For The Love Of A Daughter escrita por Bells


Capítulo 1
For The Love Of A Daughter


Notas iniciais do capítulo

Gabhi Cullen eu dedico pra ti essa fic, to aqui sempre que precisar.

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Como to postando one shot né? Meus Deuses!
Boa Leitura!



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Demetria chegou a seu apartamento já no escurecer da noite, largou a bolsa na bancada da cozinha e desmoronou ali na cadeira mesmo suspirando, olhou para algumas contas na sua frente e as separou para pagá-las depois. Então olhou para o calendário.

Cinco anos. Hoje dia dezessete de julho fazia cinco anos desde a última vez que... Falara com ele. E a última vez que o viu... Ela não fazia ideia de quando foi. Algumas lágrimas arderam em seus olhos mais do que os cortes já havia ardido em seus pulsos, agora marcados por uma tatuagem que mostrava sua marca de vitória.

Demetria levantou-se e pegou da geladeira um suco e se esticou para alcançar os comprimidos para dor de cabeça, tropeçou em seu velho e gordo gato laranja. Ele era sua única companhia visto que ela não era casada, divorciada, mãe, ou estava em um relacionamento. E sua mãe vivia no Texas.

Ela tomou o remédio e com as mãos livres apanhou o gato no colo seguindo para seu quarto onde o botou na cama, ele sempre se emaranhava aos pés dela para dormir. Sempre a esperava acordado enquanto ela tomava um banho de em média quinze minutos antes de voltar vestida e pronta para deitar.

Ela acariciou o gato e encarou a parede neutra que agora estava turva devido as lágrimas. Há tanto tempo sem quase se afogar em lágrimas e ela desmoronou agora, algumas feridas iriam doer para sempre, como sal em cortes recém abertos.

Ela encarou as partituras na comoda, no chão e algumas no lixo todas entituladas com algo em relação a alguém que a magoara por tempo demais, e era impossível parar de amá-lo. Ela fechou os olhos criando uma melodia para a melhor partitura, ela não precisava de seu violão ou de um piano, as notas apenas surgiram em sua mente como uma canção de ninar que você ouve desde criança e é impossível de esquecer... Foi assim que ela adormeceu.

Foi assim que ela voltou há anos atrás. Ela abriu os olhos. Não estava mais no seu familiar apartamento, mas aquele lugar não lhe era estranho.

Ela olhou para seu corpo, tocou-o, era o corpo de uma mulher de quase vinte anos, os cabelos lhe passavam dos seios, e ela continuava com o pijama que vestira há menos de uma hora... Ou meia hora... Vinte minutos... Quais eram as noções de tempo que ela possuía? Ela pensou em ir até a cozinha de sua antiga casa no Texas, era lá que ela estava agora trazida por um pesadelo/sonho, ou por uma realidade paralela, o que era questionável.

Ela não parou para olhar ao redor do seu quarto. Reconheceu as paredes pintadas com um rosa fraco e ursos de pelúcia e bonecas espalhadas pelo chão, e isso ela só percebeu pelo fato de ter tropessado em um deles. Reconheceu a época. Era praticamente um bebê.

Ela abriu a porta de seu antigo quarto, pronta para andar até o fim do corredor e dobrar para a porta da cozinha a fim de dar uma espiada no relógio e ter uma noção de tempo, não que valesse muito. Mas o que supostamente era para ela fazer ali?

Quando dobrou para porta da cozinha alguém já estava lá, escorada nela, alguém realmente pequeno e fofo. Ou melhor, pequena e fofa. Ela estava encolhida e entrelaçada em um pano, as costas na porta da cozinha, onde acontecia uma briga. Era uma guerra em família. A garotinha levantou a cabeça, com os olhos molhados devido as lágrimas que saiam tão violentamente. Demetria se viu naquela garotinha, não pelo reflexo de seus olhos, mas pelo reflexo de seu passado.

A garotinha quase sorriu em vê-la, e Demetria se assustou sabendo que era vísivel para ela. Ela estendeu os braços e Demetria apressou o passo até ela, ajoelhando-se a sua frente e a abraçando, quase pegando a no colo, mas quando tentou, falhou, ela havia assumido a mesma aparencia da garotinha... Uma menina frágil de quatro anos de idade, chorando, por começar a sofrer tão cedo na vida. Ela não entendia as palavras daquela guerra em família, mas sabiam que não eram boas. Que a feriam.

Ela soltou a garotinha. Seu eu atual voltou. A garota apontou para a porta da cozinha, incentivando Demetria a abrilá-la, sabendo o que encontraria, não se sentiu muito corajosa. Não sabia nem o que eles pensariam ao ver uma mulher que era a própria filha e não a reconhecer...

–Eles não lhe verão - A voz infantil soou da boca daquela garota, como se ela pudesse ler mentes. Demetria não tinha razões para achar que ela não lia.

Ela assentiu e sua mão se fechou na maçaneta e abriu a porta. E lá viu o que há quase dezesseis anos atrás havia ouvido. Lá estava sua mãe, as rugas já eram presentes naquela época, e seu olhar era mágoado e marcado pelas lágrimas, o cabelo castanhos com frios brancos escapavam de um rabo de cavalo escabelado. Ela gritava com o homem cujo ela um dia amara, ou amava, e se tornara o monstro que era.

O pai de Demetria estava com uma garrafa em mãos e a bebia descontroladamente, enquanto ria dos argumentos da mãe, que sem sucesso tentava fazê-lo lembrar da filha mias velha que dormia logo ao lado a cozinha e da filha mais nova que devia estar dormindo no quarto próximo dali. Mal eles sabiam que ela havia escutado tudo e que a dor começou a crescer naquele dia. Tão nova e já tão magoada.

Ele largou a bebida e com as mãos percorreu o corpo da mãe, ele era mais forte que ela e então a prensou contra parede enquanto ela o estapeava e elevava a voz, ele adentrou a blusa dela e percorreu seus seios, beijando seu pescoço deixando seu exalar de bebida ali. A mãe o empurrou e ele cambeleou. E as mãos egoístas ansiaram por mais. Porque ele sempre queria mais. A mãe o bateu e ele revidou a jogando no chão. E o coração da atual Demetria pesou quando ela se jogou no chão com lágrimas para ajudar a mãe, e sua ajuda foi em vão, quando as suas mãos fantasmagóricas atravessaram sua mãe sem dignidade no chão.

Lembrou-se da sensação de ser apenas um prêmio de caridade e não uma filha para ele. E agora ela podia pensar que hava sido consebida assim, com um pai bêbado a assediar uma mãe.

Demetria queria socá-lo, virar as costas para aquele coração oco em um peito rígido, mas ela não podia o deixar. Apesar de amar esta ideia havia forças maiores que a faziam ficar com ele.

A imagem mudou. E ela deixou seu eu de quatro anos com o primeiro machucado que lhe era causado no coração.

Então ela viu novamente seu eu mais novo, sem se impressionar, abraçada as pernas do pai implorando para ele ficar enquanto ele ia embora da casa a qual eles moravam. Ela chorava aos pés dele implorando para ele não deixá-la. Gritando que o amava.

-Papai! Papai não me deixa! Papai!

Ele desgrudou ela de seus pés e sem um adeus entrou no táxi, sem condições de dirgir um carro. A mãe a apanhou enquanto ela chorava na calçada cuidando o carro se afastar, esperando pelo menos um aceno mas recebendo apenas o vento no rosto dizendo que agora tudo pioraria.

Como podia ele expulsar ela da vida dele? Ela era sua pequena garota e havia se tornado em nada?

A imagem mudou de novo. Algo um pouco mais recente a última visita que fez a ele, crê ela.

Deveria ser em torno de catoreze ou quinze anos quando ela entrou no apartamento dele e ele estava com a garrafa acima da boca, derramando as últimas gotas da cachaça de talvez a vigésima garrafa do dia. Os olhos dela arderam e ela se viu correr para o pai enquanto tentava arrancar a garrafa dele e ele revidava. Ela chorou e gritou por ele.

–Por favor... Papai. Por favor. Por sua garotinha. Por favor.

Ele sentou-se e a encarou com os olhos velhos e suplicantes, como ela fazia quando era criança, ele ainda segurava com brutalidade a garrafa que quase quebrava a seu aperto.

–Eu te amo minha filha...

Mas ela não seria manipulada, ela soluçou, a raiva ardeu nela.

–Não... Isso já está soando como uma mentira.

Ele levantou e tomou um gole da nova garrafa que ela encarou com ódio, como se aquele recipiente de vidro tivesse culpa do líquido que carregava.

Ela tentou arrancar a garrafa dele novamente sem sucesso, ele agarrou seus pulsos e os segurou com força ela arquejou pelos cortes recém feitos que com certeza sangraram.

Ela olhou nos olhos dele. A Demetria atual se sentiu como a daquela vez. Ela havia sido expulsa do mundo daquela pessoa que amava mais do que a propria vida. Ela havia sido expulsa do mundo daquela pessoa que a fez ter medo de ser amada, porque se amar era isso, ela não queria o amor...

–Abaixa a garrafa... Pelo amor de uma filha...


Demtria acordou ofegante na cama, cinco minutos antes de seu despertador tocar, ela limpou as lágrimas e o desligou já que ele seria inútil.


Seu gato lambeu seu rosto e ela acariciou suas orelhas antes de levantar e escrever no topo de uma partitura:

For The Love Of A Daughter.


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Notas finais do capítulo

reviews? favoritos? recomendações? o que vier é lucro!
p,s gente tá eu e minha amiga aqui em gramado a gente foi caminhar a acabou em nova petrópolis! vê se pode! e um cara tava meio que ''desfilando'' e eu comecei a imitar ele foi hilário! Ok, comentem lindos.