Dark Paradise escrita por liina


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

oi oi :)
sexta-feira tá ai ne (grazadeus) ahahaha.
nem tenho nada pra falar de novo... MENTIRA, se alguém já tiver visto homem de ferro tres::: é booom??? to louquinha pra ver hahaha.

ps: gente, eu escolho as músicas do cap só por causa de alguma frase dela combinar com o que vai ser falado, então se vc for das que escuta a musica DURANTE o cap, não me xingue se não combinar, não pego nem pelo ritmo, só pela frase mesmo kkkkk

BOOOA LEITURA :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/349520/chapter/6

EMILY’S P.O.V.

What’s the point of playing a game you gonna lose

Abri os olhos com dificuldade e a claridade quase me cegou. Fechei-os rapidamente e soltei um barulhinho de reclamação. Não demorou muito e senti alguém segurando minhas mãos.

- filha? Está acordada? – a voz doce de minha mãe chegou aos meus ouvidos e eu abri os olhos mais uma vez. Ela sorriu – você nos deu um susto, mocinha – a ultima vez que tinha dito isso tinha sido há seis meses, em outro hospital.

Olhei em volta, confusa, e vi Peter e meu pai do outro lado da cama, também sorrindo. Abri o melhor sorriso que consegui e papai chegou mais perto, passando a mão pelo meu cabelo.

- está tudo bem, ok? – olhei feliz para ele e, ao ver que ainda usava sua calça xadrez e uma camisa branca, meus olhos correram para o resto das pessoas no quarto, notando rapidamente que todas estavam vestidas para dormir.

Não aguentei e comecei a gargalhar. Aquela cena era cômica demais.

Todos riram também, talvez percebendo o tanto que deviam estar ridículos vagando pelos corredores do hospital com aquelas roupas, e então o médico entrou no quarto.

- olha só se não é minha paciente favorita acordada – o homem grisalho de jaleco branco disse sorridente e eu olhei com os olhos arregalados para minha mãe.

- mãe... – não precisei dizer mais.

- filha, nós achamos que você estava fazendo de novo, então ligamos para o Dr. Carl e ele veio na hora, em um gesto de muita boa vontade, então olhe os modos – disse apertando minha mão e suspirei.

- desculpa, DR. Carl, é que eu não esperava ver o senhor aqui... – ele sorriu singelo.

- eu sei que não, mas realmente pensamos que voc...

- eu prometi que não ia fazer de novo! É claro que eu não teria feito nada – disse um pouco nervosa e minha mãe apertou minha mão mais uma vez – desculpe – sussurrei.

- desculpe, Emily, mas é que não é tão fácil assim. Depois de todos esses anos, eu já vi milhares de casos que as pessoas prometem que não farão de novo as coisas que fizeram, e fazem...

- bom, o que importa é que você não fez – Peter deu de ombros – o seu amigo já nos explicou tudo o que aconteceu...

- amigo?

- é, o garoto que te tirou de lá – Peter disse e mamãe pareceu se lembrar de alguma coisa.

- falando nisso, ele está aí desde a noite passada esperando para te ver – eu sabia que se as circunstancias fossem outras, um sorrisinho provocador surgiria nos lábios de minha mãe por causa daquilo.

- você devia agradecer muito a ele – Dr. Carl disse – mais poucos minutos naquele quarto e você teria problemas mais graves do que um simples desmaio...

- nós vamos lá fora conversar com o Doutor, quer que eu peça para o garoto entrar? Ele estava querendo falar com você... – mamãe disse enquanto os outros três saiam do quarto e eu concordei com a cabeça.

Esperei mais ansiosa do que a situação pedia até que a porta se abriu mais uma vez. Lucas estava com a mesma roupa da noite anterior e olhos cansados, como se tivesse ficado acordado a noite toda.

- Lucas – disse abrindo um sorriso – minha ma...

- você é idiota ou está em uma missão suicida mesmo?! – perguntou bravo e eu arregalei os olhos.

- desculpa, o quê? – perguntei e ele me olhou mais sério ainda.

- deixa eu te explicar uma coisa sobre assassinos, Emily, eles não gostam que as pessoas descubram que foram eles que mataram alguém, e ele, ou ela, vai fazer qualquer coisa para acabar com quem tentar! – ele estava parecendo um pai prestes a colocar a filha de castigo, e eu a garotinha indefesa.

- do que é que você está falando? – perguntei fingindo de boba e ele riu.

- você sabe exatamente do que estou falando, Emily. Você está tentando descobrir quem matou a Sarah, e você não está sendo tão discreta sobre isso... – abriu os braços e eu o encarei por alguns segundos, abrindo de fechando a boca sem saber o que falar.

- como... como você sabe? – perguntei por fim.

- bom, você anda com o diário dela pra cima e pra baixo o dia inteiro. Não é bem discreto, você sabe... – ainda o encarava confusa – quer dizer, porque, que outro motivo você leria o diário de Sarah se não estivesse procurando por alguma pista? 

- bom, eu não sabia que estava tão na cara assim... – estava começando a ficar nervosa com sua atitude.

- eu acho que a tentativa de te transformar em churrasquinho noite passada é o suficiente para te fazer parar com isso...

- eu não posso parar, Lucas, eu tenho que descobrir quem foi, tenho que fazer isso por Sarah, é o que ela faria por mim! – meu tom já estava beirando o grito e tive de me lembrar que estava em um hospital.

- isso não é um jogo, Emily. Não tem quem ganha ou perde. Esse cara vai fazer de tudo pra te impedir, e eu sei do que estou falando, ok? – ele estava mais calmo agora, e chegava mais perto da cama.

- espera... você já tentou fazer isso? Já tentou descobrir quem matou ela? – perguntei talvez um pouco esperançosa demais e ele suspirou.

- só me prometa que vai parar... – disse, mas eu não respondi e ele fechou os olhos, passando a mão pelo cabelo, parecendo nervoso.

Tentei mudar de assunto ao invés de falar o que eu realmente pensava.

- o que você disse aos meus pais sobre o que aconteceu? – perguntei baixinho e ele abriu os olhos, me encarando por alguns segundos antes de responder.

- eu disse que a porta tinha emperrado e que uma vela que estava perto de mais da cortina da cama começou o fogo... – deu de ombros.

- obrigada – disse encolhendo os ombros – eles... acharam que tinha sido outra coisa...

Deu de ombros mais uma vez. Isso era uma coisa que eu gostava em Lucas: ele não perguntava o que ele não achava ser da sua conta.

Deu mais alguns passos até estar do lado da cama.

- você está bem, não está? – levantou um pouco sua mão, e por um instante achei que fosse tocar meu rosto, mas desviou o caminho até que se apoiasse no braço da cama.

- estou – abri um pequeno sorriso

- você me assustou ontem... – disse sério e pareceu sincero, o que fez meu coração pular uma batida.

Eu não sabia o que falar, então simplesmente abri um sorriso de desculpas.

- é melhor eu ir para casa – disse depois de um tempo em silêncio e eu concordei com a cabeça.  

- Lucas? – chamei quando já estava com a mão na maçaneta – obrigada por me tirar de lá. De verdade – sorri e ele fez o mesmo.

- não precisa agradecer – disse e então saiu.

*****

Uma batida na porta me fez voltar a atenção para a aula de geografia (também conhecida como “tortura”) que eu estava, na quarta-feira.

- você está atrasado, Skylar – o professor disse de virando para o garoto.

- a Sra. Lettle me transferiu pra aula de geografia, porque já tive história avançada ano passado – Lucas disse e o professor concordou com a cabeça.

- ela me disse, mas mesmo assim eu não me lembro de ter alguma regra dizendo que você pode chegar a hora que quiser... – deu de ombros, mas sorriu, fazendo com que o garoto entrasse.

- ah, essa não é a única regra que ele quebra, professor, acho que você lembra do campeonato um tempo atrás – um garoto gritou do fundo da sala e Lucas riu.

- ei, Ty, falando em quebrar, porque você não conta que eu quebrei seu tempo no medley? Pode esperar 13 segundos para responder se quiser, assim fica mais coerente – disse alguns risos ecoaram pela sala. Eu não pude deixar de sorrir.

Assim que me viu, seu sorriso murchou um pouco. Estava fugindo de mim desde o dia do hospital, provavelmente já sabendo o que eu queria falar com ele.

Aquela foi a primeira aula em uma semana e meia de escola que Ty  não falava o tempo todo, e isso me deixou feliz.

O sinal bateu e todos começaram a sair apressados, afinal, era o último horário.

- Lucas! – chamei saindo quase correndo da sala, catando tudo o que ainda estava em cima da mesa e levando nas mãos – Lucas espera! – eu disse e ele parou no meio do corredor já vazio.

- o que foi, Emily? – disse se virando para mim.

- será que a gente pode conversar? – disse esperançosa.

- não temos nada para conversar, Emily... – estreitou os olhos.

- para de fingir de idiota, Lucas, cansou já, ok? – disse nervosa com as desculpinhas que ele ficava dando sempre que tentava conversar com ele – você deixou escapar que você já tentou faz isso, no hospital. É sobre isso que quero conversar.

- não posso, tenho treino agora... – deu de ombros e voltou a andar.

- Lucas – segurei seu braço e ele se virou para mim – por favor.  Eu só quero entender direito as coisas que você falou para mim – fiz minha melhor cara de pidona e, depois de me examinar por alguns instantes, Lucas bufou.

- ok, me encontra cinco e meia na sorveteria da pracinha – sorri aliviada – sabe onde é? – concordei com a cabeça – te vejo lá então – disse e saiu pelo corredor. 

Fiquei sorrindo igual uma boba vendo ele sumir no corredor e então finalmente resolvi ir encontrar Carrie para irmos para casa.

Ainda era quinze para as cinco quando saí de casa para encontrar Lucas na sorveteria, mais ansiosa do que me lembrava ter ficado nos últimos tempos.

Por mais que tenha andado o mais lentamente que consegui, ainda cheguei bem cedo na sorveteria e, depois de olhar no relógio três vezes em cinco minutos, resolvi achar alguma coisa para distrair enquanto Lucas não chegava.

Peguei minha câmera dentro da bolsa e comecei a tirar fotos aleatórias, esperando que o tempo passasse mais depressa.

Como se minhas preces  fossem atendidas, meia hora pareceu ser apenas cinco minutos, e então vi Lucas descendo a rua com o skate debaixo do braço enquanto eu brincava e tirava fotos do cachorrinho de uma senhora sentada na sorveteria.

Ela me passou seu telefone e pediu para que ligasse quando as revelasse, sorri e me virei para Lucas, que já estava do meu lado.

- parece que você está muito bem sem a minha companhia, acho que a gente pode conversar outra hora... – já ia subir a rua de volta quando segurei seu braço.

- não, Lucas, por favor – ele me olhou e começou a rir.

- só estou brincando, Emily – abriu um sorriso e senti minhas bochechas queimarem – vou só pegar um sorvete, ou não posso fazer isso também? – disse sorrindo e eu revirei os olhos.

- tudo bem, vou esperar aqui fora.

- tem certeza de que não quer nada? Tá um calor do inferno – disse já entrando e eu sorri. Não estva tão calor assim.  

- não, obrigada.

Ele estava com o cabelo bagunçado e ainda molhado do treino e cheirava a cloro e amaciante, o que pode parecer estranho, mas era um cheiro bom. Estava com a mesma roupa que tinha ido na aula (uma bermuda bege, uma camisa escrito “cool story, Bro” e tênis) e fiquei feliz de também não ter trocado minha calça jeans surrada, suéter e vans que tinha ido na escola, ou pareceria que teria me arrumado só para encontrar com ele.

Saiu com um pote maior do que eu esperava, com sorvetes de vários sabores, calda e balas em um caos só, e me olhou com um sorriso infantil.

- ah, você sabe... homens – deu de ombros e tomou uma colher enquanto eu ria

  Pegou sua mochila e seu skate, que tinha deixado no chão ao meu lado antes de entrar, e atravessamos a rua, entrando na pracinha.

- eu achei que você só tivesse uma hora de treino... – disse depois de alguns passos e ele me olhou com a boca cheia de sorvete.

- porque está insinuando que vim direto do treino? Não posso estar com o cabelo molhado por ter passado em casa e tomado um banho? – levantou as sobrancelhas e colocou mais uma colher cheia na boca.

- você está cheirando a cloro. O banho costuma ter o objetivo de tirar esse cheiro – disse com um sorrisinho e ele concordou com a cabeça.

- bom, você cheira a muito perfume, o que quer dizer que você passou em casa – sorriu torto – passou perfume só para me encontrar, Westwick? – levantou as sobrancelhas e eu o olhei incrédula.

- o quê? Mas é claro que eu não passei perfume só para te ver! Eu estava usando esse perfume na aula...

- um-um – discordou com a cabeça, a boca ainda muito cheia de sorvete para conseguir falar – eu estava sentado quase no seu colo de tão perto na aula de geografia... não estava tão forte assim... – deu de ombros.

- mas é claro que estava, até porque eu não passei antes de vir.

- não precisa ficar ofendida – disse com os olhos levemente arregalados – é um ótimo perfume. Estou lisonjeado que tenha passado só para me agradar... – deu de ombros e um sorriso malicioso se formou em seus lábios.

- Sarah nunca comentou o tanto que é convencido... – disse simplesmente.

- é porque não sou – sorriu – sou apenas sincero

- muito – concordei com a cabeça, irônica.

- e você passou perfume para me ver... – deu de ombros e tomou mais uma colher.

- além de convencido é irritante – disse tomando a liberdade de roubar uma balinha de ursinho que estava quase caindo do pote.

- desculpa, acho que você se embolou nas palavras. Acredito que o que tentou dizer foi “charmoso e divertido” – disse e eu gargalhei.

- você é impossível... – disse balançando a cabeça negativamente – e também, você não faz nenhum pouco o tipo de Sarah

- é por isso que não namoramos – deu de ombros e eu ri, fazendo-o dar uma risadinha também.

- estou dizendo que nunca vi Sarah se aproximar tanto de garotos assim, como você...

- o quê? Ela não gostava de garotos charmosos e divertidos? Essa é nova...

- eu estou realmente rezando para você engasgar com esse sorvete... – disse sem olhar para ele, mas pude ver um sorriso aparecer em seus lábios.

Andamos por algum tempo até nos sentarmos em baixo de uma árvore grande, nos protegendo em sua sombra.

Essa seria a hora perfeita para Lucas se desculpar por sua atitude do domingo, mas ele parecia continuar tentar se provar tão diferente de um garoto qualquer de filmes de romance.

- você sabe que só porque concordei em conversar com você, não mudei minha opinião do tanto que você é idiota por estar insistindo nisso, não é? – não olhava em meus olhos, estava muito ocupado mexendo na grama.

- muito obrigada, vou tomar isso como um elogio – sorri e ele soltou uma risadinha pelo nariz.

- não era pra você ficar sabendo que eu já tentei isso, porque eu sei o que você vai pedir, e eu não posso te ajudar, Emily – me olhou, mas seu olhar parecia longe.

- o que você quis dizer com “ele vai fazer de tudo para te impedir”? O que ele fez com você, Lucas?

- você precisa mesmo perguntar? – deu uma risada seca – você e o resto da cidade sabem...

- foi ele – dei uma pequena pausa – ou ela, que colocou a droga na sua mochila? – ele concordou com a cabeça.

- acho que isso foi uma forma de aviso. Você sabe, do tipo ”eu sei o que você está tentando fazer, agora pode parar” – soltou outra risada seca – mas eu não escutei – deu de ombros – continuei a procurar, mas não durei muito tempo...

Ficou em silêncio por alguns segundos, olhando para longe, onde criancinhas corriam de um lado para o outro.

- foi no mesmo dia que eu encontrei alguma coisa que podia me ligar à causa do assassinato que, incrível e magicamente, ocorreu a coincidência do ônibus de escola do meu irmão perder o freio e bater em um poste – balançou a cabeça negativamente, como se ainda não acreditasse que aquilo tinha acontecido – ele acabou com um braço quebrado. A peste só tem cinco anos, Emily... – me olhou suplicante.

- eu... eu sinto muito, Lucas... – disse por falta de palavras.

- é por isso que eu não posso te ajudar com isso, Emily. Não é nem por mim, porque eu sabia no que eu estava me metendo um ano atrás, mas eu tenho medo pelo Jack... eu não posso fazer isso com ele, deixa-lo exposto assim.

- eu entendo, Lucas...

- então você devia parar – disse olhando nos fundo dos meus olhos – ver o que ele fez com você só me faz saber menos ainda do que ele é capas para parar quem quiser seguir algumas pistas.

- eu não posso fazer isso, Lucas, eu te disse.

- sabe, eu fiquei pensando, e eu acho que você também deveria pensar dessa forma: Sarah não ia querer isso, ela não ia querer que nós dois nos arriscássemos assim, que continuássemos procurando por alguma coisa mesmo depois de coisas ruins acontecerem como uma forma de aviso... ela iria querer que parássemos, Emily – ele me olhava nos olhos, como se de alguma forma acreditasse que aquele forte contato visual me faria ter suas palavras como verdadeiras.

- você acredita mesmo nisso? – foi tudo o que perguntei, segundos depois, baixinho, como se tivesse medo da resposta.

Lucas apoiou os braços sobre os joelhos e olhou para o nada durante algum tempo.

- se você repete uma coisa muitas vezes, meio que vira verdade – deu de ombros e eu concordei com a cabeça, mesmo ciente de que ele não estava vendo.

- eu entendo o seu ponto, Lucas, mas eu não posso parar – disse com um suspiro – e eu não vou pedir para me ajudar, não se preocupe.

- então eu não posso fazer nada por você, Emily, infelizmente – me olhou triste por alguns instantes e então levantou.

Fiquei sentada com cara de tacho vendo ele se afastar e então levantei, apertando o passo para alcança-lo.

- Lucas! – chamei pelo o que parecia ser a milésima vez só naquele dia – eu... – disse parando à sua frente e colocando as mãos em seu peito em uma tentativa ridícula de pará-lo.

- Emily... – ele disse depois de alguns segundos que fiquei em silêncio, pensando no porquê de tê-lo parado.

- olha, Lucas, eu tenho que fazer isso porque...

- você não precisa se explicar pra mim, Emily – disse, mas eu fiz um movimento com a mão como forma de calá-lo.

- sim, eu tenho, porque eu tenho que falar isso em voz alta, e você é a única pessoa com quem eu sei que posso falar

 Respirei fundo e parei por alguns segundos, com uma mão na cintura, e a outra tirando o cabelo da cara, em uma tentativa de prolongar antes da merda toda que provavelmente sairia da minha boca.

- eu tenho que fazer isso, porque é o que ela faria por mim, Lucas. Tirando que não é justo a minha amiga estar deitada em baixo da terra  enquanto a  pessoa que fez isso com ela está livre, sendo que todos pensam que ela é mais uma adolescente infeliz demais a ponto de tirar a própria vida. Você não sabe quantos comentários idiotas sobre isso eu escutei no funeral dela – dei uma risada seca – no funeral dela. As pessoas conseguem ser ridículas muitas vezes, Lucas, e maldosas, e eu quero esfregar na cara delas que a minha amiga não se matou, que ela não fez as idiotices que elas falaram – senti minha garganta se fechando, mas segurei o choro –  nós nos conhecíamos desde que nascemos, Lucas, tipo, literalmente desde que nascemos! Ela era mais do que uma amiga para mim, ela era minha irmã. E se você ficou puto por ver seu irmão com o braço quebrado injustamente, imagina o que eu senti vendo minha irmã morrer injustamente – senti uma lágrima quente descer pela minha bochecha, e não demorou muito, mais lagrimas a acompanharam – eu não posso deixar ela ir embora assim, Lucas...

- para de chorar, Emily... – ele disse jogando a cabeça para trás e fechando os olhos.

- e eu sei no que eu estou me metendo – disse tentando de verdade parar de chorar, mas não conseguindo – tá, tudo bem que eu não esperava virar churrasco tão cedo assim, mas eu sabia que esse tipo de coisa podia acontecer...

- Emily... – ele começou, mas eu continuei

- e eu sei que essa decisão, de procurar quem matou sua melhor amiga, devia vir de alguém forte, com a cabeça boa o bastante para não chorar a cada palavra de um diário; com a cabeça boa o bastante para não levar três dias para sair da mesma página de um diário, mas eu vou continuar assim mesmo. E tudo que eu preciso é que alguém me fale que acredita que eu vou conseguir passar por isso. Eu só preciso que alguém confie em mim... – a essa altura eu já não conseguia mais controlar as lágrimas e Lucas deu um passo para frente, passando os dedos pelo meu rosto em uma tentativa frustrante de limpá-las.

- se eu falar que eu confio em você, você para de chorar? Por favor – disse ainda segurando meu rosto e sorriu – é sério, Emily, eu não consigo ver as pessoas chorando – disse e eu soltei uma risadinha, pelo mais absurdo que pareça para a ocasião.

Olhei para cima e respirei fundo, segurando as lágrimas.

- sinto muito por despejar isso tudo em cima de você. E pelas lágrimas – dei um risinho e ele sorriu.

- você é forte, Emily. Sarah me falava muito de você e eu sinto como se eu já te conhecesse. E  isso é bem mais estranho do que eu fiz soar – disse com um sorriso – o que eu quero dizer é que você é forte, e eu sei que você vai conseguir fazer isso.

- obrigada – sorri – eu também sinto como se já conhecesse você.  Deve ser culpa de Sarah.

- é tudo sempre culpa de Sarah – sorriu. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

MUSICA DO CAPITULO::: http://www.youtube.com/watch?v=mfdAWn2IUio (marina linda ♥)

E AIII?? me contem o que acharam hahaha :))