Life After Death escrita por Vitória C


Capítulo 10
All this has come to an end


Notas iniciais do capítulo

É o último gente, pois é, fazer o que ? Boa leitura.



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Joan era especialista em me deixar atordoado com suas notícias surpreendentes.Como assim tinha que morrer?Eu não entendia,e não sabia como ela faria isso também.Eu não podia aceitar isso na verdade.

-Você não tem que morrer.

-Tenho sim!Você não entende.- sua imagem ainda tremulava como um holograma desajustado.

-Então me explique,por favor.

-Digamos que você não esteja aqui apenas por uma missão,mas sim,pelo destino.

-E o que você tem a ver com isso?

-Seu destino,é o meu destino- sua voz começou a falhar e eu tinha a impressão de que na parte mais importante da explicação- droga!Eles devem estar tentando me reanimar.

Fomos até o quarto dela e ela tinha razão como sempre.Antes de desaparecer, Jo resmungou algo sobre induzir um coma logo.Não pude deixar de rir,mesmo nessa situação.Fiquei pensando como ela fazia para parar seus batimentos ,mesmo que por pouco tempo,para ir fala comigo.

Eu estava ao lado de sua maca e observava seu rosto deteriorado,comecei a pensar sobre como ela deve ter crescido,sem os pais,com a avó mentalmente debilitada.Não deve ter sido fácil.Mas ela não poderia morrer,ainda tinha a vida toda para mudar e esquecer seu passado.Ela tinha talento e poderia se tornar uma ótima jornalista,e respeitada no país.Se ela levasse adiante essa ideia idiota de querer morrer,nada disso aconteceria.

Seus batimentos variavam,caíam ou subiam muito bruscamente.Pude perceber que ela estava se esforçando para voltar e terminar de falar comigo.Deu certo,pois cinco minutos depois ela estava ao meu lado reclamando dos médicos ficarem tentando reanimar ela.

-Como eu dizia,percebi que nossos destinos devem se cruzar.É por isso que você ainda está aqui, e é por isso que eu deveria estar morta.Entende?

-Na verdade...não.

-Deveríamos estar juntos,mas em vida,como isso não será possível pelo simples fato de você estar morto,eu devo morrer.

-Isso é idiotice não acha?Quer dizer,é a coisa mais estúpida e irreal que já ouvi falar.

Ela revirou os olhos azuis e suspirou com descaso. 

-O amor,Kurt,é a coisa mais estúpida e irreal que já existiu.Sim,é idiotice mas se não der certo,podemos pelo menos ficar por aí brincando de assustar as pessoas a noite.

Ela havia me convencido quando falou sobre o amor ser uma coisa estúpida e irreal,já que é o que sempre achei dessa baboseira toda de amar.

-Engraçadinha- sorri de lado - mas então,qual o plano?

-Desligar meus aparelhos.

-Sabe que os médicos não podem fazer isso não sabe?

-Mas você,meu caro garoto de cabelos emaranhados,pode.-ela deu um sorriso malicioso como se já tivesse pensado em tudo.

-Jo,me diz de novo,por que você quer fazer isso ? Você tem uma vida inteira!Um futuro incrível!

-Porque eu te amo.Kurt,será que dá pra abrir essa merda de mente e entender que meu futuro é ao seu lado?

Essas palavras bastaram para que eu me convencesse de que precisava ajudar Joan,e me ajudar também.Eu a beijei,mas de repente sua imagem começou a sumir.

- Rápido!-ela disse antes de desaparecer como fumaça.

Me concentrei e olhei para os aparelhos,não sabia como aquelas coisas funcionavam então fui desligando um a um.Estava um tanto quanto desesperado,devo admitir.Mas quando sua nova namorada pede pra que você a mate,é assim que sente.Finalmente desliguei um que fez com que todos os outros aparelhos parassem de funcionar.Suspirei aliviado e culpado ao mesmo tempo.

Joan apareceu ao meu lado,e eu pude jurar que ela chorava.Eu a abracei,comecei então a sentir alguma coisa estranha e logo vi que ela sentia o mesmo pois segurou forte minha mão e parecia assustada.Eu a puxei para perto de mim e enquanto uma luz absurdamente forte nos possuía,observávamos os médicos tentando salvá-la,mas era tarde .Joan Tenner se fora, e eu estava feliz por isso.

Olhei para o fundo dos olhos cor do céu de Jo,e vi que ela compartilhava a mesma felicidade que eu.De repente,não estávamos mais num quarto de hospital cheirando à luvas de látex.Estávamos em um lugar que cheirava à flores e canela.A claridade me cegava,não consegui à princípio ver o que me cercava mas quando consegui enxergar fiquei admirado com o lugar em que estava.

-Chegamos ao "outro lugar"-eu disse para Joan.

-É o paraíso,literlamente.- ela riu de forma divertida.

-Eu te amo,- disse para ela - muito.

-Eu também,-ela mordeu o lábio inferior meio tímida -muito.

Sorri e a beijei.

Eu poderia terminar minha história dizendo "Eu e Joan vivemos felizes para sempre no outro lugar" mas isso não faria nenhum sentido já que não estamos vivos não é mesmo?


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Notas finais do capítulo

Acabooooou ;( gostaram?



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