Can't Fight This Feeling escrita por m0rristeith


Capítulo 1
Capítulo 1 - Bala de Gelatina


Notas iniciais do capítulo

Não sei quantas capítulos terá essa fic, mas aí vai o primeiro.



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Não havia mais como fugir. Era agora ou nunca. Dizer que você está apaixonada por sua melhor amiga, não é a coisa mais fácil de se fazer, levando em consideração que você pode perder pra sempre uma amizade realmente importante. Mas ficar mentindo pra si mesma e pra sua melhor amiga valeria mesmo a pena?

Fernanda estava certa que não, por isso, naquela tarde, havia decidido abrir o jogo com sua amiga, arriscando tudo que elas haviam construído até ali. Ela estava totalmente confusa. Sua única certeza é que não conseguiria passar nem sequer mais um dia sufocando aquele sentimento.

A campainha tocou uma vez. Duas. Três. Fernanda não sentia segurança suficiente nas pernas pra dar os passos necessários pra chegar à porta. Sentia seu coração batendo na garganta.

“Chegou a hora da verdade”, disse ela pra si mesma, tentando encorajar-se.

Abriu a porta e se deparou com o sorriso pelo qual se apaixonou. Ela tinha certeza que nunca se cansaria de olhar pra ele.

- Não vai me deixar entrar? – perguntou Rafaela, fazendo uma careta pela dor que o peso da sacola estava causando em seus dedos.

- Claro. – disse Nanda, saindo de seu estado de torpor. – O que tem na sacola?

Rafaela foi entrando como se fosse sua própria casa. Deixou a sacola em cima da mesa de centro e se jogou no sofá.

- Você acha mesmo que eu iria aguentar passar uma tarde inteira com você sem suprimentos? - disse ela, sorrindo.

- Você fala de um jeito, como se passar o dia comigo fosse um sacrifício. – resmungou Nanda sentando-se ao lado da amiga e pondo as pernas espaçosas dela em cima das suas, como de costume.

- Quase isso. – brincou Rafa que adorava ver a amiga irritada. – Porém com um saco de jujubas eu aguento qualquer coisa.

- Ah, tenho uma coisa pra você. – disse Nanda com um sorriso animado.

- Um namorado? Porque eu to precisando de um. – confessou Rafa sem se importar muito com a empolgação da outra.

- Claro que não. – o sorriso de Nanda morreu por um instante e ela se levantou do sofá.

- Onde você vai? – os olhos de Rafa acompanharam Nanda que estava indo pra cozinha. – Você se irritou com o que eu disse ou...

Fernanda voltou com o sorriso novamente nos lábios e as mãos pra trás.

- Adivinha o que eu tenho nas mãos.

- Eu não faço ideia. – bufou Rafa. – Chega de mistério. A maratona de Glee na Fox vai já começar.

- Para de ser chata, Rafaela. Vamos. Pelo menos uma tentativa.

- Hm... um vibrador? – perguntou ela totalmente desinteressada.

- Você não merecia ganhar o que eu tenho aqui por ser extremamente chata... – disse Nanda se aproximando. - Mas eu, em contra partida, sou um amor de pessoa, por isso: é pra você.

Nanda estendeu um pacote de bala de gelatina e Rafa pulou do sofá pra pegar o mais rápido que pôde.

- É das princesas! Minhas preferidas. – disse Rafa com um sorriso quase infantil, abrindo o pacote e enfiando várias balas de uma só vez na boca.

Nanda observou a cena pensando que não poderia existir algo mais encantador do que aquilo.

“O que há comigo?”, pensou ela. “É apenas a minha amiga se enchendo de doces como uma criança de 7 anos”.

Mas porque ela poderia passar a vida inteira assistindo aquela cena?

- Eu sei que são suas preferidas. Você disse semana passada quando eu te dei as minhoquinhas cítricas. - disse Fernanda, voltando a se sentar.

- Verdade. – disse ela ainda de boca cheia. – Quer um pouco?

- Não, não. É tudo seu. – disse Nanda, sorrindo.

- Ainda bem que não quer, não ia dar mesmo.

- Eu sei que não, por isso não aceitei.

Ambas riram e Nanda ligou a televisão porque o programa que iriam assistir estava prestes a começar.

- Eu trouxe Doritos, jujuba e Coca Cola. – disse Rafa apontando pra sacola.

- Limão na Coca?

- Claro.

***

Já havia 3 horas que elas estavam assistindo a mesma série. Nanda já estava enjoada, mas não iria a lugar nenhum porque aquela, com a qual ela queria passar cada minuto do dia, estava deitada sobre o seu colo. E ela já estava fazendo cafuné na amiga há algum tempo e em nenhum momento Rafaela reclamou do toque.

Por um momento, Fernanda analisou a situação e se sentiu tensa com tudo aquilo. Resolveu parar o carinho e focar sua atenção na tela da TV.

- Porque você parou? – resmungou Rafaela virando-se sutilmente pra olhar nos olhos da amiga.

- Eu não sei. – Fernanda sentiu seu rosto queimar de vergonha.

- Continua. Tava tão bom. – Rafa pegou a mão da amiga e pôs sobre a sua cabeça. Ela se ajeitou de uma forma como se estivesse se preparando pra dormir.

Fernanda, um pouco mais segura, continuou com o cafuné sendo o mais carinhosa possível. Pôde ouvir a amiga ronronando como um gato, em aprovação ao seu toque.

- Assim está bom?

- Tá perfeito. – sussurrou Rafa.

Fernanda analisou a situação novamente e conseguiu imaginar como seria perfeito ter momentos como esse todos os dias. Ainda mais, tendo Rafaela como namorada. Nada podia ser melhor.

- Rafa, eu preciso te confessar uma coisa... – disse Nanda, hesitante. – Eu acho que... eu to apaixonada por você. Não é algo que eu queria que acontecesse. Nossa amizade é perfeita como é, eu amo ser sua amiga, mas não consigo evitar os sentimentos que estão crescendo dentro de mim... Às vezes parece que isso vai me sufocar, entende?

- Uhumm.

- Você entende? – perguntou Fernanda, surpresa. – Eu pensei que você iria surtar ou algo assim... - não houve resposta. - Rafaela?

Ela estava dormindo.


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