Estranged escrita por Venom


Capítulo 7
Prioridade: Palaven - Diamante Bruto.


Notas iniciais do capítulo

Falas feitas em formato de SCRIPT.



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I don't know how you're supposed

To find me lately

And what more could you ask from me


20 dias haviam se passado desde o dia em que Dave chegara à Cidadela. Estava sob cuidados de sua tia Rachel, irmã de Mark. Ela era membro da Aliança, mas apenas fazia a guarda dos Concelheiros. Ele já tinha se acostumado com a cidade, e sabia se locomover sem problemas. Tinha talvez 50.000 Credits - moeda usada na Cidadela - em mãos. Era uma quantia alta, pois ser soldado da Aliança é um dos empregos mais prestigiosos, além de Medicina. Morar lá era como viver no paraíso: um lugar bonito, com pessoas de todas as raças, na grande maioria da vezes amigáveis, e tudo fluía harmoniosamente. Era meio dia, e como Rachel não estava em casa, Dave decide ir até Presidium Commons, para almoçar em algum restaurante. Muitas pessoas estavam ali, aproveitando a mesma ideia que ele tivera. Finalmente, encontra um restaurante com pratos tipicamente 'humanos' e, por Deus! Comida japonesa. Achava estranho encontrar isso logo em um lugar tão cheio de outras 'partes' da galaxia, mas queria aproveitar. Ele pede um yakisoba, e só. O lugar estava cheio, e logo alguém pede para dividir a mesa com ele: um conhecido Turian.


Benom- posso me sentar a esta mesa?

Dave- claro...


Benom se senta e faz seu pedido. Dave se mantinha calado.


Longe, uma nave viajava: era a tropa de Sierra. Estavam ela, Tony e Serena, conversando na sala de reuniões.


Sierra- iremos para a Cidadela. Chegaremos em dois dias.

Tony- ...

Serena- Cidadela?

Sierra- é considerada a capital da Via Láctea. Lá, nossa procura pelo Dave começa de verdade!

Serena- isso é maravilhoso! Mal posso esperar para chegar!

Sierra- gosto do seu entusiasmo.

Tony- nós passaremos a morar lá, certo?

Sierra- sim. Vocês dois viverão na Cidadela para completarem seus estudos. Não podemos levá-los em nossas missões.


De repente, alguém interrompe a conversa, adentrando a sala.


Marcus- olá, pessoal.

Sierra- querido.

Tony- papai.

Serena- olá...


Marcus cumprimenta Sierra com um rápido beijo, e seu filho com um abraço. Ele recebe Serena apenas com um aperto de mãos. Parecia ter chegado tinha pouco tempo, apesar de ter partido há dias, da Cidadela.


Marcus- trago informações, e me desculpo pelo atraso de-

Sierra- 19 dias. O que houve?

Marcus- eu tive um imprevisto. A Aliança solicitou que eu participasse de uma missão em Invictus. Infelizmente a maior cidade foi atacada em massa e tomada...

Sierra- mesmo tipo de ataque ocorrido em Nova York?

Marcus- de certa forma.


Tony e Serena se entreolham. Sierra demonstra alguma preocupação. Invictus trata-se de um planeta colonizado por Turians.


Sierra- mas, o que está acontecendo, afinal?

Marcus- não sei, mas Benom e eu conversamos com os Conselheiros. Estudamos o ataque e chegamos à conclusão de que se trata de algo que se denomina Velhas Máquinas.

Sierra- Velhas Máquinas... o que são?

Marcus- não sei, mas os Conselheiros ficaram muito preocupados quando ouviram isso. Eles escondem alguma coisa!

Sierra- é difícil saber. Há notícias sobre Galaxy's Destiny?

Marcus- os Conselheiros ignoraram o fato dos ataques serem causados por eles por falta de provas concretas.

Sierra- eu fui informada de que Spencer Kennedy esteve em Nova York no momento do ataque. Ele raramente dá as caras, mas estava lá no momento do ataque. Isso não é concreto o bastante?

Marcus- para eles, não foi...

Sierra- são tolos cegos! Mas me diga... como foi a missão em Invictus?

Marcus- por pouco, salvamos a colônia. Fomos informados com antecedência e um grande exército misto foi criado para contra atacar.

Sierra- um ataque surpresa... mas como sempre, não puderam prever o ataque à Terra. Hmph!

Marcus- não sei... foi tudo muito fácil. Não sinto uma boa impressão disso, mas fico feliz em revê-los, principalmente você, Tony, meu querido filho.

Tony- igualmente, papai.


Tony não demonstrava seu habitual bom humor: estava melancólico. Sierra explica a situação e de quebra, apresenta Serena.


–--



Dave almoçava. Havia pedido apenas um prato e comia tranquilamente. Benom, no entanto, tinha enchido a mesa com travessas contendo talharim, arroz, e carnes, além de doses de saquê. Devorava a comida como um troglodita, e Dave não fazia ideia de ao menos como ele conseguia comer e respirar ao mesmo tempo.


Termina sua refeição, e paga: 3000 Credits. Não parecia muito, considerando que tinham que importar todos os ingredientes da Terra. Ele deixa o restaurante e vai rumo ao elevador, mas acaba se esbarrando em um conhecido nada agradável. Aqueles seus cabelos encaracolados, alto, pose de 'machão'... era Kevin, o maldito pervertido que roubara um beijo de Serena tempos antes.


Kevin- ora, ora, olha só quem encontramos... não é irmãozinho daquela formosa menina?


Kevin faz um gesto obsceno para citar partes do corpo dela.


Dave- olha como fala da minha irmã...!

Kevin- ué, cadê ela? Diga que quero outro beijo daquela linda! Aliás, cadê aquele ruivo? Eu vou quebrar a cara todinha daquele otário!

Dave- não fale assim da Serena e do Tony, seu idiota!


Kevin joga Dave no chão.


Kevin- e o que vai fazer? Vai correr e chorar para o seu amiguinho ruivo? Pois vou te dar uma lição que não vai esquecer!


Kevin estala todos os dedos das mãos, e se prepara para acertar um soco em Dave, quando é empurrado e jogado ao chão. Dave se levanta, e à sua frente estava Benom.


Kevin- quem é você?! Não interfira!

Benom- um homem de verdade não levanta a mão para alguém que é mais fraco!

Kevin- já disse! Não interfira!


Kevin tenta acertar um soco no Turian, mas este bloqueia seu golpe e lhe passa uma rasteira, jogando o jovem no chão, de costas.


Benom- não vai querer arrumar briga comigo. Agora vá embora, covarde! Você não merece ser chamado de homem!


Kevin- você vai se ver comigo!


Kevin vai embora correndo. Dave agradece Benom.


Benom- está tudo bem?

Dave- sim, obrigado.

Benom- não podia deixar de ajudar.

Dave- mas por quê? Eu poderia ter arrumado e causado a briga com ele.

Benom- eu confio em meus sentidos. Você não aparenta ser alguém que arrumaria briga, mas ele, sim. Como se chama?

Dave- Dave Rogers.

Benom- prazer, Benom Mehrkuri.


Benom aperta a mão de Dave. Logo, eles encontram com Rachel.


Benom- guarda Rogers.

Rachel- olá, soldado Mehrkuri. Dave!

Dave- titia...

Benom- vejam só...

Rachel- ele é meu sobrinho. Meu irmão e sua esposa morreram no ataque ocorrido na Terra.

Benom- entendo.

Rachel- Dave pretende ir para o Colégio Jon Grissom. Ele é um biótico!

Benom- isso é realmente fascinante!


Benom dá uma segunda e mais detalhada olhada em Dave.


Benom- eu serei professor no colégio. Aqueles nerds mal sabem puxar o gatilho de um revólver!

Rachel- e um Turian biótico com certeza seria um excelente professor. Seus ensinamentos trarão muito benefício a eles.

Benom- para ser sincero, não queria fazer isso, mas foi um pedido de livre e espontânea pressão da Aliança... a diretora é a doutora Sanders, alta patente de nosso exército.

Rachel- hahahaha... Benom, você é um dos melhores soldados da Aliança. Leve pelo lado bom!

Benom- eu levo. Eles me darão cargo de Espectro após o término de algum tempo de aulas.

Rachel- parabéns. Por gentileza, poderia levar meu sobrinho para o colégio, com você?

Benom- mas claro!

Dave- obrigado pela carona...

Benom- não há de que, garoto Dave. Viajaremos ao anoitecer.


O garoto estava um pouco acanhado, mas parecia poder confiar em Benom. Rachel sabia que ele cuidaria bem de seu sobrinho, afinal era um soldado de muito prestígio, e, além disso, tratava-se de apenas uma viagem de um ou dois dias.


Finalmente anoitece. Eram 19h30min, mais ou menos, e eles estavam nas docas D-24, especiais para embarque e desembarque de oficiais. Os pertences de Dave haviam sido guardados na nave. Rachel e Benom conversavam.


Rachel- olha só... mas que nave interessante, a sua.

Benom- é uma novíssima Squaldon XII, modelo especial. Cortesia do Conselheiro Turian. A melhor em termos de naves pequenas.


Era uma bonita nave na cor roxa e detalhes em preto e prateado, tinha aparência semelhante a um F117-A, avião furtivo de guerra criado pelos humanos, impossível de ser detectado por radares, usado entre 1978 e 2000 na Terra. Apesar de ser considerada pequena, a nave parecia comportar muito bem uma equipe de cinco indivíduos. Dave estava olhando para as naves, perdido em pensamentos. O que estariam fazendo agora Tony e Serena? Ou melhor, onde estariam? Este se tornara o objetivo de sua existência, e ir ao colégio o fazia pensar que os ensinamentos o ajudariam nisto. Rachel se despede de seu sobrinho com um forte e carinhoso abraço. Ele e Benom adentram a nave: possuía apenas a ponte de comando e sala de guerra no primeiro andar e dormitórios, banheiros e depósito de equipamentos no segundo, sendo todos os cômodos pequenos. Benom e Dave se sentam aos dois assentos da ponte de comando, sendo Benom no assento do piloto.


Benom- apenas não pressione nenhum botão deste painel, e aperte o cinto.


A nave sai em disparada. Logo, a gravidade é acionada e podia-se locomover como se a mesma estivesse parada.


Benom- se quiser, suas coisas estão no deck abaixo. Viajaremos por pouco mais de um dia.

Dave- tudo bem... senhor, muito obrigado pela-

Benom- carona. Não há de quê, garoto Dave.


Dave desce até o dormitório. Ali havia quatro camas. Ele se deita e volta a pensar em Tony e Serena.


–--



Benom recebe um comunicado de emergência.


Benom- Benom falando.

Marcus- Olá, Benom!

Benom- Marcus... o que quer?

Marcus- apenas jogar conversa fora! Sabe como é... e sei que não está ocupado!

Benom- hmph... já que quer conversar, encontrou-se com seu filho? Tony, o nome dele, sim?

Marcus- sim! Ele está são e salvo.

Benom- mas que ótimo... é só isso?

Marcus- basicamente.


Benom faz uma expressão de descaso. Era bacana Marcus avisar que havia encontrado seu filho mas... apenas ligou para isso? Que idiota. Ele pega uma xícara com uma bebida quente, para relaxar e curtir a viagem. Porém, uma nova mensagem chega a ele.


Marcus- acabo de receber uma mensagem de última hora!

Benom- diga.

Marcus- estão atacando Palaven!


Benom quase cospe sua bebida contra o monitor: seu planeta natal estava sendo invadido. Tratava-se de nada mais, nada menos que o principal planeta dos Turians.


Benom- mas, quê?!

Marcus- foram as notícias que chegaram há pouco! Infelizmente, não poderei comparecer! Onde você está?

Benom- estava indo para o Colégio Jon Grissom, mas agora irei mudar de rota. Estou próximo de um Mass Relay e irei auxiliar a luta.

Marcus- ótimo! Muitas tropas estão se dirigindo para lá, incluindo alguns grupos de Krogans.

Benom- gostaria de dizer que não queria ajuda daqueles briguentos, mas é uma emergência.

Marcus- perdemos Nova York... não podemos permitir que mais uma cidade seja dominada!

Benom- hmph...

Marcus- boa sorte, Benom.

Benom- não preciso de sorte. Tenho a força dos meus punhos e meu treinamento!


Marcus desliga a transmissão. A nave chega ao Mass Relay, uma grande máquina da qual permite um grande salto interestelar. O Mass Relay acelera a espaçonave a uma velocidade quase instantânea, chegando à Crista Apien, um grande sistema contendo três sistemas estelares, sendo estes Castellus, Gemmae, e o mais importante, Trebia, o sistema estelar de Palaven. Benom deixa a nave em piloto automático, e desce até o dormitório. Dave estava deitado, mas não estava dormindo.


Benom- garoto Dave! Temos uma missão de emergência. Precisarei da sua ajuda!

Dave- hm? O que houve?

Benom- meu planeta está sendo atacado pelos mesmos seres que atacaram a Terra. Vamos lá! Há uma armadura para você.


Benom entrega uma maleta a Dave. Dentro dela havia um tipo de vestimenta, como um uniforme. O tecido interior era mole e escorregadio, de forma que vestir-se era uma tarefa fácil. O material exterior se assemelhava a escamas: era um pouco rijo, áspero, e parecia bastante resistente. O traje era bastante justo ao corpo, mas permita movimentos livres e era elástico o bastante para flexionar músculos sem problemas. Havia ainda um conjunto de cintos a serem prendidos à armadura, além de um par de botas e luvas meio-dedo. A armadura possuía cores azul, branco e vermelho, e ombreiras também bastante justas. Além da fivela dos cintos, o traje não tinha mais nenhum detalhe em metal. Na perna direita da calça havia um estojo de revólver.


Benom- é uma armadura bem leve, própria para bióticos. Peso excessivo vai atrapalhar você.

Dave- não gostei muito das cores.


Dave sempre preferia cores escuras. Aquela armadura poderia ser até confundida com um tipo de traje com a intenção de honrar o patriotismo norte-americano.


Benom- em breve chegaremos a Palaven.


Os dois vão até a ponte de comando, e o Turian reassume o controle. Em cerca de trinta minutos, eles haviam chegado a Palaven, mais precisamente à cidade de Cipritine, capital do planeta. Desembarcam em uma área segura. Benom é recebido por um marechal Turian, e Dave apenas o acompanha, se incomodando com o calor daquele lugar, ainda que fosse noite. Uma equipe de mensageiros chega até a base, dando a notícia de que as tropas inimigas estavam avançando.


Benom- isso não é bom... eu irei para lá.

Soldado Turian- senhor, há uma tropa em combate ao meio do caminho. Por favor, ajude-os!

Benom- não precisa dizer duas vezes. Garoto Dave, me acompanhe!

Dave- sim!


Os dois atravessam a muralha que protegia aquele quartel. Benom pega a arma que levava em suas costas e aciona seu Omni-Tool.


Benom- garoto Dave, essa será a hora de você me mostrar o que sabe fazer! Quero ver o quanto é forte.

Dave- não decepcionarei o senhor.


Não demoram a surgir Husks. Benom, sem reduzir o passo, atira com sua escopeta, estourando a cabeça dos mesmos. Mais deles surgem pelos cantos.


Dave- Pull!!


Dave atira discos de energia, aniquilando todos eles.


Benom- seu repertório está fraco!

Dave- é o que sei fazer!

Benom- não se preocupe. Irei lhe ensinar alguns truques!


Mais e mais Husks surgiam sem parar. Benom apenas estourava seus miolos, caminhando em linha reta e em velocidade constante, enquanto Dave corria e parecia fazer acrobacias por todos os lados, atirando discos de energia.


Dave- é como na Terra! Eles não param de surgir!

Benom- um homem de verdade nunca desiste, independente das circunstâncias!

Dave- ...

Benom- eliminarei cada verme, um por um, se for necessário!


Os dois chegam a uma área aberta, guardada por uma horda de Husks. O grupo, de talvez vinte seres, decide atacar de uma vez. O experiente Turian recarrega sua escopeta.


Dave- Shockwave!!


Dave atinge um dos Husks com uma esfera de energia, que começa a pulsar e descarregar eletricidade, destruindo os que estavam em volta. Sobram cinco deles, e Benom finaliza destruindo suas cabeças.


Benom- muito bem, garoto Dave!

Dave- obrigado!


Uma tropa com quatro Turians e dois Krogans surge.


Soldado Turian- eles estão avançando vagarosamente!

Benom- mas por que não consegue dar conta deles?!

Soldado Krogan- são os reforços aéreos e monstros gigantes que estão no chão! Se fossem apenas aqueles "zumbis", não teríamos problemas!

Benom- pois darei um jeito neles! Peça reforços imediatamente! Essa área deve ser retomada e mantida!

Soldado Krogan- certo! Há um esquadrão a alguns quilômetros daqui...

Benom- irei atrás deles. Fiquem de olhos abertos e bom combate! Garoto Dave, vamos continuar!

Dave- sim!


Eles deixam a tropa e seguem adiante. A quantidade de Husks pareciam aumentar a cada passo que davam naquelas terras condenadas. Benom se mostrava ser um guerreiro excelente, visto que nada parecia assustá-lo e nenhum monstro fugia de seus disparos certeiros. De repente, um tiro canta ao ar, em direção a eles.


Benom- Barrier!!


O disparo explode, e ao baixar da poeira, Dave avisa Benom, que havia criado uma barreira de energia biótica em forma de esfera em volta dos dois. Ele a desfaz.


Benom- hahaha!

Dave- excelente!

Benom- quem sabe você fique tão forte quanto eu!

Dave- assim espero. Mas quem disparou contra nós?!

Benom- não faço ideia, mas descobriremos, e eu cobrirei esse desgraçado de chumbo!


De repente, era possível sentir tremores ao chão. Dave sabia o que aquilo significava: era um Brute, o mesmo tipo de monstro que o nocauteou enquanto lutava na Terra.


Dave- senhor, tem um monstro grande vindo para cá!

Benom- eu sinto o tremor...

Dave- foi um desses que quase me matou, na Terra!

Benom- então agora o mataremos antes!


Surge o Brute, atirando escombros para todos os lados e rugindo. Ele corre na direção de Benom.


Benom- Barrier!!


O monstro tenta atacar Benom com vários socos contra a barreira, inutilmente.


Benom- garoto!

Dave- sim! Shockwave!!


Dave atinge o Brute com uma descarga elétrica. Ele pára de atacar Benom e passa a vir atrás de Dave.


Dave- essa não! Senhor, me ajude!

Benom- Barrier!!


Benom cria uma barreira em volta de Dave no exato momento em que o Brute começara a distribuir socos, agora a esmo, contra aquela barreira impenetrável. Ele mira sua escopeta e começa a disparar. O ser parecia encarar os disparos como um simples leve incômodo.


Benom- maldito! Não me subestime! Cluster Grenade!!


Benom imbui três granadas em energia biótica e as atira, causando explosões que chegam a jogar o grande monstro para longe.


Benom- garoto, eu tive uma ideia! Distraia-o por alguns segundos!

Dave- certo! Pull!!


Dave acerta um disco de energia contra o Brute, deixando um suave corte em sua couraça. O monstro se levanta e corre atrás de Dave, enfurecido. Benom aciona seu Omni-Tool, digita algumas coisas, e o mira contra o monstro.


Benom- mais um pouco e... agora!


Ele dispara um dardo de seu Omni-Tool que, ao atingir o Brute, o congela por completo, formando um grande cristal.


Benom- agora, garoto Dave! Use seu Shockwave!

Dave- Shockwave!!


Dave eletrocuta o Brute envolto em gelo. O gelo parte-se em mil pedaços como vidro, e o monstro cai morto.


Benom- muito bem, garoto Dave!


Dave sorri, um pouco tímido. Seja lá o que tinha feito, fazia sentido. Gelo é água, e água conduz eletricidade. O Brute, ao estar congelado, estaria bastante vulnerável a isso. No entanto, ainda não era momento de comemorar. Outro esquadrão surge, desta vez composto apenas por Turians.


Benom- como está a situação?

Soldado Turian- estamos vagarosamente retomando o controle! Graças a derrota daquele monstro brutal, conseguimos adiantar muitas coisas. No entanto, os seres danificaram a estação de energia! Sem energia, não podemos usar nossas maiores armas contra esses monstros!

Benom- iremos verificar. Mande uma equipe mais próxima até lá para nos dar assistência!

Soldado Turian- certo!


Benom e Dave deixam o local. A estação elétrica não estava longe dali. Levaria talvez dez minutos de corrida. Eles correm, encontrando hordas de Husks, que eram liquidados rapidamente por Benom. Chegam finalmente até a estação: parecia um castelo, e aparentemente, os cabos de energia eram subterrâneos.


Benom- é agora que vem que a pior parte!

Dave- estou pronto para qualquer coisa.


Eles adentram a estação, atravessando os grandes portões de ferro bruto. Do lado de dentro, havia dezenas de cadáveres de Husks, e de alguns Turians. De repente, eles são surpreendidos por disparos explosivos. Porém, os dois se esquivam mais que rapidamente. Dentro da estação, de um dos corredores, surge uma criatura asquerosa, conhecida por Ravager: um ser armado com um canhão em sua cabeça, e quatro grandes órgãos semelhantes a bolhas.


Benom- isso está ficando pior a cada minuto! Vamos destruir essa coisa de uma vez! Barrier!!


Benom fica de frente para o nojento ser, que começa a atirar uma série de projéteis explosivos. O escudo de energia impedia que o Turian se ferisse.


Dave- Pull!!


Dave atira um disco de energia. Este atordoa o Ravager, dando a chance de Benom se aproximar e finalizá-lo, atirando em sua grande bolha, e estourando seu corpo por dentro. O cadáver do repugnante monstro cai, deixando uma poça de ácido em volta. Eles continuam o caminho, encontrando mais Husks. Todavia, lutar naqueles corredores quase claustrofóbicos lhes dava uma grande vantagem de não serem cercados por aqueles zumbis. Benom fazia cabeças rolarem, e parecia adorar aquela carnificina. Dave apenas desferia golpes fatais sem maiores mutilações. Sem delongas, eles chegam a uma grande sala, com várias máquinas imensas, aparentemente surradas. O Turian aciona seu Omni-Tool imediatamente e começa a analisar.


Benom- são os geradores... esses monstros devem tê-las desativado. Parecem estar danificadas, mas aparentemente levariam só alguns minutos de reparos. Odeio reparar máquinas, mas cá entre nós, acho que eu seria melhor mecânico, não?

Dave- ...

Benom- pois cuide de nossa segurança, garoto Dave. Lembre-se: um homem de verdade sempre zela por seus companheiros!

Dave- pode deixar!


Benom começa os reparos em um painel. Surgem vários zumbis.


Dave- Pull!!


Ele lacera os que surgiam. Alguns, que tinham a oportunidade se aproximar de Benom, levavam tiros de escopeta à queima-roupa, estourando cabeças e estômagos, perdendo braços e pernas. Porventura, talvez aquele experiente soldado não precisasse de proteção. Finalmente, ele finaliza o processo, e as grandes turbinas começam a se mover.


Benom- missão concluída! Com energia, a cidade voltará ao controle!


De repente, ouvem-se explosões. Dave e Benom correm até o alto do edifício, para melhor visão do que estava acontecendo.


Benom- mas, quê?!


Em meio ao véu negro estrelado daquela noite, algumas criaturas voavam.


Benom- malditos! Vou acabar com todos!

Dave- eles parecem grandes...


De repente, o topo do prédio é bombardeado. Benom protege-se, junto com Dave, dos disparos explosivos. Um grande monstro pousa àquela área: um ser voador, parecido com uma ave com escamas, conhecido como Harvester. Os dois se escondem em alguns escombros que ali haviam, mas as explosões eram violentas demais para manter concreto e metal que fosse, inteiro, e logo se viram encurralados. O Turian começa a disparar, mas o Harvester mal sentia. Dave ajuda com seus poderes bióticos. Subitamente, o monstro volta a disparar.


Benom- Barrier!!


Os disparos explodem ao escudo de Benom, que sentia o impacto e era empurrado um pouco para trás a cada acerto. Ao último disparo, o escudo se quebra como vidro estilhaçado. O Turian cai de joelhos, sem antes atirar várias vezes contra o Harvester, até que o mesmo se concentra para disparar novamente. Dave abre os braços.


Dave- não vou deixar. Triple Forces!!


Três grandes esferas bióticas se formam à sua frente. Ele junta as mãos, abertas, para frente, e as esferas são disparadas de uma vez. As três acertam o Harvester juntas, causando uma grande explosão biótica que exalava energia elétrica e derruba-o, que explode ao se chocar contra o chão. Benom se levanta mais do que rapidamente, tirando a poeira de sua armadura com as mãos e guardando a escopeta nas costas.


Benom- um golpe biótico próprio? Isso foi um grande show! Quantos anos você tem, mesmo?

Dave- quinze.

Benom- quinze anos, e já desenvolvendo poderes próprios? Parabéns, garoto Dave. Muitos bióticos talentosos não chegam a esse patamar!


Uma aeronave chega até a estação. Dela, saem quatro Turians, aparentemente mecânicos.


Turian Mecânico- a eletricidade já chegou aos canhões e armas especiais, e já estamos operando a todo vapor. Muito obrigado pela ajuda, soldados.

Benom- é nosso trabalho.

Turian Mecânico- o marechal deve querer falar com vocês agora. Nossa nave voltará ao quartel.

Benom- obrigado.


Eles tomam a carona e sobrevoam a área. Aqueles raios saindo de canhões e destroçando os monstros se tornara um espetáculo, principalmente ao ver Harvesters sendo abatidos. Chegando, o marechal os recebe formalmente e agradece o apoio naquela árdua batalha. Finalmente, para ambos, havia chegado o momento de retomar o fôlego e descansar. Eles retornam para a Squaldon e a viagem pelo espaço sideral continua.


Sistema Solar, bordo da nave Galaxy, proximidade de Saturno.


Ainda me lembro de minha primeira grande missão com meu mentor. Apesar de ter tido a chance de ter minha cabeça tirada de cima do meu pescoço, eu aprendi muitas coisas no que diz respeito a batalhas. E foi nesta missão que desenvolvi meu mais poderoso poder, e também o que mais gasta minhas forças. No entanto, sem esta experiência, eu jamais teria chegado a este nível de força.


Muito obrigado, Espectro Benom Mehrkuri!


Diário de Dave Rogers - Oitava Página.


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