O Primeiro Massacre Quaternário - The 25th Hg escrita por Everaldo Tavares


Capítulo 1
A escolhida




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Primeiro veio o apagão.

                – O que é isso? – perguntou a mãe, surpresa – Kelvin, o que está acontecendo?

                Depois a porta dos fundos explodiu. A família, sentada à mesa, levantou-se imediatamente.

Antes que o pai pudesse reagir, uma bolinha de metal voou de algum canto da casa, acertando-o no pescoço. Ao pousar a mão no local, sentiu seu sangue, viscoso e quente, empapando a sua camisa. Mal recuperado, outra o acertou na nuca, fazendo-o estirar a cabeça para trás de dor. Kelvin, já quase inconsciente, formou a última palavra de seus lábios: perigo. Depois caiu no chão com um baque surdo.

– Lee, apresente-se. Não há motivos para pânico. Somos Pacificadores e viemos buscá-la.

                Durante algum tempo, todos ficam em silêncio ao redor da mesa de jantar. Lee, sem alterar a voz, interrompe:

                – O que querem?

– Pegue. É para você – Dois envelopes são jogados em seu rosto – Terá tempo de ler no caminho. Por favor, acompanhe-nos imediatamente.

                Lee esticou a mão para pegá-los no chão, ao mesmo tempo em que uma alavanca estralou em sua mente. Ela sabia que envelopes eram aqueles. Mas já era tarde demais. Lee, que estava com o indicador encostado em um, tentou recuar. Seus olhos se arregalaram quando sentiu uma movimentação estranha. No mesmo instante, uma bomba explodiu na casa. Uma fumaça, de cor néon verde, espalhou-se pelo cômodo, iluminando-o com uma luz de aspecto radioativo. Lee prendeu a respiração e correu. Correu como se sua vida dependesse disso.

Ao chegar ao buraco, que antigamente era a porta dos fundos, silhuetas negras já estavam barrando sua passagem. Ela se voltou para a direção contrária e disparou para o segundo andar. Pelo caminho, viu que seus familiares estavam desmaiados. Ou mortos, pensou ela. Isso já não tinha mais importância. Sua vida era o que mais importava naquele momento. Ela não seria uma presa fácil.

Lee Rob viu que o segundo andar da casa estava livre. Ela rumou para o sótão, mas, sem que ela previsse, sentiu uma picada, semelhante à de uma abelha, em seu tornozelo. Com uma mão fechando o nariz, ela passou a outra no lugar da dor. Sentiu a maciez de pelos deslizando entre seus dedos. Droga, droga e droga!

Um dardo. Em uma ponta estava enfeitado com plumas coloridas e, na outra, uma enorme agulha estava dentro dela. Lee a arrancou. Sangue escorreu. Só que já era tarde demais. A toxina já estava rondando em suas veias. Ela podia sentir aquilo girando dentro do seu corpo. Uma extrema vontade de dormir tomou posse do seu corpo.

Ela caiu de joelhos. Mesmo não querendo, suas pálpebras começaram a pesar, seu corpo a ter espasmos, até que sua mão caiu do nariz, permitindo que a fumaça de aspecto radioativo penetrasse em seus pulmões.

– Bem-vinda ao Primeiro Massacre Quaternário, Lee – de repente, uma voz passa a falar com o sotaque da Capital – Durma! Fará bem a você!

Então quer dizer que o Distrito 12 votou em mim. Sou o mais novo tributo deles. É isso: feliz Jogos Vorazes para mim.

O último detalhe que Lee pôde notar foi uma câmera de filmagem, transmitindo, ao vivo, toda a sua perseguição para os habitantes da Capital. E, em seguida, ela riu.

Eu fugi deles. Não vou dar esse gosto a ninguém. Não serei identificada como um alvo fácil. Quero ser o comentário da reprise de hoje à noite.

E sua consciência sumiu, mas os pesadelos apenas começaram.


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