Eu não sabia o que fazer. Deixei o desespero tomar conta de mim, e eu não conseguia dar nem um passo. O poder que aquele sobrenome tinha sobre mim era ridículo. Só de ouvir alguém me chamando assim um arrepio passava por todo o meu corpo. Esse sobrenome nunca me trouxe coisa boa. Sempre que ele estava envolvido algo muito ruim acontecia. E eu tinha o pressentimento de que daquela vez não seria diferente.

Klaus. Klaus Mikaelson. Aquele nome não me era estranho, de forma alguma. Eu lembro de ter ouvido sobre aquele nome. Mas o que esse homem podia querer comigo ? E porque ele sabia meu sobrenome, que por tanto tempo consegui renegar ? E o mais importante. Por que ele estava com o Sam ?

O celular tocou de novo. E antes de acabar o primeiro toque eu atendi.

_Pronta pra colaborar ? Ou vai me deixar seu amiguinho de presente ? - Klaus falou parecendo entediado.

_O que você quer de mim ? -Perguntei.

_Você saberá se vier ao meu encontro.

_Eu não vou a lugar nenhum. – Falei firme.

_Então dê adeus a seu querido amigo. – Ele falou e escutei o grito de dor de Sam.

_Breetanye ! – Ele falou entre os gritos. Meus olhos já estavam cheios de lagrimas.

_Onde vocês estão ? -Perguntei com a voz embargada.

_No bar do Sam. Onde mais estaríamos ? - Falou como se fosse obvio. – E eu te aconselho andar bem rápido. Seu amigo não perece conseguir ficar consciente por muito mais tempo. Acho que seria bom você chegar a tempo de se despedir.

Corri o mais rápido que pude e em exatos dois minutos eu já estava de pé, em frente ao bar. O medo tomou conta de mim. O medo do que aquele homem que claramente sabia do meu passado, queria comigo. Medo de não conseguir salvar o Sam. Medo do que poderia acontecer se eu entrasse por aquela porta. O que podia acontecer se eu não entrasse ? O Sam não teria chances sozinho la dentro. Respirei fundo pensando no quanto o Sam me ajudou nos meus momentos mais escuros. Do quanto ele significava pra mim. Caminhei em direção a porta e antes que eu pudesse por a mão na maçaneta alguém a abriu primeiro.

Um homem alto e moreno abriu a porta.

_Ate que fim você chegou. – Ele falou me dando espaço para passar. – Entre, seu amiguinho não para de gritar por você. – Passei por ele e meus olhos se encontraram com os de Sam. Ele estava amarrado a uma cadeira. Seus pulsos feridos pela corda e o cheiro que tomava conta do lugar deixava bem claro que estava tudo cheio de verbena. Em seu pescoço um corte jorrava sangue, e Sam estava branco como um papel. Mal conseguiu dizer meu nome.

_Sam.- Corri ate ele tentando o soltar, ignorando a dor excruciante que sentia ao encostar nas cordas banhadas em verbena. – Eu vou te tirar daqui, ok ? Olha pra mim. – Puxei rosto para que ele olhasse em meus olhos. – Vai ficar tudo bem.

Klaus atrás de mim deu uma risada abafando com a manga do blazer que usava. Tentei ignorar e me focar na tarefa de salvar Sam. Assim que consegui afroxar as cordas um pouco mais Sam puxou suas mãos, conseguindo assim se soltar. Tirei o cachecol que estava em meu pescoço que coloquei nele.

_Vamos embora daqui. – Falei tentando ajuda-lo a ficar em pé. Klaus riu, mas dessa vez não tentou esconder. Me virei para encara-lo pela primeira vez.

_O que você quer ?

_Eu quero a sua ajuda. – Ele falou chegando mais perto. Ri com escárnio.

_Minha ajuda com o que ?

_Seus irmão. Eles estão em Mystic Falls com algo que me pertence e preciso que cuide dela ate que eu possa ir pegar, pequena Salvatore. – Ao ouvir aquele sobrenome eu me virei para que As pudesse se apoiar em mim.

_Você quer que eu vá pra Mystic Falls ? Fazer um favor pra você ? - Perguntei incrédula e ele sorriu afirmando. - Eu não tenho irmãos. E não tenho nada a ver com tudo isso. Desculpa mas não posso te ajudar. Não há nada que me faça voltar para aquele inferno.

_Você vai rejeitar a sua família ?

_Minha família é o Sam. Logo, não tenho nada naquele lugar. – Falei passando por ele com Sam gemendo de dor ao meu lado.

_Então, você esta dizendo que a única coisa que te prende aqui é esse rapaz ? - Ele perguntou.

_Sim. Sam é a minha família, e é com ele que eu vou ficar. – Falei tentando parecer decidida, quando na verdade estava morrendo de medo por dentro. Quem era aquele homem ? Como ele sabe de mim ? Essas eram perguntas que eu não saberei a resposta, já que não estou disposta a ficar aqui e descobrir.

Quando já estávamos perto da porta, o homem passou por mim e pegou Sam.

_Acho que isso não será mais problema. – Ele falou enquanto enfiava a mão no peito de Sam e arrancava seu coração. Assisti sem reação, seu corpo cair inerte no chão e Klaus jogar seu coração ao seu lado. – Agora que você entendeu como funciona, podemos conversar direito. – Ele falou chegando perto de mim. – Eu fui educado quando disse que precisava de um favor.

_Por que você fez isso ? - Perguntei aos prantos, abaixada ao lado de Sam. – O que você quer de mim ?

_Você sabe o que eu quero. E agora que nada mais te prende aqui, você esta livre para me obedecer. – Ele falou chegando mais perto.

_E o que te faz pensar que eu vou te obedecer ? Eu não devo nada a você. Você não pode me obrigar a nada. - Falei me levantando e o encarando, com as lagrimas ainda escorrendo por meu rosto.

_Ahh posso sim. – Ele segurou meus braços e me fez olhar em seus olhos. – Você vai me obedecer. Você vai comigo ate Mystic Falls e tomar conta do que é meu. – Enquanto ele falava minha mente se projetava em torno daquilo. De repente toda a dor que eu sentia com a perda de Sam passou para segundo plano e tudo o que eu queria era ir para Mystic Falls.