Hostage escrita por Gwen
Notas iniciais do capítulo
Olá, de novo. Mais um capítulo para quem lê.
Elena:
É incrível como a temperatura cai rápido nesse quarto. Pela janela única entra um vento gelado, muito diferente do ar abafado que entrava pela manhã. Eu me enrosco o máximo possível no colchão empoeirado, tentando manter o calor do meu corpo. Arrependo-me profundamente de não ter usado o casaquinho amarelo claro, que combina perfeita mente com a blusa rosa-bebê que estou usando.
Depois de chorar baldes de lágrimas desesperadas, minha garganta esta seca. E dolorida, depois do aperto que levei. Eu não sei o que estou fazendo aqui. Não faz sentido. Mas sei vou sair logo. Meu pai é um advogado muito conhecido e bem sucedido. É, ele vai me encontrar e me tirar daqui assim que souber de tudo. Todos já devem saber a essa altura. Quantas horas faz desde que me pegaram na escola? Cinco? Seis? Mais?
Imagino o que está acontecendo. Amanhã, estarei em todos os jornais. “Filha de Philip Price é sequestrada ao sair da escola”, dirá a manchete do jornal. Minha mãe dará entrevistas, onde se desespera e implora para que me devolvam. O chefe da equipe de polícia que me procurará, se é que já não estão procurando, dirá “Estamos fazendo o possível. Logo Elena estará de volta para casa.”
Mas uma rajada de vento passa pela janela, e eu me encolho mais. O quanto está tão escuro quem nem consigo ver as paredes. Fecho os olhos e tento dormir, já que sei que nada mais acontecerá por hoje.
Acordo com o sol forte vindo da janela. Sento-me e olho ao redor. Nada mudou. Exceto que agora o quarto está novamente abafado. Me encosto na parede atrás de mim e fecho os olhos. Depois deito-me novamente. Não há nada para fazer. A porta de abre num rompante, e dois dos homens entram, um deles segurando o que parece ser uma marmita. O outro, o mais jovem, permanece na porta.
- Bom dia, flor do dia. Como foi sua noite? – diz o mais velho, vindo em minha direção sorrindo. Eu não respondo. Ele me dá um chute na perna, e eu me esforço para não gritar de dor. Percebo que o homem á porta franze os lábios. – Levanta. Trouxe lanchinho.
Eu me sento e ele joga a marmita em cima do colchão. Não há talheres.
- Bom apetite. – ele diz. Depois se vira e os dois saem do quarto.
Eu encaro o prato de comida simples e fria ao meu lado. Meu estômago ronca. Nem penso duas vezes antes de ataca-lo. Como de mão mesmo. Quando acabo, elas estão gordurosas. Limpo-as da melhor forma na minha calça, agradecendo por ter vestido uma calça escura.
O dia se arrasta lentamente. Não tenho noção das horas, mas, pela intensidade do sol na janela, deduzo que é o fim da tarde. A temperatura está caindo lentamente.
Estou deitada de barriga para cima, olhando para o teto, quando ouço alguma coisa do lado de fora. Parece uma discussão, entre dois homens. Apuro os ouvidos para conseguir ouvir melhor.
- Mas ela já disse que não sabe de nada! – disse um dos homens. Não podia identificar quem era. – O que nós ganhamos mantendo-a presa?
- Sabe qual é o seu problema, Chris? Você pensa muito baixo. Já pensou o que o advogado faria para ter sua preciosa filha de volta? Qualquer coisa! – disse o outro homem. Este tinha a voz mais grossa e rude, então sugiro que seja mais velho.
- Isso não está certo. A garota não tem culpa do que aconteceu!
- Não seja ingênuo, garoto. Ela não está envolva diretamente, mas ainda é filha do advogado, e isso a envolve.
O rapaz suspirou, percebendo que a discussão estava perdida.
- Só não façam nenhum mal a ela. – ele falou baixo.
O homem riu alto, e foi seguidas por outras risadas, talvez de outros homens próximos.
- O que? Tá apaixonado, garoto? – ele riu outra vez, aparentemente achando a idéia completamente estúpida.
- Ah, calem a boca. – o rapaz reclama.
O homem leva mais alguns segundos para se recuperar do ataque de risos. Depois respira fundo e fala:
- Já que você está tão preocupado com a princesinha ali, toma conta dela. Nós vamos cuidar de uns negócios na cidade, e você vai ficar como guarda. Entendido?
- Mas e se alguma coisa acontecer?- ele pergunta. – E se acharem esse lugar? O que eu faço?
- Você foge, mas não acho que isso vá acontecer. Ninguém vai achar esse lugar.
- Pois é, espero que não. – diz o rapaz, encerrando a conversa.
Depois de minutos de silêncio, chego á conclusão que não há mais nada para escutar. O vento que sai da janela é frio, então já deve ser noite. Me ajeito do jeito que posso no colchão, e tento dormir um pouco.
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É meio curto, mas decidi que essa fic não vai ter capítulos muito longos. beejios.