Mundo sem Uma Armadura Ii: o Padrinho escrita por Pss


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Saint Seiya não pertence a mim, infelizmente, e sim ao senhor Kurumada (com quem tenho que conversar sobre o destino de alguns personagens Ò.Ó). Isso é só entretenimento, ok?



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Seiya leu e releu a carta inúmeras vezes. Pegou o celular e digitou alguns números.

 

¾    Alô, Saori? Oi, eu não vou poder ir na fundação com você ok? O quê? Não, tá tudo bem comigo, só tenho um... Compromisso. Outro, tchau.

 

Desligou.

 

Depois da ultima do Ikki não poderia deixar Shun sozinho, a fundação podia esperar.

 

No dia seguinte levantou cedo, fez a barba e pegou o carro para comprar um bom vinho. Foi quando o celular tocou.

 

¾    Oi Shiryu. E aí, tudo bem com a Shun-rey? Que bom. A sim, eu vou sim. Por que falar com o Hyoga? Ninguém merece, ele some por um ano e depois vem atazanar. Eu não vou ter paciência, to cansado meu! Tá bom, tá bom... Espera um minuto que tem outro celular tocando. Não, não vou me livrar deles, preciso dos quatro. Péra. Alô. Julian, eu já disse que não... Espere um instante. Shiryu, é do trabalho, te ligo depois, certo? Então você me liga, tchau. Pronto, fala Julian. Eu já acertei a contabilidade... Ai, como isso foi acontecer? Faz assim, a Saori vai amanhã pra fundação, vê se ela resolve o seu problema. Eu to indo pro Japão e só volto na quinta-feira. Tchau. 

 

Que povo enrolado, pensou enquanto tirava o carro da garagem, pra ajudar o Hyoga tá em crise. Ele e o Ikki realmente não ajudam. Vou aproveitar que vou estar no Japão pra falar com o Ikki, onde já se viu? Trinta anos nas costas e ainda assim... Tá na hora de cair na real. O sonho acabou.

 

Quando saiu do “piloto automático Seiya” percebeu que já estava em casa. O apartamento não era grande, mas era confortável. Uma suíte, um quarto de visitas, sala, cozinha e banheiro.

 

Dividira o espaço com Kiki até ele se mudar para uma republica. Não sentia a falta, nem mesmo daqueles por quem daria a vida, um dia.

 

Seus amigos, talvez com a exceção de Shun e Ikki, tinham mudado muito, e ele não fazia nenhuma questão de uma reaproximação.

 

Arrumou a mala para dois dias fora de casa e foi para o aeroporto. No avião lembrou que tinha que visitar Jabu na UTI. Saori ficaria chateada de não poder ter ido com ele, mas com tanto trabalho... Quando estava chegando no aeroporto de Tókio ligou para Minu e foi muito bem recebido na casa dela.

 

¾    Seiya, a quanto tempo!

 

¾    Dois anos no total.

 

¾    Alguma ocasião especial?

 

¾    Amanhã é aniversario do Shun.

 

¾    É mesmo. Mande lembranças a ele.

 

¾    Seu marido não se incomoda de você ter um homem em casa enquanto ele viaja?

 

¾    O Charles confia em mim, conhece você, sabe que somos como irmãos. E é só por uma noite mesmo.

 

¾    Ele está...?

 

¾    Em Washington, de novo. Você não faz idéia de como isso me entedia.

 

¾    Posso imaginar. Mas, eu tenho um compromisso agora, de noite podemos sair. O que pensaria se eu te levasse para jantar, te animaria?

 

¾    Claro, –disse ela lhe dando um beijo estalado na bochecha e batendo palmas como criança- você é super!

 

¾    He, he. Tchau, até de noite.

 

¾    Até.

 

Ficava feliz de alegrar Minu, mas agora teria um encontro nada agradável. Pegou o primeiro táxi para a delegacia local.

 

¾    Boa tarde.

 

¾    Boa tarde. Sr.Delegado, eu gostaria de ver o preso da cela oito.

 

¾    Você tem meia hora, o horário de visitas está terminando. Parente?

 

¾    Hã, não... Amigo.

 

¾    Fique a vontade. Kiba, leve-o até a cela oito.

 

¾    Por aqui, por favor.

 

O local era pequeno, com apenas quinze celas. E Ikki se encaixava direitinho em uma delas.

 

Seiya não se conformava de ir até lá dar um sermão naquele teimoso. Tudo bem que era de família...

 

¾    Oi Ikki.

 

¾    Seiya... É, não pode ficar pior.

 

¾    Nem vem com esse papinho. Eu poderia muito bem estar na Grécia ou com a Minu, mas estou aqui em consideração ao seu irmão e aos nossos laços do passado.

 

¾    Engula essa sua consideração. Não preciso dela.

 

¾    Vou fingir que não ouvi isso. Ikki, se você esta de saco cheio de me ver ou de ouvir a voz dos nossos antigos amigos, tudo bem, mas pense no seu irmão. Você está matando ele de desgosto.

 

¾     Estou é queimando o filme dele, isso sim. Coitadinho, tão famoso...

 

¾    Ikki!

 

¾    Que foi, estou falando a verdade. Ele veio aqui esfregar o dinheiro dele na minha cara, com aquele papinho de que ia me tirar da prisão... Eu me viro sem vocês.

 

¾    Está bem. Se você não acredita que seu irmão te ama e sim que ele é um esnobe idiota... Ah,que vontade de te dar umas porradas! Cara, eu nem sei o que falar! O que você quer, hein? Virar mendigo? Ou acha que sem emprego vai chover dinheiro do céu, uma vez que você não aceita os empregos que o Shun te arruma? O que você fez dessa vez pra estar aqui?

 

¾    Salvei uma garota. –acho melhor eu sentar, antes que caia ou pule no pescoço dele, Seiya pensou.

 

¾    De quem?

 

¾    Do namorado dela.

 

¾    Ai.

 

¾    Ele estava batendo nela!

 

¾    Você nunca ouviu falar que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher?

 

¾    E você acha justo eu assistir ele espancar ela e não fazer nada?

 

¾    Chamasse a policia, sei lá! Tinha que se meter com o cara?

 

¾    Eu ia saber que ele ia conjurar mais cinco caras pra brigar comigo?

 

¾    Aiiii...

 

¾    E que iam aparecer mais sete pra me ajudar?

 

¾    Você se meteu em brigas de gangues?!

 

¾    Acho que sim. Mas não foi a minha intenção.

 

¾    Sei, o grande herói só queria salvar a mocinha, não é mesmo? Leva-la para casa a salvo? NO MEIO DO EXPEDIENTE!

 

¾    Isso é o de menos.

 

¾    Senhor... Daí-me paciência.

 

¾    Humpf.

 

¾    Ikki, deixa eu adivinhar, você não vai me deixar te tirar daqui, certo?

 

¾    Certíssimo Pegasus.

 

¾    Quer parar com isso? Esquece essa história, acabou, entendeu, ACABOU!

 

¾    Calma amigo, não precisa se estressar.

 

¾    Como pretende sair daqui?

 

¾    Não pretendo.

 

¾    Desisto.

 

¾    Senhor, seu tempo acabou.

 

¾    Tudo bem, não tínhamos mais nada para falar mesmo.

 

¾    Tchau pra você também Seiya. Não precisa vir me visitar mais vezes.

 

Seiya cerrou os punhos e cruzou a porta da cela. Não, não seria dessa vez que Ikki o tiraria do sério.

 

Saiu da delegacia tremendo. Não tinha palavras para expressar o sentimento que invadia sua alma. Apesar de “chateado”, resolveu ir até o hospital de Tókio para visitar o Jabu.

 

Depois do acidente ele fora internado (com as contas sendo pagas por Shun, é claro) lá. Se sentiu muito mal ao ver o antigo companheiro internado, vivendo por meio de maquinas, sem poder falar com ele... Era triste que eles tivessem chego a aquele ponto.

 

Engolindo a tristeza e a raiva, resolveu, na volta, comprar um buquê de flores para Minu e escolher um restaurante bacana para levá-la. Escolheu um bom restaurante italiano, reservou uma mesa e voltou para a casa de Minu. Faltava só uma hora para dar oito da noite, e seria bom descontrair um pouco. Quando não era o trabalho, eram pessoas como Ikki. Não era a toa que Shun descobrira que ele fora demitido, ligaram pra ele da delegacia.

 

A moça não estava, devia estar em algum vizinho.

 

Sorte ter uma copia da chave. Uma cópia que não usava a dois anos.

 

Aproveitou para se arrumar e comer alguma coisa. Sabia que Minu adorava massas, mas ele... Era melhor comer antes de saírem.

 

Minu não demorou muito.

 

No restaurante conversaram sobre muitas coisas, mas o efeito do vinho foi desastroso para a garota...

 

¾    ...Sabe o que é engraçado Seiya?

 

¾    Hã?

 

¾    É que eu sempre fui apaixonada por você...

 

¾    Minu...

 

¾    E você só tinha olhos para a Saori...

 

¾    É melhor pararmos por aqui... –ele se levantou e pagou a conta, pronto para ir embora.

 

¾    E sabe o que é mais engraçado? É que eu continuo apaixonada por você...

 

¾    ...

 

¾    O Charles é legal, mas... Não é você.

 

¾    Minu, por favor... –ele a ajudou a se levantar e chagar até a porta.

 

¾    Ele é muito purista, certinho... Você não é purista, não é Seiya?

 

¾    Acho que não... –suspirou.

 

¾    Então você não vai ficar chateado...

 

¾    ...?

 

¾    Se eu...

 

Ela o beijou. Foi um beijo rápido, ele a afastou e a levou para casa.

 

Ela adormeceu no carro e, após por ela na cama, Seiya foi para a sua própria, rezando para que ela esquecesse.

 

Rezando para ele mesmo esquecer.

 

¾    Desastroso...

 

Adormeceu.

 

Sonhou com Saori.

 

Ela estava presa em um Santuário e o chamava...

 

Acordou de madrugada, tentando esquecer. Deixou um recado para Minu, arrumou as coisas e saiu.

 

Precisava andar, e até de tarde teria muito tempo para pensar.

 

Pensar sobre tudo que queria esquecer, os valores que sabia que devia abandonar...

 

Seika e Marin já haviam lhe dito, mas ele não conseguia. Não é a mesma coisa.

 

E nem mesmo tinha coragem de dizer para Saori o quanto realmente a amava, não conseguia, e as vezes tinha impressão de que ela pensava que ele não lhe dava o devido valor, que para ele não fazia diferença... Mas fazia toda a diferença.

 

Só não conseguia se expressar.

 

Quando o sol se pos ele foi para a casa de Shun.

 

Um amigo tão querido, que dividira com ele experiências tão terríveis na entrada do Inferno e na chegada ao Templo Submarino...

 

E que ele não via a anos, simplesmente por que não fizera questão.

 

¾    Seiya!

 

¾    Oi Shun... –sem graça com a situação.

 

¾    Como vai? Entre.

 

¾    Vou bem, e você?

 

¾    Vou indo. Senta aí.

 

¾    Quem mais vem?

 

¾    Sabe que eu nem sei! Ninguém tem falado comigo, a não ser o Shiryu, mas conversa por telefone não tem graça.

 

¾    Fui o primeiro a chegar?

 

¾    E talvez o único...

 

¾    Ah... E o que me conta de novo?

 

¾    Lancei um novo programa.

 

¾    Só?

 

¾    Pois é. E você? Já conseguiu falar com a Saori fora do trabalho?

 

¾    Não... –sorriu, só Shun para saber dessas coisas...- Não consigo.

 

¾    Saori sabe que você a ama. O único que parece ainda não acreditar é você! Espero sinceramente que vocês não construam um relacionamento assim. Que tipo de namoro é esse?

 

¾    Me sinto meio estranho quanto a isso. –percorreu a sala com os olhos, que se detiveram em uma foto dele e dos outros com Shina e Saori, logo após enfrentarem Poseidon.

 

¾    Lembra disso?

 

¾    Se lembro. Foi um desafio e tanto na época. Hoje meu maior desafio é descobrir se estão realmente desviando verbas da fundação.

 

¾    Contabilidade?

 

¾    É.

 

¾    Passa o dia fazendo contas e não consegue desempacar o relacionamento. Típico.

 

¾    Olha quem fala. Você está sempre enterrado em livros!

 

¾    Mas sempre consigo me expressar.

 

¾    E a June concorda com isso? Afinal, você nunca chegou a pedi-la em namoro, né?

 

¾    E fiz bem.

 

¾    Como?

 

¾    Semana passada eu fui até a ilha de Andrômeda...

 

¾    Que virou?

 

¾    Um resort, apesar do clima. O slogan é: Para extremistas. Se encaixa bem no perfil da June.

 

¾    O que aconteceu?

 

¾    Acredita que ela teve a cara de pau de me dizer que o Hyoga era um escritor medíocre e me disse que eu devia procurar novos amigos. Alguns descentes!

 

¾    Mas, o que o Hyoga tem escrito?

 

¾    Arlequim. –Seiya arqueou a sobrancelha- E ele escreve muito bem, tá?

 

¾    E o que ela tem contra os outros?

 

¾    O que? Contra o ceguinho e o desmiolado?

 

¾    Ela me chamou de desmiolado?! –Seiya agora ria.

 

¾    Não ria. Ela não estava brincando.

 

¾    Ah, mas você brigou com ela por isso?

 

¾    Vocês podem não me levar a serio, mas eu valorizo meus amigos! –amigos que te deram as costas faz anos..., Seiya estava começando a se sentir culpado.

 

¾    E...

 

¾    Ela está muito espertinha para uma simples balconista de hotel. Quando a gente brigou ela ainda disse...

 

¾    Ainda disse?

 

¾    ...Que meu irmão era um desocupado... –Seiya viu que ele ia começar a chorar e estava totalmente sem jeito.

 

¾    Não liga para ela não, Shun...

 

¾    Eu gostava dela! Pensava que ela era a única que gostava de mim de verdade, sem ser... Bem, sem ser pelo dinheiro.

 

¾    ...

 

¾    É tão difícil! Todos são falsos comigo, e eu queria tanto ver vocês mais vezes! Para piorar o Ikki não quer aceitar minha ajuda, ele acha que eu estou tentando aparecer...

 

¾    É, eu sei...

 

¾    Como? Você falou com ele?

 

¾    Fui lá ver se podia fazer alguma coisa, sabe. Tentar ajudar ele...

 

¾    Você foi? Ah, eu não poderia querer um amigo melhor! –Shun o abraçou, mas a campainha tocou- Espera um instantinho, eu dispensei os empregados hoje...

 

¾    Ah...

 

¾    Sorento!Você não ia viajar?

 

Aproveitando a distração do amigo Seiya se levantou e se aproximou da foto.

 

Sabia muito bem quem era Sorento de Sirene. Tinha certeza que a morte horrível de Sigfried ainda estava marcada no coração de muita gente, principalmente no de Hilda...

 

Ao lado da foto encontrou um papel verde escrito com tinta prateada, muito chamativo. Resolveu ler.

 

“ Nunca vou esquecer, mas... Tenho de convidar esse ano:

 

- Ikki

 

- Seiya

 

- Shiryu

 

- Hyoga

 

- Saori

 

- June (Seiya notou o nome riscado)

 

- Jabu

 

- Sorento

 

- Mu

 

- Aldebaran

 

- Saga

 

- Aiolia

 

- Shaka

 

- Milo

 

- Camus

 

...”

 

Seiya parou por aí. Os cavaleiros de Ouro estavam mortos a muito tempo!

 

Cavaleiros de Ouro...

 

¾    Ia, mas Julian precisou trabalhar e eu não quero voltar para a Áustria naquela casa tenebrosa sozinho...

 

¾    Ainda bem que eu te convidei, né?

 

¾    Feliz aniversario!

 

¾    Obrigado!

 

¾    Isso é pra você... –o embrulho nas mãos do General trouxe Seiya à realidade.

 

¾    Não precisava...

 

¾    É mesmo! Shun, isso é para você.

 

¾    Vinho?

 

¾    Foi o melhor que eu consegui.

 

¾    Maravilhoso, agora vou relaxar, lendo um bom livro, por que eu tenho certeza que é bom se foi você que me deu, e tomando um bom vinho. Sentem-se!

 

¾    Shun...

 

¾    Sim?

 

¾    Não quero ser inconveniente mas...

 

¾    Hã?

 

¾    E seus outros amigos? Seu irmão?

 

¾    Não puderam vir. –Seiya atropelou a resposta do amigo, olhando sério para o Marina.

 

A campainha tocou, para o alivio e desespero de Seiya. Gostaria de mudar de assunto, mas ficar ali com o antigo inimigo...

 

¾    Hyoga, você veio! –Hyoga???, pensou surpreso- Que bom, entre. Sabe, dos meus quinze amigos próximos, só três vieram. Será uma festa mais do que reservada.

 

¾    Tome.

 

¾    Pra mim? Não precisava se incomodar... É lindo! Veja Seiya, o que o Hyoga me deu. Vou por junto com os outros presentes.

 

¾    Que bom que veio Hyoga, preciso mesmo falar com você. Mas não agora. Então Shun, conte-nos sobre seu novo programa.

 

¾    Ah, está fazendo muito sucesso.Chama-se Navegando pelo Cosmo, eu projetei quando estava na faculdade de Astronomia. E de pensar que devo tudo isso ao Jabu.

 

¾    Eu perdi algum capitulo, quer dizer, perdoem o maneirismo de escritor mais, o que o Jabu tem a ver com seus programas?

 

¾    Bem, –recordou Shun, divertido- na guerra galáctica ele disse que eu fazia sucesso com as garotas, que devia largar a vida de cavaleiro e ir pra tv.

 

¾    O que houve com o Jabu, mesmo? –perguntou Hyoga, ainda rindo.

 

¾     Sofreu um horrível acidente de carro mês passado. Tenho pagado o hospital para ele.

 

¾    O coitado nunca teve onde cair morto. Shun, que tal ouvir uma musica? –Seiya desviou o assunto, olhando feio para Hyoga.

 

¾    Não sei, o que acha Sorento?

 

¾    O clima está agradável, que tal Vivaldi?

 

¾    Sorento?

 

¾    Lembram-se do Sorento amigos?

 

¾    Ou General Sirene, se preferirem.

 

¾    Não, não. Nada de Generais e Cavaleiros, não mais.

 

¾    Sorento, Sorento... Ah, foi você que matou o Sigfried. –ai! Seiya sabia que Hyoga ia acabar furando.

 

Todos congelaram. Aproveitando que Shun estava de costas, Seiya deu um tapa no braço de Hyoga.

 

¾    Vêsesemanca!

 

¾    Ei!

 

¾    Sabe, o aniversario dele é amanhã, então pensei em comemorarmos juntos, já que o Julian viajou com a Saori pra fundação Graad.

 

¾    Pois é.

 

¾    Ele até me convidou para is com ele pra Áustria, mas meus horários estão tão apertados, onde eu enfiei esse cd... Sorento, vem cá me ajudar. 

 

 Seiya aproveitou que os outros dois estavam ocupados para dar uma bronca em Hyoga.

 

¾    Quer fazer o favor de colaborar?

 

¾    Com o que?

 

¾    Não tá vendo o estado do Shun? –a antiga frieza dele evoluiu para falta de noção...

 

¾    Pra mim ele parece ótimo.

 

¾    Ótimo, sei. Hyoga, presta atenção! Eu devia estar na fundação com o Julian e a Saori, mas não, tô aqui dando uma força pro Shun. Andei dando uma olhada na lista de convidados dele e alem de nós aqui estavam:  O Jabu, que tá em coma; o Ikki, que tá preso...

 

¾    Tá o que?!

 

¾    Preso! Ele andou metido em brigas de gangues, por isso foi demitido.. Mas ouve a lista. A Saori, que tem trabalhado mais que não sei o que por isso não                                        veio; o Shiryu que não veio porque, caso não saiba, a Shun-rey tá grávida...

 

¾    Eu sei sim...

 

¾    Deixa eu continuar! Bom, resumindo, o resto da lista são Mu, Aldebaran, Saga, Aiolia, Shaka, Milo...

 

¾    Mas eles estão...

 

¾    Mortos, eu sei. Mas o Shun não consegue aceitar isso. Ele age como se a culpa fosse dele, pelo incidente com Hades.

 

¾    Isso é ridículo!

 

¾    Assim como era ridículo você quer resgatar sua mãe daquele navio, mas nós nunca questionamos isso. –perdeu toda a paciência que lhe restava, sabia que era golpe baixo lhe jogar na cara uma historia tão antiga, mas o Shun não merecia aquele tratamento!- Seja menos egoísta! O Shun sempre foi sensível e com o passar dos anos e a distancia dos amigos, porque antes que você me interrompa nós nos distanciamos sim, as mortes no passado dele foram pesando mais e mais.

 

¾    Ele tá é precisando ver a June.

 

¾    Ele brigou com a June, Hyoga. –que mania de achar que todo problema de um homem se resolve com uma mulher, ainda mais com uma cretina como a June.

 

¾    Por que?

 

¾    Porque ela disse que você é um escritor medíocre.    

 

¾    ...

 

¾    Achei! Obrigado, Sorento.

 

¾    Por nada.

 

O flautista ajudou o outro a se levantar enquanto Seiya servia o vinho em algumas taças, depois dessa precisava.

 

A noite seguiu tranqüila, conversas amenas e brindes por anos melhores.

 

Um bolo, uma vela, um pedido.

 

¾    O que pediu? –perguntou o sereno Sorento.

 

¾    Que Ikki seja liberado. Ele não deixou eu pagar a fiança... –as lagrimas do rapaz se misturaram ao vinho.

 

¾    Vai ficar tudo bem, você vai ver. –disse o outro, já arrependido da pergunta.

 

¾    É isso aí! –concordaram os outros dois.

 

Aquele cabeça dura do Ikki estava destruindo o próprio irmão. O Hyoga não via nada alem do próprio nariz, desde que se isolara na Sibéria. E Sorento... Sem comentários.

 

Estava começando a se sentir realmente mal de ter abandonado aquele amigo querido que o auxiliara tantas vezes e que, quando precisara da sua ajuda, ele mesmo lhe dera as costas.

 

O resto da festa se passou sem maiores incidentes.

 

Quando finalmente resolveu ir embora, já sabia em que pé estavam as coisas para os ex-cavaleiros...E as coisas não estavam nem um pouco boas.

 

 

 

Uma semana depois, na Grécia...

 

¾    Você quer que eu O QUE?

 

¾    Seja padrinho da Lyang, vai arrancar pedaço?

 

¾    Eu não sou a pessoa certa Shiryu. Trabalho demais, nunca vou a China... Não vai dar certo.

 

¾    Você não era assim pessimista! Vai ficar que nem o...

 

¾    Não quero nem saber com quem, suas comparações geralmente me deixam irritado.

 

¾    Olha quem fala. Irritou tanto o Lune que ele fatiou o Markino, e ainda...

 

¾    Quem te contou essa...?

 

¾    Shun ainda estava consciente na época. Ele ainda se diverte com essa historia.

 

¾    Taí, por que não põe o Shun pra padrinho? Ele tem mente aberta, é divertido...

 

¾    Você também. E tem a vantagem de não viver sendo perseguido por paparazzi.

 

¾    Ai...

 

¾    He, he. Vamos, o que mais tenho que dizer para te convencer?

 

¾    Está bem, esta bem. Mas não me responsabilizo. E quando é o batizado?

 

¾    Depois de amanhã.

 

¾    Ahhhhhhhhhhh...

 

¾    Aproveita para chamar a Saori, para madrinha.

 

¾    Shiryu, eu...

 

¾    Seiya, é a sua chance de sair com a Saori, sem ser para falar de trabalho. Ela vai gostar, e Shun-rey adorou a idéia. Você vai conseguir. Não é difícil chamar uma garota para sair.

 

¾    Você cresceu com a Shun-rey e só pediu ela em casamento ano passado.

 

¾    Para o qual você foi convidado e não foi.

 

¾    Desisto. Não tenho mais argumentos.

 

¾    Ótimo, até dia trinta. –Seiya suspirou. Agora só lhe restava falar com a Saori.

 

Algumas horas mais tarde...

 

¾    É... Saori...

 

¾    Sim?

 

¾    Po... Pode olhar para mim? –Saori estava perdida entre enormes pilhas de papel- Tenho algo importante para te dizer.

 

¾    Hoje realmente não vai dar. Fala com a minha secretaria e reserva um horário na minha agenda, pra semana que vem.

 

¾    Preciso falar com você hoje!

 

¾    Seiya!?

 

¾    A filha do Shiryu nasceu anteontem e o nome dela é Lyang.

 

¾    E?

 

¾    Saori, eu sou o padrinho. Quervircomigoeseramadrinha?

 

¾    Hã?

 

¾    Saori, quer vir comigo, como minha namorada, e ser a madrinha? –Saori corou.

 

¾    Claro Seiya! Que pergunta.

 

¾    E o seu trabalho?

 

¾    Sabe aquelas férias que eu ia tirar com você?

 

¾    A três anos atrás? Sei.

 

¾    E se eu tirasse amanhã?

 

¾    Seria ótimo!

 

Ela lhe dedicou o sorriso mais lindo e se levantou. Ia pedir para a secretaria desmarcar todos os compromissos das próximas duas semanas.

 

Os outros dias Seiya trabalhou em dobro com Julian para poderem ir ao batizado.

 

No dia, Seiya, de smoking, cumprimentava os convidados.

 

A reunião dos antigos amigos foi, hã, comovente.

 

Estavam lá Seiya, Saori, Julian representando a fundação Graad, Seika, Marin, Shina, Shun (devidamente acompanhado por porções de paparazzi), Appendex (que agora detestava quando o chamavam de Kiki) e alguns desconhecidos.

 

¾    Kik... Digo Appendex, como você cresceu!

 

¾    Depois de treze anos, você queria o que?

 

¾    Ah... Appendex, o Jacob não vem?

 

¾    Ele não conseguiu trancar a matricula, mas queria muito vir Shiryu.

 

¾    E o Hyoga? –Kiki deu ombros.

 

¾    Desse eu sei. Ele esta de novo na Áustria.

 

¾    De novo?!

 

¾    Na Áustria?!

 

¾    Ele está namorando.

 

¾    Sério? E que é a garota?

 

¾    Não.

 

¾    Não o que?

 

¾    Ele está namorando com o Sorento.

 

¾    O QUE? –o queixo de Julian caiu.

 

¾    Ah, vamos parar com esse conceito ultrapassado e preconceituoso?

 

¾    Shun...

 

¾    É uma coisa normal, um relacionamento como qualquer outro.

 

¾    Deixa isso pra lá. Por favor.

 

¾    Ah, e aí, faz séculos que eu não vejo vocês! A propósito, o próximo filho de vocês eu faço questão de ser padrinho.

 

¾    Tá bom, tá bom.

 

¾    Nós não pretendemos ter mais filhos, pretendemos Shiryu?

 

¾    Quem sabe?

 

¾    Sabe que até hoje eu não acredito na semelhança dessas duas?

 

¾    Shina, vamos entrar vai! –Marin saiu arrastando Shina para não puxarem assunto sobre ela e Seika.

 

¾    Vamos, o padre disse que já vai começar.

 

¾    Está bem Saori.

 

A cerimônia foi realizada rapidamente, pelo menos na opinião do padrinho.

 

Não sabia por que raios Shiryu e Shun-rey haviam se tornado cristãos, para ele não fazia sentido. Mas a maioria deles na Grécia também tinha. E os cavaleiros sempre foram muito ecléticos quanto a isso, afinal, Hyoga era cristão e Shaka era budista, mas todos defendiam Atena.

 

Até Saori acreditava no mártir da cruz...

 

E isso lhe deu uma idéia.

 

Já estavam todos saindo da igreja quando Seiya se voltou para Saori e gritou.

 

¾    Saori! Quer casar comigo? –todos congelaram.

 

¾    Seiya...

 

¾    Aceita?

 

¾    Sim!

 

¾    É, essa eu decididamente não esperava. –comentou o antigo cavaleiro de Andrômeda- É isso aí. NÃO SAIAM NÃO, AGORA ASSISTIREMOS UM CASAMENTO, E DESSA VEZ EU SOU PADRINHO!

 

¾    Eu, não estava planejando isso, a missa...

 

¾    Relaxa padre. Essa eu pago. –Julian sorria. Finalmente aquele debilóide tomara uma atitude... Uma que ele desistira de tomar a muito...

 

¾    E quem vai ser a madrinha?

 

¾    Vai lá Marin!

 

¾    Eu?

 

¾    Ei, a madrinha é a Marin.

 

¾    Que responsabilidade não?

 

¾    E os padrinhos da noiva?

 

¾    Que tal nós?

 

¾    Claro! Seika, segure a Lyang para mim por favor.

 

¾    Ah, tá. –Seika estava abismada.

 

¾    Estamos aqui reunidos para unir sob a graça de Deus esses dois jovens...

 

Seiya não conseguia nem ouvir o resto do discurso. Só podia ver o rosto iluminado de felicidade da Saori.

 

¾    Hã, srita...

 

¾    Saori Kido.

 

¾    Saori Kido, você aceita...

 

¾    Seiya

 

¾    Seiya para seu marido?

 

¾    Sim.

 

¾    Seiya, você aceita Saori para sua mulher?

 

¾    Claro! É... Sim.

 

¾    As alianças...

 

¾    Ai... Eu não planejava... Não tenho alianças...

 

¾    Shun-rey...

 

Em um gesto de cumplicidade, Shun-rey e Shiryu tiraram as próprias alianças e as depositaram na mão dos noivos.

 

¾    Shiryu, Shun-rey...

 

¾    É nosso presente de casamento.

 

¾    Ah, alguém esta filmando isso? –Shun chorava sem parar, sorrindo.

 

¾    Com essa aliança...

 

¾    Eu te desposo. –eles se completaram.

 

¾    Se alguém tem algo contra esse casamento, fale agora ou cale-se para sempre.

 

¾    Eu tenho.

 

A igreja toda se voltou para a voz na entrada, ao mesmo tempo que Marin segurava Shun, que parecia prestes a desmaiar.

 

¾    O que meu rapaz?

 

¾    Como começam esse casamento e nem me convidam? –a igreja suspirou aliviada ao ver o sorriso no rosto do rapaz na porta, que estava acompanhado por uma linda moça de cabelos azul piscina.

 

¾    Ikki...

 

¾    Eu esperei uma vida toda pra ver isso e ninguém me convida? –ele se aconchegou com a moça na primeira fileira- Agora continuem.

 

¾    Tendo vocês jurado se amar e se respeitar, na saúde e na doença, na felicidade e na tristeza, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

 

O beijo de Saori e Seiya fechou o dia.

 

Um dia perfeito.


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