O Príncipe e A Plebéia escrita por ravenclawgirl


Capítulo 18
Capítulo 18




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Acordei de manhã cedo, mais ou menos 07h40min da manhã. Levantei da minha cama e vi meu vestido jogado no chão perto da porta do banheiro. Eu o peguei, e, podia sentir o cheiro do perfume do Nate. Não foi um sonho, eu realmente saí com ele - pena que não saímos sozinhos -, Ele me abraçou, me chamou pra sair, e quase me beijou. Eu sorri, abracei o vestido como se eu estivesse abraçando-o e dancei com ele. Desci as escadas pra comer alguma coisa e encontrei minha mãe na sala, falando no telefone. Fiquei escondida na cozinha ouvindo a conversa dela com... Frederick?

- Ah Fred, eu adorei o jantar. Foi fabuloso! - Dizia ela entusiasmada. Como assim, fabuloso? Não era um jantar de negócios? Eu não estava gostando de nada daquilo. A minha mãe, saindo com o Frederick? Por que ela mentiu pra mim dizendo que era um jantar de negócios, e que outros produtores iriam estar lá? Por que ela está escondendo isso de mim? Poxa, eu sou filha dela!

- Alex? - Perguntou ela entrando na cozinha. Eu nem tinha percebido que ela tinha desligado o telefone.

- Ah, Oi mãe. - Disse dando de costas e abrindo a geladeira.

- O que faz acordada tão cedo?

- Ah, acordei com fome. - Disse pegando um saco de pão de forma, presunto, queijo, alface, tomate, maionese, e fiz um sanduiche. Minha mãe me fitava confusa, de alguma forma, ela sabia que eu tinha ouvido a conversa dela com o Frederick. Mas não disse nada a respeito, esperou que eu fosse dizer alguma coisa. Mas eu não disse nada.

- E então? - Minha mãe tentou puxar assunto.

- Então?

- Quando que você e o Nate vão sair?

- Bom mãe, eu não sei. Ele vai... - Fui cortada pelo toque do telefone. Minha mãe foi atender.

- Alô? - Disse ela. Depois de alguns minutos, ela olhou pra mim, sorriu e entregou o telefone na minha mão. Eu sorri, pois sabia quem era.

- Oi. - Sorri.

- Te acordei? - Disse ele naquele tom de voz lindo que me deixava louquinha.

- Não. - Sorri no telefone. Minha mãe pegou a bolsa e jogou um beijo pra mim.

- Avisa a ele pra avisar ao pessoal que já estou indo. - Disse saindo.

- Eu ouvi - Nate respondeu aos risos. Eu sorri.

- E então, dormiu bem?

- Sim. - Respondi timidamente, não queria parecer muito atrevida no telefone.

- E você? - Perguntei.

- Maravilhosamente - Ele respondeu. Eu sorri, ele conseguia me fazer viajar.

- Sério?

- Seríssimo. Pra falar a verdade, dormi pouco essa noite. Mas maravilhosamente bem.

- Dormiu pouco? Por quê? - Fiquei preocupada.

- Dormi pouco por sua causa. Não conseguia parar de pensar em você, no jantar, o abraço que eu te dei, no seu sorriso. Estava ansioso pra te ligar, ouvir sua voz de novo, por isso te liguei a essa hora da manhã. Então me perdoa, mas é que eu não aguentava mais esperar. - Disse ele. Eu ouvia cada palavra que ele dissera, e sorria. Eu só conseguia sorrir, ele me fazia sorrir, E eu estava adorando essa sensação.

Eu fiquei hipnotizada com o que ele tinha dito. Nate L. Smith, pensando em mim? Fiquei em silêncio durante alguns minutos, até ele me chamar atenção.

- Alex?

- Oi, eu estou aqui. - Disse como se estivesse acabado de acordar. Ele riu do outro lado da linha. Eu tinha que pensar em algo a altura pra responder aquelas coisas lindas que ele tinha me dito.

- Tudo bem?

- Tudo. É que, eu fiquei sem jeito de saber que eu sou a causa da sua insônia.

- Insônia? Que isso? Não pense isso. Você não me causou insônia. Desculpe se entendeu errado. - Ah, que idiota! Eu sou muito imbecil mesmo. Eu não devia ter dito isso. Mas, vou tentar consertar.

- Que isso! Você não tem que se desculpar. Confesso que fiquei feliz quando disse que pensou em mim. - Respirei fundo antes de dizer o que eu estava pensando. - Porque eu também pensei em você a noite toda.

- Pensou? - Ele parecia feliz. Eu sorri.

- Pensei sim. Eu não quero parecer idiota, mas você também tirou meu sono. E, confesso que fiquei ansiosa pela sua ligação. - Disse timidamente.

- Ficou? - Ele parecia feliz no telefone. Eu sorri novamente.

- Claro. - Disse confusa. Eu estava suspeitando de que havia algo que aconteceu naquela noite que eu não me lembrava até ele dizer no telefone. Ele riu.

- O quê?

- Você disse que não ia esperar minha ligação.

- E desde quando esperar e ficar ansiosa são a mesma coisa? - Disse sarcasticamente e sorrindo. Ele riu no telefone, e eu nem tinha notado que Lola já tinha acordado e se sentado do meu lado no sofá da sala. 

- Bom, pra mim é. - Disse ele num tom sarcástico que me fez rir. Lola também ria, eu fiz um sinal de silêncio.

- E então, vai estar livre amanhã? - Perguntou. Eu arregalei os olhos para Lola, que segurou o riso.

- Ah, estou sim. Por quê?

- Quer sair comigo? - Disse ele naquele tom de voz que eu sinceramente, estava amando.

- Seria uma honra. - Respondi sorrindo e fiz um sinal positivo pra Lola.

- Que bom, achei que você não fosse aceitar. 

- Eu não ia perder essa oportunidade de ficar com você. Sem ninguém nos atrapalhando. - Ouvindo isso, Lola mandou língua.

- Eu também. Eu e você, sozinhos. - Ele suspirou. Eu ri.

- Eu quero saber tudo sobre você. - Aquilo me deixou sem jeito. TUDO?

- Tudo?

- Tudinho.

- Ah, está bem. - Disse timidamente. Ouvi umas vozes ao fundo, pareciam que estavam chamando-o.

- Bom, agora tenho que ir. Sua mãe acabou de chegar.

- Está bem.

- Até amanhã - Se despediu.

- Até amanhã, beijo. - Disse desligando. Lola correu da cozinha até a sala.

- E aí? Fala tudo! O que ele queria? - Disse ela pulando no meio da sala. Eu sorri e tentei fazer suspense.

- Fala logo!

- Vou sair com ele amanhã! - Disse com entusiasmo. Lola soltou um gritinho e me abraçou. Demos pulinhos e cantarolamos.

- Amiga, temos que achar uma roupa pra você! - Disse ela me puxando para o nosso quarto. Entramos e ela abriu o armário imediatamente, jogando uma pilha de roupas no chão. Ela pegou um vestido vermelho, justo, tomara-que-caia, e sorriu maliciosamente.

- Não. - Disse séria.

- Por quê?

- Eu vou sair com ele, é meu primeiro encontro. Não vou a um motel! 

- Tá bom. - Disse jogando o vestido no chão. - Que tipo de roupa você quer?

- Ah, eu não sei. Eu quero um tipo de roupa que diga "Sou interessante, mas não estou interessada." e ao mesmo tempo diga "Sou legal, mas quero ser mais que uma amiga." Entendeu?

- Hum... Não. - Disse ela sorrindo. Eu dei um leve tapa no braço dela.
Resolvi eu mesma procurar alguma coisa pra vestir. Eu não sei o tinha dado em mim, mas eu não estava a fim de usar vestido. Então, peguei uma saia justa listrada de azul e preto, com uma blusa de manga num tom acinzentado. Coloquei a roupa e me olhei no espelho. Pela primeira vez na minha vida me senti poderosa.

- Perfeito. - Disse a mim mesma. Lola sorriu.

- É, realmente você sabe escolher roupa. - Disse ela. Eu sorri, realmente Lola tinha razão. Até que eu não sou tão ruim, mas faltava alguma coisa.

- Só precisa DA sandália. - Disse ela fazendo ênfase na palavra “Da”. Eu e ela procuramos até achar uma ankle boots. Eu nem lembrava que tinha essa sandália.

- Agora só faltam uns enfeites, cordão, brincos, anéis, pulseiras. Tudo que tem direito. - Lola disse com entusiasmo. Eu sorri, ela também. Mas seu sorriso desapareceu e ela sentou na cama, desanimada. Eu já estava imaginando o porquê.

- O que foi amiga ?

- Ah... - Lola disse encarando as mãos. - O Nate falou alguma coisa do Brendan?
Eu fiquei sem jeito. Nate não tinha falado nada sobre o Brendan. Eu não queria mentir pra minha amiga, mas também não queria magoá-la.

- Não. - Disse com pesar. Ela deu um meio sorriso e respirou fundo.

- Ainda bem que foi só um beijo né? - Disse ela dando um meio sorriso. Eu sorri pra ela, sentei-me ao seu lado, e a abracei. Ela retribuiu o abraço, e sorriu pra mim.

- Bom, agora vai tirar essa roupa antes que suje. - Disse ela e eu sorri. Enquanto eu tirava minha roupa, ouvi o telefone tocar.

- Eu atendo! - Lola gritou descendo as escadas. Já eram 13h00min da tarde, e eu tinha me lembrado de que eu e Lola tínhamos que nos inscrever pra faculdade. Vesti minha roupa, e desci as escadas, quando encontrei Lola sentada no sofá, rindo e mexendo no cabelo, como sempre. A Lola que eu conheço tinha voltado.

- Quem é? - Sussurrei pra ela. Ela não me respondeu, apenas sorriu. Estava na cara que era o Brendan. Falando no diabo...

- Ah, eu também gostei. - Dizia ela sorrindo no telefone. Eu cruzei os braços e sorri, tinha acabado de adiar a ideia de ir nos inscrever pra faculdade. Ela desligou o telefone e sorriu pra mim.

- Deixa-me adivinhar? - Disse.

- Sim. - Disse ela dando pulinhos.

- Sim, o que?

- Ele quer sair comigo! - Gritou. Eu gritei junto e a abracei.

- Ele quer me conhecer melhor, quer saber tudo sobre mim, e adivinha?

- O que? - Eu disse entusiasmada.

- Ele quer conhecer meus pais! - Disse ela num tom de pânico. Eu ri.

- Ei, isso é bom. Não é?
- Bom, eu não sei. - Disse ela andando de um lado para o outro.

- Como você não sabe?

- Bom, é que... Você sabe. Meus pais são meio... Exigentes demais em relação a namorados. Lembro que quando eu levei o Eddie pra conhecê-los, eles botaram tanta pressão no garoto, que ele ia ao banheiro toda hora. E se eles fizerem a mesma coisa com o Brendan? Ainda mais ele que é famoso. Aí a coisa piora!

- Calma Lola. - Disse a ela tentando segurar o riso. - Com o Brendan eles podem fazer diferente. O Brendan não parece ser o tipo mulherengo, até porque, ninguém o vê com garota nenhuma. Lembra que rolou aquele boato de que ele era gay?

- É mesmo. - Disse ela fitando o teto. - Não me lembrava disso.

- Então. Fica tranquila, eles vão tratá-lo bem. Além do mais, eles fazem isso porque eles se preocupam com você. 

- Eu sei. Preocupam-se até demais. - Disse ela sorrindo. 

- E então, quando vocês vão sair?

- Hoje. Pra falar a verdade... - Disse ela olhando no relógio. - Daqui a pouco ele vem aqui.

- Nossa! Tão rápido assim? 

- Ah... - Ela sorriu e foi subindo as escadas.

- Ai Amiga! Esqueci que nós íamos ver o lance da...

- Tudo bem. Vamos outro dia. - Disse indo pra cozinha preparar alguma coisa pra almoçar. Ela desceu as escadas e me abraçou.

- Valeu amiga.

- De nada amiga. - Disse retribuindo o abraço.
Fui para a cozinha preparar o almoço. Fiz pouca quantidade de comida, afinal, Lola vai sair e minha mãe só iria chegar à noite. Almocei e liguei a televisão. Ouvi a porta bater, era o Brendan.

- Oi. - Disse sorrindo e convidei-o para entrar. 

- A Lola já está pronta?

- Não. Mas nem faz 15 minutos que você chegou.

- Estava abastecendo o carro e resolvi ligar pra ela. - Disse ele sorrindo e mirando a porta.

- Ela já vai descer. - Disse sorrindo. Ele sorriu de volta.

- Eu sei. É que, bom, não quero causar problemas com ela. - Disse sem jeito

- Com a Lola? 

- Sim, ela é ciumenta? - Perguntou. Eu não aguentei, tive que rir.

- Não se preocupe, a Lola é tranquila. 

- Estão falando de mim? - Disse ela descendo as escadas usando um macaquinho azul piscina com sapatinho bege. 

- Não. Imagina. - Disse com o meu famoso tom de deboche. Ela puxou meu cabelo e eu dei um leve tapa no bumbum magrelo dela. Brendan não parava de rir.

- Tá rindo de mim? - Disse ela chegando perto dele, mordendo o lábio inferior. Ele sorriu maliciosamente, envolveu o braço na cintura dela e a beijou. Eu rolei os olhos e fui pra cozinha.

- Alex! - Lola gritou sorrindo. Eu voltei, e entreguei o celular dela.
Eu sorri, Lola pegou o casaco no sofá e Brendan abriu a porta pra ela. 

- Obrigada senhor. - Lola disse sorrindo. Eu rolei os olhos e vi os dois entrarem no carro.

 Estava feliz pela minha melhor amiga. Ela estava gostando dele, e, parecia que ele também estava gostando dela. Fechei a porta e tentei fazer alguma coisa, sozinha. Preparei um balde de pipoca e pus Um conto quase de fadas. Eu sei, é um filme velho. Mas eu não me cansava de assistir, ainda mais agora, que eu estava vivendo uma história quase parecida com a esteticista do filme, que por sinal, é hilária. Já eram 16h00min horas da tarde quando o filme acabou. Eu não tinha mais nada pra fazer. Peguei meu Notebook e mandar algumas mensagens para meus colegas que estudaram comigo. Resolvi dá uma passeada pela cidade. Tomei banho, vesti um short jeans, blusa branca e coloquei uma bota sem salto preto. Peguei meu casaco, minha bolsa, e sai.

Fiquei passeando pela cidade, como se fosse uma turista fanática. Londres era uma cidade tão linda, estava admirada. Nunca gostei de andar por aí sozinha, mas quando se tem 18 anos, parece que é uma sensação de liberdade. De repente, me deu uma vontade de ligar pro Nate, ouvir a voz dele. Peguei meu celular e procurei o número dele. Mas meu orgulho era maior e eu guardei o celular no bolso do meu short. Mas, peguei-o de volta, e decidi ligar pra minha mãe.

- Oi filha. - Disse ela atendendo.

- Oi mãe, tudo bom?

- Tudo filha. Ralando muito - Disse ela. - E você filha?

- Ah, estou bem. Passeando pela cidade. - Disse olhando o céu.

- Eu sei.

- Como a senhora sabe? - Disse espantada.

- Você não está de short, bota, e bolsão cor-de-café?

- Estou sim. - Disse mais espantada ainda. Ela riu do outro lado da linha.

- Olha pra trás. - Me virei no mesmo instante e vi minha mãe, sentada ao lado do Frederick. Eles estavam gravando no centro da cidade, e eu estava do outro lado. Ela acenou pra mim e eu sorri, retribuindo o aceno.

Virei-me de costas novamente quando avistei Nate e Sasha conversando. Eu não queria que ele me visse. O que ele iria pensar? Que eu era uma menininha apaixonada que estava seguindo-o. Eu encarei o nada e sorri. E continuei a falar com a minha mãe no telefone.

- Caramba!

- Pois é, que coincidência. - Disse ela rindo. 

- E então, como vão as coisas aí?

- Bom, só falta o Brendan aqui. Então estamos gravando outras partes - Me senti um pouco culpada por saber onde o Brendan está. De repente, senti alguém me abraçando. Era tão forte, que tirou meus pés do chão. Eu mal conseguia respirar.

- Oi. - Aquela voz grave e suave era familiar. Senti um arrepio na espinha.

- Olá. - Disse meio tonta. Tentei sorrir, mas eu ainda estava me recuperando do susto que ele tinha me dado.

- Te assustei? - Disse dando aquele sorriso que eu adoro.

- Não. - Disse sorrindo e cocei a cabeça, aquele olhar dele me deixava sem jeito, ainda mais com a minha mãe do outro lado da rua.

- E aí, tudo bem?

- Ah, tudo. - Disse meia sem jeito. Com certeza ele vai me perguntar alguma coisa sobre o Brendan.

- Então, sabe onde o Brendan está? - Olha aí!

- Ah... - Tentei me fazer de desentendida.

- Calma, eu sei que ele está com a sua amiga...

- Minha melhor amiga! - Disse cortando-o. Ele sorriu.

- Tá bom. Eu sei que eles estão juntos, não precisa esconder pra mim. - Ele sorriu segurando na minha mão. Eu não tirei os olhos dele.

- Eu só quero saber onde eles foram.

- Ah, isso eu não sei. - Disse sorrindo. 

- E então, trabalhando muito? - Tentei fazer alguma pergunta, nem que seja idiota, já que ele estava me olhando nos olhos com aquele sorriso que me desconserta. 

- Ah, não muito. Eu fico sentado o tempo todo só xingando. - Ele disse fazendo uma careta, me fazendo rir. Minha mãe o chamou do outro lado, fazendo sinal pra ele voltar. Ele fez beicinho e eu ri daquilo.

- Dez minutos. - Implorou

- Cinco. - Retrucou. Ele sorriu.

- Sua mãe é páreo duro. - Disse ele sorrindo, eu também sorri.

- É eu sei. - Sorri e me virei de costas.

- Bom... - Disse ele chegando mais perto de mim e me abraçou. Eu fiquei estática, achei que ele fosse me beijar. Mas ele não beijou, ele ficou abraçado comigo. 

Eu suspirei baixinho, estava aconchegando minha cabeça no seu peito. Ficamos como dois namorados, olhando a vitrine da loja. Um prato cheio para os paparazzi que estavam perto do local, mas parecia que ele não estava se importando muito com a presença deles. Em nenhum momento ele me soltou. Se fosse em outro tempo, ele iria sair xingando todo mundo e batendo neles. Mas ele mudou, ele estava abraçado e conversando comigo.

- Alex! - Disse Frederick me abraçando. - Que surpresa adorável! Não te reconheci do outro lado da rua.

- Não me reconheceu, ou não me viu? - Disse num tom de sarcasmo. Eu ainda não tinha me acostumado a ser baixinha, ainda mais perto do Nate, que deve ter mais ou menos 1.80 centímetros de altura. 

Frederick sorriu meio sem jeito, minha mãe jogou aquele olhar de reprovação como sempre. Senti-me um pouco culpada por ter sido um pouco rude com ele, que considero um segundo pai. Eu e os meus complexos!

- Ah querida, me perdoe. É que não estou acostumado em ver você nesses trajes. Você sabe, faz anos que não te vejo. - Disse ele sorrindo.

- Ah, tudo bem. Eu é que sou complexada. - Disse fazendo careta.

- Complexada? - Perguntou Nate, envolvendo sua mão "gigante" na minha cintura. Eu encarei o chão, não queria olhar nos olhos dele. Eu me conheço, se eu o olhasse eu não iria conseguir falar.

- É. - Disse olhando pra minha mãe, que não parava de me olhar. Estava me sentindo incomodada com o olhar dela. Ela notou e parou de me olhar. Agradeci em silêncio por ela ter desviado o olhar dela de mim.

Eu sabia o porquê dela olhar tanto pra mim. Não era por causa do que eu falei, ela estava incomodada com a mão do Nate na minha cintura. Mas eu não liguei, continuei conversando com ele e com Frederick.

- Por que complexada? - Perguntou Nate.

- Bom, a verdade é que a minha altura não me incomoda. Só não gosto quando as pessoas falam o que eu já sei.

- Falam o quê? - quando Nate perguntou, vi que Frederick já tinha saído de perto de nós, e  foi atrás da minha mãe.

- Que eu sou baixinha. - Disse me afastando dele e encarando Frederick e minha mãe. Eu não sei, mas algo me dizia naquele momento que eles estavam tendo alguma coisa além da parceria no filme. Senti a mão do Nate pegando a minha, me virei e ele sorriu.

- Mas, é uma baixinha linda. - Disse ele. Eu sorri. Ninguém, nunca, em toda minha vida, além do meu pai e da minha mãe, disse que eu era linda. Eu estava no céu.

- Linda, eu?

- Muito linda. - Disse ele se aproximando de mim. Senti novamente um arrepio na espinha, e desta vez eu não hesitei. Continuei onde eu estava parada.

- Bom, eu confesso que vou ter que fazer um pequeno esforço para... - Hesitou e encarou o chão. Meu coração acelerou mais do que devia. Ele ia dizer o que eu estava pensando?

- Para o quê? – Perguntei.

- Para te beijar. - Disse ele baixinho, quase sussurrando. Deu-me um arrepio, e suspirei. Nate L. Smith, uma doa maiores atores jovens de Hollywood, queria me beijar? Eu estava ficando louca.

- O quê? Você quer me beijar?

- Quero. - Disse ele, agora com suas mãos na minha cintura e com seus lábios encostando a ponta do meu nariz. Percebi que ele estava praticamente quase se ajoelhando para me beijar. Mas eu recuei virando meu rosto até encostar meus lábios na orelha dele.

- Por favor, aqui não. - Implorei com um sussurro. Ele entendeu que eu não estava à vontade naquele local, ainda mais com a minha mãe por perto. Ele me abraçou tão forte, que me tirou do chão e beijou meu pescoço. Ah meu Deus!

- Só dessa vez. - Disse ele sorrindo. Eu sorri e beijei a ponta do seu nariz, o fazendo rir.

Ele me pôs no chão, acariciou meu rosto, me fazendo sorrir. Eu olhei o relógio no pulso dele, e já eram seis horas da noite.

- Madre santa! - Disse num susto, e Nate riu do meu sotaque latino.

- O que foi?

- Tenho que ligar para a Lola. - Disse procurando meu celular. - Tenho que saber se ela já chegou.

Eu estava um tanto que apavorada. Eu não achava meu celular, e eu tinha certeza que tinha colocando-o na minha bolsa. Mas senti a mão do Nate no bolso do meu short. Virei-me feroz e séria, e vi que ele estava com o meu celular.

- Até que é bonitinho. - Disse mexendo-o. Eu o encarei, tentando ficar séria. Mas sua expressão era tão engraçada que eu sorri e tomei o celular das mãos dele, ligando imediatamente pra ela. O telefone demorou a tocar, até que finalmente ela atendeu.

- O que foi Alex? - Lola dizia num tom e Ira. Uops, acho que atrapalhei o momento.

- Já são seis horas. - Disse determinada.

- E?

- E? E aí que minha mãe está chegando! - Disse olhando minha mãe entrando no carro e saindo do set de gravação.

- Bom, eu já estou em casa. - Disse ela naquele tom de ironia que me deixava nervosa.

- Eu sei que já está em casa. E sei também que não está sozinha. - Disse jogando a ironia contra ela. Ela ficou em silêncio, mas logo falou.

- Da onde você tirou isso?

- Qual é Lola ? Eu te conheço. Você está com Brendan. E pelo modo que você me atendeu, vocês estavam se beijando. - Sorri. Ela mais uma vez ficou em silêncio.

- Ela está chegando ?

- Acabou de sair.

- Então vai demorar um pouquinho.

- Não vai não, ela estava aqui, no centro.

- OK, vou me despedir dele.

- Lola!

- É rapidinho. - Implorou. Eu aceitei. Então nos despedimos e desliguei o telefone.

- E aí? - Nate perguntou.

- Tenho que ir. - Disse colocando o celular na bolsa.

- Por quê? - Disse fazendo carinha de piedade e segurando minha mão.

- A Lola está sozinha, em casa...

- Com o Brendan? - Disse ele me cortando. Eu apenas balancei minha cabeça positivamente.

- E minha mãe acabou de sair. - Terminando de dizer isso, Nate arregalou aqueles olhos verdes e olhou para o nada.

- Temos que correr. - Disse ele me puxando. Nós corremos até o carro dele, e ele foi me levando pra casa. Pensei em ligar para Lola mais uma vez, não queria que minha mãe chegasse e... Você sabe!

- Lola?

- Calma Alex, o que foi?

- Tudo bem aí?

- Tudo. O Brendan já foi embora e... - Hesitou.

- E o que? Alô? Lola?

- Sua mãe acabou de chegar.

- Ok, beijo. - Disse desligando. Eu encarei a janela e pensei um pouco. Era a minha chance de ficar sozinha com ele. Mas eu estava com medo do que iria acontecer. Se aquele cavalheirismo todo comigo era só uma farsa para conseguir o quer?

- E aí? - Perguntou ele, sem tirar os olhos da estrada.

- Bom, minha mãe já chegou e... - Hesitei, tentando fazer suspense. Nate fez careta.

- E teve barraco. - Disse ele. Eu sorri.

- O Brendan já tinha ido embora. Minha mãe chegou em casa agora.

- Ah tá. - Disse ele rindo. - Ufa, essa foi por pouco.

- Foi. - Disse rindo também, e encarando a janela. Eu respirei fundo e o encarei de novo.

- Bom, agora está tudo bem.

- Está. - Disse me olhando rapidamente para não se desviar da estrada.  Eu fiquei um pouco sem graça de dizer que não queria voltar pra casa agora.

- Ainda quer ir pra casa? - Perguntou ele pegando na minha mão, timidamente. Eu achava tão fofo quando ele ficava tímido perto de mim.

- Bom, já que perguntou... - Disse sorrindo e olhei para janela. Ele mudou o percurso do caminho.

- Onde estamos indo?

- Surpresa. - Disse ele sorrindo. Eu estava ficando com medo, não estava gostando de nada daquilo. Pra falar a verdade, nunca gostei de surpresa. Nate viu a minha cara fechada e tentou me animar.

- Calma, é uma surpresa do bem. - Eu não disse nada, continuei a encarar a janela. Ele continuou dirigindo até que ele parou o carro. Senti um frio na barriga, com a janela fechada (era de vidro fumê) eu não sabia onde estávamos.

- Feche os olhos. - Pediu. Eu o encarei e fechei os olhos. Senti o vento no meu corpo e depois a porta do carro batendo. Ele abriu a porta e pegou na minha mão, me conduzindo. Encostei-me a uma espécie de cerca, não dava pra saber direito porque estava com os olhos fechados.

- Pronta? - Disse ele por trás de mim, com as mãos na minha cintura.

- Acho que sim. - Disse abraçando a mim mesma. Estava ficando frio.

- Sim ou Não? - Ele parecia está sorrindo. Eu também sorri. Estava ficando com medo, mas eu respirei fundo e balancei a cabeça positivamente. 

Quando abri os olhos, fiquei maravilhada com o que estava vendo e onde eu estava. Estávamos na ponte de Londres, e eu podia ver quase toda a cidade, toda iluminada. Ele me abraçou, e encostou seu queixo no topo da minha cabeça. Senti meus olhos brilharem, e ele me abraçou mais forte ainda. Eu sorri e me virei para encará-lo. Os olhos dele brilhavam, e ele sorria pra mim. Era como um sonho, mas era real. Meu coração estava a mil, respirava fundo a cada passo que ele dava para se aproximar de mim.

- E aí, o que você achou? - Disse me olhando nos olhos com aqueles olhos verdes que me deixavam completamente hipnotizada.

- É Linda!

- É realmente muito linda. - Disse ele olhando pra mim. Eu voltei a olhar pra ele e ele sorriu.

- É. - Disse. - Essa cidade de noite é muito bonita. Não acha?

- Desculpe. - Disse ele sorrindo. - Mas eu não estava me referindo à cidade. – Aquelas palavras entraram no meu coração como uma brasa. Ele se aproximou de mim, veloz, como se eu fosse fugir dele. Mas eu não ia. Não desta vez.

Ele ergueu sua mão e acariciou meu rosto, me fazendo suspirar e sorrir pra ele. Ele sorriu pra mim e chegou mais perto, fazendo com que meu corpo se pressionasse entre ele e o cercado da ponte. Dei um tranco com o meu corpo, achando que eu ia cair. Mas ele me segurou, sorrindo. Caramba, aquele sorriso dele!

- Obrigada, achei que fosse cair. - Disse fitando o chão.

- Não se preocupe. Sempre que pensar que vai cair, eu vou te segurar. - Disse ele, sorrindo, me fazendo sorrir. Que fofo!

- Agora eu posso? - Disse ele, se curvando para tentar me beijar. Eu sorri.

- Pode. - Sussurrei.

Para facilitar, coloquei minhas mãos em seus ombros largos e fiquei na ponta do pé - literalmente - Para tentar alcançar a boca dele. Ele envolveu seus braços ao redor da minha cintura, me erguendo, facilitando-o a encostar seus lábios nos meus. Senti meu corpo esquentar como uma fogueira. Minha mão repousou no seu rosto, o fazendo sorrir. Me senti culpada naquele momento por causa dos meus pervertidos pensamentos. Ele me beijava e sorria. Eu o abracei com força e ele me rodopiava. Eu não conseguia conter o riso, eu me sentia tão bem. Eu nunca tinha sentido isso antes, por ninguém. Era uma sensação tão boa, tão sublime. Meu coração batia tão forte que eu achava que ele iria atravessar meu peito. Sentia-me com se estivesse num filme, era irreal.

Ele me colocou no chão e, por mais que eu não quisesse, mas nós tínhamos que parar para tomar fôlego. Ele me olhava, carinhosamente. Acariciou meu rosto novamente antes de beijar minha testa.

- Acho que já está na hora de irmos embora. - Disse ele olhando o relógio. Realmente já era hora. Eram nove horas da noite, e minha mãe devia está preocupada comigo. Eu assenti fomos até o carro de mãos dadas, mas antes de entrarmos no carro ele me abraçou e me beijou novamente. Não conseguia retribuir da mesma forma, pois não conseguia conter as risadas. Entramos no carro e liguei pra casa.

- Alô? - Era a voz da minha mãe.

- Mãe.

- Oi sumida, até que fim se lembrou da sua mãe. - Disse ela num tom de sarcasmo, me fazendo rir. Eu estava demorando a me acostumar com o fato da minha mãe me tratar como adulta.

- Mas e aí, está com o Nathan?

- Sim. - Disse timidamente. Ele olhou pra mim e sorriu.

- Já estás vindo pra casa?

- Já mãe.

- Ok. Guardei o jantar pra você, caso não tenha comido ainda

- Obrigada mãe.

- De nada, beijinhos e... - Escutei os cochichos da Lola do outro lado da linha. Já imagino o que ela estava falando.

- O que a Lola quer?

- Ah, o que a Lola quer? Saber de tudo é claro! - Disse ela. Eu sorri.

- Ok mãe. Vou desligar. Beijo.

- Beijo filha, até mais. - Disse ela desligando o telefone.
Não demorou muito e já estávamos em casa. Eu tentei abrir a porta pra sair, mas Nate impediu que eu abrisse. Ele saiu do carro e tentou abrir a porta do carro pra eu sair, mas eu tinha trancado por dentro.

- Abra a porta. - Disse rolando os olhos, prendendo o riso.

- Não. - Disse fazendo bico. Ele riu

- Abre a porta. - Disse novamente.

- Não. Só porque você não deixou abrir a porta pra sair, eu também não saio. - Disse fazendo careta. Ele riu e fez beicinho. Que fofo!

- Abre a porta. Por favor! - Implorou fazendo beicinho. Eu ri daquilo e destranquei a porta.  Quando sai do carro, ele me pegou no colo. 

- Ai, me solta!

- Não. - Disse ele me rodopiando. Eu gargalhava e ele também.

- O que é isso? Vingança? - Gritei, rindo. Ele continuou a me rodopiar até nós vermos a minha mãe na janela. Ai que ódio!

- Opa, acho que acordamos sua mãe. - Disse fazendo cara de culpado. Eu ri.

- Nós? - Disse ainda em seus braços.

- Sim. Não fui eu quem ficou gritando. 

- É mesmo, a culpa foi sua. - Disse saindo do seu colo.

- Minha culpa?

- Sim. Você me fez gritar. - Disse dando de costas, fingindo estar com raiva. Senti a mão dele, segurando a minha e me puxando contra ele.

- Por favor, me desculpa, não pensei que ficasse com raiva. - Tadinho, deu pena dele. Eu sorri.

- Eu não fiquei com raiva. Pelo contrário. - Disse me aproximando mais dele. - Eu adorei você ter me pego no colo.
Ele sorriu e acariciou meu rosto.

- Gostou mesmo?

- Não, eu adorei. - Disse retribuindo o carinho. Ele envolveu suas mãos na minha nuca e me beijou, apaixonadamente. - Pelo menos eu acho que foi desse jeito - E eu retribui com a mesma intensidade que ele. Mais já era tarde, e eu tinha que acordar cedo no dia seguinte. Apesar de estar vivendo um conto de fadas naquele momento, eu tinha que acordar por mundo real. Eu tinha que ver em qual faculdade eu iria entrar.

- Nate. - Disse entre suspiros e beijos

- O que foi?

- Eu tenho que entrar. - Disse resistindo a tentação de beijá-lo de novo.

- Tá bom. - Disse me dando um "último" beijo. Que por sinal, não terminava nunca.

- Nathan! - Disse me afastando meus lábios dos dele. Ele entendeu o recado, me soltou e sorriu.

- Eu queria poder ficar o tempo todo assim com você. - Disse segurando minha mão.

- Eu também. Mas não posso. - Disse com pesar. Eu realmente queria ficar com ele, todos os dias, todas as noites.

- Eu sei, eu também não. Ainda. - Disse sorrindo.

- Ainda? - Disse confusa. Ele não me respondeu, apenas sorriu.

- Eu gosto muito de você Alex. - Disse me abraçando novamente. Eu suspirei.

- Eu também gosto muito de você. - Disse e ele me beijou novamente.

- Nathan. - Implorei

- Desculpe, eu não resisti. - Disse sorrindo. Eu acariciei seu rosto.
- Eu tenho que entrar. - Disse.

- Tá bom. - Disse ele me soltando. Eu dei de ombros e ele segurou minha mão. Eu o encarei com suplica, para que ele me deixasse ir. Mas ele implorava com seu olhar, por mais um beijo.

- Nate, eu tenho que ir.

- Por favor. - Disse fazendo beicinho. Eu não resisti dei um breve beijo. Ele retribuiu e me deixou ir. Eu entrei pra dentro de casa e vi pela janela ele, pulando e dançando como um louco. Eu ri, e senti que alguém estava atrás de mim. Era minha mãe.

- E aí? - Sussurrou pra mim. Eu sorri pra ela.

- Te conto amanhã. - Disse me dirigindo pro quarto.

 Chegando lá, Lola estava dormindo. Que bom. Tomei um banho e coloquei minha roupa de dormir. Demorei um pouco para cair no sono. Eu estava com a cabeça nas nuvens. Era difícil de acreditar que uma pessoa tão famosa iria gostar de alguém tão comum quanto eu. Mas Nate tinha dito que ele gostava de mim, e eu estava... Bem, eu acho que, eu não sei. Eu nunca tinha sentindo isso por ninguém, nem mesmo pelo Nick. Eu fiquei com medo de dormir e acordar no dia seguinte, sabendo que era sonho. Eu até me belisquei, e acreditem, doeu muito. Sim, não era sonho e, sim, eu acho, eu estava ficando apaixonada por ele.


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