Minha Pequena E Meu Mô escrita por Lasanha4ever
18/03/1990
Eu acabo de me mudar para a minha nova casa e já conheço um garoto. O nome dele é Arthur, e ele é somente dois anos mais velho que eu. Ele tem oito anos.
Meus pais não me deixaram sozinha com ele, o que eu não entendi, porque estávamos só brincando no balanço do parquinho.
Semanas se passam, nossa amizade se torna mais forte.
- Duda, eu já sei um apelido bom pra você. – ele fala com um sorriso no rosto enquanto andávamos até o parquinho, com a minha babá nos seguindo.
- Qual?
- Pequena.
- Pequena? Isso lá é apelido?
- Eu escutei meu irmão chamando a namorada dele de pequena, aí quando eu fui perguntar o porquê, ele falou que ela é a pequena dele, sabe, porque ela é baixa. Aí eu fiquei pensando, eu também quero alguém para ser a minha pequena.
- Eu sou a sua pequena?
Sinto meu rosto esquentando e eu tô sorrindo. Porque eu tô sorrindo, “pequena” é um péssimo apelido.
- É sim, mas não esquece. Você é minha. Minha pequena, de mais ninguém.
- Eu não sou pequena!
- É sim, eu sou cinco centímetros mais alto que você! – ele se gaba com um sorriso no rosto.
- Não é nada.
Ficamos parados, lado a lado, para medir pelo ombro. Eu fico na ponta do pé e consigo ficar mais alta que ele, mas aí ele faz o mesmo que eu.
- Pequena, viu. Bem pequena.
O Arthur ri alto e eu faço biquinho.
- Fica irritada não, pequena. Eu gosto das pequenas.
- De todas as pequenas?
- De você. Por isso que você é a minha pequena.
- Não sou pequena.
Ele não discute comigo, mas sorri muito.
- Não vai inventar um apelido para mim também?
- Você quer que eu invente?
- Quero!
- Hum... – fico pensando enquanto brincamos no balanço. EU fico sentada e ele balança o balanço para mim.
- Sabe, a namorada do meu irmão o chama de mô.
- Você quer que eu te chame de mô?
- Quero. Eu não sei muito bem o que significa, mas meu irmão sempre sorri quando ela fala isso, então deve ser um bom apelido.
- Mô... – vou me acostumando com o apelido. – Meu mô.
- Eu gostei. Você é a minha pequena e eu sou o seu mô.
Ele para o balanço e fica na minha frente.
- Eduarda, vamos embora, já estamos atrasadas! – minha babá me chama, enquanto levantando do banco.
- Mas já? Nós acabamos de chegar!
- Não discuta. Dá tchau para o amiguinho e vamos.
- Tchau, meu mô.
- Até mais, minha pequena. – ele sussurra e me dá um beijo no nariz. Que lugar mais estranho para dar um beijo, mas eu gostei...
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