Lucy Pov

Acordei em um quarto desconhecido, flashes da noite passada passavam na minha cabeça, não consigo me lembrar de tudo detalhadamente, a única coisa que me recordo com clareza é de um rapaz me carregando em direção a um carro e me botando lá dentro, depois disso, tudo escurece.

Observo o lugar mais detalhadamente, estava deitada em uma cama com lençóis vermelhos, e por sinal a cama era bem grande, digo a mesma coisa para o quarto, ele era bastante espaçoso, as paredes estavam pintadas de vermelho, com alguns pingos brancos, no teto, um lustre que parecia ter sido muito caro, o quarto teoricamente não tinha janelas, as poucas que ainda tinham, estavam tampadas com algum tipo de material, e ao lado da cama tinha uma mesinha, com um relógio em cima, dei de ombros, eu realmente não sabia que lugar era aquele, meu medo aumentava a cada momento, porque não é todo dia em que você estava em uma festa, e acorda no quarto de um estranho, ou será que... Não, eu poderia até ter bebido um pouquinho, mas não ao ponto de ir para cama com um estranho, e não me lembrar de nada, suspirei, estava em um beco sem saída.

Tentei me levantar, mas um dos meus pés estava preso em uma corrente, puxei com toda a força que eu tinha, mas não consegui quebra-la.

– Era só o que me faltava- Suspirei pesadamente

É provável que esse sequestro só seja para conseguir dinheiro, afinal, eu sou Lucy Heartfilia, filha de Jude Heartfilia, um dos maiores magnatas do mundo, e que para os ladrões, eu sou apenas uma fonte de dinheiro, que é facilmente capturada. Agora é provável que o meu pai já deva estar providenciando um premio para quem me achasse, viva é claro, ou os sequestradores (ou sequestrador) iram entrar em contado com o meu pai falando que estão com a preciosa filha dele, viram tirar fotos minhas, e mandar para o meu pai, clássico. Uma vez isso aconteceu com uma amiga minha, ela me falou que ficou o dia inteiro trancado em um quarto, no começo ela ficou com medo, mas depois os sequestradores falaram que não iriam fazer nada com ela (tradução: Não iriam estuprar ela) e que só queriam o dinheiro, depois disso, eles só aparecerem para tirar fotos dela e levar comida, e quando eles receberam o dinheiro, a deixaram em um ponto da cidade e o pai foi busca-la. Agora só me resta rezar para que aconteça a mesma coisa comigo.

– Parece que a princesinha acordou- Virei rapidamente para trás, para ver se tinha alguém no quarto.

– Quem está ai?- Perguntei, tentei levantar da cama, mas não consegui, lembrei que estava amarrada.

– Meu nome agora não é necessário- Disse a voz misteriosa, percebi que era um homem falando.

– Onde eu estou?- Disse ainda procurando pelo homem, como não o achei, conclui que ele não estava presente na sala, e a sua voz saia de uma coisa de som presa no canto da parede, perto da porta.

– Isso também não é importante agora

– Não, imagina- Disse irônica

– Não se preocupe, daqui a pouco irei esclarecer as suas duvidas- Disse e desligou a caixinha de som.

– Ei! EIIII! Pronto! Ele é um serial Killer e vai me matar da pior maneira possível- Disse bufando, eu sou muito positiva não?

Morrer agora para mim não faria muita diferença, minha vida é uma merda! Meu pai controla tudo que eu faço e o que eu tenho que fazer, por exemplo: Ele arranjou um pretendente para mim, e eu irei ter casar com ele porque meu pai quer fazer a junção com a empresa Dragneel, mas eu não quero! Natsu é um bom amigo, mas não ao ponto de eu me casar com ele! Meu pai na realidade não liga para mim, eu sou apenas um instrumento que ele usa quando necessita, um instrumento que só serve para o bem da empresa

Sinto falta da minha infância, tinha amigos, era "livre", minha família era unida, e eu tinha uma mãe... Mãe... A senhora não sabe o quanto faz falta na minha vida. Quando eu tinha uns 6 anos de idade minha mãe morreu de uma doença, ela já vinha lutando contra ela a tempos, mas infelizmente a doença foi mais forte, depois que ela morreu, meu pai apenas se prendeu ao trabalho, e mais nada, parecia que quando a minha mãe morreu, a felicidade dele foi embora também.

E junto da felicidade dele, foi a minha também.

*Flashback On*

– Meu desenho está tão bonito, espero que o papai goste!- Disse e fui correndo em direção ao escritório dele, quando abri a porta, vi que ele estava no computador

– Papai!! Olha o meu desenho!!, aqui sou eu e você, e aqui no céu é a mamãe, olhando para nós- Disse dando um sorriso

– Quem lhe mandou vir aqui?- Meu pai disse, se levantando.

– E-Eu só vim aqui lhe mostrar o meu desenho

– Eu não tinha lhe dito que só era para você vir aqui, quando eu lhe chamasse?– Meu pai disse serio

– M-Mas p-papai– Havia ficado com medo do tom de voz que ele tinha falado comigo

– SAIA AGORA!! E SÓ VOLTE CASO EU LHE CHAME!!– Ele nunca tinha gritado comigo daquela maneira, então corri para fora do seu escritório, fechei a porta, e comecei a chorar

– Pai... Por que você fez isso?- Disse soluçando- Mamãe... Por que você tinha que nos deixar?- Disse soluçando mais ainda

Depois disso sai correndo para o jardim da mansão, onde ficava os tumulo de minha mãe, e mais algumas lindas flores que ela cultivava.

– Mamãe... Volte por favor, me ajude- E me joguei no tumulo dela, chorando feito a criança que eu era naquela época.

Fiquei lá a tarde toda, chorando, chorando, e chorando, falando que eu queria que ela voltasse, para me dar um abraço e dizer que está tudo bem, que isso vai passar, e que ela nunca vai me abandonar, só que por mais que eu chorasse e pedisse para que isso se tornasse realidade, eu sabia que não iria acontecer, afinal, ela estava morta.

*Flashback Off*

Depois de um tempo, alguns funcionários da mansão me acharam jogada em cima do tumulo de minha mãe, e me levaram de volta para dentro, percebi que tinha dormido, e nem tinha visto o tempo passar, quando me levaram lá para dentro, já era noite e estava chovendo muito, meu pai apenas me perguntou se eu estava bem, e eu disse que sim. e voltou para o escritório. Após isso, o tumulo de minha mãe virou o meu lugar preferido, eu ficava lá desenhando, brincando de boneca, ou até mesmo "conversando" com ela, porque meu pai me proibiu de brincar com as outras crianças que moravam perto de casa, admito que as vezes eu fugia, mas não foram muitas vezes que isso aconteceu, tinha medo que meu pai me pegasse, então passei a maior parte da minha infância sozinha. Meu pai começou a pagar professores particulares, e eu parei de frequentar a escolinha que eu ia, eu fiquei com professores particulares até os 12 anos de idade (sendo que eu tenho 17), porque eu me revoltei e falei para o meu pai que queria frequentar um lugar com pessoas dá minha idade, ele no começo negou, mas eu discuti tanto com ele, que o mesmo cedeu, e foi assim que eu conheci os meus amigos, não são muitos, mas são verdadeiros.

Mas... Sempre senti falta de amor, minha mãe morreu quando eu era criança, meu pai parou de ligar para mim depois disso, não tive nenhum amigo durante a minha infância, só comecei a ter vida agora, e essa pessoa que me sequestrou vai tira-la de mim, que bela vida de merda eu tenho!

– Mamãe, sinto sua falta- Uma lagrima solitária caiu de meu olho

– Por que choras?- A voz disse novamente, mas ele não estava no quarto, como ele sabia que eu estava chorando?

– Como sabes que estou chorando?

– Eu posso te ver, agora mesmo eu estou te vendo.

– Onde você está?

– Em um lugar onde você não pode me ver

– Jura? Pensei que você estava na minha frente- Disse sarcastica

– Nossa, a loirinha se irritou.

– Se você estivesse no meu lugar também estaria irritado, ainda mais com a fome desgraçada que eu estou- Disse, ouvindo minha barriga roncando

– Tá bom então, vou lhe levar um pouco de comida- Ouvi-o desligando o som, será que ele vai mostrar o rosto ou só vai empurrar um prato de comida? Sei lá, mas estou a fim de saber o que é que ele quer comigo (ainda acho que ele quer meu dinheiro)

Ouvi batidas na porta, pelo visto ele vai mostra as caras

– A é! Lembrei que você não pode vir abrir a porta, porque estas acorrentada- Disse o Sujeito ironicamente abrindo a porta delicadamente segurando um prato com comida- Feliz em ver o meu rosto?- Ele deu um sorriso sarcástico

O homem era realmente lindo, seus cabelos loiros bagunçados o deixava com um ar sexy, e seus olhos azuis pareciam o rio mais cristalino existente no planeta, e em sua sombrancelha tinha uma cicatriz, talvez ele a consegui em uma briga ou algo do gênero, mas sua pele branca meio que a escondia, sua blusa branca estava meio aberta, então dava para ver o seu tanquinho bem definido. Ele é o homem que toda a mulher deseja para si, tirando o fato que ele é um sequestrador ( e um possível serial killer)

– Não fez diferença nenhuma na minha vida- Disse virando o rosto, eu estava um pouco corada.

– Estas corada? Por quê? Será que é porque a minha blusa é transparente e dá para o quão lindo eu sou?- Ele disse sarcástico, que menino esnobe!

– Isso não interessa, cadê a minha comida?- Estava ficando com medo desse homem

– Oe, se acalme, está aqui, aproveite!- Ele disse caminhando em minha direção e me entregando um prato com um sanduiche e um copo com água

– Obrigada, mas eu posso lhe fazer uma pergunta?- Falei, queria acabar com esse suspense que estava na minha cabeça.

– Acabou de fazer- Esse menino tá me irritando

– Você me entendeu- Disse fechando os olhos tentando manter a calma

– Haha, pode fazer, mas dependendo da pergunta, talvez eu não possa responder- Ele falou com seriedade.

– Ok, o que você quer de mim?- Perguntei, meio receosa

– Hum... Como posso lhe explicar Blondie- Disse colocando a mão no queixo, fingindo estar pensativo- Vamos fazer assim: Eu vou lhe dar três opções, e ai você escolhe em qual vai acreditar- Até então ele estava encostado em uma parede, mas agora ele está caminhando em minha direção

– Opção numero 1- Ele disse fazendo o numero 1 com os dedos- Eu fui contratado para lhe sequestrar para conseguir dinheiro, porque eu estou passando por dificuldades, ou eu sou apenas um vigarista em busca de mais e mais dinheiro- Ele disse ainda caminhando em minha direção

– Opção numero 2- Ele disse fazendo o numero 2 com os dedos- Eu sou um serial killer, que está apenas afim de aplicar um golpe no seu pai, fingindo que vai lhe entregar com vida, mas na verdade vai lhe matar da pior maneira possível- Disse com um sorriso sádico no rosto, comecei a suar frio, e ele está cada vez mais perto de mim

– Opção numero 3- Ele disse fazendo dessa vez o numero 3 com os dedos, estou com medo da ultima opção- Eu sou fanático por você, e eu quero você para mim, apenas para mim, e para mais ninguém- Percebi que ele já estava ao meu lado, e ai ele apenas me empurrou para a cama e ficando em cima de mim, ainda com um sorriso sádico no rosto

– O-O q-que v-você q-quer d-de m-mim?- Disse gaguejando, estava rezando para que fosse a numero 1, mas o psicológico dizia que não era

– Isso você só saberá mais tarde- Ele disse beijando a minha testa, e se levantando de cima de mim, e caminhando em direção à porta, está bem, agora é oficial: EU ESTOU APAVORADA!!

– Boa noite, tenha bons sonhos minha Blonde- E ai ele fechou a porta, me deixando perdida em meus pensamentos.