Lucas Pov

Era o primeiro dia, estava louco para que começasse as aulas, o tédio da minha casa era insuportável. Logo quando sai de casa, dei de cara com o vizinho novo e a filha dele, ela era bonita, bonita mesmo. Quando eu cheguei, todo mundo veio logo falar comigo, como se eu fosse grande coisa, bando de falsos. Não demorou muito e eu reparei que havia uma garota que eu nunca havia visto antes. Não havia como engrela me deixou particularmente intrigado. Nossos olhares se encontraram e eu senti algo inexplicável, logo no primeiro dia de aula, essa garota já estava mexendo comigo. Dois dias depois, eu cheguei tão cedo, que fui o primeiro a entrar na sala de aula. Depois de algum tempo, eu percebi que era a mesma garota que eu havia visto mais cedo, a filha do vizinho. E logo descubro que ela é da minha sala, pro meu desespero. Eu precisava falar com ela. Tomei coragem e falei:

–Hm, ir, oi?- Eu podia sentir que estava ficando vermelho porcaria de vergonha!

-Oi...

–Hm, tudo bem se eu sentar aqui?

–Claro.

–Você é novata né?- Eu estava morrendo de vergonha, meu deus, como aquele olhar me deixava mudo.

–Sim...

–Hm, quanto tempo você mora aqui?

–Ah, a uns dois  meses e você? Sempre morou aqui?

–Não, não, morei uma época em Vitória, sabe Espírito Santo.

–Ah legal. Eu nunca fico mais de seis meses num lugar...

 -Sério?

–Sim, minha mãe fica mudando de cidade toda hora...

–Deve ser legal conhecer lugares novos!

–Bom, se você não se apegar a nada nem ninguém é legal.

–Hum, você tem namorado?- Será que dava pra perceber que eu estava interessado nela?

–Não e você?

–Também não... - Ufa, pelo menos isso, ela não tem namorado!

–Hm, mas você. Nesse momento uma amiga dela a chamou pra alguma coisa, ótimo, me deixa mais nervoso.

–Ér, Lucas, hm, até depois...

–Até - sorri.

Durante a aula nossos olhares não paravam de se encontrar, não consegui prestar atenção nas aulas, só a olha-la. Quando o sinal bateu, sai e fiquei esperando-a passar. E ela passou. Então eu a abordei e disse:

–Posso acompanhar você?

–Claro que pode.

–Sabe, eu andei  observando, você mora perto de mim, não tinha como eu não vê-la no caminho...

–Serio?

–é...

–... -

–Sabe, eu te acho bonita sabia?

–Er, eu também te acho bonito.

Eu ri.

– O que foi?

– Nada, é que eu to meio envergonhado com a situação... - MEIO? Eu estava totalmente envergonhado! Ela riu. Não consegui puxar nenhum assunto, não conseguia falar, algumas vezes ela me olhava e eu tenho certeza que fiquei vermelho, meninas tem o poder de me deixar assim, especialmente essa. Cheguei em casa, não consegui comer nada, eu era mó burro, ela estava lá comigo, e eu não consegui falar nada, NADA! Acordei quatro horas da manhã e não consegui mais dormir, então fiquei sentado na cama esperando a hora de ir para o colégio. Não podia mais esperar, me arrumei, comi alguma coisa e fui espera-la na porta da casa dela. Não tardou e ela apareceu, com cara de sono.

–Bom dia – Eu disse.

-B-b-om dia- Ela gaguejou.

–Algum problema se todo dia eu acompanhar você?

–Claro que não, adoro sua companhia!

Ela gosta de mim, se eu tivesse comido mais coisa, juro que teria vomitado de tanta excitação. Fomos conversando sobre os lugares que ela havia morado nos últimos anos. Chegamos ao colégio e logo me acomodei ao lado dela, para não dar chance aos outros meninos. Continuamos a nossa conversa, ate o sinal bater. Quando bateu a campa do intervalo, convidei-a para lanchar comigo, e ela aceitou. Fizemos um "piquenique" no jardim da escola, mas não demorou para o inspetor vir nos enxotar de lá. Logo depois que saímos de lá, o sinal do intervalo bateu e nós fomos pra aulas diferentes. Era o único momento na semana que tínhamos aulas diferentes. Droga, eu poderia ter escolhido Física ao invés Biologia, mais uma vez, dei uma de anta cretina, preciso me controlar. Parecia que aquela aula não terminava nunca, na verdade, eu não consegui prestar atenção na aula e ainda fiz o favor de quebrar o tubo de ensaio do professor, eu só conseguia pensar nela. Quando bateu o sinal, tive que ficar porque tive que limpar a meleca que fiz quando quebrei o tubo de ensaio, estou me saindo um verdadeiro desastrado, ela esta inegavelmente mexendo comigo. Tive que passar na coordenação para pegar autorização para entrar atrasado na próxima aula, como sempre, o atrasado vira o centro das atenções quando chega. Era aula de historia, logo quando cheguei vi a cena que estragou meu dia, aminha Geórgia sentada ao lado de outro garoto, tal de Fábio, experimentei uma sensação que nunca havia sentido. Eu logo corri para o lado do meu melhor amigo, Rodrigo, para perguntar o que diabos eles estavam fazendo juntos.

–O professor de historia mandou as pessoas escolherem um par para fazer um trabalho, como você chegou atrasado, todos já haviam escolhidos seus pares e eu fiquei esperando você.

–Mas, mas, mas, DROGA- berrei.

Todos ficaram me olhando como se eu fosse um Et. Inclusive ela. Sentei-me ao lado do Rod para começar aquele maldito trabalho. Então, ela veio ao meu encontro.

–O que foi aquele berro?

–Nada. - falei secamente.

Ela simplesmente me olhou e saiu.

–O que foi que você disse pra ela?- Rod voltara, nem tinha reparado que havia saído.

–Nada

–Como assim nada?

–Rod, eu disse a palavra Nada pra ela. - Como ele podia ser tão idiota?

–Ah ta.

–Porque a pergunta?

–Olha pra ela.

Ela estava com a cabeça baixa, e uma expressão morta, senti um pouco de remorso por ter sido tão frio com ela, mas ela não poderia ter me esperado?