Com o impulso da batida, o Doutor acabou por cair sobre a pequena Alice, que olhou assustada e sentiu o seu rosto corar-se levemente, desviando o olhar. Ele, como se aquilo não tivesse acontecido, levantou-se ignorando o ocorrido e assustado. Abriu a porta da TARDIS e estavam dentro de uma... Nave espacial? O Doutor conhecia o interior de uma, quantas vezes tinha parado dentro dela. Quantas. Mas aquilo não era para acontecer, definitivamente não. Sentiu a respiração assustada da Time Lady atrás de si.

- O que isso, Doutor?

- Uma nave... O porque de estarmos aqui eu não sei e nem qual nave é.

Ele o ajudou a descer, que deu um pequeno pulo. Nessas horas ele notava como ela era baixinha. Apesar da maturidade (e a inocência que transmitia), os traços ainda eram infantis.

- EI! Quem são vocês e como conseguiram entrar aqui? E colocar isso aí? Ei!

Era um homem de feições orientais, não muito alto e não muito baixo. O Doutor olhou procurando uma resposta, Alice apenas se calou.

- Antes, que nave é essa?

- Challenger. E quem são vocês?

- Challenger? Isso não é uma boa idéia... Bem, eu sou o Doutor. Apenas Doutor. E essa é a Alice, apenas Alice.

Alice deu um pequeno sorrido, a expressão do outro homem ainda era desconfiada. Um alarme assoou, luzes vermelhas começaram a piscar. O homem virou-se e correu em alguma direção e teve os dois intrusos em seu encalço. Ele olhou para trás, meu Deus, quem seriam aqueles dois e como conseguiram colocar aquela caixa ali, mas tinha pressa e foi para a base.

- Smith! O que foi isso? O que está acontecendo?

- Onizuka! Aconteceu alguma coisa nos tanques de combustíveis... E quem são esses dois? Como entraram aqui? Onizuka... Deixe para depois, venha, me ajude!

O Doutor parou um pouco atrás dos dois e tentava ler a mesma coisa que eles. Alice apenas observava. O homem sabia o que acontecia e aos poucos a garota compreendia a situação, lembrava-se, tinha estudado aquilo no colégio. Puxou o homem pelo braço, saindo dali.

- Doutor! Essa é aquela nave que explode! Ajude-os!

- Eu não posso ajudar, Alice. Infelizmente não. É um ponto fixo na história e eu não posso mudar.

- Você não pode deixa-los morrer!

- Não, mas também não posso salvá-los... Infelizmente não.

Ela pareceu chateada, pela primeira vez em sua vida pareceu realmente chateada. Não. Tinha se sentido da mesma forma quando seus pais morreram, mas foi diferente, eles não tiveram escolha e agora o Doutor tinha a escolha de salva-los ou não. Bufou de raiva e entrou novamente na TARDIS, fechou os olhos e passou a pensar em como salva-los, já que o Doutor insistia do contrário.