A Maldição Do Titã - Brittana escrita por Ju Peixe


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oi! Como estão hoje?
Pra quem ainda não leu, eu tenho uma outra fic Brittana e HP. Deem uma olhada. Beijos e boa leitura a todos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/348125/chapter/10

Acordei sentindo os lábios de Santana pressionando minhas bochechas. Abri um sorriso e virei meu rosto, tomando seus lábios para mim rapidamente.

- Eu amo acordar assim – falei abraçando-a pela cintura.

- Eu sei. – ela respondeu sorrindo – E por mais que eu prefira mil vezes ficar deitada aqui com você, temos que levantar. Temos que ir embora, Britt-Britt. E é melhor irmos antes que a Fabray...

- PORRA LOPEZ, AINDA DORMINDO? EU ESTOU ENTRANDO, E É MELHOR QUE ESTEJAM VESTIDAS. – Quinn gritou do lado de fora da barraca me fazendo corar.

- Eu vou mata-la. – sussurrei escondendo meu rosto no pescoço de Santana.

Quinn abriu o fecho da barraca e colocou a cabeça para dentro. Assim que viu Santana deitada em cima de mim arreganhou um sorriso debochado.

- Estou interrompendo alguma coisa? – Ela perguntou segurando a risada.

Santana rapidamente saiu de cima de mim e atirou a mochila em Quinn, que desviou rapidamente.

- Vou tomar isso como um “sim”. Agora andem logo, ou eu vou chamar Harmony na próxima vez.

Fiz uma careta e agarrei minha mochila, saindo da barraca seguida por Santana. Quinn nos esperava com seu típico sorriso torto no rosto, sentada ao lado de Rachel.

- Pare de me olhar com essa cara, Quinn. – resmunguei – O que vamos fazer agora?

- Bem – Ela disse disfarçando uma risada – Quem está afim de explorar o Ferro-Velho de Hefesto?

Xxxxxxxxxx

Caminhamos em silêncio e cautelosamente pelo ferro-velho. Era de certa forma, estranho caminhar por ali. Tinham as mais diversas coisas que eu podia imaginar. Até um computador eu encontrei.

- Não toquem em nada. Tudo aqui é amaldiçoado ou está com defeito. – Quinn advertiu. Nem mesmo ela que tinha um ar sempre alegre parecia tranquila.

Apertei a mão de Santana com força. Ela lançou-me um olhar doce, como se quisesse garantir que eu mantivesse a calma. Mas eu estava a beira de um colapso nervoso, pois parecia que a qualquer momento um monstro iria nos atacar.

Depois de vários minutos de caminhada, nós finalmente pisamos na autoestrada, uma abandonada, porém bem iluminada linha de asfalto negro.

- Nós conseguimos, - disse Quinn. - Graças aos deuses.

Mas aparentemente os deuses não queriam ser agradecidos. Naquele momento, eu ouvi um som parecido com mil compressores de lixo triturando metal.

Eu me virei. Atrás de nós, a montanha de sucata estava em ebulição, erguendo-se. Os dez dedos se moveram e eu percebi por que eles pareciam dedos. Eles eram dedos. A coisa que se ergueu do metal era um gigante de bronze em uma armadura grega completa. Ele era impossivelmente alto — um arranha-céu com pernas e braços. Ele brilhou assustadoramente à luz da lua. Ele olhou para nós e sua face estava deformada.

O lado esquerdo estava parcialmente derretido. Suas juntas rangeram enferrujadas e no seu peito blindado, escrito em grossa poeira por algum dedo gigante, estavam as palavras LAVE-ME.

- Talos! – Harmony arquejou.

- Q-quem é Talos? - eu gaguejei.

- Uma das criações de Hefesto, - Quinn disse. - Mas não pode ser o original. É muito pequeno. Um protótipo talvez. Um modelo defeituoso.

O gigante de metal não gostou da palavra defeituoso.

Ele moveu uma mão para o cinturão de sua espada e desembainhou sua arma. O som dela saindo da bainha era horrível, metal chiando contra metal. A lâmina tinha mais de trinta metros de comprimento, fácil. Ela parecia enferrujada e cega, mas eu não imaginei que isso importasse. Ser atingido por aquela coisa seria como ser atingido por um navio de batalha.

- Alguém pegou algo, - Q disse. - Quem pegou algo?

Harmony olhou para Blaine acusadoramente.

Ele balançou a cabeça.

- Eu sou um monte de coisas, mas eu não sou ladrão.

Anna não disse nada. Eu poderia jurar que ela parecia culpada, mas eu não tive muito tempo para pensar sobre isso, porque o gigante defeituoso Talos deu um passo na nossa direção, cobrindo metade da distância e fazendo a terra tremer.

- Corram! - Quinn gritou.

Ótimo conselho, exceto pelo fato de que era inútil. Em um passo lento, aquela coisa poderia nos ultrapassar facilmente.

Nós nos separamos do modo como fizemos com o Leão da Neméia. Quinn armou seu escudo e o segurou no alto enquanto corria na direção da autoestrada. O gigante brandiu sua espada e acertou uma fileira de cabos de força, os quais explodiram em faíscas que se espalharam no caminho de Q.

As flechas de Harmony assobiaram na direção da face do gigante, mas se despedaçaram inofensivamente contra o metal. Santana enfiou o boné na cabeça de Blaine novamente e mandou o garoto correr, puxando meu pulso e correndo atrás de Anna.

- Você pegou alguma coisa – A latina falou. – O que é?

- E-eu não peguei nada – A caçadora disse com a voz trêmula.

- Seja o que for, devolva! – Santana disse fitando-a com as íris escuras.

- Não adianta mais – ela respondeu em um suspiro.

- Movam-se! - eu rasguei colina abaixo, as duas logo atrás de mim, assim que o pé do gigante estraçalhou uma cratera no lugar onde estávamos nos escondendo.

- Ei, Talos! - Q gritou, mas o monstro levantou sua espada, olhando para nós três.

Quinn pegou sua lança e ergueu-a para os céus. Um raio desceu em direção à lança, eletrocutando-a. A loira atirou-a em direção a Talos, eletrocutando a perna do gigante.

Talos rodopiou, faiscando e rangendo. Q havia conseguido alguns segundos para nós.

- Vamos! - eu disse a Anna, mas ela continuou congelada. Do seu bolso ela tirou um pequeno grampo dourado, que se transformou em um arco.

- Jogue isso fora, - falei. - Talvez o gigante nos deixe em paz.

Ela largou a estátua relutantemente, mas nada aconteceu.

O gigante continuou indo atrás de Q. Ele apunhalou uma colina de sucata, errando Quinn por alguns metros, mas a sucata fez uma avalanche sobre ele, e então eu não pude vê-la mais.

- Não! – Santana gritou.

Ele levantou seu pé para pisotear e eu vi que a sola era igual ao solado de um tênis. Tinha um buraco no calcanhar, como um grande poço de serviço, e havia palavras vermelhas pintadas ao redor, as quais eu só decifrei quando o pé desceu: APENAS PARA MANUTENÇÃO.

- Hora da ideia maluca, - eu disse.

San olhou para mim nervosamente.

- Qualquer coisa.

Eu contei a ela sobre a escotilha de manutenção.

- Talvez haja um modo de controlar a coisa. Botões ou algo do tipo. Eu vou entrar lá.

- Como? Você vai ter que ficar embaixo do pé dele! Você vai ser esmagado. – Anna falou

- Distraia-o, - eu disse. - Eu só tenho que acertar o tempo.

A mandíbula de Anna travou.

- Não. Eu vou. É minha culpa que o monstro veio atrás de nós, - ela disse. - É minha responsabilidade. Se acontecer algo a mim, dê isso a Harmony. Diga a ela que eu sinto muito.

- Anna, não! – gritei, mas ela não me deu atenção.

Rachel tinha a atenção dele no momento. Ela tinha aprendido que o gigante era grande, mas lento. Se você pudesse ficar perto dele e não ser esmagado, poderia correr ao redor e continuar vivo. Pelo menos estava funcionando até agora.

Anna ficou perto do pé do gigante, tentando se equilibrar nas sucatas que balançavam e mexiam com o peso dele.

Harmony gritou.

- O que é que você está fazendo?

- Faça com que ele levante o pé! - ela disse.

Harmony atirou uma flecha na direção da face do monstro e ela voou direto para dentro de uma das narinas. O gigante se endireitou e balançou sua cabeça.

- Ei, Garoto Sucata! - gritei. - Aqui embaixo.

Eu corri até o seu dedão e o furei com Contracorrente. A lâmina mágica fez um corte no bronze.

Infelizmente, meu plano funcionou. Talos olhou para baixo e levantou seu pé para me esmagar como um inseto. Não vi o que Anna estava fazendo. Tive que me virar e correr. O pé desceu cerca de cinco centímetros atrás de mim e eu fui jogado no ar.

Atingi algo duro e me sentei atordoado. Eu tinha sido jogado em um refrigerador de ar do Olimpo.

O monstro estava a ponto de acabar comigo, mas Quinn de algum modo conseguiu se livrar da pilha de sucata. Ela apontou para os céus novamente e lançou outro raio em Talos. Ela deveria ter corrido, mas ele devia estar muito cansada pelo esforço de usar tanta mágica. Ela deu dois passos, caiu e não se levantou mais.

- Quinn! - Santana e eu corremos na direção dele, mas eu sabia que era tarde demais pra nós.

O monstro levantou sua espada para esmagar Quinn. Então ele parou.

Talos acertou sua cabeça de um lado como se ele estivesse ouvindo uma estranha nova música. Ele começou a mover seus braços e pernas de maneiras estranhas, fazendo a Galinha Funk. Então ele fechou o punho e se deu um soco na cara.

- Vai, Anna! - eu gritei.

Harmony pareceu horrorizada.

- Ela está dentro?

O monstro cambaleou, e eu percebi que nós ainda estávamos em perigo. Santana e eu pegamos Quinn e corremos com ela em direção à autoestrada. Harmony já estava à nossa frente. Ela gritou.

- Como Anna vai sair?

O gigante se acertou na cabeça mais uma vez e largou sua espada. Uma tremedeira correu por todo o seu corpo e ele cambaleou na direção dos cabos de força.

- Cuidado! - gritei, mas já era muito tarde.

O tornozelo do gigante se embolou nas linhas e faíscas azuis de eletricidade passaram pelo seu corpo. Torci para que o interior fosse isolado. Eu não fazia ideia do que estava acontecendo lá. O gigante cambaleou de volta ao ferro-velho, e sua mão direita se soltou, caindo na sucata com um horrível CLANG!

Seu braço esquerdo se desprendeu também. Ele estava se partindo nas juntas. Talos começou a correr.

- Espera! - Harmony gritou. Nós corremos atrás dele, mas não havia como nós acompanharmos. Pedaços do robô continuavam caindo, ficando no nosso caminho.

O gigante desmontou de cima a baixo: sua cabeça, seu peito e, finalmente, suas pernas desmoronaram. Quando alcançamos as ruínas nós procuramos freneticamente gritando o nome de Anna. Nós engatinhamos entre as vastas partes vazias e as pernas e a cabeça.

Nós procuramos até o sol atingir o ponto mais alto do céu, mas sem sorte.

Harmony se sentou e chorou. Eu estava atordoada por vê-la chorar.

Quinn gritou enfurecida e enfiou sua espada na face esmagada do gigante.

- Nós podemos continuar procurando - falei.

- Não, nós não vamos, - Quinn disse miseravelmente. - Aconteceu exatamente como foi previsto.

- Do que você está falando? - perguntei.

Ela olhou pra mim com grandes olhos aquosos.

- A profecia. “Um deve se perder na terra árida.”

Por que eu não tinha visto isso? Por que eu a deixei ir em meu lugar?

Ali estávamos nós no deserto. E Anna se fora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não, eu não consegui matar a Rachel. Fiquei sem coragem e resolvi mudar a história.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Maldição Do Titã - Brittana" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.