Rose: O que foi que você disse, Conde?

Conde River: ... Conde Phantomhive, eu sinto muitíssimo pela interrupção, sei que o assunto sobre Jack The Ripper é muito importante, mas gostaria de pedir que nos desse licença.

Ciel: Espero que não haja problemas em me deixar ficar.

Uma sombra de irritação passou pelo conde River, e ele disse algo para si mesmo, o que eu ouvi como um "crianças..." irritado. Pela cara irônica que o Conde Phantomhive fez, imagino que tenha escutado também.

Conde River:... Tudo bem. Senhoritas Rosely e Lilian Bringwood, filhas de Katherine Bringwood, certo?

Lily: Sim senhor, mas me chame de Lily.

"Não puxe o saco dele." pensei, irritada.

Conde River: Claro, afinal, como eu já disse, são minhas filhas. Eu... decidi assumir meus erros do passado. Sim, será um pouco difícil para que entendam, mas eu sou pai das duas...

Rose: Entendo claramente, senhor River.

River: Me chame de "pai", por favor.

Rose: Não lhe farei tal favor. Nunca iria te chamar disso. Se fosse nosso pai, por quê diabos nos deixaria naquela casa depois da morte de nossa mãe, na pobreza e ainda por cima sozinhas!

O Conde realmente parecia ofendido.

Conde River: Você não entende... eu já era casado, e agora minha esposa faleceu... e eu não sabia que sua mãe estava morta, só fui saber á alguns dias atrás... Entenda, eu não podia me casar com uma costureira, pois...

Rose: Pois você é um nobre. E daí? Não vou passar a mão na sua cabeça como todos fazem, Conde. Sinto muito.

Me virei para ir embora, mas Lily segurou meu braço.

Lily: Rose, espere... ele está arrependido...

Rose: Não ligo se ele se arrependeu e não me importaria se pulasse de um penhasco, eu nunca aceitaria isso!

Lily: Mas... Rose...

Rose: Se quer ficar aqui e puxar o saco dele como todo mundo, FAÇA, eu vou ficar bem melhor sem ter que cuidar de você!

Quando me toquei da besteira que tinha dito, já era tarde demais. Eu estava correndo para fora da mansão desesperada, seguida por Michael, que pedia que eu me acalmasse. Uma hora ele se cansou e parou de me seguir.

Eu estava perdida. Não sabia como tinha vindo parar naquele lugar tão rico, e todos me olhavam feio... Eu queria matar todos eles.

Anoiteceu, e eu continuava perdida. Me encostei em uma parede úmida para respirar um pouco. "eu vou ficar bem sem ter que cuidar de você". Eu não posso ter dito isso, não posso. Me lembrei da cara de admiração do Phantomhive ao me vez desafiar o River, o que me fez rir, mas antes que eu percebesse, estava na verdade chorando.

Eu não tenho mais nada. NADA.

Foi quando ouvi um grito abafado, e vinha da casa na qual eu estava encostada. Olhei para a casa confusa, e agora estava silenciosa. Era um tanto assustador, afinal, eu percebi agora, mas... a rua está deserta. Comecei a tremer.

Me encolhi um pouco para dar uma espiada na janela, e o que vi era algo mais do que assustador.

Tinha uma sombra se movendo, e uma mulher jogada no chão, com a boca amarrada. Ela acabou de levar um soco violento.

A seguir, uma coisa que fez meu coração dar um pulo: Ela fora esfaqueada, bem na região onde deveria ter... O ÚTERO?

Ah não.. não pode ser... isso é...

Jack The Ripper!

"Ah meu Deus, eu sou a testemunha!". Abafei um grito, ao enxergar o rosto do criminoso: Dentes horrivelmente pontudos, cabelos vermelhos e olhos amarelados... Isso é um ser humano?

Dei meia volta e saí correndo. Na mesma hora começou a chover, o que aumentou meu desespero. Para onde ir agora? Eu já estava longe da cena do crime, agora, e pude avistar a casa do Conde River. A carruagem que deveria pertencer ao Phantomhive ainda parecia estar lá.

Já sei o que vou fazer, e me odeio por isso.

Eles estavam falando sombre Jack The Ripper, não estavam...? Isso, era isso mesmo!

Eu tenho que dizer á eles. Eu sou uma maldita testemunha, e me odeio por isso, mas eu tenho que dizer para eles.