A Segunda Seleção. escrita por Gabii


Capítulo 16
Explosão


Notas iniciais do capítulo

~~> Quem é vivo sempre aparece! Desculpe por tanta demora, meu computador queimou e isso me desanimou por absolutamente todas as minhas fincs estarem salvas ali :pp Fiz ontem esse capítulos, quer dizer ontem e hoje, ele não me deixou dormir hahah ;pp
Espero que gostem, e um capítulo especial para mim, e tem uma música no final, acho que todas já ouviram ela, ela me define totalmente :DD
~~> Esperem que gostem e comentem.



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O ceú estava carregado de nuvens escuras, e o ar cheirava a pinho e a suor de muitas pessoas juntas.

Estavamos caminhando em direção ao Hopital de Illéa, mais pessoas do que eu era capaz de imaginar estavam nas calçadas, com cartazes, bandeiras ou simplesmente brandando em alto som : A princesa está viva é um milagre!

Eu caminhava para lá o mais rápido que minhas pernas bambas permitiam, eu cambaleava como um bêbada pelas ruas, meu irmão enganchado em meu braço e sorrindo forçadamente para todos que víamos.

Antes de sairmos, mandaram -me sorrir e acenar, como se nada daquilo tivesse acontecido, como se eu não lembrasse nem mesmo quem era eu de verdade, se algum dia eu souberá quem realmente eu era.

Lucas e Filipe estavam próximos da gente, ouvi garotas gritarem o nome deles e senti um vontade louca de mandá-las para a forca, como se aquilo fosse totalmente norma, sim eu estava com ciúmes deles...sim dos dois! Mas o que tinha a ver?!

Então os gritos das pessoas se tornaram ainda mais altos quando minha mãe e meu pai entraram em seus campos de visão.

Mamãe estava linda...seu cabelo estava radiante, mesmo não havendo um índicio sequer de sol, ela usava um tiara de diamantes neles e um vestido de cetim bege com detalhes prateados, que lhe cobria so braços, nos pés uma sapatilha branca. Mas o que mais se destacava nela eram seus olhos, os imenços olhos azuis estavam praticamente vivos, e eu a reconheci pela primeira vez em dois meses.

Havia sido longo e doloroso todo esse tempo, ela poderia até achar que de alguma forma ela era a mais atingida, por ser minha mãe, e eu não conseguir reconhecê-la....mas ficar dois meses, sem saber quem era aquela pessoa que demonstrava me amar tanto, sem conseguir confiar nela, sem poder conhecer ela mais, acabou comigo.

E papai...papai que parecia tão confíavel, que parecia tão sincero e seguro, que por trás dos olhos castanhos tinha uma agonia incrível e tempestuosa. Lucas se aproximou mais de mim e sussurrou em meu ouvido, com um sorrisinho.

– Posso pegar na sua mão, minha querida futura esposa? - primeiramente pensei em não deixar, mas os olhos de todos ao redor que demonstravam um incentivo maluco me impediram.

Todos estavam tão felizes com aquele noivado, todos pareciam achar que combinavamos e que nos amavamos mais do que qualquer outra coisas, mas não era assim....não mesmo.

Ele pegou em minha mão. Sua pele era macia e suave, eu podia jurar que senti um doce cheiro emanando nela, como se ele passasse hidratante de mulher, várias pessoas sorriram satisfeitas e outras deram gritos e vivas.

Então nós chegamos, era como se todas as vozes da multidão se calassem imediatamente, como se tudo ao meu redor desaparecesse e só restasse aquele hospital com aparência velha e triste, como se ele ganhasse vida própria e dissesse : Vamos, entrem aí, não vejo a hora de acabar com sua vidas!

E nós fizemos o que ele mandou, as portas eram grandes, escuras e pesadas e papai as abriu sem esforço, entramos, sentindo o cheiro enjoativo de desinfetante e gente doente.

"Onde ela está?!" - pensei desesperada para ver o rosto da pessoa que eu amara e aruínara a vida...queria pedir desculpa para ela, falar que eu não tinha a intenção, que fora no momento, que eu nunca ia me perdoar por ter feito aquilo e que nunca iá esquecê-la.

Uma mulher linda, trajando um jaleco impecavelmente branco veio até nós. Andamos por grandes corredores, e ouvimos choros de crianças e de adultos.

Enquanto caminhavamos, era como se as batidas de meu coração, fossem meus últimos instantes de vida....minha respiração se tornou lenta e meus passos mais vagarosos, eu desejava poder desmaiar e sentir o mundo sendo ocultado. Mas não, eles não me deixariam sair tão fácil dessa agora...especialmente se eu mesma tivesse feito eles viajarem para nada.

Então a linda mulher parou e olho para nós e sorriu, ela bateu na porta que imitiu um som oco, ninguém respondeu do outro lado.

Então passos arrastados, preencheram nossos ouvidos e o som de engasgo e aparelhos com seus bipes e então emergiu da porta uma mulher.

Ela tinha cabelos ruivos lisos que batiam até metade de sua costas, mas sem o brilho que um dia tiveram, o rosto era pálido e triste, os lábios rosados estavam apertados demonstrando preocupação e os olhos eram grandes e azuis, parecendo que tinham absorvido todas as lágrimas contidas.

Mamãe a abraçou com força, seus olhos lacrimejando. - Tanto tempo, minha irmã....senti tanto a sua falta. - mamãe sussurrou.

As duas mulheres continuaram abraçadas com força, uma sussurrando no ouvido da outra, contando segredos e trocando aconchegos. Mamãe então levou May, sua irmã mais próxima a uma cadeiras perto da porta do quarto.... e a porta do próprio estava entreaberta.

Não pedi permissão para entrar, sabia que não era preciso. Enquanto eu fechava a porta, fiquei de costas para ela, sabia que ela estava ali, senti aquilo em mim mesma.

Então, engolindo ar...depois de um tempo indeterminado, eu me virei. Ela estava deitada numa cama, e havia tantos aparelhos perto dela que eram difíceis de contar, fazendo a parecer uma lagarta envolvida pelo seu casulo. Tubos entravam nela, como se ela fose um boneco de vudu, e ela estava num estado precário.

Sua pele estava flácida e mais branca do que leite, seus olhos eram circundeados por bolas negras e seus lábios estavam roxos, ela estava magra, como um palito e parecia tão frágil e só deitada naquela cama, me dava vontade de chorar.

Sua cabeça estava envolvida por uma faixa branca e seus cabelos ruivos, pareciam ter envelhecido, encostei nela, sentindo o pouco sangue circular por suas veias, cansados daquele trabalho forçado.

Puxei uma cadeira pare perto da cama, peguei sua mão, pequeneninha e frágil e a apertei.

– Sabe...se foi a melhor prima e melhor amiga que eu tive, acho que nunca vou esquecer de tudo o que você fez por mim, você foi e sempre será única na minha vida. - solucei baixinho, minha voz saia estrangulada.

– Quando eu te derrubei da sacada, pensei que alguém tinha te pegado e te salvado, durante todo esse tempo, eu vi as pessoas me culparem por tudo o que tinha acontecido a você Jô e eu pensava " Estão me olhando porque? Ela está bem!", mas você não estava, eu consegui te manter aqui, até eu mesma não aguentar mais, eu te deixei aqui....sozinha.....eu fiz com que minha mãe deixasse sua mãe. Eu sou uma idiota. - Ouvi sua respiração forçada e o bipe indicando mais um e mais um batimento cardiaco.

– Obrigado, por ter cuidado de mim e por ter me recepcionado e me contado os segredos de lá de cima, e me perdoe por acabar com sua vida e por ter te feito esperar por tanto tempo.

Com isso eu me inclinei e beijei sua bochecha, sentindo meus lábios arderem, como se tivessem em contato com o amendoim que eu sou alérgica.

Os batimentos cardíacos se tornaram mais rápidos e por alguns segundos eu achei que ela ia voltar a ativa, mas com o tempo girando eles foram se tornando mais lentos e irregulares, até formarem aquela grande e verde linha reta, e dando o sinal claro de que ela tinha ido embora.

Alevantei minha cabeça em direção ao céu, enquanto meus familiares entraram correndo e começaram a chorar, mas seus gritos e anseios pareciam distantes, enquanto eu observava minha prima Joana entrar por aquelas portas, na forma mais linda existente de si mesma.

(...)

As lágrimas vieram, elas tinha que vir, uma hora ou outra eu teria que despejar mais líquido pelo olhos.

Eu estava sentada num corredor sem movimento dos hospital, perto da janela coberta pela cortina, eu observava enquanto o corpo de Joana era levado dentro de um caixão para o cemitério.

Observei enquanto o último traço corpóreo dela ia sendo levado para bem longe de nós.

A melancolia era inevitável, assim como era inevitável os dentes crescerem. E eu não podia mudar nada.

De algum modo, May, minha tia, havia dito que eu fizera um bem para ela, que ver sua própria filha sofrer naquele leito, acabou com ela de uma vez, eu disse para ela que Joana estava linda agora e que estava feliz...ela parecia acreditar em mim.

A morte era inevitável.

Sentada naquele chão frio,eu pensei em quanto tempo eu ainda tinha para viver, porque minha prima, que eu havia matado, havia me dado.

Era muito, com toda certeza era. Ela que era uma pessoa boa, havia perdido tanto tempo, e eu que causava ruína havia ganhado tanto tempo.

Como isso era possível?!

Ouvi passos e então um corpo se sentou ao meu lado.

Tinha os mesmo, olhos e cabelos que Filipe e então eu sorri, sabendo que ele não se importaria de me ver toda vermelha e inchada.

– Ela era um boa garota. - ele disse, com sinceridade.

É claro que ela era uma boa garota.

– Ela sempre será muito amada, e....você não é culpada por isso. - ele disse por fim.

Ele também já sabia, eu estava com muitas vontade de sumir. Mas em vez disso, eu comecei a chorar.

Chorei como se todas as lágrimas do mundo, não fossem suficiente para expressar todo o meu pesar, chorei, como se eu precisasse daquilo, como a mãe precisava de um filho.

Meu corpo tremia e eu soluçava alto, eu estava péssima e feia e não queria olhar para Filipe,que havia me abraçado e que tinha um doce perfume. Então, aos pouquinhos, fui parando.

Meu corpo travou, a fonte de lágrimas se esgotou e os soluços ficaram presos na garganta.

Continuei abraçada a Filipe, como se ele fosse meu porto seguro.

Me afastei dele, me sentindo confusa e débil e o encarei, seus olhos estavam brilhantes e profundos e ele me olhava com...com....uma coisa difícil de explicar, que mexeu comigo e mandou eu me afastar, mas o mesmo tempo exigiu que eu ficasse ali.

Lentamente, muito lentamente, Filipe foi se aproximando de mim, até que seu hálito fresco preenchesse minhas narinas e então debilmente eu fui me encostando nele e até que nossos lábios se encontraram e tudo ao meu redor explodiu, como fogo e pólvora que num beijo se consomem.


Wake Me Up (Feat. Aloe Blacc)

Acorde-me

Sentindo o meu caminho em meio à escuridão

Guiado pela batida de um coração

Não sei dizer onde a jornada vai acabar

Mas sei onde começar

Dizem-me que sou muito jovem para entender

Dizem que estou preso em um sonho

Bem, a vida vai passar por mim se eu não abrir meus olhos

Bem, tudo bem por mim

Então, acorde-me quando tudo estiver acabado

Quando eu for mais sábio e mais velho

Todo este tempo eu estava procurando por mim mesmo

E não sabia que eu estava perdido

Então, acorde-me quando tudo estiver acabado

Quando eu for mais sábio e mais velho

Todo este tempo eu estava procurando por mim mesmo

E não sabia que eu estava perdido

Tentei carregar o peso do mundo

Mas só tenho duas mãos

Espero ter a chance de viajar o mundo

Mas não tenho nenhum plano

Gostaria de poder permanecer jovem assim para sempre

Sem medo de fechar os meus olhos

A vida é um jogo feito para todos

E o amor é o prêmio

Então, acorde-me quando tudo estiver acabado

Quando eu for mais sábio e mais velho

Todo este tempo eu estava procurando por mim mesmo

E não sabia que eu estava perdido

Então, acorde-me quando tudo estiver acabado

Quando eu for mais sábio e mais velho

Todo este tempo eu estava procurando por mim mesmo

E não sabia que eu estava perdido

Eu não sabia que eu estava perdido

Eu não sabia que eu estava perdido

Eu não sabia que eu estava perdido

Eu não sabia que eu estava perdido

Link: http://www.vagalume.com.br/avicii/wake-me-up-feat-aloe-blacc.html


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Notas finais do capítulo

~~> Espero que tenham gostado e peço desculpas por não ter colocado a letra original da música, estou com presa e peço desculpas.
~~> Não deixem de comentarem, beijos e FELIZ NATAL!!
~~> Se eu postar vai ser alguns dias antes do ano novo.
~~> BJKS, BJKS, BJKS DA GABY**