Não abri a boca durante todo o caminho de volta para o acampamento. Santana veio abraçada em mim e me dizendo palavras reconfortantes no ouvido, mas eu não conseguia acreditar. Ela estava realmente morta. E eu não podia deixar de me sentir culpada. Eu vi que ela havia se ferido. Eu só... Só não achei que fosse tão grave.

Quando finalmente o carro parou, fomos recebidos como heróis. Homenagens foram prestadas às caçadoras mortas e eu continuei inerte ao mundo ao meu redor. Quinn não estava muito melhor do que eu. Por mais que “odiasse” Harmony, estava extremamente abalada com o que havia acontecido. Mas claro, Rachel Berry estava ali para confortá-la. Não dou um mês para encontrarem as duas se pegando em um dos chalés.

Tivemos que explicar a Will sobre os dois irmãos serem os filhos de Hades. Cara, isso era difícil de me acostumar. Quinn Fabray era minha prima que se pegava com a minha outra prima que tinha um irmão que estava se pegando com o sobrinho (Kurt). E eu não quero nem pensar no meu grau de parentesco com Santana, vou dar um nó no meu cérebro.

Agora, estava deitada com Santana por cima de mim. Ela ficou um tempo entretida com os meus cabelos, enquanto eu simplesmente a observava. Tenho quase certeza de que ela me chamou umas duas vezes, mas eu não ouvi. Minha cabeça estava em outro universo, deixando-me completamente absorta do mundo real.

- Sabe que não foi sua culpa. – Santana disse, cortando o silêncio do meu chalé.

- O quê? – perguntei voltando meus olhos para ela.

- Nenhuma das mortes, B. – Ela respondeu aconchegando-se em mim – Nada disso foi culpa sua.

- Não é verdade. – murmurei. – Eu podia ter salvado Anna do monstro. Era para ser eu lá, Santana. E eu vi que Harmony estava ferida, eu poderia ter insistido para curá-la ou...

- Pare. – Santana me cortou – Nada disso é verdade, e você sabe disso Britt-Britt. Anna basicamente se atirou na sua frente, porque ela quis. E quanto a Harmony, ela não poderia ser salva. O veneno de Ladon é mortal, Brittany. Não sei como ela aguentou tanto tempo.

Sentei-me na cama e Santana afastou o cabelo de meus olhos. Fechei-os e apreciei o toque delicado de sua pele na minha bochecha.

- Prometa que vai parar de pensar nisso. – Santana pediu. – Se não por você, faça por mim.

Puxei-a para o meu colo e tomei seus lábios em um beijo calmo. Senti suas mãos vagarem pelo meu pescoço enquanto eu a puxava pela cintura para mais perto.

- Ok. Eu prometo. – Concordei após alguns segundos.

- Eu amo você. – ela sussurrou no meu ouvido.

- Eu te amo mais. – respondi no mesmo tom.

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Quinn’s pov on

Sentei na grama do acampamento. A neve já havia ido embora (finalmente) e o calor já prevalecia novamente. Fechei os olhos e deixei os raios solares tocarem a minha pele, me aquecendo por dentro e por fora. Na real, eu nunca gostei muito do sol. Mas acho que o fato de eu ter virado uma árvore por sabe-se lá quantos anos me fez mudar um pouco os meus conceitos.

O aroma dos campos de morango impregnava o ambiente. Eu era proibida por Will e o Sr. D de me aproximar dos campos. Depois que eu quase afoguei metade da plantação causando uma chuva enorme, eles decidiram que o meu talento certamente não era com plantas. Agora eu cuidava dos cavalos na companhia de Brittany.

Alguém me disse uma vez que ou nós seríamos melhores amigas ou inimigas, porque somos muito parecidas. Ah, sim. A latina cabeça oca. Pelos deuses, eu arranco os cabelos dela se ela conseguir fazer mais uma estupidez com Brittany. Eu estava prestes a estrangulá-la quando ela terminou com Santana. Sério, ela ficou mais chata do que o menino bode quando resolve brincar de tocar flauta. Deuses, Finn é extremamente irritante.

Senti um toque suave no meu ombro e abri os olhos. Rachel sorria timidamente para mim, me fazendo sorrir de volta. Ela é maravilhosa. Ninguém, a exceção de Britt, me entende como ela.

- O que está fazendo aqui? – Ela perguntou enquanto se sentava ao meu lado.

- Pensando. – Respondi.

- Em quê? – Rachel disse.

- Tudo. – retruquei – Santana e Brittany, Finn e sua maldita flauta, eu e...

Calei-me antes que dissesse algo que não devia. Rachel arqueou uma sobrancelha e tocou minha mão, tirando-me de meu transe.

- Você e...? – Ela retomou.

- Eu e você. – respondi.

Ela abriu um sorriso adorável. Não parei realmente para pensar em minhas ações. Pousei a mão em seu rosto e acariciei sua pele branca. Ela fechou os olhos, então encarei aquilo como um sinal verde para avançar. Puxei seu queixo para mais perto e colei seus lábios nos meus. Deuses, aquilo era ótimo. Brittany tinha razão, com mulheres é mil vezes melhor.

Nos afastamos e eu colei minha testa na sua, com a respiração um pouco ofegante. O seu sorriso era tão largo quanto o meu, mal cabia em seu rosto.

- O que vamos fazer? - Perguntei após alguns segundos em silêncio.

- Eu não sei. – Rachel respondeu – Eu só sei que eu amo você, Quinn. E eu quero ficar com você, independente do que as pessoas pensem.

Meu sorriso dobrou de tamanho e eu abracei seu pescoço. Ela riu e me abraçou de volta, causando arrepios por todo meu corpo.

- Rach? – Chamei.

- Fala, Quinnie.

- Eu também amo você.