Acordei quase pulando da cama, tomei banho e me arrumei muito bonita para ir ao meu primeiro dia de aula no Ensino Médio, ver a galera e principalmente mostrar para aqueles meninos que tentaram me derrubar que eu ainda estou de pé, firme e forte.

Estava no carro com meus pais e o Rafa, meu irmão de 13 anos. A escola encontrava-se à 15 metros do nosso carro, mas havia mães desesperadas desejando boa sorte aos filhos, pais com cameras nas mãos e crianças tentando equilibrar o peso das mochilas causando muito transito na entrada. Isso me irritou muito, então eu e meu irmão saimos do carro batendo as portas e finalmente chegamos.

Avistei todo o mundo. As meninas separadas em dois grupos, a Tatiana, Julia e Silvia de um lado e a Bruna e Melissa do outro junto com as demais meninas da sala, inclusive as novatas.

Obviamente juntei-me ao grupo maior, nunca gostei das outras e sempre me falaram mal delas dizendo que são metidas demais, e concordo plenamente.

Não consegui analizar o resto da sala porque as meninas pularam em cima de mim e contando as novidades e fofocas que rolaram naqueles primeiros 10 minutos. Me contaram do g-a-t-o que entrou na nossa sala, de como os meninos cresceram fisicamente mas diminuiram psicologicamente, de como a Tatiana engordou, etc…

–Gabi! Que linda que você está com este short maravilhoso e estas botas que valorizam suas pernas! – Obvio que só podia ser a Bruna falando isso, ela é muito perfeccionista.

–Ga-bi! Repara naquele novato à sua direita. Um G-A-T-O, né? – Sinceramente, a Mel não perde tempo... Mas ela tem razão, aquele menino é precioso, uma peça rara; já que o seu modelo está em falta no mercado de alunos.

Elas não me perguntaram sobre as minhas ferias porque elas já sabiam cada detalhe... Mas aquilo é ano passado, o ano só começa a partir do primeiro dia de aulas...

No recreio tive tempo suficiente de analisar e reparar em todas as mudanças. Realmente, os meninos tinham crescido no verão. Estavam mais bonitos, fortes e a voz mais grossa; mas continuavam sendo os mesmo bobões do ano anterior...

Conheci as novatas neste tempo e pude conversar com elas sobre a banda da escola, mas essa conversa não me agradou nem um pouco.

Muito prazer, eu sou a Gabi.

Oi, eu sou a Sabrina, e ela é a Fernanda – Falou uma menina alta de cabelos longos, lisos e escuros apontando para uma outra garota à sua esquerda de olhos orientais e cabelo Chanel escuro.

Elas me contaram que vieram de outra escola, da mesma cidade de Goningrout mas que vieram parar na Escola New Generation pelo motivo de ser uma escola britânica no Brasil e valorizar a área da música, o sonho e interesse delas e de todos os demais alunos.

–Esta é a banda eletrônica da escola “Paralelos” formada pelos alunos que agora estão no segundo ano. O Breno como guitarrista, Leo como baterista, Cássio como DJ que comanda os efeitos de cada instrumento e a Amanda que é a solista. A cada ano existem três bandas diferentes formadas pelo 1º, 2º e 3º ano, ou seja, esse ano nós podemos fazer parte da banda! – expliquei muito vagamente para as meninas o que está acontecendo para elas se orientarem.

– Serio? A nossa banda? Que top! Haha – disse Sabrina.

Depois de muita conversa Fernanda falou: -Meninas! Olhem aqueles olhos! Aquele baterista é simplesmente um deus grego, ele é tudo de bom e mais ainda...

–Nossa! É verdade! Disse tudo amiga! – concordou Sabrina.

Elas me olharam e viram que eu não concordava, ou pelo menos não dei minha opinião. O pior é que eu concordava em tudo o que elas falaram sobre o Leo, mas eu não queria acreditar naquilo porque não me permitia pensar em algo assim...

–Gabi? O que que foi? Você não acha ele bonito?

–Melhor, sobra mais Leo pra nós! Quem me dera poder beija-lo e passar o resto da minha vida em seu abraço, ele deve saber como tratar uma mulher.

Ele reparou que as meninas o olhavam e sorriam, então (como ele não perde tempo), olhou para elas, sorriu e piscou. Elas piraram...

–Você viu isso? Ele piscou pra nós!

–Sim, eu vi! LINDO!

Elas começaram a elogia-lo de todas as maneiras e eu não aguentei e reclamei:

–Garotas! Vocês não sabem o que estão falando! Calem a boca agora e parem de ser tão atiradas! Valorizem-se um pouco! – Fui muito grossa dizendo aquelas palavras, mas elas me irritaram... Fiz tudo aquilo para protege-las, pois não quero que elas caiam no jogo do Leo que nem eu cai ano passado e sofram por ele. – Ele não sabe como tratar uma menina de verdade, é um covarde e não merece que nenhuma mulher o elogie ou o deseje, por que afinal, eu fui apaixonada por ele no ano passado...