Never Let Me Go escrita por Strangers in Paradise


Capítulo 40
Capítulo 40. Sangue Ruim.


Notas iniciais do capítulo

RUFFLES SEGUINTE, VO CONTA PRA VOCÊS COMO ESCREVI ESSE CAP.
Eu tava com essa música na aula de Portugues ~~a aula da professora é legal mas ela tava falando de texto pra enem, argumentativo, que que tem que te, ai gente, me perdoem mas isso eu n tenho paciencia nem cérebro pra ter numa segunda de manha, e ela tava falando um exemplo que tinha na apostila de texto: aranha. Sim, a gente tava vendo uns negócios de textos pro enem e daí tinha um lá que era de argumentativo da aranha, e daí ela falou do texto e dai foi indo né, mas tudo sobre a aranha, e como eu tenho aracnofobia, nem dei bola e aproveitei pra boia, e dai ela começo a fala da aranha que ela mato na garagem com um tijolo e ela arregalava os olho e contava toda animada~ mas bl, então, eu tava com essa música na cabeça e daí eu boiei na aula dela, e daí sabe um tapa? então PAH. O destino me deu um tapa na cara e eu tive a ideia foda da manha, foi segunda feira passada, dia 2 se não me engano e eu tava já feito zumbi na escola, mas daí veio essa ideia e pah pum já comecei a escrever no caderno e pah, nem estudei de tarde escrevendo essa cena e adivinhem: tem cap hoje e me fudi na prova dela hj porq n prestei atenção na porra da aranha que caiu na prova KPAOKSPOKASPOKASPOASKPASOKASPOK SIM A ARANHA CAIU NA PROVA DELA SKAPSOKAPSOKAS POASK DESTINO EU TE ODEIO.
Mas enfim Ruffles, tá aí o cap.
Não me matem.
Tudo que escrevo tem um sentido.
Amo vocês.
E a música é Bad Blood do Bastille



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POV. Paul Blofis

O som era alto, a batida forte ecoava em minha mente e o gelo seco fazia meus olhos ficarem vermelhos. A boate seria melhor se não tivesse o cheiro de cigarros e maconha. Bebo a vodka barata e ela desce queimando minha garganta, arranhando-a com força. Até que era bom estar ali. A música, os cheiros de cigarro, as pessoas desconhecidas e a bebida ruim. Era relaxante estar no meio do caos. Me fazia esquecer de muitos problemas.

A boate estava quase cheia. Homens e mulheres dançavam e alguns estavam no bar, pegando bebidas coloridas cheias de clorantes e sabe-se mais o quê. Era engraçada observar pessoas na boate. Algumas estavam bebendo mais do quê deviam, na falha tentativa de esquecer algo ou de se sentirem vivas. Outras, riam, outras, dançavam, outras, se beijam. Elas viviam como se depois, tudo estivesse bem. Elas estavam ali por algo, e para algo. Era engraçado pensar nisso.

Bebo um gole grande e esvazio o copo. Faço o sinal para o barman trazer mais um e ele pisca o olho, já retirando a tampa da garrafa e pegando outro copo. Eu suspiro olhando para frente. Eu estava cansado. A barba estava por fazer, tinha leves orelhas em meus olhos e estava com uma calça jeans amarrotadas, tênis normais e uma blusa preta de manga comprida. Estava quente dentro da boate, mas mesmo assim, eu sabia que depois que eu saísse do encontro, estaria o frio do caralho me esperando lá fora. Eu não queria estar nessa boate, mas também não queria estar dentro da academia.

Depois do ataque que Luke e Will tinham feito, que foi quase um massacre, salvar as vidas dos alunos que eles atingiram foi um sacrifício. Dentre os trinta alunos atingidos, três não sobreviveram. Foram muitos alunos para muito pouco tempo de vida que eles restavam.

O barman coloca o copo com uma boa quantidade de vodka na minha frente e já volta para atender um grupo de garotas calouras ao meu lado. Eu bebo a vodka em um gole e deixo uma nota de trinta no balcão, ssentindo meus pulmões arderem pelo ar quente e pelo gelo seco, enquanto minha garganta parecia estar em fogo. Pego meu celular e vejo o horário. 22:43

– Desculpe-nos pela demora, a garota não queria parar de desentupir o Will. - Luke se senta do meu lado e as garotas calouras olham para ele, e dão aquelas risadas cochichadas. Ele nem percebe. Solace senta-se do meu lado esquerdo e logo pede um dos drinks para o barman, que o dá uma secada rápida.

– Ainda bem que eu sou pago para esperar por vocês. - Paul bufa e Luke se aproxima mais dele.

– Então, como foi o massacre?

Ele estava com uma blusa de frio grossa, bege, que deixava seus cabelos mais claros e seus olhos mais duros. Will estava com uma blusa vermelha, que fazia seus músculos saltarem.

– Três alunos mortos, vinte ainda machucados e possivelmente dez não serão comprados por causa dos ferimentos.

– A chefe está feliz com isso, parecia uma maníaca no telefone. - Will pega o drink do Barman com um sorriso sedutor, e o barman fica corado.

– Ela é maníaca, Will. - Luke o corrige e me olha. - E ela quer que nós ataquemos de novo, uma maneira mais discreta, mas que faça Poseidon se desesperar.

– Ele já está desesperado. - falo e peço mais uma vodka. Eu não estava bêbado nem alterado. Mas beber me fazia bem, ás vezes. - Ele perdeu três alunos bons, dez feridos que ele não poderá vender. Os patrocinadores estão com medo de ir para a Force. Eles irão fazer uma reunião em Dubai, onde Poseidon pode estar na academia de um de seus patrocinadores aliados.

– Atacamos a academia enquanto ele estiver fora. - Will comenta e bebe um gole do seu drink. Olho-o.

– Claro, Poseidon iria deixar a academia desprotegida e com os alunos parados dentro dela. - falo ironicamente e Luke franze o cenho, a música da boate muda e alguns gritos abafam a resposta dele. Devia ser uma música famosinha.

– Mas podemos usar isso contra ele. Se ele viajará, provavelmente irá deixar seus melhores alunos em algum lugar.

– E ele vai. - pego a vodka que o barman trouxe e tomo um gole pequeno. - O subsolo será usado para que os melhores alunos treinem. Os melhores, ou seja, aqueles que já estão comprados, aqueles que existe a possibilidade deles serem comprados logo, e os melhores que eles não podem comprar. - coloco o copo na mesa e olho para Luke. - Thalía e o irmão, Jason Grace, são desses. Piper McLean, Annabeth Chase, Nico di Angelo, apesar dele não ser tecnicamente um aluno, Reyna Avila Ramírez-Arellano, filha do casal de espiões falecidos, e é claro, Percy Jackson. Desses eu tenho certeza que estarão lá.

– Réia quer que você prepare a filha de Zeus para o abate. - Will comenta e eu e Luke o encaramos. - Logo. Ela sabe que ela irá para o show da banda favorita dela na Califórnia em dezembro. E sabe que Zeus só deu ela esse presente para tentar fazer as pazes, mas ela não quer mais esperar...

– Mas é claro que somente um ingresso para a banda da garota não irá fazê-la esquecer do abuso. - falo. - Ele irá mimá-la. Ele precisa conquistá-la. Logo ele precisará passar a empresa e a Deadly para alguém de sangue, fiel, e Thalía é a primeira na lista. Logo depois de Jason, já que ela é a mais velha dos dois. Mas se ela falhar, decidir que não quer a agência de aviões e nem a academia, Jason a terá. E a fortuna irá com ele.

– Mas ela quer a fortuna dos três grandes. - Luke fala e fica sério. - Ela sabe como retirar o legado do marido que foi dado a Zeus por ele ser o mais velho, mas não o mais inteligente dos três. Com Poseidon, precisa de um plano infalível, ele sabe de muita coisa e usará muitos dos seus contatos para ajudá-lo. Com Hades, aí sim quero ver. Ele é o cara mais foda do seu ramo. Não tem como.

– Réia culpa seus filhos pela morte de seu ex-marido. Ela quer vingança. - falo e bebo mais um gole. - E vingança ela terá. Não importa o método utilizado.

Will se remexe desconfortavelmente demonstrando que tínhamos companhia. Um grupo de homens e mulheres se aproximam no bar, mas um deles nos olhava disfarçadamente pelo canto do olho, com a mão no bolso da calça folgada. Luke olha significativo para Will...

– Não é mais seguro. - me levanto e coloco uma nota qualquer em cima do balcão e sussurro para os dois. - Fiquem atentos na saída. Esperem pela minha ligação.

Eu caminhei em direção a saída, esbarrando em algumas pessoas bêbadas que dançavam. A fumaça no local fez com que meus pulmões e olhos ficassem irritados, e eu tentei sair rapidamente daquele lugar.

Eu fiquei com raiva. De nada valeu aquele encontro. De nada valeu aquela noite.

Entrei no carro tentando me proteger do frio e dei partida. Solace e Castellan logo saem da balada, e assim que eu dou a partida, ouço o som de tiros. Estava tudo bem. Eu sabia que foi Luke quem disparou o tiro.

POV. Annabeth Chase

Eu não tinha conseguido dormir direito naquela noite. Não por causa de sonhos, mas por causa de pensamentos. Alec e Percy. Eu não conseguia parar de pensar nos dois. E eu detestei isso. Eu queria só esquecer. Eu só queria esquecer dos beijos. Esquecer dos cheiros. Dos toques. Dos sentimentos. Eu só queria esquecer de tudo.

Thalía vai para o banheiro enquanto eu fico deitada. Ela sabia que tinha acontecido algo entre mim e Percy na noite do jantar. Mas ela não falou nada. Eu sabia que ela queria saber de cada detalhe, mas ela respeitava o meu espaço e os meus sentimentos. Provavelmente ela esperaria até de tarde para me confrontar. Eu era eternamente grata por ela estar na minha vida. Sem ela, eu não sei o quê seria de mim hoje.

Decido não tomar banho, só escovo os dentes, amarro meus cabelos e visto uma calça preta jeans, um moletom cinza que dizia Deadly Fights Academy em letras pretas, e um tênis comum preto. Arrumo minha cama, e grito para Thals que vou para o café da manhã pra ver se Piper estava okay. Ficamos sabendo antes de irmos para o quarto ontem, que ela estava na enfermaria por estar muito doente. Tomara que ela esteja bem.

Saio do quarto enquanto Thalía acabava de gritar o refrão de uma música do Green Day, e fecho a porta, vendo que o corredor estava vazio. Devia ser seis horas da manhã em ponto, pois enquanto passava pelos quartos, não se ouvia nenhum som, ruído, nada. Coloco as minhas mãos dentro do bolso canguru do moletom e suspiro. Estava muito frio. Sinto meu nariz ficar gelado enquanto caminho em direção ás escadas.

Tudo estava quieto demais para uma terça-feira. Não sei explicar.

[...]

Tinham poucas pessoas no refeitório. Os únicos que eu conhecia eram Reyna e Jason. Era estranho ver o refeitório com poucos alunos, era estranho não ver aquele mar de alunos da Force comendo e sussurrando. Sigo em direção á mesa onde tinham chás e torradas, e as pego, colocando-as nas bandejas, e vou em direção á mesa que eu sempre sento com o pessoal.

Bebo o chá de maça e me arrepio. Eu adorava tomar coisas quentes. Chás, cafés. Era uma das minhas paixões. Dou uma mordida na torrada e enquanto comia, sinto alguém me dar um beijo na bochecha.

– Bom dia flor do dia. - Alec se senta do meu lado e eu rio de leve com a boca fechada. Mastigo e engulo. - Dormiu bem?

– Dormi com frio. - Alec pega uma das minhas torradas e dá uma mordida grande e eu o encaro séria.

– Dormiu assim porque quis, podia ter me chamado. - ele dá mais uma mordida e eu franzo o cenho.

– Come de boca fechada, animal. - falo e tomo um gole do chá quente, tentando esconder meu sorriso quando ele me olhou incrédulo.

– Animal? Virei cachorro agora? - ele comeu mais um pedaço enorme e abriu a boca, expondo todo o conteúdo dentro. Eu engasguei.

– Idiota. - tusso e ele ri, mastigando. - Agora eu tive prova do quão charmoso você pode ser, Alec.

– Eu sou charmoso pra caralho, Annabeth Chase. - ele responde e passa um dos seus braços ao meu redor. Não me incomodo dele ter feito isso. Ele estava quente, e vestia um moletom mais grosso que o meu. - Acostume-se.

– Não quero e não sou obrigada, Senhor Sou Charmoso Pra Caralho - enfatizo com um sorriso e dou uma mordida na minha torrada. Eu estava com fome.

– Você me ama. - ele come o resto da torrada. - Só não sabe ainda.

– Eu me asseguro dos meus sentimentos. - falo e ele me olho. E ai, senhor, ele me olha com um olhar sexy.

– Você tem certeza, Senhorita Chase?

– Eu tenho, Senhor Sadler.

– Hm.

Eu tinha?

Meu estômago revirou quando ele mordeu o lábio.

Alec pega meu chá e bebe um gole. Ele me olha e eu rio, vendo que ele estava com um bigode de chá. Ele ri junto, e se aproxima, seus lábios tocando os meus nos próximos instantes. Eram doces, e agora tinham gosto de chá de maça. Eram macios, mas não eram carnudos como os de Percy. Percy...

Eu quebro o beijo com um selinho e ele suspira.

– Então okay.

– Então, okay. - respondo confirmando.

Dizem que o coração de uma pessoa não pode se dividir em dois. E eu tinha certeza absoluta que o meu já tinha morrido, ressuscitado, quebrado, e agora estava começando a colar os pedaços perdidos. Eu só não sabia como meu coração podia aguentar tanto. Eu não sabia como ele podia ser tão elástico.

Eu não sabia como me sentir.

POV. Strangers In Paradise

Percy observava de longe Alec e Annabeth. Ele estava beijando a sua Annie. Ele estava tocando a sua Annie. Ele estava com a sua Annie. Sua. Só sua. E não do Alec. Ou aquela noite não valeu de nada? Percy só sabia que, dentro dele, um furacão de ciúmes crescia cada vez mais. Ele não ficou pro café da manhã. Ele foi direto para a biblioteca. Ella não questionaria ele. Ella não perguntaria nada. Ella entenderia. Ella sempre entende. Ella nunca iria perguntar para ele o motivo de estar ali.

Ella entenderia. Ella sempre estava ali. Com um livro enfiado na cara e os óculos caindo para a ponta do nariz. Sempre com cheiro de livros e café.

[...]

Reyna observava Alec e Annabeth de longe. Ela sentiu o ciúmes crescendo dentro dela, mas era só uma pontada. Ela não desviou o olhar quando Alec beijou Annabeth. Ela desejava aquilo. Ela desejava ser amada. Ela desejava se sentir amada. Ela desejava o alguém que lhe fora prometido desde o momento de sua existência. Parecia que o coração dela se rasgava desesperadamente por ter esse sentimento. Parecia que o peito dela gritava á cada batida de seu coração por aquilo.

– Jason. - ela chamou, ainda olhando o casal. - Qual é o caso da McLean?

O loiro quase se engasgou com o cereal que comia mas foi discreto. Ele sabia que Reyna nunca perguntaria para ele sobre alguma cosia relacionada á Piper... Ele olhou para a parceira, e a viu encarando Alec e Annabeth. Ele sentiu um tremor correr por sua espinha.

– Apollo não tem certeza do quê ela tem. Ele mandou o sangue para o laboratório e logo terá o retorno. Dentro de algumas horas, acredito.

– E se não for doença que ela tem? - Reyna o encarou e Jason sentiu seus olhos negros explorarem sua alma. Ele sentou ereto.

– O quê quer dizer com isso, Reyna?

Todos tinham um alguém. Porque ela não tinha também?

– E se ela estiver grávida?

Jason ficou congelado por um momento mas depois se recompôs, a raiva crescendo dentro dele. Era isso? Reyna estava com ciúme?

– O quê está insinuando, Supervisionadora?

– Você sabem muito bem, Supervisionador.

Reyna permaneceu séria e parada como uma pedra. Jason teve a vontade de rir. Como Reyna poderia dizer uma coisa dessas?

– Eu não transei com ela, Reyna. - ele falou frio e se levantou da mesa. - Era isso que queria ouvir?

E ele se foi, sem olhar para trás. Reyna teve vontade de se bater mentalmente.

Como ela podia ser tão estúpida com o cara que ela amava?

[...]

O dia passou lentamente. Logo depois do café da manhã, teve a aula de primeiros socorros com Apollo e com a participação especial de sua noiva, Angélica. Sim, eles estavam noivos. Mas ninguém, além dos dois e Annabeth, sabiam que Angélica estava grávida. O janelo branco largo disfarçava a barriga ainda, e provavelmente iria escondê-la por mais um ou dois meses.

Apollo e Angélica pegaram os alunos e os separaram em dois grupos. Um grupo ficou com Apollo, que pegou alguns dos alunos feridos duas noites atrás, e os usou para a sua aula. Angélica fez o mesmo. Porém, os grupos foram separados por sexo. Angélica ficou com o grupo do sexo feminino, onde pegou Cora, que tinha sido baleada no estômago, e que pela posição da bala e a profundidade que ela perfurou, ela não poderia ter filhos. Enquanto Angélica dava a aula, lágrimas silenciosas caíram dos olhos de Cora. Ela queria olhar para Octavian e segurar sua mão mas... Não queria ao mesmo tempo. Ela não queria que Octavian a visse assim. Ela queria ele para consolá-la, mas não queria que ele visse ela assim. Não poder ser mãe... Que castigo horrível.

Apollo ficou com o grupo do sexo masculino. Ele pegou Grover para dar a aula, já que o garoto tinha sido baleado na perna não robótica, e mais um garoto magrelo, que havia sito atingido perto do pescoço. Percy prestou atenção, já que não queria que a sua mente trouxesse a imagem de Annabeth beijando Alec. Ele olhou para o lado sem intenção, e viu Annabeth com a mão na boca e a outra na sua cintura, se abraçando. Ela estava prestando atenção, mas mesmo assim, parecia estar em outro mundo. Percy desviou o olhar.

A aula foi seguindo, e no término da mesma, os alunos deixaram os relatórios da aula com o professor e logo foram para as salas de aula, onde tiveram mais e mais provas, e nos últimos períodos, aulas com Paul sobre biologia biomolecular. Jason sentiu um arrepio nessa aula, e o garoto não sabia o motivo.

Annabeth tinha sentado do lado de Thalía, já que o professor tinha-o trocado de lugar por causa de conversa. A punk ficou irritada com o professor, e, se não fosse pela loira, Thalía tinha ido para a solitária por querer brigar com o professor usando as desculpas "Eu não tava conversando, caralho!" Mas que na verdade, estava.

Annabeth estava se forçando a prestar atenção. Ela tinha visto Percy sair do refeitório rapidamente depois do café e sentiu seu estômago afundar com isso. Essa imagem não saia de sua cabeça. Ela queria desesperadamente falar com ele, resolver de uma vez, mas ela sabia que não conseguia. Ela estava sendo medrosa. Mas não conseguia vencer esse sentimento que a domava. Ela queria olhar para ele agora, mas não conseguia. Quando a aula terminou e eles estavam indo em direção á escada, uma mão segurou seu braço e ela, esperançosamente, pensou em Percy. Mas não foi o moreno que ela viu. Foi Nico.

– Faça uma mochila com uma roupa de combate, um moletom e com o quê achar necessário. Nós dois vamos sair da academia hoje.

Enquanto os alunos saíam, Annabeth ficou congelada de pé, na frente de Nico. O garoto tinha as olheiras menores, porém, ainda estava com o rosto pálido e cansado. Os dedos finos em seu braço se fecharam com mais força. - Me encontre lá em baixo em dez minutos, Chase. - e assim, Nico virou as costas e se foi com o fluxo da multidão.

Ela colocou uma roupa de combate, um conjunto normal de roupas para o inverno, e sua escova de cabelo azul, a qual pertencia á Rachel Elizabeth Dare. Annabeth não sabia mais o quê levar. Queria levar seu caderno de desenho, mas tinha medo de algo acontecer com ele. Então decidiu colocar seu bloco pequeno de desenho e uma caneta. Colocou tudo na mochila, prendeu o cabelo e ajeitou o moletom. Ela saiu do quarto decidida de que hoje, o treino seria o melhor treino que ela teria.

Hoje, ela treinaria como antes.

[...]

– Para onde vamos? - Annabeth perguntou ao lado de Nico. Argos deu a partida no carro e eles começaram á sair do território da Force. Annabeth não conseguia desviar os olhos do magnífico prédio.

– Uma academia pequena perto daqui que Poseidon alugou para nós. - Nico digitava furiosamente para Elliot, seu amigo na Deadly, que contava que eles tiveram outro ataque. Nico tentou disfarçar. - Na verdade, ele alugou para os alunos, mas hoje será para nós dois. Ele não quer tirar os alunos tão cedo da academia.

– E que tipo de treino iremos ter? - Annabeth se limitou a perguntar isso. Nico não parecia estar com vontade de responder perguntas.

– Todo o tipo de treinamento que conseguiremos ter hoje e amanhã.

Annabeth olhou-o séria, quase sem ter acreditado no que ouviu. Ela segurou a bolsa em seu colo mais forte.

Hoje e amanhã?

– Poseidon queria que fosse uma semana, e fosse você e Thalía. Eu falei que queria só você, e que uma semana traria muitas suspeitas sobre você. E sobre mim. - Nico digitava furiosamente agora. O ataque foi diferente. A perda da Deadly foi de trinta alunos de duzentos. Uma bomba pequena foi colocada no meio da madrugada ao lado do dormitório dos alunos.

Ainda não consegui acessar o computador e nem o celular de Zeus. Ele parece ter sumido do mapa. Todos os arquivos que conseguimos valem de nada agora. Foi como se ele tivesse ido para A Terra Do Nunca. - Elliot.

– Tem certeza que vale á pena? - perguntou Annabeth mordendo o lábio, um ato de nervosismo.

– O quê? O treino? Sim. Necessário. - fala e a olha, frustado. - Agora guarde as perguntas para si, Chase. Teremos quarenta e oito horas juntos. - ele voltou a digitar. Como assim não valem nada? Eu ainda tenho os arquivos de Poseidon e aqueles que Zeus enviou para ele por uma conta anônima. – Você vai enjoar de mim.

Annabeth queria saber no quê Poseidon e Nico estavam metendo ela.

[...]

14:12.

Nico estava com Annabeth no carro. Luke estava com Will, indo para o aeroporto; Luke jogou a bolça de bombas enquanto estavam dirigindo. Alec estava conversando com Thalía durante a aula de técnicas de espionagem.

15:56.

Percy estava batendo no saco de areia enquanto Ares gritava no seu ouvido. Reyna estava conversando com Poseidon sobre a possibilidade dela fazer uma segunda prova para a faculdade. Drew estava na luta corpo á corpo com Léo.

17:34

Ella estava na biblioteca. Paul estava vendo o histórico da filha de Zeus e de seu irmão. Angélica estava em casa. Zeus estava desaparecido. Jason estava com Piper e Apollo.

POV. Piper McLean

Eu estava tremendo inteira. Eu me sentia fraca, me sentia doente, eu sentia tudo doer. Jason aperta a minha mão enquanto eu me encostava nele, com dificuldade de respirar. Eu só queria fechar meus olhos e dormir. Ou morrer. Qualquer um dos dois seria melhor do que estar com consciência e sentir o meu corpo do jeito que estava.

Eu olho para Apollo com meus olhos quase fechados. Eu estava com muito frio, mas ele dizia que eu estava com febre alta. Ele segurava nas mãos o meu exame de sangue. Minha visão fica turva tentando focar naquele maldito papel nas mãos dele. Estava ali a resposta do problema que meu corpo tinha. Se eu estava realmente doente, o quê eu tinha, ou Deus sabe o quê. E quanto Apollo demorava demais para responder, mas eu tinha a súbita sensação de que iria desmaiar. Seus olhos azuis corriam a folha ansiosos, temerosos. Eu não sabia o quê esperar do teste.

Um ataque de tosse surgiu como uma coceira no fundo da minha garganta, e pareceu que o ar dos meus pulmões foram roubados em um só golpe, e um soco havia sido dado em meu estômago. O gosto de sangue explodiu em minha boca. Jason tinha pegado o balde e o colocado na minha frente. Eu vomitei o meu almoço líquido e lá se foi a única coisa que eu tinha dentro do meu estômago. Eu limpo minha boca com as toalhas de papel que Jason me entrega. Eu não queria que ele me visse assim. Mas eu estava muito doente para dispensar a companhia dele.

– Apollo... - gemo, minha voz rouca e fraca que parecia cortar a minha garganta. Eu não tinha mais forças quase. Minha visão estava tão turva... Jason aperta mais minhas mãos. Era como se ele quisesse passar as suas forças para mim. - Diga que porcaria está acontecendo comigo, por favor.

Sinto o olhar de Jason desesperado em mim. Eu também estava desesperada. Mas eu tinha que tentar ser forte. Eu tinha que continuar tentando. Não podia falhar agora. Não com Jason do meu lado.

Eu forço meus olhos a se abrirem e eu tento focar em Apollo. Seu rosto estava pálido, e seus olhos azuis, inconsoláveis. Eu tento ficar ereta na maca, mas só consigo me escorar em Jason ao meu lado. Minha respiração estava desregulada, meu coração doía á cada batida, e meu corpo todo parecia latejar de forma crucial. Eu não sentia meus pés e mãos. Meu nariz parecia gelo, e o ar em meus pulmões pareciam agulhas. Minha cabeça rodava.

– Piper... - Apollo se sentou na minha frente. Foquei naqueles olhos azuis tão intensos como o céu na sua cor mais perfeita. Eu pisquei duas vezes e fechei meus olhos que ardiam. - Quero que me escute bem.

Eu assinto e Jason me ajuda a ficar mais ereta. Eu me obrigo á olhar para Apollo e sinto o enjoo voltar. Engulo a bile. Não agora. Depois eu podia me despedaçar. Eu tinha que ter forças para juntar os pedacinhos agora. Eu tinha que fazer isso. Fico tonta e fecho meus olhos com mais força. O gosto de sangue em minha boca era como metal, e o cheiro do meu próprio sangue me fez querer mais uma vez ficar enjoada.

– Piper... Você tem uma doença muito rara. Uma doença genética, mas que ela foi desaparecendo de acordo com os anos. - as palavras de Apollo ecoavam em minha mente. Eu assinto, e sinto Jason fraquejar ao meu lado. Meu coração batia muito rápido, como se fosse rasgar meu peito e quebrar minhas costelas. Eu não estava entendendo nada. - Ela é sanguínea. Seu sangue tem células que se reproduzem de uma forma errada, mas que seu corpo as aceita pois elas morrem e logo são substituídas por saudáveis. Mas essas saudáveis, ficam doentes, e assim se fecha e reinicia o ciclo.

Eu assinto. Meu estômago parecia estar levando pequenos socos, e minha cabeça parecia estar sendo amassada. Sangue ruim. Sangue ruim. Sangue ruim. Era só isso que ecoava em minha mente. As palavras de Apollo eram como facas em cada veia que meu salgue pulsava. Sangue ruim. Sangue ruim. Sangue ruim.

– E existe cura, certo? Existe uma cura, né Apollo? - Jason desesperado e inconsolável perguntou por mim. Eu estava quase inconsciente. Não. Pera aí, coração. Calma. Eu tinha que aguentar mais um pouco. Aguenta coração. Aguenta, por favor. Só mais um pouco.

– Não Jason. Não existe cura. - a voz de Apollo era triste. Ele não queria dizer isso. Ele não queia falar a verdade. Eu não queria saber a verdade. - A doença não é reversível e não existe cura. Piper, tem pelo menos, mais dois anos de vida.

– Só dois anos de vida? - Jason pergunta, e sua voz me racha o coração. Só dois anos de vidas. Pode ficar com Reyna. Eu não presto mesmo. Nunca prestei. Sou um brinquedo quebrado. Não sou sua perfeita boneca de porcelana como você me falou uma vez. Eu sou uma imperfeita boneca de porcelana.

– A doença só resolveu ficar mais forte agora, Piper sempre a teve. Qualquer resfriado ou gripe poderia ter sido por causa dessa doença. As células estão morrendo e se gerando mais rápido agora, mas também estão morrendo em uma velocidade mais rápida, e até possivelmente, estar no organismo dela por tempo demais e causa mais tragédias nela. Ela terá períodos curtos em que suas células ficaram mais estáveis, e ela ficará saudável e boa. Mas serão períodos curtos, Piper. Eu receio que talvez, haja períodos mais longos em quê você poderá correr risco de vida. O tempo estimado do analista que enviou o exame, é de dois anos. Eu posso cuidar de você na medida do possível, mas não existe cura. - Eu olho para Apollo e seus olhos azuis estavam tristes, sua boca contorcida em uma linha de pesar, e eu não sei se estou chorando. Eu sinto tudo e não sinto nada ao mesmo tempo. O tempo estimado é de dois anos de vida. Eu assinto, com minha cabeça girando. Meu sangue pulsa em minhas veias e arde como fogo pelo meu corpo todo. Eu tremo e engasgo. Um soluço escapa.

Dois anos. Dois anos de vida.

Sangue ruim. Sangue ruim. Sangue ruim.

– Eu sinto muito, Piper. - Apollo estava realmente triste. Jason deixa uma lágrima escorrer pelo canto de seu olho. - Eu sinto muito mesmo.

Eu não conseguia olhar para Jason. Ele me abraça e chora levemente em meu ombro, suas lágrimas manchando a camisola de hospital. Ele estava tentando ser forte por mim. Mas eu não conseguia ser forte por nós dois.

Agora sim coração. Você pode quebrar á vontade.


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Notas finais do capítulo

AOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO RUFFLES
Eu amo vocês.
Enfim, eu peguei algumas das ideias que vocês me deram no cap passado e eu amei algumas. ~~a maioria foi pra te Percabeth MAS CALMA GENTI, ELES VÃO TER SEXO MAIS PRA DEPOIS, CALMA, VOCÊS VÃO TER UMA CENA ESTILO 50 TONS DE CINZA AQUI CALMA SEUS SAFADO SAPOKAPAOKASPOK Mas sério, vai ter cena de sexo. HEUHE estou pensando nos detalhes :3
Mas voltando, eu queria saber se vocês tem mais ideias que gostariam que tivesse MESMO na fic, que tipo, vocês pensem, PUTA QUE ME PARIU, ISSO TEM QUE TER NO PRÓXIMO CAP OU NA FIC ANTES DELA TERMINA porque vai ter segunda temporada. Essa é a primeira e vai até A Annie sair da Force. Sim, MAS N VO MAIS DA SPOILER.
Amo vocês de todo o coração.
Fiquem bem.
Okay?