Legado - Escuridão escrita por Klein Hunter


Capítulo 1
Odiosa Surpresa


Notas iniciais do capítulo

Prólogo

É extremamente incrível como a vida de uma pessoa pode mudar tão drástica e rapidamente. Em um momento está tudo na mais perfeita ordem, porém, de repente tudo desmorona, e toda a sua felicidade se apaga, como se ela nunca tivesse existido. E em outro inoportuno momento você começa a ser feliz de novo, tudo começa a ficar melhor, não o bastante, mas suportável.



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Capítulo 1

Sentindo o sol queimar levemente meu rosto, penso em tudo o que tenho. Penso em minha família, em meus amigos, e chego à conclusão de que sou extremamente sortuda, por um lado, é claro. Rindo de meu pensamento tolo, levanto-me e me direciono à casa. Hoje é um dia especial, o aniversário de minha mãe. Ela completa trinta e seis, mas continua com a aparência de uma mulher de vinte anos. Isso devido a sua natureza Electra. Meu pai,o mesmo, quase com quarenta anos e com a aparência de um homem com seus vinte ou trinta e poucos, tudo por que ele é um Spectro.

Eu particularmente estava começando a achar aquilo ridículo, todos da minha família eram Spectros e Electros, viveriam para sempre, e eu, uma simples e entediante humana, que não estava se transformando em Electra, já que mulheres não podiam se transformar em Spectro. Meus pais nunca me falaram muito sobre esse mundo, dizendo que queriam me proteger ao máximo, mas depois da transformação dos meus irmãos e de muito insistência de minha parte, eles começaram a me incluir.

– Pai, será que você não pode aceitar que eu já estou crescida o suficiente para saber sobre isso? Meus irmãos se transformaram em sei lá o que, e eu, vou ficar excluída? - Perguntei, decidida a descobrir os fatos. Ele, por sua vez, fez uma pausa dramática e começou a falar.

– Tudo bem, mas você sabe que quando eu falar, não deve sair nada daqui, não sabe? Nada para seus amigos humanos. - Eu respondi fazendo sinal afirmativo com a cabeça, rápido demais. - Ok. O que você quer exatamente saber?

– Eu quero saber de tudo. - Respondi, aproximando-me para escutá-lo melhor. - O que são exatamente Spectros e Electros?

– São seres meio místicos. Antigamente as pessoas sabiam sobre a sua existência, mas hoje em dia tudo fora desacreditado. Essas duas espécies têm os sentidos aguçados, super velocidade, uma força extrema, mas os Spectros em si, são mais poderosos do que os Electros. São diferentes, mas ficam em conjunto. O termo Electro como você pode perceber, deriva de eletricidade. Então o poder desse ser é dar choques, muito fortes. Para você ter uma idéia, o choque mínimo dos Electros pode fritar literalmente um ser humano. Esses não têm especificações, podem ser tanto homens quanto mulheres. - Ele parou, fitou-me e continuou - Spectros já são mais complexos, só podem ser homens. São subdivididos em duas categorias, os olhos brancos, que são os comuns, como eu e seus irmãos, e os olhos pretos, que são extremamente raros, só nascem de tempos em tempos. Cada Spectro olho branco tem seus poderes específicos, esses podem se repetir, mas cada um tem no máximo dois dons. Já os olhos pretos têm um poder inigualável, imagine todos os poderes, que são extremamente variados, imagine todos, todos mesmo em uma única pessoa. Esse ser é o mais poderoso e supremo que existe em todo o universo, todos temem os olhos pretos, e nada, nem ninguém se iguala a eles!

– E porque os meninos vão embora? Para onde eles vão?

– Eles vão para ao Instituto LichtSpectrum.

– Instituto Li o que?

– Instituto LichtSpectrum. - Ele falou novamente, rindo. - Esse é o nome do instituto para onde os Spectros e os Electros recém transformados vão. Lá eles aprendem a controlar seus poderes, sua força e aprendem a controlar-se. É como se fosse a sede do governo para esse mundo. Os mais velhos fazem suas reuniões lá, discutem sobre coisas importantes...

– E um dia eu vou me tornar uma Electra? - Perguntei, tentando ter esperança.

– Talvez, nossa família toda tem esse gene no sangue, porque você não poderia tê-lo?

Essa é a minha realidade, enquanto humanos normais vivem suas vidas, eu, meio normal, fico aqui observando a minha forte família lutando para proteger-me. Meu pai, Thomas, consegue soltar impulsos sonoros que poderiam vaporizar um humano. O meu irmão Damon controla o fogo e o gelo. O Rafa com poderes pisiquicos. O Luca, ainda sendo um Spectro, pode dar choques, mas com uma voltagem milhões de vezes maior do que um Electro. E, minha mãe, Sophie, sendo uma Electra, dá choques.

Eu não sei o que essas duas espécies têm em especial, são todos tão encantadoramente lindos e elegantes. Muito inteligentes e fortes.

O dia de hoje seria alegre. Programamos tudo, não faríamos nada muito extravagante, só comemoraríamos em família, ou seja, eu, meus três irmãos, e nossos pais. Logo de manhã, nos acordamos antes de nossa mãe, fizemos o seu café, e o levamos na cama, juntamente com seus presentes. À tarde, após o almoço, fomos dar um passeio pela cidade. E à noite, fomos jantar, e logo em seguida voltamos para casa. Ao chegarmos, nos sentamos à sala, eu me dirigi ao piano, e então, tocamos, praticamente pelo resto da noite.

Junto com o fim de nosso mini concerto, me veio o sono. Dirigi-me a meu quarto, tomei um bom banho, vesti-me, e fui dar boa noite a meus pais e irmãos, que ainda estavam na sala. Desci as escadas, dei um abraço em cada um, e os desejei boa noite. Ao subir as escadas parei e olhei para trás, por hábito, mas ao virar-me todos estavam parados, como perfeitas estátuas, com expressões variadas em máscaras de preocupação, medo e choque. Ao voltarem a si, olharam-se em alerta. Assustei-me ao ver essa cena.

Após o susto, tudo fluiu mais rápido. Eu os vi invadir nossa casa a uma velocidade incrível. Dez Spectros, não entendi por que eles estavam ali. Poucos segundos depois eu estava em meu quarto enquanto o Damon me falava.

– Katrina, não saia deste quarto até que alguém venha te buscar, por favor. - Ele falou, e no mesmo instante não estava mais lá, me tirando a chance de perguntar o que estava acontecendo.

Tranquei-me, e me sentei na cama. Eu fiquei enfurecida, e ao mesmo tempo triste, pois eu não fazia ideia do que poderia fazer para ajudar. Era sempre a mesma coisa, quando acontecia algo perigoso eu sempre ficava sem saber o que estava acontecendo, e não podia agir, pois era uma humana frágil e vulnerável, que não servia para praticamente nada além de atrasar a todos. Fiquei pensando no que aconteceria se eu fosse para a sala, provavelmente eles ficariam preocupados em proteger-me, e eu os retardaria, então decidi não descer. Mas quando ouvi um grito feminino, que só podia ser de minha mãe - pois ela era a única mulher presente na sala -, não me contive, e por um impulso insano, dirigi-me à sala o mais rápido possível. Todos estavam tão ocupados, que a meu parecer, não me viram.

Escondi-me e parei para olhar mais detalhadamente a cena. Cinco dos Spectros estavam caídos, com seus corpos sem vida. Mas ainda assim eles não estavam em número suficiente, pois eram quatro Spectros e uma Electra - nenhum Electro é tão forte a ponto de matar um Spectro pelo que eu sabia -, contra os sete Spectros restantes. Foquei em minha mãe, - eu havia descido, pois escutara os seus gritos -, mas ela estava relativamente bem. Lutando com unhas e dentes, dando o seu máximo. Meu pai lutava com um Spectro no mesmo nível de força que o seu. Então essa seria uma luta demorada, concorrida, meus irmãos, igualmente.

Em meio a rosnados brutos, um ficou ali, parado, observando tudo o que estava acontecendo. Não ajudava um lado, nem o outro, mesmo ele tendo invadido a nossa casa. Ele tinha um olhar sombrio, assustador, um sorriso perverso e ao mesmo tempo sarcástico no rosto. Vestia-se bem, elegantemente, com roupas em tons escuros. Seus traços eram retos, seus olhos claros como dois espelhos d`água cristalina. Sua beleza exagerada o deixava ainda mais assustador.

Enquanto eu o examinava, escutei mais um grito agudo vindo da minha mãe. Por reflexo, dirigi meu olhar àquela cena. Ela estava debruçada sobre o corpo do Spectro, como se o estivesse abraçando. Com lágrimas nos olhos e uma expressão de angústia e dor. Ele parecia estar gostando daquilo, e por um instante, pensei que ele tivesse sussurrado algo em seu ouvido. Mas pouco depois ele a empurrou e eu pude ver o que havia acontecido. Ele atravessou a mão por seu peito e arrancou o seu coração, fácil, sem quase nenhum esforço aparente.

Todos pararam, e olharam o corpo caído. Senti as lágrimas silenciosas descerem por meus olhos, eu não conseguia emitir nenhum som, estava em choque. Enquanto isso, os corpos sem vida espalhados pelo lugar viraram cinzas, desaparecendo com a mais leve brisa que entrava pelas janelas da casa. Meu pai já tinha derrotado o homem com quem estava lutando, e estava avançando para o que estava parado, observando. Com a expressão de ódio, meu pai se aproximou, ele estava em fúria. Seus olhos ficaram completamente brancos. Mas o homem parado aumentou mais ainda seu sorriso, e seus olhos negros apareceram, olhos sombrios como uma noite sem luar, olhos frios. Assustei-me com a cena. Nunca tinha visto um olhos pretos na vida.

– Tirem-na daqui! - Gritou meu pai.

Ele sabia que não era páreo para um olhos negros, mas continuou avançando, sem medo, determinado a de alguma forma nos salvar. E, quando estava perto o suficiente para atacá-lo, ajoelhou-se, retorcendo-se em dor. Poucos segundos depois, começou a virar cinzas e desapareceu como os outros.

Lentamente, eu tomo consciência do que realmente aconteceu.

Não! - Grito a plenos pulmões.

Ao ver-me, o olhos pretos sorri e analisa-me por inteiro. Percebo que uma luz começa a emanar dele. Uma luz que foi aumentando mais e mais. Tão forte que me cegou momentaneamente e me fez cair. A partir daí não vi, não senti, nem ouvi mais nada.


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Notas finais do capítulo

Bom, apaguei toda a histórias e a estou postando de novo. Arrumando algumas coisas, acrescentando outras. Espero que tudo dê certo! :*



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