Paradoxo Temporal: A Origem De Ginmaru escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 19
Uma maluca no banheiro não é a melhor alternativa


Notas iniciais do capítulo

... Contra o abatimento.



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Remexia o mingau de arroz de forma completamente desinteressada, enquanto seus olhos vermelhos se mantinham distantes durante todo o tempo. Estava completamente sem apetite algum, além de bastante febril. Para completar, nem prestava atenção no noticiário com sua diva Ketsuno Ana.

– Shinpachi-kun, já está tarde. Pode ir pra casa.

– Eu já avisei para minha irmã que vou ficar aqui, Gin-san. Além disso, a sua febre não baixou nada.

– Eu vou ficar bem, quatro-olhos. Foi só por causa do balde de água que caiu na minha cabeça.

– Para de mentir, Gin-san. Esse monte de curativos em você não me engana. E Ginmaru me contou sobre sua luta com aquele tal do Kasler.

– Moleque linguarudo...! Parece que ele quer me deixar com mais vergonha ainda...!

– Ele estava bem preocupado.

– Eu o decepcionei, Shinpachi.

– Por que você diz isso?

Gintoki respondeu após tossir:

– Ele viu aquele cara azul me humilhar e eu não consegui reagir!

– Isso não faria o Ginmaru se decepcionar, Gin-san.

– Os filhos olham seus pais como heróis, que sempre são os mais fortes. Que imagem eu passei hoje ao meu filho? Eu não queria que ele soubesse que eu fui o Shiroyasha e o que aconteceu depois disso, mas o linguarudo do Zura tinha que falar!

Nisso, o telefone da Yorozuya tocou e Shinpachi foi atender:

– Sim, aqui é a Yorozuya do Gin-chan! Sim, ele está, um momento.

Gintoki, sem lá muita coragem de se levantar do kotatsu onde estava bem aquecido, foi até o telefone e o atendeu:

– Aqui é o Yorozuya falando. O que...?

A voz do outro lado da linha o interrompeu sem titubear e disparou:

– NÃO É ZURA, É KATSURA!!

Com cara de aborrecido, o albino não disse nada e colocou o telefone no gancho, para depois voltar ao local onde estava sentado. Em seguida, um berro vindo do banheiro interrompeu a retomada da conversa:

– PAIÊ, TEM UMA PEDÓFILA NO NOSSO BANHEIRO DE NOVO!!

Gimtoki murmurou:

– Aquela ninja desmiolada deixou os óculos caírem de novo. – tossiu antes de prosseguir. – Já faz dias que ela anda me stalkeando no banheiro.

A cena que Gintoki e Shinpachi presenciaram foi a seguinte: Sacchan estava praticamente nua, com espuma de sabão cobrindo as partes estratégicas, a fim de amenizar a cena “ecchi”, sem óculos e tentando beijar Ginmaru, que tentava de todas as formas se soltar da ninja maluca que o agarrava.

– Ô pai...! – Ginmaru quase choramingava para tentar animar o pai. – Me ajuda aqui, vai? Não quero crescer traumatizado, não...!

O Yorozuya suspirou e deu um sorriso meio sem graça. Não tava muito afim de expulsar a doida ali do seu banheiro como sempre fazia, mas encontrou os óculos e colocou no rosto dela com cara de aborrecido. E, assim que ela percebeu que estava agarrando o albino errado, largou o garoto imediatamente, cheio de sabão e com a cara de aborrecido igual à do pai.

– Eu não posso nem me levantar mais pra fazer xixi... – resmungou, realçando ainda mais a semelhança que tinha com Gintoki.


*


Após o incidente no banheiro, a noite seguiu tranquila, com todos dormindo tranquilamente na Yorozuya. Assim que amanheceu, Shinpachi se levantou e foi preparar algo para o café da manhã, já reforçando o açúcar para os dois Sakatas.

– Bom dia, Sensei...! – Ginmaru cumprimentou após bocejar e esfregar os olhos ainda tomados de sono.

– Bom dia, Ginmaru! – o Shimura respondeu. – Seu pai já acordou?

– Que nada! Ele continua dormindo lá. Eu é que tive que sair do armário pra desligar aquele despertador dele. Nem xingar o despertador ele xingou, simplesmente se virou para o lado e apagou de novo.

A expressão de Ginmaru logo mudou do aborrecimento para a preocupação:

– Sensei, desde ontem ele não tá normal. Nem enxotar aquela maluca ele enxotou, porque eu tive que fazer isso. Não é só por causa do balde de água gelada que caiu na cabeça dele e nem é só por causa da luta que ele perdeu que ele tá assim, não é verdade?

O garoto albino era observador.

– Você acertou, Ginmaru. Ele me disse que acha que deixou você decepcionado por ter sido derrotado pelo Kasler.

– Ele disse isso?

– Foi.

– Ele parece um daqueles pirralhos emos lá do dojo, chorando por ter perdido pra mim.

– Não acho que a coisa seja por aí. Acho que ele se preocupou mais em te proteger do que na própria luta.

– Ele entrou na minha frente pra aquele azulão não me ferir! Isso lembra uma daquelas Jump velhas que ele guarda.

– O que tem a ver uma Jump com o seu pai?

– Em um dos mangás da revista, tem um garoto da minha idade, que, mesmo vendo o pai perder nas lutas, sempre o admirou. Trunks sempre viu o Vegeta como um herói, mesmo ele apanhando tanto.

Após uma breve pausa, Ginmaru sorriu e concluiu:

– Mesmo depois do que houve ontem, eu continuo a admirar meu pai, igual o Trunks admira o pai dele!

À porta do quarto, Gintoki havia se levantado e ouvira a conversa do filho com Shinpachi. Escutar o que o garoto acabava de dizer fazia-o se sentir melhor, e de alguma forma deixava seu coração mais aquecido, fazendo com que um sorriso “bobo” se desenhasse em seu rosto.

Preocupara-se à toa. Ginmaru realmente o admirava, pois vez em quando o via tentando imitar alguns dos seus movimentos de combate, bem como havia imitado alguns de seus comportamentos também.

– Ei, Shinpachi-kun – fez-se ser notado. – Cadê aquele mingau de arroz carregado de açúcar?

Shinpachi logo entregou a tigela com o tal mingau para o amigo:

– Como se sente hoje, Gin-san? Está melhor? – perguntou.

– Um pouco. – fez careta de dor enquanto se sentava para tomar o mingau de arroz. – Ainda tô me sentindo bem surrado, continuo todo dolorido. Ainda bem que não tenho nenhum serviço hoje, eu não aguentaria ir trabalhar.

– Mesmo que tivesse alguma coisa, você não poderia ir. Você tá bem ferido e ainda tem um pouco de febre.

– Relaxa, quatro-olhos... Não iria mesmo, tô sem um pingo de vontade de fazer isso.

– Mesmo que estivesse com vontade, nem adiantaria sair de casa. – Ginmaru disse. – A Ketsuno Ana disse que a previsão de hoje era de nevasca em Edo.

Gintoki logo pegou na gola do quimono de Ginmaru:

– POR QUE NÃO ME ACORDOU QUANDO ELA APARECEU NA TV, PIRRALHO?

– PORQUE EU NÃO QUERIA ACORDAR UM DOENTE MORIBUNDO!

– EU NÃO ESTOU MORIBUNDO, GINMARU!

Shinpachi, em vez de dar bronca, começou a rir dos dois. Finalmente, tudo ali voltava ao seu “normal”...

... Ou não.

O toque desesperado da campainha chamou a atenção do Shimura, que deixou pai e filho discutindo e foi atender a porta enquanto se perguntava quem apareceria em meio àquele frio todo. Abriu a porta corrediça e alguém acabou caindo no chão, todo ferido.

– K-Katsura-san...?


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