Eis o fantástico mundo maravilhoso de sua mente escrita por Malu Marques


Capítulo 1
Capítulo I . "Cholifé"


Notas iniciais do capítulo

Heey, primeiro, bem vindos. Segundo, eu não ia postar essa história aqui por que é algo mais pessoal baseado na minha vida. Mas se você clicou aqui tem o direito de saber, as pessoas são 75% inspiradas nas pessoas que eu conheço, e dicas ou pequenos pensamentos aleatórios dedicados à personagens da parte de vocês são bem vindos. Ou seja, curtiria demais se vocês dessem dicas para essa fic, ;) e por último... Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/348668/chapter/1

- Gato estúpido. – Resmungou a menina fechando a porta do quarto.

Ok, não era um gato estúpido, sequer era um gato. Era um cachorro, era adestrado, tinha medalhas por ser esperto e nem era dela. Mas ela fingia que era um gato por que nunca teria um cachorro e fingia que era dela por que vivia na mesma casa e por passar mais tempo com ele do que o dono, o seu irmão mais velho.

Na realidade o cachorro não a obedecia por que ele sabia que ela era a irmã pirralha, e ninguém obedece uma pirralha. Ou por que Elisa as vezes era má com ele e ficava roubando seus ossos ou o expulsando do confortável sofá, mesmo o pai dela permitindo ele dormir ali.

Elisa riu sozinha, gatos não pensavam. Ou cachorros, que para ela eram gatos por que nenhum outro animal de estimação, a não ser gatos, eram aceitáveis. E ela podia estar errada porém interiormente se achava certa. Como o nome do cachorro, que era Fío, uma abreviação rápida de Filho, mas ela chamava de Oif, por que era mais original e parecia uma pessoa cumprimentando com a boca cheia de farinha.

Mas ela não fazia isso em público, ora, sempre a achavam de louca. Na realidade sequer achavam que ela era louca, e sim uma adolescente infantil sedenta por atenção.

Ela revirou os olhos, se ela quisesse chamar atenção ela seria alguma das não-me-toque da sua escola, que usavam roupas à vácuo e maquiagem sou-o-coringa. E pesquisas diziam que quem falava sozinha era mais inteligente, e estranho. Mas ainda sim, mais inteligente.

O seu telefone começou a tocar e ela imediatamente começou a cantar junto, por alguma razão desconhecida. E só quando estava no 7º toque ela atendeu, e atendeu junto uma amiga irritada.

- Por que você demora tanto para atender? – Perguntou Pietra, ela estava sempre de mau humor, Elisa tinha a teoria de que quando ela nasceu a mergulharam numa limonada sem açúcar e muito forte.

- É que eu escolho toques tão bons que não tem como não deixar tocar um pouco. – Se desculpou, sinceramente, Elisa. Ela ultimamente estava tentando ser o máximo possível que conseguia, e ainda mais com a melhor amiga, era a única exceção que tentava fazer. As vezes ela se via inventando histórias de cotidiano um pouco quebra-rotina apenas para não reinar o silencio. Ou por que ela não conseguia calar a boca, e as vezes usava da imaginação para as amigas não se aborrecerem. O problema era que ocasionalmente se esquecia das suas histórias e quando as amigas faziam referências à elas notavam que era uma grande mentira e como consequência brigavam.

- Deviam ficar satisfeitas de eu as distraí-las. – Comentou dentre pensamentos Elisa, sem notar que Pietra estava falando sobre ela então não escolher toques bons ou trocar por um irritante o suficiente para ela sequer querer ouvir e atender o mais rápido possível.

- O que? Você está dizendo que eu sou um tipo de gigante chato que vai te bater se você não distrair? – Questionou Pietra mais irritada do que a sua média.

- OH! – Se admirou Elisa no telefone, aquele comentário havia sido criativo, e Pietra era tão criativa quanto uma cafeteira que faz café, ou uma torradeira que torra pães. Pietra era basicamente uma velha que odiava Harry Potter por ser muito surreal e gostava de filmes como Querido John e a Última Música, por que poderiam acontecer com uma pessoa de muita sorte e muito bonita como a Amanda Seyfried.

- Você teve um orgasmo? Comeu algum doce? Está olhando fotos daquele cabeludo estranho? – Questionou rápida e curiosa Pietra, fazendo Elisa rir. Ela achava que a palavra “orgasmo” não estava a altura da sensação, o nome tinha que ser Cholifé.

- Não, estou com fome até, e o nome dele é Axl Rose. E a palavra não é orgasmo, é cholifé. – Corrigiu Elisa, desenhando as letras no ar como se Pietra estivesse diante dela e levando uma aula de vocabulário.

- Cholifé? Como alguém falaria: “Tive um cholifé”, ou “Que cholifé maravilhoso querido” ? Não é aceitável, e daonde essa palavra? – Comentou rabugenta Pietra, ela adorava puxar seu pé da lua para a terra. E a lua era tão mais bonita que a terra, parecia feita de prata derretida com sabor de bolo de baunilha, ela se negava a acreditar que tinha gosto de queijo. Ela iria ficar com sede se fosse queijo e ela só pudesse comer queijo na lua!

- Mistura de chocolate, livro e café. Junta tudo isso e é melhor que um orgasmo, mas um orgasmo é a sensação mais perto desta que eu consigo imaginar. Mas se fosse um orgasmo com essa sensação provocaria um derrame. – Segredou Elisa, ela não queria provocar derrame algum. Ou talvez quisesse, se ela conseguisse virar médica e pessoas terem derrames, ela teria bastante pacientes.

- Ah, o que aconteceu afinal? – Perguntou novamente Pietra, ignorando os comentários absurdos da amiga. Na opinião de Pietra, Elisa havia nascido com muita imaginação, talvez ela devesse dividir um pouco. Ela poderia ser uma boa escritora, mas tinha imaginação demais, ou seja, poderia escrever um bom livro mas colocaria coisas absurdas demais e nunca terminaria.

- Você foi criativa! – Acusou Elisa, rindo, numa espécie de maravilhação acusadora. Pietra corou do outro lado da linha, o interessante entre elas era o contraste. Então pigarreou e usou um tom mais estúpido e sério.

- Deixe de falar bobagens, depois fica triste quando te chamam de louca ou pirada. Eu estava te imitando e eu vi um filme absurdinho desses que tu gosta. E bom, eu liguei só para avisar que amanhã não tem aula. – Terminou Pietra, mentindo. Ela não havia vido filme algum, a companhia de Elisa estava a afetando afinal. Havia até adotado a brincadeira da amiga, sempre que passava um fusca branco por ela puxava os cabelos de quem estava ao seu lado. Elisa adaptava brincadeiras populares, ela tinha mania de querer ser original, o que ela nem sempre era, mas era algo hilário de se ver. Sempre que via algo que fazia e outra pessoa também fazia, ficava vermelha e falava palavrões.

Não se engane por ela ser uma criança feliz e insana, mesmo tendo 15 anos, ela falava mais palavrões e era mais agressiva que muitos na escola. Era estranho uma sonhadora ser antipática e estúpida, mas assim era Elisa com os estranhos. Uma personalidade criativa até.

- Não tem? – Questionou duvidosa Elisa. Ela estava sonhando?

- SIM, é Páscoa, que planeta você vive? – Resmungou Pietra, e se lembrou de um lugar que a amiga poderia se dar bem. – Alias, eu acabei de ver Alice no Algumacoisaland. Você me lembrou muito ela sabe, o Algumacoisaland, seilá. Bom é isso, tchau, vai dormir. – E o telefone se silenciou. Elisa nem deu tempo de responder, Pietra era uma pessoa que parecia ocupada mas não era, mas talvez fosse, Elisa não entendia. Odiava Pietra adorar ser apressada mas sempre se atrasar para tudo.

O gato latiu do lado de fora, e Elisa jogou o violão na porta. Talvez um músico lhe socasse a cara se visse isso, mas o violão havia custado 75 reais numa tentativa dela de ser uma cosplay de Slash da vida, mas não deu certo e o violão parecia que era uma mescla de madeira e aço cirúrgico. E o gato calou a boca.

- Amanhã não tem aula, o que eu vou fazer? – Se perguntou, numa agonia particular, Elisa. Ela tinha seus problemas, ela não podia ficar sem falar, e seus personagens imaginários estavam em férias, ela só falava com eles no final de semana. Estava perdida. Talvez devesse ir na padaria e fingir que era americana.

- Ah, eu já fiz isso. – Retrucou para si mesmo decepcionada. Ou talvez devesse ligar para a sua escola e fingir que era a mãe de alguma das suas colegas nojentas. Mas da última vez havia sido pega pelo identificador de chamadas, e ficara de castigo por 1 mês por ter gastado 370 reais em chamadas para sabe-se-lá-aonde.

O gato latiu de novo e arranhou a porta. E o violão estava no chão do outro lado do quarto, e pela primeira vez Elisa notou que eram 11 horas da noite, e seu pai não estava em casa. E o gato que odiava ela e era estúpido estava latindo agonizante e desesperadamente arranhando sua porta.

- Puta que pariu. – E foi o máximo que ela conseguiu pensar por vários minutos enquanto um gato latia do lado de fora do seu quarto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então ... Gostaram ? Não gostaram de algo ? D: