Sweet Girl escrita por Just a Girl


Capítulo 1
Pain? Suffering? It does not matter.


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Jade Narrando:

Eu andava pelas ruas de Londres, em busca de algo para fazer... Era sempre assim. Nenhum amigo, nem nada para fazer. Vi a "Starbucks Coffee", era onde o pessoal da escola geralmente ia as sextas, que por acaso, era o dia de hoje. Fui até a porta e decidi entrar. Abri a porta, e o sininho tocou. Continuei andando a procura de uma mesa vazia, e quando encontrei, sentei. Olhei para os lados... Como eu esperava, ninguém havia me notado. Uma garçonete se aproximou para anotar meu pedido, eu apenas quis um chocolate quente. Olhei para fora pela janela, a neve caia. Era mais um dia de frio em Londres. 

Me perdi olhando pra neve, a neve que caia solta, e as vezes era levada pelo vento. O branco que inundava as ruas de Londres... Era apenas neve.

Fiquei observando mais um pouco, e quando me dei conta a minha bebida já havia chegado. Peguei o copo dando um pequeno gole daquela bebida doce, e quente. De gole em gole eu ia bebendo em quanto observava a neve. Ao terminar eu me levantei e paguei a bebida, comprei também um cookie de chocolate. Sai pelas ruas a fora. A neve me lembrava do natal, que logo chegaria. Era fim de ano, e eu dava graças a Deus por isso. Férias, da minha escola, da minha família... Férias de tudo, era só isso que eu precisava. 

Me sentei em um banco, olhei em volta e percebi estar no parque central. Olhei para algumas crianças brincando nos brinquedos, outras se pendurando em árvores. Automaticamente senti falta de minha infância... Não queria voltar no tempo. Não gostava de andar para trás, e não queria voltar a ser a "doce garotinha" que eu era. Pra mim, o que vivi não passou de uma mentira, uma mentira que demorou, e custou a ser descoberta. Os únicos que sei que me amaram de verdade foram os meus pais, e mesmo assim eles me deixaram. O resto... O resto era resto. Um bando de pessoas interessadas apenas em meu dinheiro.

Eu vinha de família nobre, a dois anos meus pais morreram em um acidente de carro. A culpa não havia sido deles... Eles voltavam de uma festa em um sítio, quando um caminhão que vinha desgovernado bateu neles. Desde lá, não sou a mesma... Acontece que eu não mudei, eu apenas me descobri. As pessoas dizem que me preferem do jeito que eu era antes, mas eu não ligo. Pra mim eu sou a mesma, a final, não há nada de errado em mudar um pouco o seu estilo, não é mesmo? Não... Eu não havia mudado apenas meu estilo. Eu admito que estava diferente, mas nesses dois anos descobri que nada, nem ninguém vai conseguir fazer com que eu volte a ser quem eu era.

Me levantei e comecei a andar pelo parque... Distraída, eu olhava para os lados, as vezes me perdendo na neve. Suspirei pesadamente. Peguei meu iPhone e olhei as horas, logo eu teria que voltar para casa. Continuei andando, se via todo tipo de pessoa no parque, alguns sozinhos, outros acompanhados com a família. Alguns levavam seus cachorros para passearem, outros faziam piqueniques. Respirei fundo ando de começar a andar novamente, mas ao dar o primeiro passo esbarrei em alguém e cai no chão.

-Desculpa! - A pessoa falou, não me importei, estava acostumada a ser invisível. Estava de cabeça baixa, ainda sentada no chão esperando que a pessoa fosse embora e deixasse que eu me virasse, mas não o fez. - Deixe me te ajudar. - Estendeu a mão. Me arrisquei e peguei em sua mão. Ele me puxou para cima, me levando para perto do mesmo. Arrisquei novamente, e levantei minha cabeça, fitando seu rosto, que estava muito próximo ao meu. - Prazer, meu nome é Diego! - Sai do "transe" com suas palavras, e discretamente balancei minha cabeça.

-Ahm... Ér... Sou Jade. - Falei e dei o meu melhor sorriso, que nem era lá essas coisas.

-Muito prazer Jade. - Eu não respondi, apenas continuei sorrindo, na esperança de que ele iria me achar uma doida e iria em bora antes de eu falar alguma bobagem, mas não foi bem isso que aconteceu. -Ér... Nós não... nos conhecemos?

-Muito improvável... Não sou muito sociável.

-Acho que... Já te vi em algum lugar.

-Acho que não. Não saio muito também.

-Mas você estuda!

-É...

-Já te vi algumas vezes na escola. Você nunca me viu?

-Não sou muito de reparar nas pessoas. - Ele se calou. - Então... Eu, tenho que ir. 

-Ah, sim. Tchau Jade.

-Tchau!

Eu corri dali... Literalmente corri. Parei e olhei a minha volta, a neve caia serena, continuei o meu caminho andando, antes que eu levasse um tombo. Tudo que eu menos queria, isso não podia acontecer. Eu era eu mesma, e nada nem ninguém me mudaria. Certo? Eu não ia voltar a ser o que era... Certo? Continuei andando e quando dei por mim, já estava em casa. Abri a porta, fechei, e subi as escadas correndo. Entrei no meu quarto e bati a porta um pouco forte. Sentei em minha cama e fiquei pensando. Eu não queria, não queria que tudo voltasse. O tempo ia pra frente, e a nossa vida tinha que seguir com ele... Pra frente. Fechei a janela, puxei a cortina, liguei o ar condicionado, e me deitei. Esse era o modo como eu passava minhas tardes, e eu estava muito bem assim, não queria nada mais. Me levantei e fui até o pequeno banheiro que havia em meu quarto. Tirei minhas roupas e liguei o chuveiro. A água morna descia sobre minha pele, eu olhei para meus pulsos onde haviam cortes profundos, que ardiam por causa da água, apesar de terem sidos feitos na noite anterior... Acho que havia feito profundo de mais, mas eu não ligava. Terminei de tomar meu banho e me vesti.

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Desci as escadas e minha avó estava na cozinha preparando algo, provavelmente um lanche pra mim, em bora ela saiba que eu provavelmente não vou comer... 

-Oi Jade.

-Oi Vovó.

-Eu estava aqui preparando um lanche pra você e...

-Eu agradeço, mas não estou com fome.

-Você precisa comer, não comeu nada ontem e não tomou seu café hoje.

-Mas eu tomei um chocolate quente, e comi um cookie no Starbucks.

-Um copo de chocolate quente e um cookie? Isso é muito pouco. Você vai comer e pronto! - Ela falou com firmeza, e eu soltei um suspiro pesado.

-Ok vovó. - Disse seca.

Minha avó é uma das poucas pessoas que se importa comigo, mas não acho que ela me ame... Apenas cuida de mim já que eu não tenho ninguém. A observei enquanto ela colocava muita coisa em cima da mesa. Bolos, pães de queijo, torradas, potes com geleias de diferentes sabores, sucos... Emfim, tudo que eu não comeria pelo simples fato de não estar com fome. Eu não sou doente, não como e coloco tudo pra fora, eu apenas... Não como. Minha avó continuou colocando coisas em cima da mesa... Pra que tanta comida? Lembrei dos tempos antigos, eu adorava ir pra casa da minha avó, ela me servia de vários tipos de comida, mas desde o acidente que matou meus pais eu não sinto a menor vontade de comer.

-A mesa está servida... Só vai poder sair desta cozinha depois de comer.

Novamente soltei um suspiro pesado. Puxei uma cadeira e me sentei. Olhei para aquela mesa, e só de ver toda aquela comida meu estomago revirou. Olhei enjoada para tudo aquilo, e depois para minha avó, que me observava. Respirei fundo. Comi dois pães de queijo, um copo de salada de frutas, uma torrada com geleia e bebi um copo de suco. Eu já estava quase explodindo de tanto comer, mas sabia que aquilo para minha avó era o mínimo, e que ela não me deixaria sair dali se eu comece menos.

-Posso voltar para o meu quarto agora?

-Pode!

Sai da cozinha e subi as escadas correndo. Fechei a porta do meu quarto e me joguei na cama. Fiquei imersa em pensamentos e acabei dormindo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

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