Deixe-me tomar o comando um pouco. Luke disse.

Não irá fazer nada de errado? Cronos respondeu. Se fizer transformo teu corpo em cinzas.

Não senhor. Luke respondeu. Só preciso relaxar um pouco... Algum lugar que me lembre de...

Thalia? Cronos perguntou. Você ainda gosta dela? Isso é uma fraqueza muito séria, precisa se livrar disso.

Luke silenciou por um longo tempo.

Okay. Cronos disse. Como recompensa do seu desempenho eu lhe darei o controle do nosso corpo por uma noite. Só isso. Saia quando estiver escurecendo. Volte ao amanhecer. Não me peça mais nada.

Luke/Cronos parou em Virginia. Estava quase anoitecendo, o que significava que ele teria controle sobre seu corpo mais uma vez. Só mais essa vez. Ele precisava relaxar um pouco, mas a voz de Cronos ficava falando com ele a cada 5 minutos lembrando que qualquer tentativa de conspiração iria o fazer ser destruído. Ele começou a falar com Cronos em voz alta.

–Cale a boca. – Foi a ultima coisa que disse. A noite estava úmida e o céu negro. Não tinha ninguém em volta exceto... Uma garota de talvez vinte anos num banco. Tinha olhos azuis e cabelos negros, compridos e arrepiados, e um delineador escuro em volta dos olhos, borrado, fazendo parecer que ela estava chorando. – T-thalia?

Ela o olhou como se fosse louco.

–Não. Ela respondeu. Meu nome é Rafaela. De que hospício você escapou pra ficar falando sozinho assim?

O mesmo jeito rebelde... Luke pensou.

–Sou Luke Cronos. – ele falou.

–Que sobrenome estranho. – ela falou – Cronos não é um titã ou coisa parecida? Você não é daqui, não é?

–Não sou daqui, posso te garantir isso princesa. - Ela sorriu como se fossem amigos há muito tempo, dividindo uma piada antiga. – Você estava chorando?

Ela baixou os olhos.

–Tive um desentendimento com... Meu namorado. Só isso. Acabei terminando com ele. Eu não devia estar contando isso a um estranho.

Luke suspirou.

–Eu estou um pouco triste também. Magoei a pessoa que eu mais amava. Agora ela me odeia. E você... Parece muito com ela... Me faz lembrar o que eu não queria.

–A tal da Thalia? Me desculpe.

–Não tem o que se desculpar – ele falou sentando no banco.

Eles passaram a noite juntos conversando. Luke dormiu na casa dela, acordando ao amanhecer, saindo de fininho, sem antes deixar um bilhete.

Cronos não parava de xingar Luke. Luke revidava o que fazia Cronos ficar mais zangado, mas Luke não ligava. Não parava de pensar na mortal que tinha conhecido e em Thalia. Sua mente estava a mil com isso, e ele nem se dava mais ao trabalho de responder Cronos.

Treze anos se passaram desde aquilo. Luke estava no Elíseo. O mundo estava em paz novamente.

...

–Me explique de novo. – Bianca pediu a Quiron.

Bianca tinha cabelos loiros com algumas mechas negras espalhadas por ele, olhos extremamente azuis, e um corpo atlético e bonito, e bem desenvolvido para sua idade, que era de 12 anos.

Quiron suspirou.

–Seu pai era um deus/deusa grego/a. Aqui é o único lugar pra você ficar segura, sem monstros te atacando o tempo inteiro. Você treina pra se defender. Entendeu agora?

–Acho que sim. – ela falou.

–Graças a Zeus – Quiron disse – agora, Annabeth, leve ela pra conhecer o acampamento.

–Sim senhor – Annabeth disse. Ela estava esperando o primeiro filho, e iria morar no Acampamento até Percy achar uma casa pra eles. Depois da guerra contra Gaia tudo havia se acalmado. Durante o passeio Annabeth teve que correr pro banheiro, mas fora isso estava tudo bem.

Ela mostrou tudo para ela, e foi levar Bianca para escolher uma arma, no chalé de Atena. Bianca revirou tudo: espadas, adagas, gládios, arcos-e-flechas, tridentes e lanças, mas não encontrou o que queria.

–O que está procurando? – Annabeth perguntou com uma cara de enjôo.

–Não tem nada como uma... Foice?

–Não. – Annabeth disse – acho que não tem... Oh, espere tem sim. Mas está bem guardada.

Ela abriu uma caixa como à de um violão, com cerca de dois metros de comprimento, e lá havia uma foice em forma de meia lua muito bem afiada.

Bianca a pegou exatamente como deveria.

–Você já tinha manuseado uma foice antes? – Annabeth perguntou.

–Não. Mas são armas de combate perfeitas. Lâmina afiada, ótimo alcance, bom corte... – ela parou. Da onde tinha tirado aquilo? Ela nem sabia o que uma espada podia oferecer.

–Oh – Annabeth disse –é feita por um dos nossos melhores ferreiros, essa é uma réplica de outra foice, a foice de Cronos. – Ao ouvir o nome Cronos seu corpo inteiro tremeu, seus joelhos viraram gelatina e ela caiu de joelhos no chão. – Bianca! Você está bem? Pode me responder?

Bianca ergueu os olhos e disse:

–E-eu só... E-eu só t-tive... Tive um momento de fraqueza. Eu... – ela respirou fundo – não foi nada.

–Eu que estou grávida e você que passa mal? Vem, vamos terminar o tour.

Elas passaram por uma quadra de basquete e uma de vôlei, as forjas e alguns dos chalés. Ela entrou no de Hermes e se sentiu estranhamente bem-vinda naquele chalé. Ela adentrou mais um pouco e um balão de água foi jogado na cara dela. Dois garotos de uns vinte anos não paravam de rir, provavelmente gêmeos “Nossas boas-vindas, novata” um deles falou “vai morar com a gente até que seja reclamada” o outro acrescentou.

–Há-há, boa pegadinha, Connor e Travis – ela falou.

–É foi uma boa... Espere como sabia nossos nomes? – Connor perguntou.

–Nunca te vimos na vida! – Travis disse.

Bianca ficou paralisada. Os nomes simplesmente tinham vindo na cabeça dela. Ela gaguejou um “eu não sei” e saiu do chalé.

Annabeth seguiu ela olhando-a com curiosidade.

Elas foram até onde Percy estava treinando com a espada, na Arena.

–Percy! – Annabeth chamou.

Percy se atrapalhou com os próprios pés e foi correndo até ela.

–O que foi? Quer algo? Alguma comida, bebida, ou...

–Eu só quero que você já comece a instruir essa semideusa.

Bianca brincava com a foice com destreza. Percy a chamou.

–Vamos começar com movimentos básicos. – ele falou – tente me desar...

Com um movimento rápido Bianca fez a espada saltar da mão de Percy e estava com a foice a meio centímetro da garganta dele.

De onde ela tinha tirado aquela energia? El não sabia. Ela pediu desculpas e afastou a lâmina da garganta de Percy. Ele esfregou a garganta, agradecendo que ela não rasgou sua pele. Ele tinha más experiências com foices.

–Isso foi – ele parou para respirar – foi incrível. Vamos tentar numa batalha real agora.