Far Away... So Close escrita por K2 Phoenix


Capítulo 2
Uma vida nova


Notas iniciais do capítulo

Gentee... sei que a fic demorou um pouco p/ ser atualizada, mas é que, além de atualizar as outras duas, ainda estou com um ritmo de vida alucinante! Ah, o final foi escolhido pela "dona" da fic, srta. Carolina Diniz!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/349446/chapter/2

“Querido diário.

 Estamos perto do Natal. Após ganhar o mais surpreendente presente que jamais ousei em receber (ter meus estudos pagos pelo sr. H), agora contemplo a neve com um pouco de apreensão. Não sei o que me espera neste mundo lá fora. Tenho medo de as pessoas caçoarem de mim, de meus modos simples, da minha falta de cultura, por não vir de uma família rica e tradicional. Estou em pânico. “

- Mr. H disse que você poderia escolher o que quiser. – Mrs. Conrad falava, enquanto a garota olhava fascinada as diversas vitrines.

Rachel e a diretora do orfanato estavam no centro de Nova York, prontas para comprarem o enxoval e o material que ela levaria para a nova escola. Mas rachel estava deslumbrada demais; nunca estivera ali, nunca vira coisas tão belas, caras, sofisticadas.

- Eu posso comprar um vestido assim? – ela indagou com os olhos brilhando.

- Claro, Rachel! Você irá comprar vários deste! – afirmou Mrs. Conrad. Também mais animada que o habitual com aquela manhã de compras.

Eles compraram muitas coisas: vestidos, roupas de baixo, casacos, chapéus, lençóis, lenços, arranjos para o cabelo, fitas, perfumes. Rachel tocava tudo ávida, e, ao mesmo tempo, com tanto cuidado que tinha medo de macular, rasgar, quebrar. A seda suave, a beleza das rendas, as fragrâncias que a envolviam: ela nunca nem sequer tinha sonhado com aquilo.

Após saírem de uma livraria com o material que deveria usar na escola, Rachel e Mrs. Conrad tomaram um carro de aluguel e voltaram para o Ray of Hope. As crianças lhe rodeavam, encantas com tudo o que Rachel lhes mostrava, e ela se distraiu um pouco.

À noite, porém, teve um sonho que mexeu com ela: via um homem alto e elegante vindo em sua direção atravessando uma névoa densa. Ela tentava segurar sua mão, mas ele sempre lhe escapava. Rachel queria segui-lo, fazer o que fosse, mas sempre se via presa, impedida de ir até ele.

Respirando rapidamente, ela acordou e tentou pensar com calma. Mr. H, porém, aparecia misteriosamente até em seus sonhos, instigando-a e fugindo dela.

{...}

-Nós vamos sentir muita falta de você. – Kelly, uma garotinha de oito anos, ruiva e pequena, se agarrava à perna de Rachel.

Rachel afagava a cabeça da criança e também chorava. Todos do orfanato tinham ido se despedir dela. De repente, ver todas aquelas pessoas, que eram a única família que conhecera, abriu uma torrente de emoções que ela tentava segurar miseravelmente.

- Nem pense em desistir, Rachel.- disse Mr. Conrad, que parecia ter adivinhado seus pensamentos. – Seu ciclo aqui acabou, você sabe.

-Mas, mas... – ela fungou, chorosa.

- Eu sei que você está com medo. Mas o medo deve ser usado como uma mola propulsora, não como uma forma de nos estancar. Vá, Rachel, e seja feliz!

Então, a garota entrou naquele carro, o carro do próprio Mr. H, que ele mandara para buscá-la e deixá-la na escola, e partiu.

Rachel pôs a cabeça para fora da janela quando o carro estacionou em frente à escola. Deparou-se com um grande muro, e um portão de ferro adornado. O pátio da escola era imenso, com chão de pedra, e possuía um vastíssimo campo, que agora estava coberto de neve. O prédio da escola era imponente, lembrava à garota uma imensa igreja. Admirada, olhando tudo com muita atenção, Rachel quase trombou com uma mulher alta e muito magra, elegante e de atitude severa e arrogante:

- Bem-vinda à Escola St. Sophie. Sou Margareth Tandy, a diretora da escola.

- Eu... eu sou Rachel Barbra Berry.- a garota ficou um pouco nervosa, e falou quase gaguejando.

-Ah, a aluna nova.- a mulher comentou quase com desdém. – Estava ciente de sua chegada. Queira me acompanhar, sim? – e saiu andando, ou melhor, levitando, porquê era tão magra que Rachel duvidava que ela pisasse no chão.

A órfã seguiu a diretora por corredores decorados com flores e quadros, tapetes e móveis e ficou com medo de encostar em algo. Finalmente, chegaram ao quarto em que ela ficaria:

- Este será o quarto que você dividirá com outras duas alunas veteranas. Seus pertences poderão ser guardados na parte do armário que já foi reservada para você. As aulas recomeçarão daqui à dois dias, portanto, é bom que se relacione bem com suas colegas, elas poderão lhe ajudar com o que você perdeu até agora. No mais, nos dias seguintes, você se adequará ao nosso ensino.

Dizendo isso, a mulher virou-se e foi embora, deixando uma Rachel paralisada em frente à porta fechada. Após alguns segundos de reflexão, ela virou a maçaneta e a abriu.

De um lado, a garota loira e belíssima parecia diáfana sentada ao lado da janela, com uma fraca luminosidade batendo sobre seu cabelo enquanto ela lia um livro. Do outro, uma morena de cabelos lisos e longos, muito negros falava rápido e em espanhol, jogando coisas por todos os lados.

- ¿Quién es usted? ¿Qué estás haciendo aquí?

Ela tinha um jeito tão imponente e intimidador que Rachel sentiu a boca seca, e sem reflexo para responder rapidamente, até que a garota loira tomou a sua frente, com uma voz calma que beirava o tédio; com certeza, Rachel reparou, ela devia ser bastante acostumada com o temperamento da sua colega de quarto:

- Esta é a aluna nova, sra. Tandy havia nos avisado... prazer, Quinn Fabray. E esta é Santana Lopez.

-Así que es por ti que he perdido espacio en el armario?

- Santana, pare de falar em espanhol, isso é cansativo... – Quinn pediu, fechando o livro.

- Eu... hum... não preciso de tanto espaço assim. Na verdade, minhas coisas podem ficar nas malas.

Santana olhou Rachel de alto a baixo:

- Não, não precisa. Santana Lopez não precisa deste armário. Vou pedir para o papai que mande outro só para mim, aproveitando que hoje o verei na Confraternização Mensal.

Dizendo isso, ela saiu pisando duro. Quinn balançou a cabeça:

- Não dê atenção a estes arroubos de Santana. Ela é uma nova-rica cujo pai enriqueceu há pouco tempo graças à extração de petróleo no Texas, por isso que ela tem raízes mexicanas tão fortes e fala em espanhol quando está zangada.

-Eu não quero importuná-la. – disse Rachel.

-Não se preocupe, você acabará importunando-a mesmo sem querer. Vem, vamos lá embaixo. Hoje é o dia da Confraternização Mensal.

-O que é isso? – Rachel perguntou, enquanto elas desciam as escadas para o salão da escola.

-O dia em que temos visitas! Seus pais devem estar aí! – esclareceu Quinn.

Mas, antes que Rachel pudesse dizer que não tinha pais, só um primo, ela parou de repente atrás de Quinn, que viu alguém em especial atravessar o salão e falou mais alto:

- FINN! Aqui! – a loira acenou animadamente.

O homem mais lindo que Rachel já vira andou calmamente, com  um garbo natural, rumo a elas, que estavam nos últimos degraus da escada.

Ele era alto, tinha costas largas, o cabelo escuro. A pele branca tinha sardas belas e graciosas; ele tinha olhos castanhos cor de âmbar, e um sorriso tentador, doce, cálido.

Rachel sentiu-se envergonhada por ter feito aquela análise em tão poucos segundos. Mas era impossível não reparar nele, e até o coração da garota estava disparando.

- Rachel, este é Finn Hudson. Finn, esta é minha nova colega, Rachel Berry.

 Os olhos de Finn recaíram sobre os dela. Um brilho rápido cortou seu olhar, uma leve contração no rosto, um sorriso enigmático apareceu em seus lábios.

- Prazer, senhorita Berry. – a voz quente e rouca dele soou e ele, delicadamente, pegou a mão dela e beijou-a sobre a luva que ela usava.

- Prazer, senhor Hudson. – disse  Rachel num sussurro, sentindo-se sobrecarregada de emoções.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews???