_ Nalu, venha arrumar suas coisas.- Minha mãe falou de longe.

Senti lágrimas escorrendo pelo o meu rosto. Eu escondi elas por muito tempo. Mais não aguento mais esconde-las, é muito peso para mim.

Já não basta eu ter perdido meu pai, agora vou perder minha casa. A minha vida..

Minha vida é aqui, junto com as flores e animais. E não com humanos ingratos. Eu me odeio por ser um ser-humano. Eu preferia ser uma flor. Uma flor que não tenha que suportar e guardar tanta dor. Umas vezes elas são arrancadas de suas casas e de sua família. Mais ainda assim elas continuam belas e fortes. Com um lindo sorriso.

_ Nalu, venha logo!.- Minha mãe gritou novamente.

_ Já estou indo!.- Gritei para ela.

Peguei minhas flores e corri até minha mãe. Ela parecia meio triste.

_ Mãe, está tudo bem?.- Perguntei a ela, enquanto ela olhava para a casa.

De repente ela começou a chorar. Eu a abracei. Com certeza ela deve está pior que eu.

_ Mãe.. Tem certeza que nós devemos nos mudar? Aqui é nosso lar, nossa casa...

_ S-sim. V-vá logo arrumar sua m-mala..- Minha mãe logo enxugou suas lágrimas e entrou em casa.

Algumas vezes penso que as pessoas acham que eu não percebo nada..
 

[...]

Botei minhas coisas em uma caixa, e percebi que algo voou de dentro da caixa. Percebi que era uma foto. Uma foto... Minha e do meu pai..

Ele estava me carregando enquanto corria atrás de uma borboleta...

_ Nalu você já...- Minha mãe entrou no quarto e logo percebeu que eu estava chorando. Ela viu a foto que estava em minhas mãos e sorriu.

_ Nesse dia, você estava completando 4 anos, se lembra?

_ S-sim.- Ela enxugou minhas lágrimas com suas mãos e me deu um beijo.

_ Essa foto vai completar 13 anos daqui à três dias, não é?.- Eu é minha mãe sorrimos ao mesmo tempo.

Daqui à três dias eu completo 17 anos...