Gold Eyes escrita por tsubasataty


Capítulo 2
Capítulo 2




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Penso, logo existo.

Ou penso, pois existo?

O que existe, nós ou nossos pensamentos?

Talvez nós não estejamos aqui, apenas nossas mentes criando um mundo irreal para o nosso entretenimento, talvez eu seja fruto de sua imaginação, ou talvez você e eu sejamos um fruto da imaginação alheia.

Nos questionamos o tempo todo sobre diversas coisas, mas raramente paramos para pensar por que estamos aqui e por que vivemos e sofrendo... Devemos nos perguntar?

Não sei, mas mesmo assim eu pergunto, mesmo sem obter as respostas. Eu pergunto, e mesmo sem saber o porquê das perguntas, me pergunto, por que? Eu não sei, não sei...



O sol do meio-dia fazia o suor que escorria pelo meu rosto grudar em minha pele. Abri os olhos saindo mais uma vez do mesmo pesadelo. Eu devia ter deixado eles fechados, pensei em vão comigo mesmo, mas agora já era tarde demais.



Esfregando os olhos que agora teimavam em arder, saí da barraca e o primeiro que vejo é Kobashi. Me mostrando um sorriso de cansaço assim que o cumprimento, em seguida ele me joga um pedaço de pão que tinha em suas mãos.

–Café-da-manhã - ele fala, tentando fazer piada.

Kobashi era um dos meus amigos mais antigos. Sendo um ano mais novo do que eu, tendo feito 17 anos uma semana antes do Fim, nem sei como ele conseguiu se encontrar comigo e os demais morando tão longe assim. Eu tenho sorte, é o que ele apenas responde a mim nessas horas.

–Precisamos encontrar um posto de gasolina - Yuri aparece de repente, o contraste das armas em suas costas comparado a seu rosto e corpo de criança ainda me deixavam perplexos. - Nagisa disse que tem um há poucos quilômetros daqui.

–Ela ainda está vigiando? - perguntei, entrando na conversa.

–Sim - Kobashi interveio, mordiscando o resto do café-da-manhã que tinha em mãos. - Mas eu estava lá com ela até agora pouco.

Mas não tardou dissermos o nome de Nagisa para ouvirmos um disparo vindo do posto de vigia.

Outro disparo.

–Essa não - Yuri disse, a brancura tomando conta de repente de seu rosto.

Só que, mais rápida como uma bala, ela se recuperou do choque e pegou suas coisas antes de eu e Kobashi fazermos o mesmo também.

–Sua barraca vai ter que ficar para trás, Shiro - meu amigo disse, arfando e suando antes de ver o primeiro deles aparecer.

–Corram para o carro! - ordenei, pulando no assento do motorista e ligando o veículo.

Yuri acertou o primeiro dos zumbis que entrou em nosso acampamento. Sendo a melhor atiradora entre nós, ela ficou no banco de trás, ao lado de Kobashi, enquanto Nagisa, que agora vinha correndo até o veículo, ocupou ao assento ao meu lado.

Quando todos já estavam dentro do carro, pisei fundo no acelerador. O Amarok passando por cima de todos aqueles mortos-vivos ou o jogando para os lados, ele era o nosso potente porto seguro.

–Desculpem não ter avisado antes - Nagisa disse, colocando depressa o cinto de segurança - Eles apareceram todos de uma vez.

Ela sabia que não precisava se desculpar, que ela não tinha culpa alguma diante daquilo, só que sempre o fazia mesmo assim.

Peguei uma estrada de terra antes de alcançar a rodovia. Porém, não andamos mais que três quilômetros antes do acidente acontecer.

Como flashes do pesadelo que tive instantes antes de sermos atacados, aquele rosto tomou conta da minha mente mais uma vez. As lembranças ,tão dolorosas, tão distantes, escolheram justo aquele momento para tomarem conta de mim. Deixando minha visão turva e minha voz tão muda que não fui capaz nem de avisá-los antes do desastre acontecer.

Achei que iria ficar surdo com o monstruoso barulho do impacto.


Você já tremeu de medo até seus ossos congelarem?



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