A Segunda Seleção. escrita por Gabii


Capítulo 6
Enfim...Festa!


Notas iniciais do capítulo

~> Não me matam meninas, eu tenho ótimas explicações para dar;LEIAM LÁ EMBAIXO POR FAVOR É URGENTE.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/348819/chapter/6

Enfim....festa!

Sabe quando você percebe que seu coração está batendo. E você sente sem colocar a mão no peito. Quando seus pés ficam formigados e seu estomago revira.

Bem eu me sentia daquele jeito e mais um pouco.

Talison estava agarrado ao meu braço e pelo que eu chamava de ligação de irmão, ele estava sentindo o mesmo que eu.

Respiramos fundo e entramos no salão silencioso e brilhante.

O pequeno palco em que estávamos rangia quase imperceptivelmente. Todos os olhos, de todas as pessoas estavam concentrados no nosso pequeno casal. Os sons das respirações faziam uma sinfonia caótica, que preenchia nossos ouvidos como motores de avião.

Mamãe que estava lá na frente sorriu para nós, encorajando nossa confiança.

Deu de birra Allana, agora chegou o momento tão esperado para o seu povo. Sorria garota. Sorria.

Meus pensamentos embaralhavam minha mente, mas agradeci a Deus por ter uma voz interior. Por que o sorriso que eu havia colado no meu rosto estava se desmanchando. Talison me cutucou com o cotovelo e eu abri um sorriso deslumbrante.

Curvamos-nos ao povo, e suavizamos os lábios.

Você faz tempestade em um copo de água, lembra de como você já fez isso muitas vezes?

Se eu lembro?É claro que sim, mas nunca fiz isso com o meu futuro noivo me espreitando nem com trinta e cinco garotas que pretendem disputar meu irmão.

Subo logo esse corpo garota e fale algo.

Limpei a garganta e olhei do canto do olho para Talison que retribuiu o olhar.

— Boa Noite a todos. — comecei, sem saber o que falar — Hoje eu e meu irmão comemoramos dezenove anos, e isso não podia nos deixar mais felizes. Não sei o que  faríamos sem o apoio e o amor de todos vocês.Cada um aqui tem histórias diferentes conosco, mas são histórias que guardamos no coração e lembramos com carinho.Desculpe essas palavras meio sem sentido, mas é que eu não pensei em discurso, estava em outro mundo, se assim podemos dizer.Obrigado por estarem aqui e divirtam-se.

Finalmente retirei o capuz de minha capa verde esmeralda, a luz que faltava no salão acariciou meus olhos, virei-me para o meu irmão e aceitei o seu pedido para dançar.

Descemos o pequeno palco e contemplamos nossos convidados, a música começou e nos embalou num ritmo perfeito, nossos corpos estavam em sincronia perfeita, tudo estava perfeito.

Os olhos castanhos impossíveis de meu irmão me olhavam de forma estranha, e se desviavam no momento em que eu os encontrava. Com certeza ele estava bravo, por mamãe ter despedido Anellise, mas eu não podia fazer nada para mudar. Na verdade eu podia, mas eu não faria isso nem morta.

Dançamos até a metade da música, então mamãe e papai entraram. Eles pareciam estar se divertindo muito, mesmo que visse as caretas do papai, por causa das pisadas que a mãe dava nele.

As pessoas começaram a dançar também e a festa continuou da mesma forma que todas as festas continuam. Meu irmão me soltou na primeira oportunidade que teve e foi para perto de nosso pai que o recebeu com palmadinhas nas costas, antes de trocarem aquele olhar, que só homens parecem ser capazes de decifrar.

Fiquei parada no meio do salão, palavras sussurradas entravam e saiam pelos meus ouvidos entorpecidos, alguns olhos me observavam curiosos. Nenhuma princesa era deixada parada no meio do salão, pelo menos não sozinha.

Senti uma mão quente e tranquilizadora nas minhas costas olhei para trás e me vi encarando os olhos castanhos de meu pai, que sorrio para mim fazendo meu coração disparar.Ele fez um gesto para a pista de dança eu olhei para ele, meio contrariada.Não gostava muito de dançar, eu parecia estar em convulsão.

Dançamos ao som de minha lamentação e da alegria que mamãe dava aos seus convidados, papai a procurava com os olhos por cima de minha cabeça e eu encostei a cabeça em seu peito e segurei as lágrimas com força, não poderia cair em desespero.

Apartir daí, alguém apertou o botão de piloto automático em mim. Só sei que depois da dança, papai e eu fomos conversar com mais alguns convidados e eu sorri e falei como a festa estava incrível e como minha mãe era maravilhosa em tudo. Todos concordaram com sorrisos tão falsos quanto o meu colado no rosto.

Mamãe veio para perto de nós e era possível visualizar a sua animação que brilhavam como pequenas estrelas a sua volta. Seu vestido azul e seus cabelos presos em um coque brilhavam a luz intensa e suave, que refletia no chão bem polido, era impossível não sentir orgulho de ser sua filha.

Sua voz macia entrou em meus ouvidos e anunciou que o meu lugar na mesa já estava arrumado, agradeci internamente as estrelas por ter encontrado o meu lugar, eu necessitava sentar.

Mamãe me levou até uma mesa distante, era redonda e uma toalha perola a cobria, uma pequena jarra de cristal estava depositada no seu centro e dela jorrava flores tingidas de dourado e o perfume que elas exalavam era inacreditável, havia sete cadeiras dispostas ao seu redor, cada uma tinha o encosto de madeira e eram forradas com um tecido perola com desenhos de flores douradas.

O clima na mesa era calmo e divertido, quase me senti a vontade.A janela que ia do chão até o teto e que ficava atrás da nossa mesa estava aberta, o ar da noite era morno e se eu esticasse a mão poderia toca-lo, o céu já escuro estava pontilhado de estrelas brilhantes que pareciam pequenos buracos no chão do paraíso.

As três formas sentadas a mesa observaram eu e minha mãe nos aproximarmos, e eu senti todo o ar que eu me permitia respirar sair de meus pulmões como se a água tivesse entrado para aterrorizar.

A mulher foi a primeira a se levantar, tinha cabelos dum loiro tão claro que podiam ser confundidos facilmente com branco, eles caiam com graciosidade em seus ombros que pareciam não aguentar seu peso, seus olhos eram tão negros e que pareciam não ter pupilas e a sua pele lhe dava um ar doentio, usava um vestido longo verde escuro e as esmeraldas que usava no pescoço era a única coisa mais chamativa do que seu cabelo. Ela sorriu, e foi um dos únicos sorrisos sinceros que vi naquela noite.

O homem se alevantou e logo percebi que não seriamos amigos, tinha aquele ar de alguém que se acha muito importante, com a pele enrugada (provavelmente de tanto estresse) olhos de cobalto e cabelos negros brilhantes, olhou-me como se eu fosse uma barata que tivesse pousado na sua comida, e eu com muita educação, olhei para ele como se fosse um rato que eu peguei comendo o meu queijo favorito.

Minha mãe suspirou baixinho e sorriu para eles dois e seus olhos pousaram na terceira figura sentada.

O garoto parecia ter mais ou menos quinze anos, olhos azuis e cabelos loiros, ele me encarou e um pequeno sorriso brotou no canto de seus lábios, ele se alevantou e estendeu a mão para mim.

—Olá, Princesa Allana é um prazer finalmente conhecer a senhorita. — ele falou de forma educada.

Sorri para ele.

—Olá, Príncipe ... — tremi ao perceber que não sabia o nome dele.

—Filipe. — ele disse com um sorriso.

—Filipe. — repiti, sorrindo de volta para ele.

—Querida, esses são a Rainha Alexia e o Rei Adílson e o Príncipe Filipe é...— começou mamãe, mas ela foi interrompida por Filipe de modo bem deseducado.

— Eu fui adotado, se me permite dizer, é para caso de alguém descumprir o acordo. — disse a voz levemente embargada.

—E o que exatamente acontecerá se cumprirmos o acordo? — perguntei.

Ele me olhou de forma divertida.

— Eu assumirei o reinado...em algum lugar. — eu entendi a mensagem e agradeci a ele com um sorriso.

Olhei para os meus futuros sogros e fiz um careta.

—Por acaso eu fiz algo errado para vocês estarem me olhando assim?

Alexia riu e veio para o meu lado me abraçando, enquanto falava para mim que eu estava magnífica seu halito banhado de vinho atingiu meu rosto.

—Você dança muito bem. — comento meu sogro com um sorriso diabólico nos lábios.

—Obrigada por notar, não vejo a hora de ver o senhor dançar. — respondi.

Ele resmungou algo inaudível aos meus ouvidos. Olhei para Alexia.

—Seus cabelos são tão deslumbrantes quando vistos de perto, imaginar cabelos tão lindos pode ser uma tortura. — não sei se o que eu disse foi algo ofensivo, só sei que fez Alexia corar, dando vida sua pele doentia.

—Os seus é que são tão cheios de brilho e vida, espero que meus netos herdem esse cabelo. — fiquei apavorada com a menção da palavra “netos”.

—Quer dançar, Allana? — Filipe perguntou com a voz adocicada, foi impossível recusar.

Ele parecia ter tantas dificuldades na dança quanto eu, e por isso nos divertimos observando a dança um do outro. Conversamos sobre tudo um pouco, ele me contou do orfanato onde foi tirado quando tinha seis anos, disse que apesar de lá não haver muita educação e muita pouca comida e conforto ele era feliz, as pessoas eram boas e não havia maldade ou mentiras envolta deles e Filipe contou-me que tinha uma irmã mais nova que foi levada a pedido dele para o castelo e que era sua criada. Ele parecia realmente triste com isso.

Mas para anima-lo, contei sobre minha vida. Contei das festas e das pessoas que eu conhecia, até falei de como fiquei furiosa quando percebi que meu irmão teria que participar também da seleção.

Eu estava me abrindo para um estranho a quem o sorriso me encantava e me lembrava de algo que eu deixei cair na minha jornada até aqui. Provavelmente, a vontade de viver.

Filipe era cheio de vida, sorria para todos e os seus sorrisos eram tão sinceros e cheios de luz que cegavam meus olhos, ele ria dos seus erros da dança e não parecia se importar com os meus. Dava para ver a energia pulsando ao seu redor, ele lembrava-me minha tia May, que era tão parecida e diferente de minha mãe.

Dançamos três músicas seguidas, gritamos e rimos alto.Esquecendo por alguns momentos que eramos príncipe e princesa e que absolutamente todos os olhos do salão estavam voltados para nós.

Por apenas alguns minutos, um menino de quinze anos, não se importou se eu estava bonita ou não, ele não se importou com o fato de eu ser um “trasgo” na dança, ele não se importou com o fato de eu estar perdida...

Ele me olhou e eu me encantei.

O botão do piloto automático foi desativado e quando me dei conta do que estava acontecendo, tinha finalmente encontrado um amigo verdadeiro.

POV >PRINCIPE MISTERIOSO

O salão estava lindo e iluminado, senti-me em casa no momento em que meus pés tocaram o chão polido.

Não sabia que minha mãe e meu pai iriam vir participar da festa, e todo o nervosismo desapareceu quando meus olhos os encontraram.

— Está tão bonito, querido. — falou mamãe, seus incríveis olhos negros brilhavam de alegria. — E o vinho que servem aqui é muito bom, eu preciso pedir a sua noiva...

— Você poderia ter mandado passar mais esse terno, está parecendo um porco amarrotado assim. — a voz de papai retumbou sobre meus ouvidos.

—Obrigado, papai. Foi o melhor elogio que recebi hoje — respondi, contendo a minha língua.

Mamãe revirou os olhos e depois falou para ele.

—Ele está perfeito, você é que fica botando defeito, seu velho rabugento. — falou mamãe.

Os olhos de meu pai escurecerão e tive a impressão de que ele esganaria a mãe se não tivesse testemunhas demais presentes.

Estávamos sendo o centro das atenções no salão, às pessoas desconhecidas nos olhavam e sussurravam entre si, não dava para perceber o que estavam falando, mas pelos seus olhos admirados e suas bocas escancaradas, estavam falando do cabelo de minha mãe.

Depois de um tempo em que minha mãe e meu pai discutiam, um pequeno ser chegou.Ele me olhou e sorriu.

—Manãoooo, tava passando num corredor amontoado de garotas, Meu Deus do Céu, se fosse para eu escolher entre uma delas, poxa eu me mataria. Cada uma é mais perfeita do que a outra.

Fui obrigado a rir, Filipe não tinha mais jeito.

—E olha só, lá estão elas entrando...

O salão para, uma música suave começa a tocar e os olhos das pessoas se concentram em duas fileiras de garotas que entram insinuantes pelas portas, seus sorrisos dóceis estavam congelados nos rostos e seus vestidos espalhafatosos balançavam ao redor de seus corpos rígidos.

Elas olham para tudo admiradas e logo ao conversar com as pessoas, muitos as analisam de cima a baixo procurando defeitos em tudo: suas roupas, suas joias, seus corpos, seus cabelos, suas maquiagem e até mesmo em suas almas.

Elas ingênuas não percebem que o que se desenrolam aos seus redores é bem mais sério do que elas imaginam.

Meus olhos me guiam até uma menina linda parada no meio do salão, eu só conseguia olhar para ela.

Seus cabelos negros caiam em seus ombros, seu vestido havia sido feito para ela e seus olhos...Há que olhos.

Quase que automaticamente eu ando para ela, que quando me vê fica surpresa.

—Pensei que nunca o conheceria Príncipe Lucas. — sua voz era suave e perfeita para ela.

Pego com delicadeza uma de suas lindas e frágeis mãos e deposito um beijo suave, que transborda de admiração.

— E eu que nunca mais a veria Srta. Alice. — respondo.

Ela joga a cabeça para trás e ri.

— Não seria fácil se livrar de mim, querido. — ela diz com um tom de voz insinuante.

A convidei para dançar e nós dois flutuamos pelo salão cheio de casais felizes, era um deles. Nossas conversa era franca, não tentávamos impressionar um ao outro, falamos a verdade e ouve tanta ironia e sarcasmo envolvida na conversa que era impossível ficarmos ofendidos com a conversa.

Apesar de ela ser bem irritante e meio fútil sua companhia e sua risada suave quase me enlouqueciam.

Quando terminamos de dançar três músicas seguidas fomos nos sentar ao lado de uma mesa cheia de chocolate, as cadeiras eram confortáveis e me afundei cansado e sem fôlego numa delas.

Alice pegou um pedaço de chocolate e o analisou antes de colocar a pontinha dentro da boca, depois de alguns segundos seus olhos se iluminaram e ela falou algo extremamente óbvio.

— Isso é uma delicia! — ela deve ter percebido como olhei para ela, pois revirou os olhos.

— Como é nome disso? — pergunta.

—Chocolate. Nunca havia experimentado chocolate? — falei duvidoso.

— Sou um seis, o que esperava. — ela desdenhou, mas nos seus olhos incrivelmente azuis havia uma mescla de tristeza.

— Enquanto estiver aqui, tenho certeza de que irá comer muito chocolate. — afirmo, tentando anima-la.

Ela me olhou e agarra uma de minhas mãos me alevantando da cadeira, sei que ela não deveria fazer isso, pois poderia parecer uma oferecida na frente dos convidados.                                                             Eu girei um pouco, batendo levemente meu quadril na mesa e giro, ainda segurando uma de suas mãos.

Sinto algo cair por cima de minhas costas, era frio e extremamente incomodo.Virei-me pronto para confrontar o ser extremamente estúpido que havia derrubado algo em mim quando meus olhos se deparam com meu irmão Filipe segurando um copo com um liquido escuro, que deveria ser vinho numa das mãos.

A outra mão estava segurando o pulso de uma garota.

A garota tinha cabelos longos cacheados e ruivos brilhantes que me lembravam do por do sol na Itália, seus olhos tão azuis quanto o céu sem nuvens brilhavam cheios de charme e doçura, os lábios vermelhos eram junto com seus olhos uma obra de Deus, que ficavam encantadoramente amostra em seu rosto branco como neve.

Usava um vestido tomara que caia amarelo que faziam meus olhos doer, ela parecia o sol.

—Manãaao, desculpa foi sem querer mesmo. — Filipe parecia sincero e atordoado.

—Não,não — ouço-me responder enquanto continuo olhando para a linda menina que me olha e revira os olhos.

Alice soltou a minha mão e encara a menina, ela parecia ter entrado em estado de choque. Ela sussurra baixinho “não pode ser” várias vezes e continua olhando para a menina.

Observo uma mulher ruiva e belíssima vir por trás de nosso pequeno grupo, um sorriso feliz e satisfeito repousa em seus lábios que combinam perfeitamente com ela.

Ela coloca as mãos nos ombros nus da menina.

—Vejo que já se conheceram.— ela diz com suavidade e satisfação.

—Como assim já nos conhecemos? — pergunto, ao perceber que os olhos dela estão concentrados em mim.

Ela suspira.

—Príncipe Lucas está aqui é a Princesa Allana, Princesa Allana esse é o Príncipe Lucas, seu futuro marido.

Tenho que segurar meu queixo para não cair.

(...)

POV > ALLANA

Ok, ele até pode ser bonito e charmoso.

Mas é um tremendo idiota.

Como. Ele. Não. Reconheceu. Sua. Futura. Esposa.?.

Meu. Deus, até eu que nunca tinha o visto antes percebi que era ele no momento em que Filipe disse Manãaao.

E depois ele ficou me olhando como um sem noção.

Olho para ele e sorrio ao estender uma de minhas mãos.

—É um prazer conhecê-lo Príncipe Lucas. — digo com uma felicidade fingida.

Ele pega minha mão como se fosse uma peça rara de porcelana e seu beijo é delicado e arrepia meus braços.

—Não posso dizer como estou feliz em vê-la, Srta.

É claro que não pode dizer você não está feliz em me ver, querido.

Ficamos em um silencio delicioso, Filipe ataca a mesa de chocolate e com os olhos pede para eu ajuda-lo.

Não hesito nem por um segundo antes de atacar o enorme banquete que está servido naquela mesa.Todos sempre souberam a quantidade de chocolate que eu era capaz de digerir ao mesmo tempo.

Olho para o lado quanto cinto que estou sendo observada e meus olhos param em cima de Alice que me olha estupefata.

—Era você o tempo todo? — a voz dela estava fraca e levemente abalada.

Ela olha para a capa verde que estava pendurada num dos meus braços.

—Por que não me contou? — seus olhos se enchem de lágrimas.

—Não contou o que? — pergunta Lucas, curioso e intrometido.

Alice se vira para ele e Lucas vê as lágrimas em seus olhos e posso ver nos sinais que seu corpo dá que ele quer abraça-la. Talvez tenham se conhecido por acaso, e isso tenho gerado uma pequena atração entre eles, mas eu sabia que essa atração estragaria os meus planos.

—Ela cuidou de mim, hoje, estava disfarçada. Por que não me contou!!!! — ela me confrontava agora, eu podia sentir a raiva escorrendo por entre seus dedos.

—Contou o que, querida? — sinceramente eu estava preocupada com a sanidade mental de Alice.

Lucas e Filipe olham para elas com um ponto de interrogação no rosto, ela fica vermelha. Não vermelha normal, como se ela tivesse acabado de corar, ela estava em vermelho vivo, provavelmente por causa de sua pele.

—Não se finja de desentendida! Você me levou para aquela salinha atrás do quadro, até deu banho em mim.Pensei que fosse um criada da princesa!

Certo, a garota estava louca.

Filipe me olha e eu giro meu indicador na frente de minha orelha, sem ao menos tentar esconder o gesto.

— Alice, querida, acho que você está meia tonta...quer minha água. — diz Lucas a ela com carinho enquanto a obriga a se sentar em um das cadeiras.

—Não quero sua água, eu não estou tonta. — ela altera um pouca a voz — Só quero que ela diga a verdade!

Todos os olhos se concentram em mim, observo minha mão caminhar e cumprimentar as pessoas.

— Talvez você tenha apenas me visto antes e me reconhecido agora, querida, mas tenho certeza que nunca seria possível me confundir com um criada e aliás de que quadro está falando...não a nenhuma salinha secreta aqui, e pode ter certeza do que digo, que moro aqui a dezoito anos. — sorrio com sinceridade para Alice. — Eu nem sei seu nome,como poderia ter te dado banho.

Ela funga.

— Mas tenho certeza de que era você, sua capa era verde. — todos olham para a minha capa.

—Mas a muitas pessoas com capas verde, querida — apontei para um senhor e uma moça com a capa iguala minha. — Talvez você tenha dormido e sonhado com tudo, querida. O seu dia deve ter sido corrido.

—É. — confirmou Lucas — O dia de selecionada com certeza nãoé nada fácil.

Olhei para Alice pensativa.

—Já falou com meu irmão, querida? — pergunto delicada.

Ela negou com a cabeça enquanto alevantava e ajeitava seu vestido.

—Bem, então tem cinco segundos pra respirar fundo. — eu disse, antes de agarrar a mão dela e me afastar aliviada dos garotos surpresos.

Revirei o salão com os olhos antes de encontrar meu irmão, ele estava num dos cantos do salão bem escondido de olhos curiosos, ele conversa com uma garota alta e linda.

Eu arrastei Alice comigo, passei no meio do salão esbarrando nos casais que dançavam felizes e pedi desculpas sem nenhum arrependimento.

Quando cheguei perto percebi que a garota estava avançando para o meu irmão e é claro fui obrigada a intervir.

—Com licença...desculpe interromper.Mas mano, as meninas estão cansadas e falta você falar com ...—deixo a frase no ar.

—Alice.

— Falta você falar com Alice.

A garota que está levemente reencostada no meu irmão me analisa de cima a baixo, seu olhar é cheio de inveja e nojo, o que eu acho estranho, você não é capaz de invejar o que o faz sentir nojo.

Eu a olho também.

Cabelos loiros escuros, quase castanho, presos em um coque flor seguro no alto da cabeça, pele amorenada lábios cor de rosa, e olhos negros que é de duvidar que ela tenha pupilas. Ela é extremamente linda e pelo seu jeito, vejo que é uma dois.

—Quem é a jovem, mano? — pergunto.

Mas não é ele que responde, é a voz envolvente e sensual da garota.

—Sou Lennara; casta dois.

Sorrio para ela.

—Lennara, por favor, vá para a sua cama como todas as outras meninas. — digo eu, mantendo um sorriso tão falso quanto o dela no rosto.

—Mas nenhuma menina está indo para a cama. — ela diz.

Talison ao meu lado suga o ar lentamente, ela estava ousando me desafiar.Sorrio, não normalmente, me inclino para a frente e sorrio como uma leoa preste a matar sua presa.

— Seus pais nunca lhe ensinaram que os olhos são para enxergar? Pois olhe bem ao seu redor, querida.

Ela engole em seco e olha melhor ao redor, seus olhos param num pequeno grupo de menina saindo do salão.

Ela me encara pronta para responder.

—Não gaste a saliva com palavras que ninguém quer ouvir. — com isso ela sai, mas antes me lança um olhar de ódio.

—Acho que amanhã irá para casa. — eu digo, enquanto observo ela sair rebolando.

— Há não, eu gostei dela. —reponde meu irmão.

—Dela ou de seus peitos? — pergunto sem educação.

Ele cora até a raiz dos cabelos.

— Acho que já sei a resposta, e vou falar com a mamãe sobre ela.Não quero que ela crie confusão. — penso alto — Bem boa conversa para vocês e quando terminar, por favor, vá para a cama Alice.

Saio de lá rapidamente e vou à direção dos garotos que conversam animadamente.

—Olá. — resmungo.

Eles se olham e sorriem para mim.

— O que foi? — pergunto.

— Amanhã quer fazer um piquenique comigo, Srta.Allana? — pergunta Lucas de forma educada e cortês.

Não, penso.

—Sim. — respondo.

Ele sorri vitorioso.

—Dar-me-ia a honra dessa dança?— pergunta formalmente.

Parae! Ele ta se achando muito por meu gosto.Eu só aceitei uma coisa e ele já vem me convidar pra dançar!

— Eu ficaria honrada. — digo sorrindo.

Nós dançamos duas músicas, que nunca pareciam acabar e que me torturaram até o fim, já que eu não sabendo dançar direito ao lado dele o ser que desliza pelo palco fico parecendo um sapo que quer aprender a voar.

Quando termino de dançar e Lucas vai convidar sua mãe, vou para perto de Filipe, que estava tomando um copo de vinho envelhecido em carvalho.

— É uns dos nossos melhores vinhos. — digo indicando o copo dele com a cabeça — Nunca me canso de degustar mais um gole.

Ele engole é sorri.

— Não sabia que seus pais deixavam você beber álcool. — comenta.

Olho para ele como se fosse um maluco.

—E quem disse que deixam?! — retroco.

Com isso ele ri e sai um pouco de vinho pelo seu nariz, o que me faz rir.

Sinto uma mão tocar meu ombro de forma gentil e me viro e vejo estar olhando para a minha bela mãe.

—Allana,querida, acho que já está na hora de você ir dormir. — ela diz com suavidade, seu hálito impregnado de vinho bate em meu rosto como uma brisa suave.

—Sim mãe, estou me sentindo cansada. — digo e sorrio para ela — Boa noite Sir Filipe, espero cruzar com você novamente algum dia desses.

Ele faz um reverencia exagerada;

— Foi uma honra conhecê-la, encantadora senhorita Allana, espero igualmente poder reencontra-la.

Mamãe rindo me conduz até Lucas que fala de forma contagiante com seus pais.

— Com licença, desculpe. Vim somente desejar uma boa noite a todos vocês. — viro-me para Alexia — Rainha Alexia; — viro-me para Adílson — Rei Adílson; — e por fim Lucas — Príncipe Lucas; foi um prazer enorme conhecer vocês e espero que nos cruzemos novamente.

Saio e vou deslizando para fora do salão o mais rápido que meus sapatos de salto permitem.

Quando as portas do salão se fecham atrás de mim, eu respiro tão fundo que meus pulmões gemem, olho para os lados e retiro os sapatos, os jogando num dos cantos do castelo.

Vou de pé descalços até o meu quarto.

Fico surpresa ao ver uma pilha de presentes, muito bem organizados em cima da cama.

Reparto a pilha no meio, jogando um pouco para cada lado e deixando um espaço suficiente para mim mesma no meio da pilha de presentes.

Pego os primeiros e vou abrindo.

Um relógio de pulso, um livro, um pequeno relicário.

O relicário tem o formato de um coração prateado, duas letras entrelaçadas estão gravadas com diamante na frente. A e T.Quando abro o relicário uma pequena foto cai no meu colo, eu a abro com cuidado, pois parecia que o papel era delicado e estava envelhecido com o tempo.

Meus olhos se enchem de lágrimas ao olhar para a foto, e elas escorrem pelo meu rosto, contra a minha vontade.

Eu e meu irmão estávamos brincando no jardim do palácio quando tínhamos seis anos, mamãe e papai se beijam sentado num banco lá atrás e o sol reluzia em nossas peles sempre pálidas.

Eu usava um vestido branco com flores azuis, o preferido do meu irmão, junto com uma sapatilha de balé branca de ponta, meu cabelos estavam presos num rabo de cavalo perfeito e eu estava suja, sorrindo para a câmera. Meu irmão usava uma camiseta social branca, grande demais para ele e uma calça escura e muito quente, seus pés estavam descalços e ele estava encharcado.

Os braços dele apertavam meu corpo magro e minhas unhas estavam cravadas nos seus ombros, ele ria e fazia caretas de dor.

Lembro que depois de termo tirado a foto, brigamos e rolamos na grama e quando ele finalmente me venceu, ele sussurrou no meu ouvido “Eu te amo, e desculpa ter brigado contigo!”.

Foi a primeira vez que meu irmão dissera que me amava e foi a primeira vez que eu admiti que o amava também.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

~> LEIAM AQUI, POR FAVOR, É IMPORTANTE!!!!!!

Quero começar a dizer, obrigada a todas vocês que estão acompanhando desde o começo a finc, eu não sei o que eu seria sem vocês!;D
Agradeço de coração as quatro lindas meninas que favoritaram a finc hehehe, fico muito,muito feliz em saber que vocês realmente gostam da história.
Agradeço também a todas as meninas que estão acompanhando e a todas as meninas que deixaram suas reviews, sempre todas tão boas e que me fizeram sair pulando e gritando pela casa.
Mas agora, CHEGA de agradecimentos e é hora de focar!!!
Sim, eu demorei muito para postar o novo capitulo.Desculpe -me por isso, mas é que eu fiquei internada por umas três semanas, quem respondeu seus comentarios foi minhas querida irmã, ela escrevia eles num papelzinho e levava para mim no outro dia, devo agradecer por que sem o seus comentarios aquele quarto continuaria muito frio e solitário.
Digo que acabei de ler A Elite e que eu adorei, e que esclarecerei algumas coisas nos proximos capitulos.
Esse capitulo foi grandinho, e eu demorei um pouco nele, pois queria algo legal e especial, não sei se cheguei em algum dos dois, então por favor,leitores fantasmas SE PRONTIFIQUEM, eu também preciso de vocês.
Eu quero pelo menos dois comentarios antes de postar o proximo capitulo, e se alguma de você tiverem sugestões ou duvidas me mandem um MP eu entro quase todo o dia no Nyah!Fanfiction.
Digo que não enrolarei mais nos capitulos, não quero que isso vire um livro.
Desculpe pelos erros de português.
E por fim, eu gostaria de pedir o que vocês estão achando da minha finc, e quero opiniões sinceras um critica pode ajudar bem mais do que um elogio, LEMBRE-SE DISSO.
Obrigado por lerem aqui, e digo que eu não seria nada sem vocês.
BJK,BJKS,BJKS da Gaby*