Máfia Das Uvas escrita por Yuki, Elly


Capítulo 4
You make me feel...


Notas iniciais do capítulo

Elisa K.: ... LALALALA
YOU MAKE ME FEEL SO -
Ah, olá. Me empolguei cantando Cobra Starship, HSUYAGUDAFHSDAYU
Aproveitem ! ♥



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Depois de colocar a roupa, chamei Lambo de volta ao quarto. Queria falar com ele, seriamente. Isso se minha mãe não interrompesse quando ele chegou na porta:

–Bonnibel, vá atender a porra do telefone!

–Tá bom! Tá bom! –Saí do meu quarto cambaleando de preguiça para notar que era a campainha que estava tocando. Um ruído alto e desgastado, como um pato rouco, se repetia várias vezes. Abri a porta, rodando todas as trancas de segurança da minha mãe – uma paranóia por polícia sem motivos – para dar de cara (ou de joelhos, porque ele era pequenininho) com um bebê de terno. Outro bebê.

–Ciaossu!

–Hã... Oi. – Falei, encostando-me na moldura de madeira da porta. Estranhamente, não estava surpresa com aquilo. – Quer falar com o Lambo?

–Na verdade vim ter uma conversa contigo. Siga-me. – Ele disse segurando minha mão para fora de casa.

–Já volto, vaca imprestável!

–BONNIBEL HÄNWSTSFDTFGT... – Minha mãe achou que a maldita frase tinha sido para ela. E quando está com raiva, a própria não sabe falar meu sobrenome.

–--

Depois de um tempo andando em silêncio com aquele bebezinho, decidi perguntá-lo:

–Para onde vamos?

–À casa do Tsuna. – Respondeu como se fosse a coisa mais normal do mundo. Vi que estava sorrindo, apesar de não ver seus olhos, escondidos pela sombra que o chapéu fazia. Refleti, enquanto olhava em direção ao céu das seis horas: uma mistura de noite e dia, de laranja com azul-escuro. Lembro de meu pai voltando comigo do parquinho um dia antes de deixar minha mãe. Ele passou a tarde toda brincando e tendo um tipo de “despedida” com a gente.

É, a gente. Eu tinha um irmão gêmeo (não gêmeo idêntico, porque ele puxou muito minha mãe, enquanto minha genética é muito parecida com meu pai). Aqueles cabelos pretos, olhos cinza e covinhas de menino sapeca que aparecia quando ele soltava gargalhadas insanas. Nunca mais o vi depois daquele dia, depois que dei boa noite para ele em seu quarto. Minha mãe falava que ele fugiu de casa por causa do stress de tudo; Sem pai e agora com uma mãe piranha e bêbada! Ainda tenho minhas dúvidas. Creio que meu pai levou meu irmão para morar com ele em Londres.

–--

Reparei que já estávamos dentro de uma casa, subindo algumas escadas. Havia muito barulho atrás da porta em que entramos.

–Digam olá para a nova companheira de vocês. – O baixinho disse. Três meninos curiosos e confusos olhavam para mim.

–O...Oi! – Falaram juntos.

–Sente-se, Bonnie. Meu nome é Reborn, sou o professor particular do Tsuna. – O menino que deveria ser o tal Tsuna deu um sorriso sem-graça. – Também o treino para ser o chefe da mais poderosa família da Máfia.

–Mas... mas... O quê eu tenho haver com isso?

–Descobri que você também está envolvida com uma família mafiosa.

–Eu?! – Só podia ser brincadeira.

–De qualquer jeito, estamos em “emergência”. Como não havia ninguém disponível na hora, mandei o Lambo te chamar assim que soube; Já que a missão não foi cumprida, dei para o Tsuna uma caixa que continha a última trufa modificadora de idade, fazendo-o trocar com o Lambo de propósito. Pensei que se ele estivesse adulto, lhe passaria a mensagem.

–Daí viu que nada deu certo e me chamou pessoalmente, né?

–De certo modo.

–Ei Reborn, que trufa é essa? – Tsuna perguntou.

–É um tipo raro de poison cooking. Bianchi só conseguiu fazer duas em toda sua vida. Quem a come fica com dez anos a mais, porém não sabemos se tem alguma reversão.

–Quer dizer que o Lambo não vai voltar ao normal? É UMA BÊNÇÃO! – Disse o menino de cabelos brancos. Ele jogou umas dinamites apagadas em forma de comemoração.

–Talvez não. Não aconteceu nada com a I-Pin ainda.

–I-PIN? VO-VOCÊS CONHECEM ELA? – Tive um mini-surto ao ouvir esse nome. Reborn pulou em cima da cama:

–Ela foi a primeira a comer acidentalmente a trufa. Quando sua idade mudou, I-Pin começou a ter uma vida de “adolescente normal”. – O bebê respirou fundo – Voltando ao assunto, você vai treinar comigo agora. Será minha nova aluna. Preciso que vire uma verdadeira garota da máfia. Deve estar preparada para o que vai acontecer.

Não ousei perguntar o quê ia acontecer, mas vi que aquilo tinha uma seriedade além do meu alcance. Fiquei lá por um bom tempo, falando sobre coisas fúteis; Notei que estavam bastante cansados do tal treinamento. Já de noite, a mãe do Tsuna me convidou para jantar – e que jantar! – junto com os outros. Jamais tinha visto tanta comida gostosa em um lugar só; Vamos apenas dizer que nunca fui uma boa cozinheira.

A porta da frente bateu enquanto terminávamos de comer. Todos olharam para um ponto fixo atrás de mim.

–Demorou hoje! – Yamamoto disse a pessoa que entrou.

–Fui à casa de algumas amigas minhas fazer um trabalho.

Essa voz... Só podia ser. I-Pin. Me despedi rapidamente de todos, envergonhada, dizendo que tinha algo de extrema urgência para fazer. Passei por ela olhando para o chão, como se nem existisse.

–--

– Cheguei! – disse batendo a porta e jogando as chaves de casa numa mesinha ao lado, a sala estava escura, impedindo que eu enxergasse muita coisa. – Mãe? – Não houve resposta. Olhei ao redor procurando em meio à escuridão algum sinal de dela jogada em um dos sofás, mas não havia nem vestígios de garrafas de bebida que normalmente se encontravam espalhadas pelo chão.

Ouvi então um barulho de algo se quebrando na cozinha, um frio percorreu minha espinha; Afinal minha mãe pode ser uma completa bêbada, mas ainda continua sendo minha mãe. Então eu me preocupo com ela; Agarrei a primeira coisa que eu vi; Um abajur; O puxei da tomada e andei cautelosamente em direção à cozinha. Respirei fundo e entrei abruptamente no cômodo, erguendo a minha “arma” acima da cabeça e gritando:

– Seja quem for que esteja aí estou armada, então renda-se!

Não pude acreditar na cena que se estendia a minha frente, minha mãe e seus amigos bêbados estavam numa mesa jogando cartas. Lambo se encontrava no chão, com as bochechas vermelhas e uma garrafa quebrada jazia ao seu lado.

– Hey, Hey, Bonnie você finalmente chegou, ic! – Disse Lambo, levantando-se sem jeito, passando um dos braços por meus ombros, seu hálito tinha um forte cheiro de bebida.

– Encontrei seu amiguinho trancado no seu quarto, e resolvi chamá-lo para jogar um pouquinho de pôquer! – Minha mãe ria como uma idiota enquanto falava com certeza estava muito bêbada.

– E por caso quis embebedá-lo também? – Sem dúvidas nenhuma eu estava irritada pela situação, quer dizer além de aturar minha mãe bêbada eu teria que cuidar da vaca idiota que teve a brilhante ideia de beber.

– Não se estresse, ic, Bonnie, eu tô bem – Disse Lambo enrolando a língua e jogando um bafo de bebida na minha cara.

– Ai, saí de perto de mim, você tá fedendo! – Empurrei-o com força, fazendo com que ele cambaleasse para trás.

– Hey – Chamou um dos amigos da minha mãe. – Por que não se junta nós e joga um pouco?

– Não obrigada, acho que eu tenho algo melhor para fazer do que ficar jogando pôquer com um bando de bêbado. – Disse ironicamente, cruzando os braços e lhe lançando um olhar mortal que o fez calar-se e voltar sua atenção às cartas.

– Acho que o bichinho do estresse mordeu você hoje hein! – gargalhou minha mãe, a raiva só aumentou.

– Quer saber? Vocês que continuem com esse jogo idiota, eu vou para o meu quarto!

– Ah Bonnie, fica aqui comigo? – Lambo se jogou em cima de mim, passando os braços pela minha cintura e me trazendo de encontro a ele.

– Argh! – Sai dos braços dele e o puxei pela orelha em direção as escadas que davam para o segundo andar. – Você está me irritando e muito.

– Para onde está me... ic! ...Levando?

– Para o banheiro, você precisa de um banho está fedendo a uísque.

– Oh! Você vai me dar banho? EU quero tomar banho com a Bonnie! – Ele me abraçou

– Me larga, seu pervertido!

No banheiro, joguei-o dentro da banheira. Ainda estava com roupa, mas era o máximo que eu poderia fazer. Inclinei-me para girar a torneira de “água fria”. Não demorou muito para que aquilo enchesse... Muito menos para eu ser puxada para dentro. A água me congelou por certo tempo, me agarrei às bordas para tentar sair. Lambo se divertia enquanto eu lutava contra aquela cena. Seus dedos pegaram em meu queixo, aproximando seu rosto junto. Segurei sua nuca sem saber o que estava fazendo. Só conseguia me concentrar naqueles olhos esmeralda. Nada mais.

Foi o meu primeiro beijo.



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Notas finais do capítulo