Destino Inegável escrita por Ana Mondek


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii seres humanos.... eu sei que estou sumida, mas é tudo culpa da minha criatividade! Me perdoem!! rsrs
Nesse capítulo terá muitas surpresas, nem tudo é impossivel né? Aprovado diretamente pela minha amiga lindona Maúh, com um "está ótimo" (saudades de você) e corrigido pela minha seduzante May Lindona ( porque loira fazendo duas coisas ao mesmo tempo, não rola... rs já sabem né!)Beijos para minha amiga Láh, ela não lê a fic, mas suportou minhas loucuras quando estava escrevendo! Booa leitura, condecorações da Ordem, e que venham mais leitores!=D



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“A Ordem. Ela foi criada por volta do século XVI, na Europa. E a Inquisição matava e matava. A maioria dos nossos foram condenados por bruxaria, e o Papa Leão X chegava cada vez mais perto de encontrar as escrituras de Merlim. Merlim não era um bruxo, como costumam contar, mas ele conhecia muita coisa além dos nossos olhos, ele conhecia as forças da luz. Assim o que era inevitável aconteceu, ele registrou tudo que conhecia em pergaminhos confidenciais, e isso nos deixou vulneráveis. Não podíamos ser submissos a Igreja, lutávamos pela luz, mesmo que isso não atribuísse uma questão religiosa de céu ou inferno.

Merlim convocou as famílias mais importantes e que ele julgava mais iluminadas. Mas para isso ele veio até Londres. Assim, Eddard Colt e Catherine Summers foram ensinados e designados para a proteção das escrituras. Sempre soubemos que onde há luz, há trevas. A Inquisição tinha seus subordinados, os Mercenários. Nos textos escritos por Merlim, continha um segredo que mudaria toda a ordem do mundo entre os Guerreiros da Luz e os Caçadores das Trevas. Não adianta procurar esses fatos nos livros, a Igreja se comprometeu de guardar bem esses segredos. Por séculos esses dois grupos travaram uma guerra, que jamais teve fim.

Nossas famílias sempre estiveram envolvidas nisso, está em nosso sangue. Trabalhamos na Ordem desde sempre, mas seus pais foram mais longe. Desdá invasão ao esconderijo de Merlim, ninguém havia visto as escrituras, até eles as encontrarem. Para manter nossa identidade salva, voltamos à Inglaterra, mesmo que a Itália seja o melhor lugar para entrar em Lucem, por ser seu berço, também é o melhor lugar para se encontrar Mercenários, e não queríamos mais sangue. Seus pais procuraram em todo canto do mundo os escritos, porém cometeram o erro de lê-las, e isso ocasionou o maior banho de sangue do século XX. O que seus pais souberam quando leram, morreu com eles. Nem mesmo as nossas famílias ficaram sabendo. Você, Claire, nasceu exatamente no dia em que Merlim foi jogado na fogueira, dezesseis de julho. – Julie Summers calou-se.

- Petter nasceu um pouco antes, no dia trinta e um de maio, nada mais promissor que nascer no aniversário de Merlim, e bastante contraditório a Claire. Vocês dois representavam perigo aos Mercenários, levando em consideração as suas famílias, Petter sangue-puro, ordeniano, pai e mãe de famílias antigas... Claire, filha dos Guerreiros mais famosos e corajosos da Ordem, portadores do segredo. Mesmo que nem soubessem o que eram, os Mercenários pensam que vocês juntos é perigo constante, e não estão totalmente errados. A mensagem na moto do Petter deixou claro que algo estava chegando, vocês perceberam por extinto. – Lisa respirou fundo e continuou. - Eu sou uma guardiã, fui designada a cuidar de Claire, desde criança a protejo de tudo. A primeira vez que os Mercenários a procuraram, foi logo que viemos para Londres, no beco, você se lembra? – disse olhando culpada para a amiga, que só assentiu. – Estou com ela desde sempre e Petter, mesmo que pareça estranho, Nick é seu guardião. – disse olhando seriamente para Nick, que derrubou o copo que estava segurando. – Você não foi treinado ainda, mas já apresenta sinais de força, não é mesmo? Vocês foram criados como irmãos, e ser um protetor é ser isso, irmãos. Mas, a questão não é essa, agora é com vocês.... Vão seguir seus destinos? – a pergunta da morena perdurou na sala, nenhum deles queria responder de imediato.

- Seu pai, Claire... – começou Frank, mas Anastácia o interrompeu.

- Ela já sabe o suficiente, querido. – disse

Claire sabia que eles queriam uma resposta, mas olhar aqueles rostos fazia sua cabeça doer e o coração afundar em seu peito. Ela estava confusa. Como assim? Ela não era quem pensava que era? Ela andava agora em uma corda bamba. Se perguntassem que ela era, provavelmente não saberia o que responder. Seus avós e Lisa não mereciam sua raiva, porém a sensação de traição era evidente. Ninguém era quem ela pensou que fosse. Nem mesmo seus pais. Claire admirava a mãe, por ser pesquisadora de artefatos e historiadora, seu pai, professor de física. Chegava a ser irônico que as únicas coisas que sabia sobre seus pais fossem mentiras. Ela ouvira toda a história calada. Seus ouvidos pulsavam, era muita informação. A sensação de arrependimento por querer saber a verdade começou a brotar do seu íntimo.

Petter não parecia tão nervoso, parecia estar em choque, não falava uma palavra. Talvez estivesse doendo nele também, ainda que Claire duvidasse que ele tivesse sentimentos. O único completamente bem com a novidade, era o Blent, mas ele não poderia ser considerado gente. A garota deu as costas para todos na sala, estava cansada, machucada, a adaga parecia cada vez mais pesada em sua mochila, que estava sobre seus ombros. Subiu as escadas de dois em dois degraus, tentou não olhar para as fotos na parede branca do corredor. Ela sabia que sair de casa sozinha poderia trazer um novo ataque, e queria não ter que agir com seu lado assassino outra vez. Então seu quarto era a saída. Olhar para ele chegava ser doloroso, até onde sua vida fora verdade. Não que a nova realidade fosse muito ruim, ela só não podia admitir que teria que mudar para algo que poderia trazer sua morte e a de outras pessoas. Suas roupas sujas a incomodavam, e um banho parecia uma coisa normal.

Enquanto tomava banho, as palavras da sua suposta família rodeavam sua mente, e finalmente as lágrimas vieram. Seu corpo tremia, os soluços eram incontroláveis e audíveis. Perdera a noção do tempo quando estava no banho, passaram minutos e Claire não tinha forças para sair do boxe, havia anos que não chorava como agora.

Quando saiu do chuveiro, enrolada na toalha, parou diante do espelho. Ela era apenas ela, mesmo que seus olhos estivessem mais verdes que o normal, e isso nem era a parte ruim.

“Chega Claire! Você vai ficar maluca.” Disse isso milhões de vezes para si mesma, talvez seu inconsciente entendesse o recado e parasse de incomodar com as lembranças da conversa de mais cedo. Saindo do banho, assustou-se com um intrusa sentada em sua cama.

- O que você está fazendo aqui? – disse Claire, ela tentou não parecer irritada, mas estava confusa demais para isso.

Lisa estava sentada, de pernas cruzadas em sua cama, olhando uma foto das duas. Quando a morena levantou a cabeça, Claire entendeu a presença da amiga, e ela não estava brava, apenas ainda não havia digerido a historia toda.  Apenas com um olhar, ela entendeu que se existia alguma coisa verdadeira naquilo tudo, era a amizade de Lisa, mesmo maluca e mesmo uma protetora disfarçada e atrapalhada, ela era o mais próximo de uma irmã que Claire tinha, e seu orgulho não iria estragar isso. Pelo menos, não isso.

Lisa até começou a falar, mas Claire a impediu dando-lhe um abraço e sentiu a garota relaxar instantaneamente.

- Eu não podia quebrar meu juramento, me perdoa. – sussurrou.

- Cala a boca e curti o momento. – responde Claire.

As duas riram, mas o sorriso não durou muito no rosto de Claire, mesmo que a amiga fosse uma boa companhia, ela precisava ficar sozinha. E ela disse isso a amiga, que mesmo contrariada a deixou. Depois de trocada e devidamente vestida com uma de suas camisetas preferidas, ela deixou-se ser tomada pelo cansaço e pela angústia.

Naquela noite Claire não desceu para jantar, e sua avó nem ao menos veio chamá-la, sabia que a neta queria ficar sozinha e não falaria nada.

A música a invadia de um jeito inevitável. A garota de mechas roxas chorou. As horas iam passando, e o medo aumentava. Medo de não conseguir, medo de morrer, medo de não ser tão boa como sua mãe, medo de não realizar seus sonhos. Medo daquele dia não acabar.  Ela realmente queria dormir, quem sabe quando acordasse tudo teria sido um sonho bem esquisito. O que não a deixava fechar os olhos, era o mistério de tudo, havia muita coisa escondida dela, escondidas do mundo. Sua playlist continuava tocando, mas há muito tempo ela não prestava atenção. A garota virou de lado, de costas para janela. Seus olhos voaram para o relógio de cabeceira que marcava 23:30, a noite passara voando e ao mesmo tempo lenta e cruel. Quando finalmente seus olhos começaram a pesar, seu estômago resolveu anunciar que precisava de comida. Claire lembrou-se que a última vez que tinha comido havia sido na escola, e isso tinha realmente muito tempo. Talvez fizesse parte dos seus novos poderes mágicos não sentir mais fome, mas o sono e o cansaço a prendia num laço de cobertas.

Tentando afastar a sensação de estar com fome, a garota tentou dormir, mas mais uma vez sua mera tentativa fora interrompida, e dessa vez pelo seu celular. Xingando mentalmente quem a fizera levantar, ela alcançou à cômoda, onde estava o celular, abrindo a mensagem, foi inevitável a cara de incredulidade da garota. Era petulância demais.

Loira, como você está?

Você saiu transtornada demais!

Salve meu número, e se sinta lisonjeada!

                  Petter Summers

Era inacreditável o ego desse garoto. Claire não iria responder, ele nunca se preocupava com nada a não ser ele mesmo, e ela definitivamente não queria sua compaixão, ainda que Petter também estivesse assustado com tudo isso, ele tinha seus pais e Nick, quem ele poderia gritar, apenas pelo fato de se sentir aliviado. E Claire? Seus pais morreram por algo que ela nem sabe o porquê. Mas sua consciência entrou em conflito, seu lado “eu odeio o Summers”, não a perdoaria por dar assunto ao “idiota”, porém seu lado realista sabia que ele também estava mal, talvez ele também precisasse de alguém para conversar, alguém que não fosse um protetor. Mas esse alguém tinha de ser ela?!

Claire esforçou-se muito para digitar a resposta para o rapaz, quase que a tela do celular quebrou. Ela até responderia, mas salvar o numero já é demais. Isso nunca. Salvar o numero de alguém, significa que você almeja falar com a pessoa outra vez, e Claire não queria conversar com Petter outra vez. Clicando em enviar, deitou-se conformada de que se arrependeria disso pela manha.

As pessoas, ou melhor, as garotas, não entendiam sua aversão à Petter Summers. Ele era gato demais para isso, na visão das lideres de torcida. Claire simplesmente não o suportava, não que ele infernizasse sua vida, mas ele humilhava constantemente os outros colegas, e isso ela não admitia. Além de tudo, sempre que ficava com alguém, fazia questão de fazer isso na frente da garota, essa atitude ela realmente não entendia, mas fazia com que ela sentisse mais nojo ainda.

Menos de um minuto depois, a resposta veio. Pelo quanto estava vaga, Claire pode perceber que ele realmente não estava bem, mas o que mais a surpreendeu foi, ele dizer que ela estava com fome, quando realmente estava com fome. Ela não segurou sua curiosidade e perguntou como ele sabia, e a resposta pareceu mais sincera do que de costume.

“ Eu liguei para sua casa, e sua avó disse que você não tinha descido nem para comer.... e você só comeu na escola... então... você deve estar com fome”

Por que ele estava fazendo isso? Claire chegou até sorrir com a preocupação do garoto, talvez ele não fosse tão ruim. Mentira! Ele era ruim sim, pelo menos Claire orgulhosa como era jamais admitiria isso.

A conversa ocorreu sem mais surpresas, por incrível que pareça, ela se sentiu mais tranquila, Petter mudava de assunto de cinco em cinco minutos, não a deixando pensar muito. Quando o sono apertou nos dois, se despediram. E ele arrancou alguns xingamentos dela. Claire fechou os olhos, a cada minuto sua vida ficava mais esquisita. Ela tinha conversado, mesmo que por sms, com Petter Summers. Há três dias atrás, isso seria completamente impossível a seu ver. Claire foi dormir pensando que não duvidava mais de nada, nem da vida e nem das pessoas.


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Notas finais do capítulo

Senhoras e Senhores, o que acharam?????????????? =D



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