Sangue acoplado escrita por Lorena L


Capítulo 1
Capítulo 1 - O começo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, boa leitura!



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Não conseguia ver ou distinguir muitas coisas naquele momento, meus olhos estavam embasados, minha cabeça dolorida e freneticamente sangrando, tinha sangue que envolvia todo o meu braço que não me pertencia. A sujeira no meu corpo era absolutamente constante, a lama se misturava com meus cabelos castanhos que a partir de um momento pegaram uma coloração avermelhada com o golpe na minha cabeça. Eu estava sentada em frente ao parque central, somente eu e minha melhor amiga, que quando percebeu a situação em que me encontrava se levantou imediatamente do chão aonde estava desmaiada por um tempo e gritou o mais alto que podia.

– Socorro! Socorro! Socorro! - Disse Amelia

Sua voz estava alta e roca, machucavam meus ouvidos o som de seus berros, mas era para meu bem. Eu estava imóvel, sem reação, o golpe em minha cabeça havia mexido com meus sentidos, eu estava calma apesar do que acabara de aconteceu, lentamente pude perceber passos de pessoas, a presença delas me incomodavam, elas apenas me olhavam e se assustavam, algumas haviam ligado para a ambulância, mas ela demorou para chegar.
Quando a ambulância finalmente havia chegado, eles me colocaram em uma maca. Meus pais havia acabado de descobrir sobre o acontecimento e correram para o parque, apertaram minha mão tão forte que meu corpo estremeceu, eles choravam segurando os meus braços, e fui adormecendo conforme o carro andava, a sirene da ambulância me acordava de repente, mas eu voltada a dormir.

Já era de manhã, e eu me encontrava em uma cama de hospital, minha cabeça estava envolvida em uma tala que a apertava, pude sentir pequenas palpitações no lado inferior da minha cabeça, minha mãe estava sentada ao meu lado na pequena poltrona marrom, olhando-me fixamente. A partir do momento em que meus olhos se abriam ela se aproximava de mim, suas mãos se encaixaram na minha no momento em que meus olhos se encontram totalmente abertos, olhei-a e chorei. Meu pai chegou logo em seguida com um café em sua mão, olhou para mim e me acompanhou, seus olhos encheram de lagrimas, ele correu para meu lado e me deu um leve beijo na bochecha. Em segundos pude sentir o conforto novamente, estar com meus pais mudaria tudo que eu estava sentindo dentro de mim.

Os dias haviam passado rápido, a tala na minha cabeça havia sido retirada. Meus amigos e colegas de escola me visitavam quase sempre, meus pais sempre estavam ao meu lado. Conforme o tempo passava eu sentia aquela outra parte de mim, que agora estava morta, mas que lutava para reviver.

Todos me perguntavam o que realmente tinha acontecido naquele parque, e eu só respondia:

– Não me lembro de nada, eu juro.

Como a batida havia sido forte todos acreditavam em mim, na minha perda de memoria.

– Estávamos andando, e de repente apareceram umas três pessoas e começaram nos agredir e roubar nossos pertences, eu pude sentir eles arrancando a corrente do meu pescoço. Eles me jogaram no chão e eu vi eles agredirem a Cassie com socos na barriga, corri para tentar para-los mas eles me jogaram com muita força para a chão novamente e eu desmaiei. - Amelia declarava para o policial o ocorrido. Seus lábios tremiam e lagrimas saiam de seus olhos. Lembrar o ocorrido não era fácil para nenhuma de nós duas.

Os dias passavam e meu sono diminuía constantemente, notava possíveis mudanças em meu corpo. Não sabia o que estava acontecendo comigo. Eu sentia um cheiro bem forte uma coisa muito estranha, isso estava me matando por dentro. Rapidamente avistei uma enfermeira passar em frente ao meu quarto empurrando um carrinho com bolsas de sangue, isso me deixou louca de vontade de levantar daquela cama e apreciar o sangue dos pacotes, o que esta havendo? Tentava me segurar mas era impossível, fiquei respirando profundamente pra não ir até lá. Os cheiros diferentes aparecem de novo.

Eu me sentia muito mal. Estava com uma vontade imensa de beber sangue, fiquei tentando controlar esta sede mas era tentadora. Meus pais percebem o que estava acontecendo então eles me deram água, pensavam que eu estava com sede e eu realmente estava mas não era de qualquer liquido, era de sangue. Eles insistem em me dar água mas eu não queria e acidentalmente empurrei o copo de água ate cair no chão. Fiquei olhando a água se derramando enquanto meus pais olhavam pra mim assustados. Eles chamaram a enfermeira e conversando afora do meu quarto. Fiquei tentando entender o que conversavam, mas não consegui. Isso me deixou aflita e com muita raiva. Comecei a me coçar não sabia porque o motivo, estava morrendo por dentro, sentia que tinha que levantar daquela cama naquele momento. Minha mãe se aproximou de mim e me acalmou. Me deu um beijo no meu rosto e rapidamente deitei para dormir, mas não conseguia.

A noite inteira não consegui dormir e nem me sentia cansada, meus pais entraram no meu quarto e os vi se abraçando e sorrindo, encarei os dois ate falarem comigo. Então minha mãe chegou perto de mim e disse:

– Cassie, você ganhou alta e vai poder voltar pra casa. - Um sorriso aparece em meu rosto. Finalmente essas coisas estranhas iriam passar e eu voltaria a ser como sempre fui, iria ser difícil pra mim e para Amelia esquecermos aquele dia mas tenho certeza que iriamos superar.
Tinha dificuldades para me levantar mas as enfermeiras me ajudavam. Elas me vestiam e me levavam até o carro de meu pai. Fiquei sentada no banco do carona por horas pensando como seria agora em diante, varias coisas mudariam, e isto não me alegrava.

Cheguei em casa e senti um leve cheiro de mofo que foi se aprofundando com o tempo, se tornando praticamente insuportável de coabitar. Queria ir para o meu quarto, queria ver meus amigos, necessito deles. Minha mãe me carregou até meu quarto e fiquei deitada admirando o papel de parede todo rasgado. Alguém bateu na porta e foi entrando sem demonstrar respeito, quando vejo é Amelia, ela nem falou nada e correu pra me abraçar. Fiquei tão feliz que ela estava aqui comigo, que a nossa amizade sempre continuaria a mesma apesar de tudo.

– Você não faz ideia do quanto eu precisava disso. - Eu disse com lagrimas fluindo dos meu olhos. Olhei para o rosto da Amelia ambos choraram profundamente.

Ficamos abraçadas sem dizer nenhuma palavra, é um alivio pra nós duas estarmos vivas, tenho muita sorte de ter Amelia em minha vida.


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Notas finais do capítulo

Voltarei a postar em breve, obrigada.