Remember When escrita por Becca


Capítulo 1
I Remember When


Notas iniciais do capítulo

Fic total, e completamente, dedicada a vicHargitay, parabéns, Vi ♥ apesar de todos os dias, todas as noites, você me pedir pra postar, dia 26 ta aí, como seu aniversário, e, apesar de tudo, todas as brigas, todas as discussões, e todo o resto, aqui estamos nós, com a nossa amizade firme e forte, como sempre foi. Não faz um ano (ainda), mas é como se a gente se conhecesse há muito tempo. Sabe que, todas as vezes que você pedia pra ler, eu tinha muita vontade de te mandar, mas não podia, afinal, que graça tem, dar presente antes do aniversário? Então, espero que a espera contínua, valha a pena.



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Eu estava sentada no sofá, acompanhada de uma boa taça de vinho, cujo havia sido meu companheiro desde o final de 2011.

O meu único companheiro, desde que Elliot se fora. Bem, eu tinha Nick, mas não era a mesma coisa.

Pode parecer ridículo, afinal, já sou uma mulher adulta, sei que não posso confiar completamente em todos os homens que conheço, e eu não confio. Mas, com ele era diferente. Ele havia sido meu parceiro por quase treze anos, eu sabia que podia confiar nele. Nós nos ajudávamos, sempre que podíamos. Era como uma relação matrimonial.

E, como ele disse, ele era a relação mais longa que eu já tive com um homem, realmente.

Remember when I cried, to you a thousand times...

Lembra-se de quando eu chorei por você, milhares de vezes...

Era ridículo! Eu sempre era a mais fraca, eu sempre era a que chorava! Não... Não era! Eu lembrava dos olhos marejados dele, no galpão, do caso Gitano. Eu lembrava da voz dele, em minha cabeça.

Rodava, e rodava, e rodava.

De novo, e de novo, e de novo.

"Shoot, Olivia!"

– Droga... - suspirei, dando mais um gole no vinho.

Era quase páscoa, e Fin estava com a família, ele tinha sobrinhos, e quase ninguém sabia deles. Munch estava com Cragen, dois solteirões, sem família, se divertem mais, caçando mulheres. E, Nick... Nick estava com a filha, Zara, de seis anos.

Sei o que vão dizer, eu poderia estar com meus sobrinhos, com Simon, sim... Mas era melhor ficar sozinha. Desde pequena, eu sempre preferi estar sozinha.

I told you everything...

Eu lhe contei tudo...

Elliot era o qual sabia de tudo sobre mim. Ele conhecia mais de mim, do que eu mesma. Pode parecer ridículo, novamente, mas quando Cragen anunciou que ele se fora, parecia que ele estava ali, ao meu lado, vendo-me sofrer.

Doeu... E muito!

Mas como ele tinha a família, liguei uma vez, e como ele não retornou, achei que ele havia me esquecido.

Em vários casos, eu me via como ele, pensava como ele. O que Elliot Stabler faria no momento?

Nick já me perguntara sobre ele milhares e milhares de vezes. Só consegui explicar pouquíssimas coisas sobre a relação que tivemos.
Era sem segredos, ou pelo menos, era para ser assim. Cragen nos pedira, que fosse assim, e quando aquela psiquiatra nos avaliou, eu disse tudo o que achava sobre ele.

Ele é, ou era, o melhor. Sabia de tudo o que passava nas mentes doentias dos pervertidos, sabia enganá-los, e sabia seduzir qualquer suspeita.

Não só as suspeitas, mas eu também.

You know my feelings...

Você sabe de meus sentimentos...

Ele sabia, ou sempre soube. Não sei ao certo, mas quando deixei aquela mensagem, eu queria gritar para o mundo que o amava. Não o fiz, por puro orgulho, mas me culpo, todos os dias, por não ter feito aquilo.

Levantei do sofá, quando percebi o vinho se acabando, dentro da taça. Podia não parecer, mas eu sentia falta dele.

Fui até a cozinha, e peguei a garrafa, derramando o conteúdo arroxeado na taça.

De novo.

Eu não me importaria em guardar a garrafa, afinal, eu poderia acabar com ela, ali mesmo, naquela mesma noite.

Não, eu nunca fui grande fã de vinho, mas eu precisava de um... "Ombro-amigo".

Caminhando de volta ao sofá, me deparei com a nossa foto. Nossa primeira foto... Sorri repentinamente, lembrando-me da noite em que fora tirada. A conclusão de nosso primeiro caso...

Foi uma noite legal, feliz... Eu acho.

It never crossed my mind

Nunca passou pela minha cabeça
Nada daquilo que estava acontecendo neste momento, ou há um ano atrás, jamais passara pela minha cabeça. Ele prometera, que, quando ele saísse, seria comigo. Mas, não. Ele não saiu junto a mim. Ele saiu antes.

Ok, eu compreendo, ele tem família, tem filhos. Eu não tenho nada. É, eu tenho Simon, e meus sobrinhos, mas eu quase não os vejo.

Pelo menos, agora, eu tinha uma família. Ou mais ou menos isso. Meu celular tocou na mesinha de cabeceira, ao lado do sofá, e eu caminhei lentamente até ele.

– Benson. - atendi.

– Liv, oi! - disse Nick. Eu sorri.

– O que o senhor está fazendo acordado, mocinho? - brinquei. Ouvi as gargalhadas de Nick, Fin, Munch e Cragen.

Ok, já sei. Ele não está com a filha.

– Bem, é páscoa, Liv! Eu deixei Zara dormir com a mãe, esta noite, e vim encontrar o pessoal, mas Rollins está na casa de parentes, na cidade natal, e nós pensamos agora, em ir te visitar... - disse ele, entusiasmado. Eu senti uma presença de bebida, na voz dele.

– Ok, Nick... Podem vir. - murmurei, dando-me por vencida.

Ele urrou, com os outros, e eu ri, desligando o celular.

That there would be a time, for us to say goodbye...

Que haveria um momento, para nós dizermos adeus...

Nunca houve um momento, em que nós dissemos adeus.

Nunca mesmo.

Eu já pensara, sobre o fato de um possível adeus, mas em épocas passadas. Como por exemplo, no caso Gitano, e quando eu fui infiltrada. Pelas duas vezes.

Sorri, ao lembrar que os meninos viriam para minha casa. Olhei ao redor, e vi a bagunça que estava.

– Mãos à obra, Olivia. - suspirei, largando a taça na mesinha.

Corri rapidamente, escondendo toda aquela bagunça, no quarto de empregada, que nunca fora usado. Acabei bem mais rápido do que eu achei que acabaria. Terminei, guardando o vinho na geladeira, e, quando me virei, para pegar a taça, ouvi as batidas na porta.

What a big surprise!

Que grande surpresa!

Fui até a porta, e abri, sem olhar pelo olho mágico, já sabia quem era, e, assim que a porta abriu, entraram os quatro ali, sem ao menos olhar para mim.

– Oi, pessoal. - suspirei, fechando a porta.

– Oi, Liv! - responderam eles em coro. Cragen era o único sóbrio dali, dava para perceber.

– Você tem água gelada, Liv? - perguntou Cragen, fazendo menção aos outros três.

Ok, espere um segundo... Meu capitão queria jogar água nos outros?

Ah, isso seria demais! Pisquei para ele, e ele foi até a cozinha, pegando uma bacia d'água, e logo chamou:

– Ei, gente! - os outros olharam para ele, e eu conti o riso, quando ele jogou a água no rosto deles.

– Ei! - gritaram eles, em protesto. Nós dois não aguentamos, e começamos a rir, sem mais delongas.

– Ah, é?! - perguntou Nick, segurando-me, impedindo que eu saísse dos braços dele. Os outros dois agarraram Cragen, e começaram a fazer cócegas nele, o que motivou Nick a fazê-las em mim, também.

But I'm not lost, I'm not gone, I haven't forgot...

Mas não estou perdida, não vou embora, eu não esqueci...

Quando Nick finalmente parou com a brincadeira, eu lembrei-me de quando Elliot pedira para dormir no meu apartamento, e nós ficamos brincando a noite toda, de fazer cócegas, guerra de almofadas, e todo o resto, lembrando-me da adolescência feliz, que eu não consegui ter, de fato.

– Ok, gente, o que vocês vieram fazer aqui, de fato? - perguntei, colocando as mãos na cintura. Eles me olharam, de cima a baixo, o que me fez ficar assustada, admito.

– Liv, você sempre passa datas como estas, sozinha, nós... Só queríamos passar um tempo com você... - murmurou Fin, sorrindo. Eu sorri, emocionada. Nunca achei que eles fossem lembrar de mim, daquela maneira.

Assim como Elliot se importava. Era como um irmão mais velho.

– Bem, nós não temos, absolutamente nada pra fazer aqui, então... - comecei, sendo interrompida por Munch.

– Podemos pedir pizza, e dançar. - implicou ele. Eu fiz careta.

– Todas as pizzarias da região estão fechadas, e eu não vou dançar com vocês! - reclamei, rindo.

– Mas se ele estivesse aqui você dançaria. - implicou Munch, com um sorriso infantil no rosto. Eu esbranqueci.

– Não, Munch. Eu não dançaria. - impliquei, sentando-me ao lado dele.

Cragen e Fin trocaram olhares cúmplices, sorrindo. Eu fiquei observando os dois, enquanto eles iam até a cozinha.

– O que... - comecei.

Eles sorriram, e pegaram, cada um, uma garrafa de bebida, e uma garrafa de água.

These feelings I can't shake no more

Estes sentimentos dos quais não posso mais me livrar

Num momento repentino, lembrei-me dele. Ah, que droga! Eu tinha de me esquecer, mas não conseguia.

Lembrava da voz desesperada dele, no caso de Rojas.

Olivia!

Hmmm, não gosto deste sentimento. Parece que sou culpada de alguma coisa.

– Galera, podemos sair daqui? - pedi. Fin se afastou, ligando para alguém. Achei suspeito, mas não comentei nada.

Eles assentiram, e já foram saindo, sendo seguidos por Fin, que já corria.

Eu sorri, e corri atrás deles.

These feelings are running out the door

Esses sentimentos, estão saindo pela porta

Quando eu vi os quatro descendo as escadas, sorrindo, e gargalhando, lembrei-me de quando eu e Elliot costumávamos fazer isto.

Sorri, enquanto trancava a porta, até que senti mãos em meus ombros.

– Afaste-se. - pedi, com a voz trêmula, colocando a mão na arma, que estava na minha cintura.

– Ei, Liv, vamos logo. - pediu Nick. Eu sorri aliviada, sabendo que era ele.

– Ok, vamos, sim. - murmurei.

Uma parte de mim, não queria ir. Queria apenas ficar ali, parada, deitada no sofá, bebendo, até que não aguentasse mais.

Fomos descendo as escadas, e eu encontrei os outros ali, sorrindo.

– Vamos logo, galerinha! - disse Munch, animado, balançando os quadris.

Eu sorri, ao vê-lo dançando. Eles saíram, e eu os observei, até que viraram, e me chamaram para ir com eles.

Eu virei, e fui.

I can feel it falling down

Eu posso senti-los caindo

Eu senti, enquanto saía do prédio, que esta noite, tudo o que eu sentia, mudaria. Não sei exatamente porquê, mas eu sabia.

Era como se fosse um tipo de déja vu, que te ataca, antes mesmo de certa coisa acontecer...

Ok, foi sem sentido, eu sei, a questão, é que, eu realmente, não tenho como explicar melhor o que eu quero dizer, mas vocês entenderam.

Vi os quatro entrando no carro, e pedi para ir na frente, com Cragen, enquanto os três bêbados iam atrás.

Eu sei que bebi, mas não como eles, para ficar naquele... Estado de alegria.

Mesmo se Elliot aparecesse ali, na minha frente, esta noite, eu não correria para seus braços, como eu faria há um ano atrás.

And I'm not coming back around

Eu não voltarei atrás

Eu não ficaria correndo atrás de alguém, que me abandonou, sem nenhum sinal. Cragen dissera que eram problemas pessoais, e que ele não voltaria.

De que ele não voltaria, eu sabia, mas... Se fossem problemas pessoais, ele teria me dito, afinal, éramos parceiros, for better or worse...

Certo?

Nós sempre nos ajudamos, sempre correndo um atrás do outro, quando um afundava, o outro levantava os dois.

Era como Yin-Yang. A sincronia perfeita.

These feelings I can't take no more

Estes sentimentos que eu não aguento mais

Se nós nos reencontrássemos hoje, eu diria tudo o que sinto para ele, porque, eu não tinha mais nenhuma barreira, não tínhamos mais as regras da polícia! E, apesar de ele ser casado, eu sabia que ele não me ignoraria desta maneira.

– Ei, capitão... - murmurei, ele me olhou, e eu prossegui: - Podemos ficar neste bar, agora?

Ele assentiu, e os outros urraram, como um:

– Hip, hip! Urra! - ok, era isto mesmo.

– Ok, gente, não façam isto lá dentro, ou nós dois vamos embora, e dane-se vocês. - impliquei. Cragen riu com as expressões medonhas que os outros fizeram.

Rapidamente, nós entramos no bar.

This emptiness in the bottom drawer

Esse vazio no fundo da gaveta

Entrando lá, sentamos na primeira mesa que vimos, e todos pediram o que era de costume, mas eu pedi uma coisa diferente. Pedi o que Elliot sempre pedia, o que não os assustou, afinal, eles nunca prestaram atenção no que Elliot, ou eu, pedíamos.

– Bem, gente, o que vocês, realmente, querem me dizer? - perguntei, batendo minhas unhas na mesa, fazendo um barulho irritante, que eu queria que eles achassem também.

– Olivia, nós já dissemos, que queremos que você fique feliz, nesta véspera de páscoa. - reclamou Nick, bêbado que só ele.

– Ok, vou fingir que eu acredito, coelho. - impliquei, e todos riram, inclusive Nick.

Admito, nunca fui nenhuma comediante, mas acho que o vinho que eu tomei mais cedo, tirou toda a minha timidez, para fazer piadas. E, acho que eu terei de tomar mais vinho, com mais frequência.

It's getting harder to pretend

Está ficando difícil de fingir

Quando o garçom chegou com as bebidas, Fin, Munch e Cragen lembraram qual era a bebida que eu pedi, e quem, normalmente, a pedia.

Estava começando a ficar meio complicado, de esconder o que eu sentia por ele, e eu não diria a eles. Não agora.

Primeiro, eu tinha de dizer à Elliot, para depois, tomar coragem para contar para eles. E, sinceramente? Eu acho que precisarei de vários e vários copos desta bebida.

And I'm not coming back around again

E eu não vou voltar atrás novamente

Derramei todo o líquido em minha garganta, tossindo depois. Era bastante amargo, e deve ser por isso que Elliot gostava.

Ele sempre gostou de comidas e bebidas mais amargas, não sei por quê.

– Garçom? - chamei. Um menino, que aparentava ter uns quinze anos, apareceu, e, sinceramente, eu não queria pensar que aquilo poderia ser um crime, porque, eu só queria me divertir um pouco com os amigos que estavam comigo ali.

– Sim, senhora? - perguntou ele, com um papel e caneta prontos para anotar o pedido. Eu pedi a bebida novamente, e os outros pediram variadas bebidas, menos Cragen, que se mantinha com a água com gás.

O modo como ele ainda se controlava, me surpreendia.

O mesmo modo como eu me controlei, durante doze anos, só pra não começar a beijar meu parceiro, enquanto ainda estávamos em horário de trabalho.

Eu me lembrava disso.

Remember when...

Lembra quando...

E ele não esqueceria.

Ah, não! Ele não poderia!

I remember when

Eu me lembro, quando

Eu me lembrava de tudo! Tudo mesmo. Todas as brigas e discussões, todas as risadas e piadas, e todos os trabalhos que já fizemos infiltrados, juntos.

– Tudo bem, Liv? - perguntou Nick, colocando uma mão em meu braço. Eu sorri e assenti com a cabeça.

– Tudo bem, sim. - murmurei, sorrindo, mexendo no copo.

Os quatro voltaram a conversar, como garotos de faculdade...

Bêbados, é claro.

Cragen deixou de falar com eles, e pediu licença. Eu me levantei, e fui até a janelinha mais próxima.

– Ei, Liv... Tudo bem? - perguntou ele. Eu assenti, colocando o copo na boca, novamente.

– Acho que eu não acostumo mais, a vir para estes bares, capitão... - murmurei, olhando pela janela.

– Liv, pode contar pra mim, sei que você sente falta dele, nós também sentimos... - murmurou ele, colocando uma mão em meu ombro.

– Éramos parceiros, Don... - suspirei, mexendo o copo. Os cubos de gelo, que agora já derretiam, estavam menores, como esperado, mas ainda batiam uns com os outros, fazendo outro barulho que eu não suportava.

– E eu lembro que ele disse... - começou ele, mas eu o interrompi.

It was together 'til the end

Era "juntos até o fim"

– Ele sempre dizia, que, estaríamos juntos, até o fim, eu sei... - suspirei, olhando pela janela, quando começava a chover.

– Ei, galera! - chamou o bartender. Todos nós olhamos para ele, e ele prosseguiu: - Como isto aqui costuma encher, é melhor vocês ficarem aqui dentro, até a chuva cessar.

– Ótimo! - gritou uma mulher, no fundo do bar. Eu ri.

Cragen olhou para a janela, e continuou olhando, até que Munch começou a puxá-lo pela manga do casaco.

– Liv... - suspirou ele, afastando-se.

– Tudo bem... - murmurei, voltando minhas atenções para a janela.

As gotas da chuva davam um ar mais dramático, ao ambiente, o que não ajudou muito, no meu emocional.

Now I'm alone again

Agora estou sozinha de novo

É, eu estava sozinha, enquanto os homens se divertiam ali, contando piadas, conversando sobre mulheres, e eu, certamente não ficaria ali, vendo-nos conversar coisas de homem.

– Bem, sozinha, de novo... - murmurei, encostando a testa na janela.

O vidro estava frio, o que me fez tremer, mas não me afastei.

Pode parecer ridículo, mas por mais frio que eu sentia, mais eu queria me aproximar do vidro, o que era meio impossível, já que meu rosto estava grudado ao vidro.

Eu tinha de esquecê-lo, ter qualquer outra experiência, e, quem sabe, até mesmo deixar a delegacia...

Where do I begin?

Por onde eu começo?

Deixar a delegacia nunca fora uma opção, na verdade.

Foi ali que eu sempre tive todas as experiências da minha vida, tanto boas, quanto ruins.

Já gargalhei, já chorei, quase morri lá dentro, e já fui molhada, pelos canos, que sempre rachavam.

Sorri, sentindo o vidro começar a embaçar, com a minha respiração.

Afastei-me, e olhei o material sólido. De repente, passou-se uma idéia boba por minha cabeça. Certifiquei-me de que não havia ninguém olhando, e passei a ponta do dedo indicador pela superfice gélida do vidro, formando um coração.

Eu adorava fazer isso quando pequena.

Lembrei do dia chuvoso, no qual eu tive meu primeiro caso. Do quão assustada eu estava, por ter de lidar com outras vítimas, já que havia lidado com minha mãe, a vida toda.

I cried a little bit,

Eu chorei um pouco,

Senti as lágrimas querendo sair, e, como não havia quase ninguém ali, e o barulho era imenso, deixei-nas escorrerem em silêncio.

– Hm... - suspirei, parando o choro. Subitamente, senti que eu não sentia mais tanta falta dele. Era como se nada daquilo jamais tivesse acontecido.

Como se eu nunca tivesse conhecido-no.

You died a little bit

Você morreu um pouco

Não sei, acho que se, como eu forcei a mim mesma, a esquecê-lo, parte já havia sido feita, parte de mim, já não pensava mais, em como seria se ele voltasse. Em como seria, se eu o visse novamente.

De verdade, parte dele já havia morrido dentro de mim. Só precisava esperar, para que a outra metade morresse também.

Acho que se eu não pensasse mais nele, a dor poderia ir embora, mas...

E se não fosse?

E se eu continuasse pensando nele, daquela forma?

E se...

E se eu me apaixonar mais ainda?

Please say there's no regrets

Por favor, diga que não há arrependimentos

Não havia nenhum arrependimento, de minha parte, mas... Será que ele sentia qualquer tipo de arrependimento?

Como por exemplo, no caso dos traficantes de animais, quando nós... Ficamos com os corpos colados, seminus.

Aquilo foi bom, admito, mas ele parecia tenso, como se não quisesse fazer nada, e eu também não queria, mas, parecia que ele sentia nojo, de estar ali comigo.

– Liv! - chamou Munch, balançando os braços. Eu fingi que não vi, mas ele chegou atrás de mim, e me puxou para a mesa.

Cheguei lá rindo, enquanto eles faziam macaquices, como nunca fizeram antes, mesmo bêbados.

– Ei, o que houve com vocês...? - perguntei, colocando as mãos na cintura. Nick olhou pra mim, e ficou sério. - Nick...?

– Não quero falar com você. - e depois começou a rir. Eu o fitei, e ri.

Ele, sinceramente, não estava nadinha bem.

And say you won't forget

E diga que você não esquecerá

Eu lembrei de quando eu fiquei maluca assim, mas eu estava com o vapor daqueles cogumelos em meu corpo. Eu estava completamente fora de mim, até que Munch me contou sobre o "não fui eu que esfaqueei o chefe com o pepino", e eu tive vontade de me esconder do mundo, para sempre.

– Gente, chega de bebida, por um tempinho, ok?

But I'm not lost

Mas eu não estou perdida

Eles me olharam, como se quisessem me bater, ou algo do tipo. Eu assenti, com um murmúrio de negação, e fui até a janela novamente.

Como eles conseguiam ser tão... Irritantes, mas tão legais, e malucos ao mesmo tempo? Só eu mesma, pra conseguir amigos assim.

– Nós ainda vamos brincar, Olivia! - gritou Munch, bem alto. Eu ri baixinho, e como ninguém dali sabia meu nome, fiquei aliviada.

– Você é um idiota! - gritou Fin, batendo em Munch. Eu ri novamente, mais alto, desta vez.

Sorri, ao vê-los discutindo, e me encostei na janela novamente. A chuva estava mais brusca, então, achei que ainda ficaríamos ali por um bom tempo.

I'm not gone

Eu não vou embora

Eu não iria embora, deixando nenhum deles ali, e eu havia dito a Elliot, que eu não iria embora, afastando-me dele, enquanto os dois não resolvessem sair.

Bem, ele não cumpriu o que prometemos.

– Elliot, Elliot... - suspirei, encostando a bochecha na janela, novamente.

Por incrível que pareça, ela parecia mais quente, do que estava, quando eu saí. Como se houvesse alguém ali, depois que eu saí.

Olhei para os cantos, querendo ver se havia alguém ali, com a aparência triste, por ter encostado no vidro, mas não vi ninguém com a bochecha mais avermelhada, como estava a minha.

Encostei minha cabeça novamente na janelinha, e lembrei do caso de Alicia Harding, e depois, de Sonya morrendo em meus braços, e... Do abraço...

I haven't forgot

Eu não esqueci

Eu não esqueceria do abraço, nem que eu quisesse.

Ele dissera, que sabia que tinha de encurtar a viagem, mas... Eu neguei, e fui embora! Que diabos tinha de errado comigo naquele dia?

Ok, eu tinha acabado de ver uma amiga morrer, e ela morreu em meus braços, eu tinha todo o direito de ficar daquela forma!

These feelings I can't shake no more

Estes sentimentos dos quais não posso mais me livrar

É, eu não poderia me livrar do que sentia por ele, nunca. Era como um fardo, como o fardo de ter nascido de um estupro.

Mas a paixão, o amor que eu sentia por Elliot, era um fardo bom. Eu gostava dele.

Ri, ao pensar que, algum dia, ele olharia para mim. Ele tinha família, e filhos, por que olharia para mim?

A parceira, que sempre acabava caindo, no final.

These feelings are running out the door

Esses sentimentos, estão saindo pela porta

Lembro-me do caso Zebras, quando Dale quase o matou, e ele ficou ensanguentado, e depois, me chamando de vadia, e todos os xingamentos possíveis, por achar que eu tinha beijado o menino porque quis.

Eu lembro que, quis jogar vasos, panelas, garfos, facas, almofadas, tudo, eu queria jogar tudo nele, para que saísse do meu apartamento, mas ao mesmo tempo, queria que ele ficasse.

"- Não se atreva, vadia."

Sempre achei que ele queria falar isso há um bom tempo, e apenas achara uma situação para fazê-lo.

Olhei para o canto, não sendo tão óbvia, e vi os homens ali, rindo, brincando e se empurrando.

I can feel it falling down

Eu posso senti-los caindo

Quando Munch caiu da cadeira, eu ri, e pensei em ir ajudá-lo, mas não conseguia me mover, por alguma razão.

Estava me sentindo fraca, de repente, e percebi que a chuva havia cessado um pouco.

Me despedi dos outros, deixei o dinheiro das minhas bebidas, que foram duas, e não havia muito álcool no que eu pedira, pelo menos, não o suficiente, para eu ficar bêbada.

Quando saí do bar, vários bêbados mandaram cantadas sem noção, mas eu ignorei, e entrei no carro, querendo chegar logo em casa, sabendo que a chuva não acabaria tão cedo.

And I'm not coming back around

E eu não vou voltar atrás

Cheguei no apartamento, e me joguei no sofá, por mais que quisesse guardar tudo o que eu havia deixado do lado de fora, como as garrafas, e as taças, eu estava precisando urgentemente de minha cama. Era como se fosse o meu primeiro dia, eu estava acabada, quase morrendo, ou algo do tipo.

– Hmmm... - reclamei, tentando mudar de posição, ainda no sofá.

These feelings I can't take no more

Estes sentimentos que eu não aguento mais

Acabei lembrando de muitos outros casos que nós tivemos, e que brigamos, que deixamos de nos falar, e quando eu fui infiltrada, sem avisa-lo, e quando ele atendeu ao telefone!

Eu tive vontade de gritar, mas não consegui, e desliguei.

Burra! Burra! Burra!

Levantei, com certa dificuldade. Ainda era difícil, me mexer, com todos os puxões, e abraços apertados que eu ganhara hoje.

This emptiness in the bottom drawer

Esse vazio no fundo da gaveta

Consegui sentar no sofá, mas ali, estava o porta-retratos, com a nossa primeira foto. Parecia tudo tão verdadeiro, tão amistoso, e olhe, agora... Tudo acabou. Como o gelo derrete, a chuva para, foi tudo embora.

Levantei, com menos dificuldade, e guardei o porta-retratos, que normalmente ficava à mostra, na estante, ao lado da porta.

Olhei para a foto mais uma vez, antes de fechar a gaveta completamente. Peguei a taça, que estava em cima da mesinha, e levei até a cozinha.

It's getting harder to pretend

Está ficando difícil de fingir

Cheguei lá, e derramei o resto do vinho que havia na taça na pia, passei água, e depois coloquei no lava-louças. Encostei na bancada, ao sentir que ia cair.

Pode parecer idiota, novamente, mas eu senti alguma presença no apartamento, junto à mim.

– Oi? - chamei. Ou eu estava ficando louca, ou havia, realmente, alguém no meu apartamento. - Quem está aí?

Eu fui andando, pelo apartamento, com a mão na arma, que estava no suporte, em minha cintura.

Passei pela porta do banheiro, e pelo quarto de empregada, que estavam exatamente do jeito que eu deixara.

Estranho. Muito estranho.

And I'm not coming back around again

E eu não vou voltar atrás

Virei, e fui até a sala novamente, e, por incrível que pareça, ainda sentia aquela presença estranha, como se alguma coisa, ou alguém estivesse vindo aqui, não sei.

Tirei a mão da arma, e me permiti cair no sofá, novamente.

– Ah... Droga. - suspirei. Tentei me virar no sofá, mas não consegui. Levantei, e me acomodei ali, sentada mesmo.

Fiquei observando meu apartamento, vazio. Lembrei-me de quando Calvin estava aqui.

Remember when...

Lembra quando...

Lembrava de tudo o que já acontecera, em todos os doze anos que trabalhamos juntos, e, de quantos pervertidos, ele já havia quase quebrado, só por ter mandado um flerte para mim?

Lembrava de quando ele me segurou, para que eu não fosse atrás de Calvin... E de quando ele quase me pegou no colo, no caso Gitano, do jeito que ele falou comigo, no caso Rojas.

"Olivia, você está bem? Está ferida?!"

A preocupação dele foi o que mais me deixou feliz, indicava que, ele gostava de mim, certo?

That was then

Isso foi na época

Mas isso foi só na época, agora, ele nem olharia mais para mim.

Eu havia mudado, é claro, mas ele também teria de mudar.

Eu já estava sentada no chão, com a cabeça no sofá, aonde minhas pernas deveriam estar.

Fechei os olhos, e tentei imaginar: como ele estaria hoje?

Now it's the end

Agora é o fim

Mais velho, é claro, com os olhos pouco mais azuis, o cabelo mais ralo, porque, ele nunca tivera tanto cabelo assim, vamos admitir. Mais charmoso, provavelmente.

Sorri, colocando um dedo na boca, deixando-no encostar em meus dentes.

Quanto mais eu pensasse nele, mais eu voltaria ao passado, e quanto mais voltasse ao passado, mais eu iria sofrer.

I'm not coming back

Eu não vou voltar atrás

Ok, eu não vou voltar ao passado, não vou sofrer por causa dele. Eu prometo isto, a mim mesma.

Resolvi enfatizar, em voz alta, para que não esquecesse:

– Eu não vou sofrer, por ele. Não voltarei ao passado, e não sofrerei com isso. Eu juro, para mim mesma.

E com isso, eu busquei o controle da TV, dentre as almofadas, e me sentei novamente no sofá.

I can't pretend

Não posso fingir

Eu não podia correr disto, não podia negar o que eu sentia, mas contanto que ele não me procurasse, eu não o procuraria.

Prontinho.

Remember When

Lembra quando

Fui trocando os canais, e, sinceramente? Não havia nada de bom na TV, passando àquela hora. Bufei, e tentei me concentrar, lembrar-me de um canal que meu irmão havia recomendado.

Quando lembrei, tratei de apertar os botões, e de acordo com os canais, eu me ajeitava um pouquinho mais no sofá.

– Ok... Assim está bom. - sussurrei, para mim mesma, sozinha ali, quando achei a posição perfeita.

These feelings I can't shake no more

Estes sentimentos dos quais não posso me livrar

Ajeitei minha cabeça na almofada, lembrando-me de quando eu passei mal na delegacia, e ele me deitou em seu colo, fazendo cafuné em minha cabeça. Eu ainda conseguia sentir os dedos dele, mexendo no meu cabelo.

A voz dele, me consolando, e eu me lembrava bem, das exatas palavras, de todo o diálogo...

"- Olivia, você não...

– Elliot, eu deixei aquele pervertido fugir.

– Olivia, você quase levou um tiro, e ele deu com uma pedra na sua cabeça! Tem sorte de estar viva! Todos nós temos sorte, de você não ter morrido..."

E, depois, meus olhos encheram-se de lágrimas.

These feelings are running out the door

Estes sentimentos estão correndo pela porta

Levantei-me, e andei pelo apartamento, acariciando tudo, como se eu estivesse com algum tipo de doença terminal, e fosse morrer naquela noite.

Ok, Olivia, sem drama, você ainda não chegou nesta fase, pelo amor de Deus.

Voltei para o sofá, e o filme que Simon indicara acabara de começar.

Fui ver a sinopse, e descobri que era de gênero cowboy, ou seja lá o nome disto. Nunca fui muito de assistir TV, então...

O nome... Não me era estranho.

Claro! Eu já havia visto um filme de nome parecido com Elliot, enquanto trabalhávamos infiltrados, e, ele havia me indicado este aqui também!

Droga, Elliot!

Saia da minha vida!

I can feel it falling down

Eu posso senti-los caindo

Ouvi um vaso caindo, no andar de cima, e sorri. Minha nova vizinha era meio desastrada, mas como eu quase nunca estava em casa, ela achou que eu era surda. Vê se pode!

Voltei minhas atenções para o filme, e de repente, vi o rosto dele, no filme.

Balancei a cabeça, de um lado para o outro, tentando pensar que não era verdade, mas quando abri os olhos, não era mesmo.

Suspirei de alívio.

Eu tinha que parar de pensar nele...

And I'm not coming back around

E eu não vou voltar atrás

Eu não pensaria mais nele, estava decidido! Eu observava a TV atentamente. O filme deveria ser dos anos trinta, mas era bem legal.
Era um estilo mais de faroeste, onde dois bandidos brigavam com o xerife, pela mocinha de tudo.

Quando eu era pequena, eu sonhava com um romance assim, não os de contos-de-fada. Mas, eu tive minha época de contos de fada. Todas as meninas já tiveram.

Quando o filme começava a ficar mais interessante, escutei batidas na minha porta, e, sinceramente? A única pessoa que passava em minha mente era ele.

Elliot Stabler.

These feelings I can't take no more

Estes sentimentos que eu não aguento mais

Levantei e fui até a porta, na esperança de não revê-lo. Esperava que não fosse ele, e quando olhei pelo olho mágico, eis minha surpresa:

Elliot Stabler, em carne e osso!

Abri a porta, com uma expressão, não muito feliz.

– Oi, Liv. - sorriu ele, com os braços abertos. Eu não movi um músculo.

– O que você quer, Elliot? - perguntei, cruzando os braços, apoiada na porta.

– Ei, Liv... É quase páscoa... - suspirou ele, deixando os braços caírem ao longo do corpo.

– E você quer o quê, afinal? - perguntei, novamente, colocando as mãos na cintura, ele pediu para entrar e eu deixei.

Sinceramente, não sei por quê.

This emptiness in the bottom drawer

Este vazio no fundo da gaveta

Ele entrou, e eu fechei a porta, sentindo-no olhando para mim. Virei-me e dei de cara com os olhos azuis.

Eu sempre gostei dos olhos dele. Sempre, mas nunca disse nada, apenas observava.

– O que você quer? - perguntei novamente, desligando a TV. Senti Elliot se aproximando, e continuei: - Mais um passo, e eu estouro seus miolos.

Rapidamente, percebi que ele parou de caminhar.

– Liv, eu só quero conversar. - respondeu ele, sorrindo.

Eu coloquei as mãos na cintura, e o fitei, incrédula.

It's getting harder to pretend

Está ficando difícil de fingir

– Mesmo, Elliot?! Pois, eu acho, que você deveria ter comunicado a todos, inclusive à mim, quando você saiu. Eu fiquei igual a uma idiota, retirando suas coisas da mesa, achando que um dia você voltaria por aquela porta, e tudo voltaria ao normal, mas não. Já se fazem quase três anos, desde que você foi embora, Elliot. Você acha que nós conseguiremos conversar, e, como a maioria diz: colocar o papo em dia? Desculpe se estou sendo rude, mas acho que nós dois não temos mais nada para conversar. - respondi, longamente, sem nenhuma pausa, e, durante toda a fala, eu o fitei. Ele riu, e me respondeu:

– Bem, Olivia. Se você acha, que eu saí, sem avisar-te, pode continuar achando, porque eu o fiz. Mas não fiz por querer. Se você me conhecesse um pouco mais, saberia o quão arrasado eu fiquei, depois de ter matado Jenna. Ela era apenas uma criança, Olivia! E eu a matei! Sabe que, eu lhe dei meu cordão da marinha, que significa cumprimento do dever. E o pequeno distintivo, havia os números 4015, e 6313, que são os números de nossos distintivos. Você acha, realmente, Olivia, que eu teria saído, sem lhe entregar algo, que lhe diria que, um dia, provavelmente longe, para que eu pudesse me recuperar, eu voltaria? Olivia! - ele disse, assim como eu havia dito, mas pelas inúmeras vezes que eu tentei recuar, com os olhos, ele ia atrás.

– Eu não disse isso... - suspirei com um tom mais baixo. Ele riu.

– É claro que disse, ou eu não me recordo bem...: " achando que um dia você voltaria por aquela porta, e tudo voltaria ao normal, mas não." Palavras suas. Eu não voltei pela porta da delegacia, mas eu estou aqui, pedindo para conversarmos normalmente, e você só me dá patada, Olivia.

– Eu só... - comecei, segurando as lágrimas. Não podia contar o que sentia, depois de tudo o que disse de ruim.

– Olivia, vem cá. - pediu ele, com os braços abertos.

E desta vez, eu fui.

And I'm not coming back around

E eu não vou voltar atrás

Eu disse que não voltaria atrás, que não cairia em tentação, mas era impossível.

– I'm sorry, El... - pedi, abraçando-no. Ele me abraçou com força, e eu me permiti chorar.

– Sh... - pediu ele, fazendo círculos em minhas costas.

Eu me afastei dele, e continuei olhando-no, dentro dos olhos. Ele viu as lágrimas, e ficou com uma expressão preocupada.

– Liv... Tudo bem? - perguntou ele, limpando algumas, que ainda desciam pelos meus olhos.

– Tudo, eu só... - comecei, sendo interrompida pelo polegar dele, em minha boca. O fitei confusa, e então, Elliot se moveu para o lado, e sem ao menos percebermos, nossos lábios de uniram de um momento para outro.

Foi um momento mágico, eu nunca senti uma sensação tão boa como essa, em toda a minha vida. Foi algo...

Inimaginável, impossível de se explicar, e que, eu desejava desde o início de nossa parceria. De repente, lembrei das crianças dele, e me afastei.

Ele me olhou confuso, afinal, nós não havíamos dado mais do que um selinho ali.

– Seus filhos... Kathy...? - murmurei, mesmo não sendo numa frase complexa, ele entendeu, e balançou a cabeça negativamente. Eu sorri.

Ele se aproximou um pouco mais de mim, e juntou nossas testas.

Again...

De novo..

– Eu me separei, assim que me aposentei. Nossos futuros já estavam comprometidos, Liv... - começou ele, segurando minha mão. Eu sorri, e olhei nos olhos dele. - Desde o primeiro momento que eu te vi, venho querendo dizer-lhe algo...

Eu o fitei, curiosa, apesar de saber bem o que ele queria dizer.

– Eu te amo, Olivia. - e eu sorri, aproximando nossos lábios, e, de um selinho, o beijo se aprofundou, cada vez mais, e mais, e mais.

Quando, finalmente, nos separamos, eu o fitei sem fôlego algum.

– Eu... Eu te amo, Elliot. - e ambos sorrimos. Ele me pegou no colo, e sentou no sofá, colocando minha cabeça no colo dele, assim como eu havia dito antes.

E, quando ele começou a fazer o cafuné, eu sorri, com os olhos fechados. Era muito bom!

– E, no futuro, Liv... Nós iremos começar uma conversa, falando assim: lembra quando...? - e nós dois gargalhamos.

Levantei, e sentei ao lado dele, puxando-no pela gola da camisa, para mais um beijo.

– Lembra quando demos nosso primeiro beijo? - perguntei, como se estivéssemos num futuro distante. Ele sorriu, assentiu, e puxou-me para mais um beijo.

Sorri contra os lábios dele, porque, todo o sofrimento daquele dia, havia sido em vão...

Ou talvez, nem tanto...


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Notas finais do capítulo

Bem, a todos que leram, e, principalmente você, Vetorea, espero que tenham gostado bastante da fic, porque, eu realmente me esforcei, me esforcei muito, para que ela ficasse perfeita, do jeito que (acho eu) a Vitória gosta, afinal, sem a ajuda dela, lendo, antes de eu postar, ficava beeeeeemmmm difícil, mas... É isso! Reviews, all the way!