Capítulo 58 - O trato

- I-i-isso? Isso é... é... Ai, Germán, eu posso explicar!

Germán respirou fundo, ele não queria discutir com sua noiva, por isso sentou ao seu lado e disse:

- Então explique.

- Ok, er... eu ando recebendo essas cartinhas e as guardo aqui, mas eu juro de verdade que eu não sei quem é que me manda!

- Já se encontrou com ele?

- Não, Germán! Eu disse que não sei quem é, poxa! Não fica bravo, eu não tenho culpa.

- Realmente você não tem culpa por isso, mas tem culpa por ter mentido e escondido isso de mim. Por que, Angie?

- Eu tinha medo de você ficar bravo, só por isso. Mas eu nem ligo pra esse cara, ele até já me mandou uma cartinha para nos encontrarmos no parque tal hora lá e eu nem fui.

- Hm. Acho bom. Mas vamos agora descobrir quem é esse homem e eu vou dar uma dura nele. Mexer com a minha mulher é a mesma coisa que pedir pra morrer.

Angie riu e o abraçou.

- Que bom que não está bravo comigo! Não suportaria mais uma briga entre nós.

- Eu não quero brigar com você, e o modo que eu achei para conseguir resolver os problemas sem discutir é ouvindo. Deixei você me explicar. Então... vamos fazer um trato? Qualquer coisa que aconteça, sempre vamos dar oportunidade para o outro explicar, ok? Assim evitamos discussões e sofrimento.

- Trato feito! - Angie aceitou e roubou um selinho de Germán. - Agora você pode cuidar do meu tornozelo que ainda tá doendo?

- Ah, claro!

Ele pegou a pomada para dor e passou delicadamente no tornozelo de Angeles. A mesma observava seu noivo fazendo isso e sorriu, ela se sentia bem em saber que ele se preocupava e cuidava dela com carinho.

- Melhorou?

- Um pouco. Mas acho que não vou conseguir subir as escadas. - ela disse e no mesmo momento Germán a pegou no colo e subiu as escadas com ela.

A colocou no chão e ela gemeu de dor e se apoiou em Germán.

- Se pressionar, dói!

- Então acho que você vai ter que ficar deitada na cama o resto do dia. - mesmo que o dia estivesse acabando, Angie fez beicinho já que não queria ficar o resto do dia deitada. - e como eu sou um bom noivo, vou ficar deitado com você! - ele falou e conseguiu arrancar um sorriso dela.

Minutos depois, ambos estavam deitados na cama sem falar ou fazer nada. Germán acariciava o cabelo de Angeles e ela se sentia confortável.

- Fala pra mim vai, para onde vamos na lua de mel? - Angie começou um assunto.

- É supresa. S-u-r-p-r-e-s-a!

- Ah, Germán! - Angie se irritou e virou de costas pra ele.

O mesmo riu, abraçou Angie por trás e beijou seu pescoço.

- Você vai adorar. - ele sussurrou e ela sorriu. - Já marquei a data do casamento.

- É? Que dia? Que horas?

- Dia 29 de março às 19h. Temos que fazer a lista de convidados.

- Podemos fazer isso amanhã, não tem tanta gente pra convidar...

- Verdade... E eu aluguei o salão para a festa.

- Sério? Germán, eu estava brincando quando disse de festa.

- Eu sei, porém eu quero ter uma comemoração especial! Esse dia vai ser um dos melhores da minha vida.

Angeles sorriu e se virou para ele novamente. Mas no mesmo momento, Violetta adentrou o quarto gritando:

- Angie! Angie! Angie! Papai me falou que já marcou a data do casamento então eu já marquei tudo pra você se preparar! Salão de beleza, spa, manicure, depilação, e sexta eu marquei para irmos ver o vestido.

Angie olhava sua sobrinha boquiaberta, sem saber o que dizer.

- Uau, quanta coisa!

- Pois é! Ah e tem a maquiagem também, contratei uma maquiadora profissional.

- Nossa! - Angie riu. - Será que eu aguento tudo isso?

- Vai ter que aguentar. - Violetta riu. - Vamos no cinema? - ela trocou completamente de assunto.

- Quando? Agora? Agora não dá porque eu machuquei o tornozelo.

- Ah... Espero que melhore! - Violetta disse. - Então podemos ir amanhã?

- Sim!

- Ótimo! Agora eu vou lá terminar de preparar algumas coisas da minha festa de aniversário.

A menina saiu sorridente e Germán e Angeles riram da animação dela com o casamento e tudo mais.

- Ai, essa Violetta...

Pov Violetta

Dormi e no dia seguinte, acordei animada e elétrica. Sei lá, eu estava mais feliz que nunca. Eu e León não poderíamos estar melhor do que estamos, e papai e Angie vão casar e vão ser realmente felizes! Eu já considero Angie como minha mãe, pois ela me trata como uma, e eu gosto muito disso.

Federico tinha voltado e ele e Fran estavam estranhos, rolava um tenso clima entre eles. Marco estava explodindo de ciúmes, mas melhor nem comentar.

Sim, Fede estava hospedado aqui em casa novamente. Então eu levantei, me arrumei e fui chamá-lo. Bati na porta de seu quarto e gritei:

- Vamos, Federico!

- Já vou! - ele gritou de dentro.

Logo saímos, fomos mais cedo pois íamos passar no Restó para entregarmos os convites da minha festa de aniversário.

Quando cheguei no Studio, mas lembrei que esqueci minha pasta de partituras em casa. Avisei o Federico que ia voltar e saí correndo pra casa antes que a primeira aula começasse.

No caminho, encontrei a pior pessoa que eu poderia encontrar. Jade. Tentei desviar, porém ela gritou:

- Pirralha!

Parei de andar e me aproximei dela com certo medo, porém não deixei transparecer. Falei firme:

- Quanto tempo, né, Jade.

- Escuta, pirralha, tenho apenas uma coisa a lhe dizer.

- Diga. - coloquei as mãos na cintura como se eu estivesse a enfrentando.

- É apenas um aviso, vou acabar com o relacionamento de seu pai e Angie. Espera pra ver, a felicidade da sua família feliz está pra acabar. - Jade me irritou profundamente com aquelas palavras. Eu era capaz de dar-lhe um grande tapa na cara, porém não o fiz.

Simplesmente respirei fundo, bem fundo, e ignorei o que ela disse. Tentei provocá-la:

- Minha nossa, Jade! Quantas ruguinhas têm em seu rosto!

- O quê? Como? Aonde? - ela tentou tapar o rosto com as mãos e eu não pude deixar de rir. - Ah, você me paga, menina! - acho que por impulso, ela levantou a mão para me bater.

Jade me pegou pela blusa e me levantou de forma agressiva, ela tinha perdido o controle. Jade estava fora do seu normal, e eu estava tremendo de medo do que ela ia fazer. Novamente, levantou a mão para me bater, e ela ia o fazer, mas algo a impediu. Algo não, um grito a impediu.

- JADE! LARGA AGORA A MINHA SOBRINHA!

Jade me soltou de imediato, mas não porque ela tem medo da Angie, e sim, pois ela se assustou com o grito.

Caí no chão e Angie se aproximou correndo.

- Vilu, você tá bem?

- Ai... Mais ou menos, tia.

- Já cuido de você. - ela disse a mim e correu até Jade, que já estava indo embora. - Jade! Parada! Escuta, nunca mais faça isso com a Violetta, sou capaz de tudo para protegê-la, entendeu? Não se aproxime mais dela.

Pov Off

Angie levou sua sobrinha pra casa. Germán se assustou ao ver Violetta toda dolorida por causa do tombo.

- Filha, o que aconteceu?

Nem Angie, nem Violetta queriam contar o que aconteceu, ele ficaria bravo. Muito bravo com a Jade.

- Nada. - Angie respondeu por sua sobrinha.

- Angie... - Germán falou em tom de aviso. - Lembra que ontem quase discutimos porque você me escondia aquilo. Agora vai esconder outra coisa?!

- Ai, desculpa. Deixa eu explicar... - Angie colocou Violetta no sofá.

- Claro que deixo, temos um trato. - ele respondeu sorrindo.

Ela começou a dizer:

- Promete que não vai na polícia, ok?

- Ãhn? Como assim?

- Ai... É que a Jade ameaçou batê-la, e a jogou no chão. Tentei impedir, mas não deu certo.

- A Jade o quê?!?!?!

- Germán, calma.

- Pai, mantenha calma. Ela estava fora de si, não sabia o que estava fazendo. Por favor, não arruma barraco.

- Violetta! Você foi agredida!

- Mas eu tô bem!

Angie abraçou Germán e Violetta sorriu.

- Angie, você seria uma ótima mãe. - a menina disse à sua tia, que ficou corada.

Angie não respondeu, pois não sabia o que dizer.

- Er... Angie, se você tiver filhos com o papai, eles serão meus primos ou irmãos? - Violetta perguntou confusa.

- Boa pergunta! - Angie riu. - Acho que os dois!