I Am Sorry But I Love You escrita por just a small town girl


Capítulo 1
First - Meeting my new teacher




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Eu sei que eu nunca deveria manter um diário. Tipo, nunca. Qualquer pessoa pode encontrar e ler e saber de tudo da sua vida. A minha, por exemplo, é algo que ninguém deveria conhecer. Mas eu não sei o que pode acontecer comigo daqui em diante, então eu espero que, algum dia, se eu precisar de ajuda, alguém ache isso.

Larissa Diamonds, 16 anos. E acho que você deve ter uma idéia de o quanto é frustrante ter 16. Apenas dois anos para a vida começar de verdade. Tão perto, mas tão longe.

Desde pequena eu moro com meu tio. Minha mãe morreu no meu parto e meu pai é um bêbado; meu tio decidiu que podia cuidar melhor de mim. Mesmo vivendo com ele desde pequena, não o amo, na verdade, nunca me liguei a ninguém profundamente. Enfim.

Eu me mudei com meu tio para Nova York. Eu nasci e cresci em Londres, mas não é como se eu quisesse ir morar em outro lugar.

No primeiro dia na escola, após eu pegar meu horário, uma garota loira veio falar comigo.

–Sophia Hastings. Prazer.

–Ah, oi. Larissa Diamonds.

–Então, novata, você vem da Inglaterra, não é? Dá para perceber pelo sotaque.

Concordei com a cabeça. Era muito difícil uma pessoa se interessar por mim o suficiente para vir falar comigo.

–Então, tem aula de o que agora?

Olhei no horário.

–Inglês.

–Sério? Eu também.

Ela me mostrou onde era a sala (“No final do corredor, não dá para errar”), e eu sentei no fundo, e ela na cadeira à minha frente.

–Eu me esqueci de falar: O professor é bem... Como eu posso falar... Exótico.

–Exótico? O que isso quer dizer?

Mas ela já tinha piscado para mim e virado para frente. Eu peguei meu livro de inglês e quando eu virei novamente, ele já estava na frente do quadro esperando todos sentarem.

E, cara, ele era bonito. Provavelmente o cara mais bonito que eu já tinha visto. Cabelos escuros e olhos azuis.

Ele sentou-se na mesa. Atrás dele, no quadro, estava escrito Alexander Hunter.

–Acho que muito de vocês já me conhecem... Aliás, todos, menos você. –Ele apontou para mim. – Quem é você?

–Diamonds.

–Diamonds? Ah, claro, Larissa Diamonds. Ouvi falar de você. Então, Diamonds, quer vir aqui na frente falar um pouco sobre você?

Merda.

Eu não era uma pessoa de falar muito. Nunca fui. Sou mais uma pessoa de escrever, pensar, qualquer coisa, menos falar.

A contra gosto, me levantei e caminhei até a frente da sala.

Eu não fazia a menor idéia se era por causa dele, ou por causa de falar na frente de um monte de gente desconhecida.

Comecei.

–Tenho 16 anos, gosto de ler—

–Ah, então temos uma leitora na sala. –Ele me interrompeu. Eu tinha certeza que ele fazia isso de propósito.

–Eu... Não sei como responder a isso.

–Não responda, só continue.

–Eu... moro com meu tio, sou de Londres e não tenho irmãos.

Quando ele finalmente percebei que eu não ia dar mais nenhum detalhe da minha vida à ninguém, ele apenas suspirou e disse –Uma salva de palmas para Diamonds.

Sentei o mais rápido possível.

Tudo bem, eu consegui sobreviver.

–Agora, eu sei que vocês leram esse livro ano passado – não, não mintam para mim, ok? Eu sei que vocês leram. Eu quero saber—Diamonds, já leu Os Miseráveis?

–Já.

–Gostou?

–Sim.

–Ótimo. Então, continuando, eu queria saber, quem se lembra do que o livro trata.

Algumas pessoas levantaram as mãos, inclusive uma garota ruiva sentada ao meu lado.

–Diamonds.

–Desculpe professor, mas eu não levantei a mão.

–Eu sei, eu só quero ouvir mais a sua voz, tudo bem assim?

Ele só podia estar tirando onda comigo.

–Trata da como a vida de Jean Valjean, Fantinne, Cosette e vários outros estão interligadas. Basicamente, é sobre a miséria, o arrependimento, a guerra, o amor—

–Sabe quando se passa a história?

Eu já estava ficando cheia desse cara, por que ele sempre me interrompia?

–Guerra de Waterloo em 1815 e montins em 1832.

–Eu não perguntei quais foram as batalhas.

–Eu sei, mas—

–Se sabe, por que respondeu?
Nesse momento, eu vi a turma se virando para olhar para mim. Eu senti meu rosto ficando vermelho. Esqueça tudo que eu disse sobre ele ser bonito, ele era a pessoa mais irritante do universo.

Eu percebi que ele olhava para mim sorrindo, esperando uma resposta.

–Por que eu quis.

Eu pude ouvir alguns risinhos irritantes e alguns sussurros. Claro, um entretenimento no primeiro dia de aula.

Pela primeira vez eu vi o professor mudar a expressão: Do sorriso irritante, para o espanto, e então para o sorriso de novo.

–Tudo bem, então, do que mais ele fala... James?

Eu ouvi um garoto moreno falar mais sobre a relação entre as vidas de Jean Valjean e Cosette, e eu me deixei levar no livro de inglês, lendo os textos e as explicações contendo nele. Quando eu voltei à realidade, as pessoas estavam guardando os livros.

–Então, vejo vocês próxima aula, com a lista de livros desse ano.

Ouvi algumas reclamações por parte dos garotos.

–Sim, vocês sabem muito bem como é. Até mais.

Eu me atrasei para sair por que comecei a arrumar a bolsa depois de todos.

–Diamonds?

Eu ouvi a voz dele, eu não queria de jeito nenhum falar com ele. Eu decidir fingir que não ouvi até que senti a mão dele tocando meu ombro.

–Pode ficar aqui mais alguns minutos?

Suspirei e concordei com a cabeça.

–Me desculpe se eu... Ofendi você. É o meu jeito de ser com os alunos—

–Tudo bem, professor.

Eu queria ir embora o mais rápido possível. Chegar atrasada na segunda aula do primeiro dia? Não, obrigada.

Já estava virando quando ele tocou meu ombro outra vez.

–Não era só sobre isso que eu queria falar.

Ele ficou sério de um segundo para o outro. Merda, eu tava encrencada. Dava para sentir pelo tom de voz dele.

–Algum problema?

–Na verdade, não. É só que... Eu não sei se eu deveria dizer isso, mas, eu encontrei seu tio quando ele veio fazer a sua matrícula. Muito agradável ele.

–E...?

–Ele acabou me contando que você escreve. E me mandou uma de suas estórias.

Não não não não não não.

–Eu sei que provavelmente você escreve só para você, mas—

–Ainda bem que você sabe.

–Eu adoraria poder lhe dar algumas dicas. Seu desenvolvimento é ótimo, mas precisa de ajuda para o final. Eu só queria pedir para você ficar depois das aulas na sexta?

–Desculpe professor, mas não.

–Por favor.

Ele tinha olhos azuis bem profundos, do tipo que você pode ficar observando por horas, vendo cada tom possível de acordo com a luz do sol. E os cabelos marrons... Eu tive uma vontade de passar a mão pelo cabelo dele, só sentir como ele deveria ser...

–Larissa?

–Ah, sim. Claro, professor. O que eu posso fazer, não é?

Ele sorriu. Ele não parecia mais a pessoa invasiva que eu achava que ele era há três segundos.

–Vejo você sexta.

E piscou para mim.


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Notas finais do capítulo

Se alguém ler, eu continuo :)



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