a mentira ao mesmo tempo.

Continua...


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