O que eu estava vendo era muito mais que uma pessoa na minha frente... Era Jacob, que estava morto e agora estava ali, vivo em carne e osso. Eu não estava entendendo o que estava acontecendo, se era eu que estava sonhando ou eu realmente o estava vendo. Percebi que meus pais estavam ao meu lado, não consegui reparar em seus rostos. Não perder Jacob de vista era mais forte que eu.

   - Jacob? – A voz de minha mãe soou mais uma vez em meus ouvidos.

   - Como você pode estar vivo? – Edward quebrou a tensão do momento fazendo uma pergunta a ele.

   - Eu não morri de verdade. O que Sam e os outros viram foi apenas um corpo morto. Eu fiz para que parecesse que realmente eu estivesse morto. - Um silêncio se fez.

   - Por que você fez isso? – Novamente minha mãe falou. – Por que queria que achássemos que estivesse morto? - Ele aproximou-se, realmente tudo aquilo estava acontecendo. Jacob não estava morto, estava vivo na minha frente.

   - Foi preciso, ou coisas ruins poderiam acontecer a vocês e principalmente a Nessie. – Sua foz soou calmamente, estava tranqüila.

   - Como assim? Do que você esta falando? – Edward mostrou-se interessado.

   - Eu fui procurado pelos Volturi. Eles queriam que eu os ajudasse, e eu não teria escolha. Era ajudá-los ou eles tentariam contra vocês.  – Sua voz agora ficou firme, tensa. Seus olhos estavam estreitos. Seus punhos estavam fechados. Agora ele estava com raiva.  – Eu não podia os deixar machucarem Nessie. 

   - Mas o que eles queriam que você fizesse? – Minha voz soou pela primeira vez naquele ambiente. Eu ainda estava em shock, meu coração estava disparado.

   - Eles queriam que eu me aliasse a eles e obedecesse somente a eles.

   - E por que fingiu estar morto? – Minha mãe agora se aproximou dele.

   - Tudo foi idéia deles, eles queriam que tudo fosse segredo.  Eles arrumaram o corpo que parecia com o meu, eles armaram cada detalhe. – Sua voz ficou um pouco mais ágil. Ele olhava para o horizonte, procurava palavras.  – E assim eu fui até Volterra, onde trabalhei para eles.

   - Por que não nos contou? Poderíamos ter te ajudado. – O perguntei, lembrando-lhe que poderíamos ter feito isso.

   - Da ultima vez que tivemos que enfrentar os Volturi, sofremos com algumas perdas, ou quase perdas. - Jacob estava falando de quando eu nasci. Os Volturi acharam que eu seria uma ameaça, então decidiram vir atrás de mim, para me matar. Mas meus pais não deixaram, reuniram amigos de todo o canto do mundo, para testemunharem que eu não era perigosa!

   - Por que voltou? – Edward perguntou para Jacob.

   - Eu não podia mais viver lá. Eles não têm piedade com os humanos e queria que eu os ajudasse. Então eu fugi. - Jacob ainda estava com raiva.

   - Como você conseguiu fugir? – Novamente Edward perguntou a ele.

   - Eles me mandaram para o Norte da Europa, onde teria que levar-lhes um cientista muito conhecido que descobriu a existência de vampiros e estava criando um movimento anti-vampiros. Mas no meio do caminho eu desisti. Não poderia entregar-lhes um homem que não fez nada para mim. Então fugi.  

   - E por que veio para cá? – Agora minha mãe perguntou.

   - Porque é para cá que eles virão, atrás de vocês. – Suas palavras agora foram objetivas. Então teríamos que nos preparar para uma guerra!  Como poderíamos impedir isso?

   - Boa perguntar Nessie! – Edward concordou comigo ao ouvir meu pensamento. – Vou ligar para Alice. – Edward pegou o celular e digitou o numero dela, eles começaram a conversar pelo telefone e depois Edward desligou. – Eles estarão aqui daqui a uma semana exatamente.

   - Não podemos ficar aqui! Temos que sair do Brasil imediatamente. - Disse minha mãe.

   - Desculpe ter que causar isso! – Jacob agora estava calmo.

   - Podia ter nos contado, poderíamos ter feito isso antes. – Edward agora estava mais “rígido”.

   - Agora o que faremos? – Jacob estava pensativo.

   - Agora não faremos nada. Amanhã iremos à casa de Alice e resolveremos tudo. – Edward já devia estar armando alguma coisa. Ele entrou para casa, seguido de Bella. Eu e Jacob ficamos sozinhos do lado de fora.  Ele olhou fundo em meus olhos e aproximou-se.  Colocou suas mãos em meu rosto e esquivou-se para me beijar. Eu virei o rosto.

   - O que foi? Não esta com saudades de mim? – Jacob ficou surpreso.

   - Você acha que é fácil saber que o amor da sua vida esta morto? Se você pensa isso, então não tem coração. – Me afastei dele, e caminhei em direção a minha casa. Ele me puxou pelos braços.

   - E você acha que é fácil ter que mentir para todo mundo? Não foi fácil te deixar, e eu ainda enviei para você uma mensagem.

   - Eu li. Mas não entendi muito bem o que você queria dizer. 

   - Eu queria dizer que estaria sempre em seus pensamentos e que você poderia lembrar-se de alguma coisa, algum motivo pela minha “morte”.

   - Eu não estava com muita cabeça para isso!

   - Me desculpe, a intenção não era te magoar. – Ele me puxou e me beijou. Seus lábios estavam quentes, meu coração disparou. Seu corpo estava envolvido no meu.

   - Pare Jacob! – Eu o empurrei para trás. – Eu tenho alguém.

   - Alguém, como assim? – Jacob ficou confuso.

   - É, alguém! Os tempos mudaram Jacob. – Uma lágrima escorreu do meu rosto.

   - Você o ama? – Ele olhou fundo em meus olhos.

   - Eu não sei. – Não pude evitar, e as lágrimas correram dos meus olhos e com elas eu corri para o meu quarto. Deitei-me na cama, e durante toda a noite chorei. Estava tão confusa, novamente minha vida estava de cabeça para baixo, até ontem Jacob estava morto e agora ele estava de volta.

   Amanheceu, abri meus olhos e percebi que eu havia pego no sono. O Sol já entrava pela janela no meu quarto.  Tomei meu banho, e fui até a sala. A casa estava vazia e em silêncio, o meu celular começou a tocar.

   - Alô. – Eu atendi.

   - Nessie, estamos na casa da sua tia Alice. Jacob também esta com agente! Não deixe de ir a escola. – Era minha mãe.

   - Vocês podiam ter me acordado. – Eu queria ter ido, também precisava saber do que esta se passando.

   - Você foi dormir tarde, preferimos te deixar dormindo. Quando sair do colégio, você pode vir até aqui. Beijos. – O telefone desligou. Fui até a cozinha e tomei meu café da manha e fui para o colégio.

   Beatriz estava na sala quando cheguei, a professora ainda não havia entrado na sala.

   - Bia! – Nos cumprimentamos.

   - Com foi sua noite Nessie? – Beatriz estava ansiosa para saber o que havia acontecido na noite passada. Eu havia ligado para ela e pedi para ela não deixar de ir ao colégio, eu precisava conversar com ela.

   - Foi tensa! – Fiz uma careta. – Jacob apareceu lá em casa.

   - Jacob? Aquele seu antigo amor? – Ela ficou confusa.

   - O próprio!

   - Ele não estava morto? – Agora ela fez uma careta.

   - Era o que achávamos, mas era tudo uma mentira.

   - Como assim uma mentira?

   - Eu vou te explicar melhor... - durante toda a aula, eu fiquei explicando a ela tudo que havia acontecido.

O sinal do termino das aulas tocou. Na saída do colégio, Leandro estava me esperando.

   - Amor que surpresa você aqui! – Eu fiquei feliz em vê-lo.

   - Hoje eu decidi te levar para dar um passeio comigo! – Ele me beijou. Seus lábios macios tocavam os meus. Meu coração disparou mais uma vez, como sempre disparava quando ele me beijava.

   - Eu não vou poder hoje. Tenho um compromisso inadiável.

   - Que compromisso? – Ele ficou confuso.

   - Um compromisso na casa da tia dela. – Beatriz respondeu por mim.

   - Se é na casa de sua tia Alice, deixa que eu te levo. – Ele sorriu.

   - Não precisa amor, e até porque a beatriz esta precisando da sua ajuda. Não é Beatriz? – Esperei ela confirmar.

    - É? Aaah éé sim! Estou precisando que você me ajude Leandro, amanhã teremos uma prova e eu sei que você é bom em matemática, então me ajuda na matéria? – Beatriz confirmou, e ainda me ajudou com Leandro.

   - Mas você não vai estudar não Nessie? – Leandro me perguntou.

   - Vou sim amor. Só que agora preciso ir à casa da minha tia e depois eu vou estudar.

   - Porque não fazemos assim, eu te levo na casa da sua tia e depois eu e Beatriz vamos para casa dela. – Leandro estava insistindo em me levar.

   - Não tem o porquê de você me levar amor!

   - Por que você não quer que eu vá à casa da sua tia? Está me escondendo algo? – Seu tom agora ficou mais firme.

   - Claro que não! Esta duvidando de mim? Se você quiser ir vamos! Mas estou muito chateada da sua desconfiança! – Virei a cara para fazer drama.

   - Não estou desconfiando de você amor. Desculpa-me!  - Ele me abraçou por trás. – Eu não vou então, mas toma cuidado ein!

   - Só te desculpo se você me der um beijo. – Seus lábios tocaram os meus e novamente meu coração disparou. Despedimo-nos e eu fui até a casa de Alice.