O Casamento Da Minha Melhor Amiga escrita por Ana Carolina Potter


Capítulo 3
Capítulo 3




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Disclaimer: Harry Potter não me pertence. A obra literária e todos os outros direitos dessa magnífica série pertencem à J.K. Rowling e a Warner Bros. Não ganho nenhum bem com essa historia, além de satisfação pessoal.

Capítulo Três

Inesperado

O inverno em Hogwarts sempre era rigoroso o bastante para permanecer com vários casacos e um bom cachecol. Harry sabia disso. Por isso, quando foi visitar a professora McGonagall, ele tentou se proteger da melhor forma possível. Contudo, o bruxo não sabia se era o frio ou o nervoso pelo convite inusitado que o estava fazendo tremer.

Os alunos se divertiam, jogando bolas de neve uns nos outros. Era o passatempo preferido dos estudantes, que aproveitavam os intervalos de uma aula ou outra. Os jardins continuavam bonitos como na época da escola de Harry. O Salgueiro Lutador agitava seus longos galhos, espantando os flocos de neve que insistiam em cair.

Ao entrar no grande salão, ele observou as pessoas que estavam no local. Até o momento, Corvinal ganhava o Campeonato das Casas, mas a Grifinória estava empatada com Lufa-Lufa no segundo lugar e próximo à primeira colocada. A refeição ainda não tinha sido posta, uma vez que as aulas da manhã ainda não tinham terminado.

Ao olhar rapidamente pela escadaria que levava aos andares superiores, ele se lembrou do tempo em que ainda considerava Hogwarts seu lar. Seus olhos se encheram de lágrimas com as lembranças felizes e alguns flashes da batalha.

Uma rajada de vento entrou pelo salão, e ele tremeu mais uma vez, sem saber se era de ansiedade ou de frio. Harry continuou a caminhada até a sala da atual diretora, ambiente com o qual ele se familiariza tão bem na época que ainda pertencia a Alvo Dumbledore.

– Gina! Espera! Preciso passar na biblioteca por dois minutos, mas não iremos demorar a almoçar, eu prometo! Vem comigo? – disse uma garota loira de cabelos longos, da qual Harry não conseguia se lembrar na época de escola.

– Mas, Marjorie, eu fui à biblioteca ontem. Para quê ir lá de novo? – disse Gina marotamente. – Tenho certeza de que Daniel já reparou os olhares que você lançou na aula de transfiguração.

– Hahaha, engraçadinha você! Mas não é nada disso. Vem comigo, por favor? – A garota puxava o braço da ruiva. Harry sabia que ela detestava esse tipo de atitude.

– Tudo bem, mas não precisa me puxar. Já entendi.

As duas caminharam de volta para o interior do castelo. Harry ficou parado e hipnotizado pela cena. Ele não havia visto Gina desde o fim das férias na Toca. Ambos não tinham trocado nenhuma palavra por cartas durante todo esse tempo. Sabia que Rony tinha comparecido à visita a Hogsmeade em outubro, porém ele não havia juntado coragem suficiente para encarar Gina.

Silenciosamente, ele seguiu as garotas. O bruxo não percebeu que estava tomando o caminho mais longo para o escritório da diretora. Contudo, ele não se importava de estar olhando, mesmo de longe, os cabelos vermelhos da sua ex-namorada. Ao pensar nisso, sua mente deu um estalo. Ele não deveria estar procurando por ela? Afinal, ele tinha colocado um ponto final da relação.

“Eu deveria estar indo procurar McGonagall”. Quem disse que suas pernas obedeciam ao que o cérebro havia mandado? Essa perseguição era mais forte que ele. Ao chegar ao corredor de feitiços, as duas encontraram um garoto alto que, provavelmente, deveria ter a mesma idade de Harry. Ou talvez fosse um ou dois anos mais novo.

– Oi, Gina. – ele sorriu para a ruiva.

– Oi, William. Tudo bem? – ela sorriu de volta. Aquilo deixou Harry sem reação. Claro que ele suspeitava de que a fila de pretendentes de Gina deveria ter crescido depois da guerra, uma vez que os longos cabelos dela chamavam atenção, segundo Harry e Rony.

– Não te vi na aula hoje mais cedo. Você não foi?

– Eu tive dois tempos de transfiguração logo pela manhã, mas acabei ficando na parte do fundo da sala. Talvez você não tenha me visto – ela deu um riso nervoso. Ele conhecia aquele riso. Gina o dava quando queria ser educada ou quando estava sem “graça”.

– Ah, provavelmente – ele olhou de relance para Marjorie, que se mantinha afastada delicadamente da cena.

Ela, Harry não sabia, o havia notado e olhava com olhos tristes para a amiga indicando a cabeça para o lado. O “tal” de William continuou a conversar com Gina, alheio a todo o desenrolar do momento.

– Gostaria de te chamar para ir a Hogsmeade comigo no próximo mês. Isso, é claro, se você não tiver nenhum compromisso nessa data – o idiota estava sorrindo de um modo muito bobo para o gosto de Harry. Ele torcia para que ela não aceitasse.

– Poxa, não esperava. Quero dizer, é claro que eu aceito. – ela disse com a voz alegre, sentimento que não chegava aos olhos.

– Ótimo. Vou adorar, Gina. A gente se vê até lá? – ele pegou a mão da garota e deu um leve aperto.

– Claro. – ela retirou a sua mão das deles. – Preciso ir, Marjorie está esperando para irmos à biblioteca. Até mais, William.

– Até, Gina. – O garoto deu um beijo no rosto da ruiva e um leve aceno para a amiga que assistia a cena com os olhos arregalados.

Harry se escondeu atrás de uma armadura quando o bruxo passou por ele, mais feliz do que estivera há cinco minutos. Os olhos de Harry ficaram embaçados pelas lágrimas, que ele não tinha percebido que haviam caído. O menino não tinha reparado que Gina estava com os ombros para baixo e uma expressão derrotada. Ele ouviu murmúrios e saiu um pouco de trás de seu esconderijo.

– O que foi essa cena? – perguntou a amiga de Gina.

– Não sei, sinceramente. Eu não esperava um convite para Hogsmeade. Na verdade, eu não sei se eu estou pronta para um encontro. Eu gostaria de superar o que houve na guerra, mas me manter feliz enquanto eu penso que o meu irmão está morto é um pouco pesado demais, entende?

Elas continuaram a caminhada vagarosa para a biblioteca.

– Além do mais, o William nunca deu um sinal de que estava interessado. – continuou a ruiva.

– Isso porque você não reparou o modo como ele te olha. Talvez tenha se mantido afastado porque achou que você ainda estava com Harry.

– O quê?! – a garota parou de andar para olhar a amiga com cara de espanto. – Harry e eu estamos separados há mais um de ano. Não há nada além de amizade em nosso relacionamento. Até digo para as outras pessoas que, possivelmente, confundimos as coisas. Acho que a nossa situação funciona melhor assim.

Marjorie olhou para trás procurando, silenciosamente, por Harry. Ela não percebeu que o bruxo estava seguindo as duas garotas por debaixo da capa de invisibilidade. Ele retornou o olhar da sua mais nova amiga. Ela suspirou.

– Sempre achei que vocês iam voltar – disse Marjorie, retornando o olhar para frente.

– Besteira. Ele nem ao menos me procurou depois da guerra para conversarmos. Acho que ele precisa de uma mulher mais forte que eu. Eu não sou indicada para ser namorada de Harry Potter. Quem sabe no futuro não nos tornamos bons amigos, não é mesmo?

– É, quem sabe?

– Vamos, Marjorie, porque eu ainda quero almoçar, mocinha – Gina já havia apressado o passo.

Harry estacou no corredor vazio.

xxx

A semana passou, e as horas pareciam intermináveis. Na sexta-feira, Harry decidiu dar um basta no baixo astral. A casa estava uma bagunça, e ele não estava com a menor vontade de assistir televisão ou comer pizza pela milésima vez.

Estava sentindo falta das noites londrinas, do rock e das mulheres. Com alguma sorte, poderia voltar para casa acompanhado ou arrumar alguma coisa interessante para ser feita durante a semana. Ser solteiro, às vezes, tem as suas vantagens.

Ligou para todos os amigos disponíveis da academia e de Hogwarts. Rony estava ocupado, como sempre. Neville sumira do mapa. O que restou foi Ryan. Eles combinaram de ir a um pub no centro de Londres e emendar uma boate no estilo inglês, com muito rock e música eletrônica.

Eram quase 21h quando ele deu uma última olhada no espelho. Ryan já havia aparecido em seu espelho dizendo que estava pronto e o esperando na entrada do prédio.

– A moça demorou, hein – resmungou Ryan, assim que Harry saiu pelo elevador – Estava secando os cabelos ou pintando as unhas?

– Ficando bonito para pegar a sua mulher – deu um soco no braço do amigo - Idiota! Vamos logo para gente não perder a noite!

xxx

O barulho estava insuportável. Tinha muita gente dançando, conversando e bebendo. Harry já estava na quinta cerveja trouxa. Ryan conversava sem muito pudor, diga-se de passagem, com uma loira, perto do bar. Apesar de estar em um relacionamento com Amanda Thorne, ele sempre dizia que enquanto não tivessem nada sério, eles não eram nada um do outro.

Harry sabia que o amigo estava bêbado e que tinha que o ajudar, mas ele não estava muito a fim de se meter em confusão. Porém, o próprio Harry já estava alto o suficiente para achar “tudo engraçado”.

– Harry, vem cá! – gritou Ryan do outro lado do salão.

A música estava alta demais para o seu gosto ou para sua ressaca. As mulheres dançavam. Os homens, perto do bar, olhavam para as garotas como se fossem um troféu. A última vez que Harry estivera em um lugar como esse, ele ficou tão “alto” que não se lembrava de como tinha chegado em casa. Ele queria repetir a dose.

Ele andou rastejando por causa da grande quantidade de álcool que havia no seu sangue. No meio do caminho, ele olhou para duas morenas que dançavam sem nenhuma vergonha até o chão. Elas puxaram o bruxo pela camisa preta que ele usava naquela noite. Ele deu um giro, mandou um beijo para as meninas e chegou rindo até o amigo.

– Oi. – sorriu quando chegou ao local. A loira lhe lançou um olhar de cima em baixo e se deteve em seu peitoral por dois segundos a mais. Harry vestia uma calça jeans preta e os cabelos estavam mais arrepiados que o normal, o que dava certo charme ao look.

– Quero que conheça a minha mais nova amiga e companheira de balada. Fernanda Silva, esse é Harry Potter. Harry, essa é a Fernanda. Ela é brasileira e está passando uns meses aqui em Londres por causa do intercâmbio. Acho que seria interessante conhecer um pouco mais da cidade com um legítimo morador de Nothing Hill – disse Ryan de uma única vez. Parece afoito para apresentar a nova amiga a Harry e se livrar daquilo antes que se metesse em confusão com a “amiga/namorada”.

A loira era bonita. Quem sabe não seria uma má ideia aproveitar o que a vida lhe dava de melhor?

xxx

O sábado começou preguiçoso. O sol saía de mansinho por entre as nuvens. As ruas de Nothing Hill começavam a se agitar por causa da feira semanal de artesanato. Os moradores pegavam os seus jornais no jardim. Os carros dos poucos trabalhadores daquele dia surgiam por entre as vias do distrito.

Harry acabava de entrar em seu apartamento. Ele deixou Fernanda na porta do hotel em que ela ficaria hospedada nos primeiros dias da cidade. Ele prometeu que voltaria mais tarde, o que era uma total mentira, por mais que ele gostasse de loiras, que o papo dela fosse agradável e que ele estivesse solteiro querendo curtir a vida.

Contudo, ele tinha que admitir que ela possuía um sorriso fácil e encantador. Ela o mostrara algumas músicas brasileiras e os ritmos eram agitados. No meio da madrugada, os dois, Ryan e uma amiga de Fernanda foram para uma balada brasileira, próximo a boate que eles começaram a noite.

Ele havia conhecido o famoso sertanejo do qual elas tanto falaram. Ele ainda preferia o rock. Os seus CDs indie não sairiam tão fácil de seu rádio, mas o som até que era gostoso para dançar. E os quatro dançaram por toda a noite. Ela disse que, em seu país, era muito comum o ritmo, e que, nas festas que ela costumava ir, músicas desse tipo eram tocadas durante a noite toda. As duas prometeram o levar em uma boate que tocava samba nos próximos encontros.

Conforme o nível de álcool subia em seu sangue, Harry confirmava todos os programas. E Fernanda deixou o seu número com ele. Ele prometera ligar nos próximos dias para combinar qualquer outra coisa.

Ao chegar a casa, ele reparou que estava com sono, muito sono, e bêbado. Tudo o que ele gostaria naquele instante era encostar a cabeça no travesseiro e descansar por quanto tempo ele achasse necessário. Porém, o barulho dos carros, dos feirantes e das pessoas que acordavam cedo para conferir as novidades em argila, cipó e outras especiarias tão igualmente bonitas, segundo a concepção de Harry, o estava deixando com dor de cabeça.

Na verdade, a quantidade de cerveja e uísque que ingerira na noite anterior era o que causava a sua dor de cabeça, mas ele não iria admitir, nem mesmo para Rony, que tinha bebido além da conta. Afinal, um Potter não era fraco para bebidas, mesmo que ele já tenha perdido a dignidade há horas.

Ele se deitou no sofá bagunçado e soltou um grande suspiro. O programa da noite anterior não foi ruim, pensou Harry ao dormir com os tênis ainda nos pés.

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Ressaca. Maldita ressaca. Era tudo o que Harry dizia quando acordou no fim da tarde de sábado. Ele perdera a hora do almoço e a fome. A cabeça latejava e ele queria banho e café forte para curar a bebedeira. Por que ele tinha tomado todos aqueles drinques mesmo? Ah, porque ele estava flertando com a brasileira.

– Eu sou um velho! – resmungou ao tentar se levantar do sofá.

No chuveiro, ele tentou relembrar pontos da noite anterior em vão. Nada vinha à mente, apenas a imagem da brasileira, de Ryan “alto” e risadas. Ele ajoelhou no chão do banheiro para deixar a água fria cair por seus ombros e amenizar o efeito da bebida.

– Nunca mais vou beber. Eu prometo! – reclamava.

A campainha tocou. Uma. Duas. Três vezes. Harry considerou deixar a pessoa esperando, mas ficar por meia hora debaixo d’água não havia resolvido os seus problemas e amenizado a sua dor de cabeça e estômago. Além do mais, quem poderia estar batendo à sua porta naquele momento?

– Já vai! – Harry gritou em resposta. Silêncio reinou no apartamento. O bruxo colocou seu roupão e chinelos e se dirigiu à porta com toda a calma que ele ainda possuía.

Porém, seu ar sumiu quando viu que era Gina Weasley.

– Harry? – disse Gina ao entrar pela sala e abraçar o amigo, que ainda estava de roupão, cabelos molhados e cara de espanto por reparar em um anel de compromisso na mão direita da amiga. Gina estava noiva.

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Notas finais do capítulo

N/A: O capítulo saiu rapidinho dessa vez. E a tão esperada surpresa da Gina apareceu. Quem adivinhou que ela estava noiva??? Comentem, digam o que acharam do capítulo e apostem os próximos passos do Harry Lerdo Potter! Beijo



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