A Christmas Gift escrita por japa


Capítulo 2
Capítulo 2




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As batidas na porta eram como melodia para os ouvidos de House. Olhou para o relógio, havia se passado 37 minutos desde que falara com Cameron, e só podia ser ela do lado de fora de seu apartamento. Correu mancando e com um certo alívio, abriu a porta. Cameron estava do lado de fora, parada, com os olhos arregalados e um tanto preocupada.
-O que foi que aconteceu? - Cameron perguntou ao mesmo tempo em que entrava, sem ser convidada, no apartamento de House. No caminho da casa de seus pais até lá, imaginara mil coisas que poderiam ter acontecido com ele para a tê-la chamado com tanta urgência. A perna machucada, um corte profundo no braço para aplacar a dor como ele já fizera antes, até um rápido pensamento romântico passaram pela sua cabeça. - Qual a urgência? - Tudo estava normal. House estava inteiro, o apartamento, tirando um cesta em cima do piano, estava em ordem, Cameron não entendia o motivo da ligação dele - House?
-Eu te chamei aqui por causa... - House parecia levemente apavorado enquanto andava em direção ao grande piano que decorava sua sala. - Por causa disso. - apontou em direção à cesta.
Cameron se aproximou desconfiada, afinal, o que de tão importante poderia haver em uma cesta para deixar House naquele estado?
Olhou, e no meio da confusão de mantos e cobertores, viu a coisa mais linda e fofa que ela já vira em toda a sua vida.
-É um bebê! - Cameron falou baixinho para não acordar o lindo pequeno que dormia tranquilamente. - Ele é tão lindo....

House estava mudo, a verdade era que ele não esperava sentir o que ele sentiu ao ver Cameron tão próxima ao bebê. Era perfeito. Ela rindo, olhando com tanto carinho para o pequeno que dormia. O homem que tivesse um filho com ela seria a pessoa mais sortuda do Mundo por poder ter essa visão sempre, e por um minuto, ele desejou muito ser esse sortudo.
-O que ele está fazendo aqui? - A voz de Cameron, despertou House de seus sonhos. - Quem é ele?
-Eu... Não faço a mínima idéia!
-Como é que é? - Cameron não entendia o que estava acontecendo. House não sabia o que aquele bebê estava fazendo ali?
-Foi isso o que você acabou de ouvir. - disse House pausadamente, se sentando no sofá. - Eu não faço a mínima idéia do motivo dele estar aqui!
-Como assim? - Cameron disse preocupada e se sentando ao lado dele.
-Alguém o deixou na minha porta!
Cameron estava sem palavras, ela não fazia idéia do que dizer ou fazer, era a situação mais surreal que já acontecera com ela.
-Ele é... Seu? - perguntou receosa.
House revirou os olhos - Não! Eu sempre uso proteção e não imagino uma prostituta deixando um bebê na porta da minha casa.
-Então... Por que ele está aqui? Não veio uma carta junto à ele?
-Eu não faço idéia! Eu nem cheguei perto do cesto para ver se tinha alguma carta! - disse House olhando para Cameron, que vasculhava o cesto à procura de uma carta.
-Nada... - disse desanimada.
-Eu não sei como cuidar dele, ele faz barulhos estranhos e... - House não sabia mais o que falar.
-E é por isso que você me chamou?
House confirmou com um leve aceno. - Você vai me ajudar? - perguntou ansioso.
Cameron fez que sim com a cabeça e em seguida se levantou, tirou o pesado casaco que vestia e pegou o telefone.

 

.

 

Quinze minutos depois e três telefonemas dados, Cameron voltou a se sentar no amplo sofá da sala de House.
-E aí? - House perguntou, olhando para ela, que estava sentada ao seu lado.
-O chefe de polícia Gordon disse que a gente devia falar com o serviço social e que ele não pode fazer absolutamente nada. Ele me deu o telefone do escritório central deles, porém é véspera de Natal e ninguém atendeu, mas tinha uma mensagem dizendo que eles voltariam a funcionar normamelnte após as festividades de final de ano e...
-Festividades de final de ano? - House perguntou assustado, a ficha caindo lentamente em sua cabeça. - Isso significa...
-Só no dia 2 de janeiro. - completou Cameron - A juíza Foley disse que a criança deve permanecer com você até lá.
House olhava incrédulo para Cameron, ela não podia estar falando a verdade. Ele não podia ficar uma semana inteira com aquele monstrinho que grunhia uma vez ou outra.
-Eu não vou ficar com esse monstrinho aqui!
-Ele não é um monstrinho! - disse Cameron se levantando e indo em direção ao piano, para checar se estava tudo bem com o bebê. - E você não tem escolha, ele foi abandonado na sua porta, logo, é sua responsabilidade.
-Eu não pedi para ninguém abandonar ele aqui.
-Mas aconteceu!!! - Cameron gritou nervosa. House estava conseguindo tirá-la do sério.

O pequeno bebê acordou assutado com o grito de Cameron e começou a chorar desesperadamente. House xingou alto, enquanto Cameron tentava cessar os berros do pequenino com carinhos e palavras doces.
-Era só o que me faltava!!! - House disse, tampando os ouvidos com as mãos.
Cameron pegou o bebê no colo e começou a embalá-lo delicadamente, fazendo com que a choradeira parasse. House observou mudo à toda aquela cena. Cameron havia nascido para ser mãe, ela ficava perfeita naquele papel.
-Olha! É um menino! - Cameron observou a pequena pulseirinha azul que se encontrava no pulso direito do bebê. Todas as maternidades do país tinham esse tipo de sistema de diferenciação entre os recém nascidos.
House se aproximou e começou a examinar a pulseirinha, à procura de algo, como o logotipo do hospital onde o bebê havia nascido, mas não encontrou nada.
-Tem certeza que ele é um menino? -perguntou House desconfiado - Ele é muito grande para ser um recém-nascido, ele deve ter no mínimo uns 6 meses e essa pulserinha com certeza não é dele.
Cameron olhou dentro da fralda do pequenino, podendo assim acabar com aquela dúvida. - É... É um meninão!
House bufou. Ele não acreditava ainda em tudo o que estava acontecendo. Em um minuto ele curtia solitário a sua véspera de natal, para no próximo se ver com uma mulher e um bebê ao seu lado.
É, a noite ia ser longa...

 

.

 

-Como você vai chamá-lo? - perguntou Cameron ainda embalando o pequeno e rosado bebê.
-Isso importa? - replicou House, sentado na pequena banqueta do piano, segurando a bengala com as duas mãos e com o queixo apoiado nela.
-Claro! É melhor do que ficar chamando-o de.... - Cameron fez uma pequena pausa para tentar se lembrar a forma como House chamava o bebê - .... "Monstrinho". - disse sarcásticamente.
House revirou os olhos. -Ok... Gravediger!!!
Cameron olhou incrédula para House. - Isso é nome de carro de fórmula truck! Você não pode chamar um bebê assim!
-Não se pode anbandonar bebês na porta dos outros também, mas mesmo assim... - disse olhando para o menino, que começava a pegar no sono nos braços de Cameron.
Cameron suspirou - Que tal Marvin?
-Marvin?! - perguntou House confuso.
Cameron apenas apontou para o aparelho de som no canto da sala, de onde saía baixinho a poderosa voz de Marvin Gaye, cantando "Let's Get On".
-Ele não é negro... - House disse simplesmente.
Cameron desistiu, discutir com House era a mesma coisa que discutir com uma criança de 5 anos de idade. Na verdade, ela tinha quase certeza de que discutir com uma criança de 5 anos era bem mais facil.
-Que tal Mick? - perguntou House, se levantando e indo em direção de onde Cameron estava.
-Mick de Mick Jagger dos Rolling Stones?
-Não... Mick, do meu tio Mick que mora em Ohio. Ele é careca, baba e tem sérios problemas intestinais, igual a esse Monstrinho.
-Ele não é um monstrinho!! - replicou Cameron - E não tem nada de errado com o intestino dele...
-Não? - House aproximou o rosto do pequeno bebê - Então por que ele fede tanto?

Cameron nem teve tempo de checar o bebê, o estridente choro dele já tomava conta de todo o recinto novamente.
-Uau! - House colocou a mão no ouvido direito - Ele me deixou surdo...
-Ele está encharcado House! - Cameron posicionou o pequenino novamente no cesto - Nós temos de limpá-lo e trocar a fralda dele.
-Nós? - House olhava assustado. Ele nunca cuidara de um bebê, nunca se imaginara cuidando de um bebê.
-É! - Cameron respondeu impaciente - Pega uma caneta e um papel e traz aqui.
House foi em direção à sua escrivaninha e pegou um pedaço de papel e uma caneta e levou para Cameron, que tentava em vão, acalmar o bebê.
-Ele não pode calar a boca? - House perguntou, começando a ficar com uma leve dor de cabeça, graças ao choro do bebê.
Cameron não se deu nem ao trabalho de responder, e começou a escrever rapidamente no pequeno pedaço de papel.
-Esse Monstrinho é mais chorão que o Wilson, e olha que o Wilson chora até em comercial de... - House parou repentinamente de falar - Jimmy! O nome do monstrinho pode ser Jimmy.
Cameron riu da sugestão de House, enquanto continuava a escrever. - Ótimo, você arranjou o nome para o bebê. - Pegou o pedaço de papel e o entregou para House -Toma! Vai até o mercado mais próximo e compra tudo o que está escrito aí.
House ficou com cara de "WTF?", olhando de Cameron para a lista, e da lista para Cameron.
-Vai, House! - gritou Cameron, pegando mai uma vez o pequeno Jimmy no colo, numa tentaiva de fazer com que o choro parasse.
House, perplexo, fitou Cameron por mais alguns segundos. Ela estava falando sério, ele teria de ir realmente à uma mercado comprar coisas para o bebê. Bom, pelo menos ele se livraria da choradeira interminável.
- Te dou meia hora. - Cameron falou antes dele começar a se mover.
House foi em direção ao armário, pegou o casaco e saiu para a rua fria e silênciosa, segurando nas mãos, a lista do bebê.

 

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