Paradoxo Temporal: A Origem De Ginmaru escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 4
Seu nome é Sakata Ginmaru




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Definitivamente, a sua vida não era tão clichê quanto os clichês que costumava fazer, pensar e falar. Nem pra ser pai era aquele clichê de namorar, dar uns “pegas” e fazer um filho, depois a namorada lhe dizer que estava grávida, e nove meses depois ver o bebê nascer.

Não fora assim com Gintoki. Definitivamente, nada em torno dele era normal.

Ok, ele ajudara a fazer e tudo mais, mas nem fazia ideia de que uma noite de sexo lhe renderia um bebê dessa maneira. E que explodiria essa bomba na sua cara!

Tudo bem, não tinha como culpar a mulher que botara aquela criança no mundo, mas... Por que havia se descuidado? Não que não quisesse aquele bebê, mas... Não estava pronto.

Não se sentia pronto, mesmo sendo um marmanjo de uns trinta anos de idade, ainda tido como imaturo pelas pessoas que o conheciam. Ele nunca se importara muito com isso, não estava nem aí para as críticas que recebia, principalmente por conta de sua “infantilidade”.

Mas agora as coisas mudavam de figura. Não queria deixar o moleque largado por aí, como ele mesmo ficara. Porém, não estava com muita vontade de largar o pachinko, as bebedeiras, as farras.

Teria que abrir mão de alguma coisa, querendo ou não.

Olhou para o bebê, que era quase uma cópia sua. O ex-samurai ainda estava tentando se acostumar aos poucos à sua nova realidade. Passou a mão nos cabelos prateados do garoto, que ainda dormia profundamente.

Sorriu. Apesar de ainda não estar preparado para uma responsabilidade como aquela, Gintoki refletiu e chegou à conclusão de que não queria que ele tivesse uma infância como a sua. Não queria que o garoto saísse matando para sobreviver. Não queria que fosse um “demônio devorador de corpos”, como ele fora.

- Gin-san – Shinpachi interrompia seus pensamentos. – Tá tudo bem com você?

- Ah, sim. – Gintoki respondeu. – Acho que sim. Por quê?

- Eu estava pensando aqui que o garoto não tem um nome ainda. Tem algum em mente?

- Ainda não.

- Por que você não coloca o seu?

- Não acho graça em ter um “Gintoki Junior”.

- Tem razão, ninguém merece dois “Gintokis”.

Gintoki encarou o garoto de óculos com olhar cético:

- Não precisa ter exatamente o mesmo nome que o meu pra saber que sou eu, cuspido e escarrado.

- Tem razão. Mas ele não pode ficar sem um nome.

O Yorozuya olhou pensativo para o teto por alguns instantes. Não era muito bom com nomes. Mas... Logo lhe veio um nome à mente.

- Ginmaru. – disse ainda olhando para o teto.

- Como? – o Shimura perguntou.

- Vai ser esse o nome do moleque.

- Nome de algum parente seu?

- Não. Eu não conheço nenhum parente meu... Se é que eu tenho algum e não sei.

- Então de onde tirou esse nome?

- Foi o primeiro que me ocorreu.

- Significado interessante... – Shinpachi observou. – “Círculo de Prata”.

- Eu ouvi esse nome em algum lugar, não sei onde. Acho que não esqueci porque se parece com o meu.

- Vai dar o seu nome de família pra ele?

- Não vejo mal algum. Até que “Sakata Ginmaru” soa bem. – o Yorozuya respondeu com um leve sorriso.

Instantes depois, o telefone tocou e Gintoki atendeu logo, antes que o barulho acordasse o filho e jogasse fora todo um trabalho para fazê-lo dormir.

- Alô? Sim, sim, o Yorozuya sou eu... Hã? Um serviço? Depois de amanhã? Sim, sim, posso ir aí. Pagamento adiantado? Melhor ainda! Certo, amanhã às dez!

O albino finalizou a conversa e colocou o fone de volta ao gancho, mas não entendeu a expressão descrente de Shinpachi.

- Ei! Que cara é essa, Shinpachi-kun?

- Você não tá esquecendo nada não, Gin-san...?

- Ah, sim, um ponto de referência do local do nosso trabalho? – o mais velho respondeu enquanto tirava cera do ouvido com o dedo mindinho.

O Shimura não disse nada, mas fez um facepalm. Tinha hora que seu chefe dava cada bola fora...! Nisso, os dois ouviram uns gemidos vindos da cestinha onde estava o bebê. E, assim, caiu a ficha de Gintoki:

- ESSA NÃO!! – fez a cara mais apavorada que tinha em seu repertório. – EU ME ESQUECI COMPLETAMENTE DO BEBÊ...!!

- Era isso que eu tava tentando te avisar...

*

Dia seguinte. Mais uma vez, Gintoki passara uma noite toda em claro. Por que esse bebê ainda trocava o dia pela noite pra ficar acordado e chorar toda hora? Ouviu dizer que era assim mesmo que agiam os recém-nascidos. O jeito era tentar ter paciência diante disso.

O telefone tocou e ele atendeu ainda com Ginmaru finalmente adormecido em seus braços. Segurou o bebê com o braço esquerdo enquanto com a mão direita segurava o fone.

- Yorozuya do Gin-chan... – disse e deu um bocejo. – Aqui é o Yorozuya falando...!

- Gin-san... ATCHIM!! Aqui é o Shinpachi… Eu peguei uma gripe forte e tô... E tô... ATCHIM!! ­– Gintoki o ouviu assuando o nariz do outro lado da linha. – Tô mal pra caramba, não vai dar pra te ajudar amanhã...! Des... Des... ATCHIM...!! Desculpa...!

O Yorozuya fez várias caretas enquanto ouvia o pobre Shimura justificar que não compareceria ao trabalho pela forte gripe que contraíra.

- Tudo bem. Eu me viro aqui, Shinpachi-kun.

Após se despedir de Shinpachi, Gintoki se sentou em sua cadeira pensativo. Como iria trabalhar e cuidar de Ginmaru?

Claro! Uma babá!! Mulheres entendiam de cuidar de bebês... Ou pensava que entenderiam.

Não tinha tempo a perder. Precisava arranjar candidatas ao cargo depressa.


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