Never Let Me Go escrita por Strangers in Paradise


Capítulo 37
Capítulo 37. Convidada


Notas iniciais do capítulo

Vocês são uns filhos da puta que eu amo pra caralho.
Feliz Natal Ruffles e um ótimo Ano Novo.
Eu amo vocês.



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POV. Percy Jackson

Wow.

Simplesmente wow. Eu acho que nunca fiquei tão feliz assim. Meu Deus... Eu não conseguia me acalmar. Se eu deitava, eu rolava de um lado pra o outro. Se eu ficava de pé, caminhava de um lado para o outro. Se eu comia, eu não parava de comer. Era ansiedade, era felicidade... Era uma coisa que eu nunca tinha experimentado tão intensamente. Nem quando eu transei com Drew ou Calipso, ou quando ia ás festas antes de meu pai me trancar na academia. Nunca, ninguém tinha feito eu me sentir dessa forma.

Eu me senti uma bomba. Eu estava prestes á explodir. Não uma bomba detonadora, mas sei lá, uma bomba boa. Era como se meu coração transbordasse de alegria. Caralho. Eu ainda conseguia ouvir as palavras de Piper em minha mente. Eu não consegui aguentar o sorriso.

FLASHBACK ON

– Então... Eu conversei com ela. - ela disse, meio que com receio. Ela não parava de contornar a boca da xícara de chá.

– Okay... - eu disse e minha perna não parava de se mexer. Eu estava nervoso. E muito. - E ela...?

– Bem... Eu comecei a conversar com ela sobre uma coisa minha. - Jason. Era óbvio, os dois não se desgrudavam mais. Todos percebiam que ele estava com ela. Até mesmo, Reyna... - E depois eu toquei no assunto dela e um outro garoto e...

– Espera... - estávamos nós dois e Ella, a bibliotecária, mas ela estava ocupada cadastrando livros para ouvir a nossa conversa. Eu me ajeitei na mesa e ela pareceu engolir em seco. - Quem?

Não me diga que é Nico, por favor.

Se eu ouvir que aconteceu algo com ele, Percy, eu conto pro Jason quem fez. - ela olhou séria pra mim. - Alec Sadler. Tudo o quê precisa saber. Agora... - ela se tomou um gole do chá, e eu vi que sua garganta estava inflamada. - Ela me disse que não sabe o quê sente. Nunca se sentiu assim. Vocês dois confundem ela.

– Confundo? - perguntei franzindo as sobrancelhas.

– Cara, se você fosse mulher, ia entender. - ela suspirou. - Primeiro: quando tem mais de um cara na cola da mulher, e ele é como você, e Alec, e os dois começam a ser fofos com ela, dar atenção a ela, e toda a baboseira que vocês não veem que estão fazendo, ela começa a ficar confusa. Se gosta de um, ou de outro. Segundo: você mudou com ela, assim como mudou comigo. Ou seja, ela te tem nas mãos porque você gosta dela. - eu abri minha boca pra discordar, mas ela levantou a mão e me apontou o dedo. - Não negue que é verdade, Percy. Xiu. - ela bebeu outro gole do chá. - E terceiro: ela sente algo por você, Percy. Não sei o quê é, ou com qual intensidade tem. Mas ela definitivamente sente algo por você.

– E o quê sugere que eu faça? - perguntei, tentando esconder minha felicidade. Eu queria gritar alto, queria abraçar ela por ter descoberto isso. Queria sorrir, queria gritar. Isso não é normal.

– Continue na batalha. - ela disse e se levantou com uma careta. - Percy, me desculpe, mas eu preciso ir para a enfermaria. Eu estou piorando... Essa gripe... - e eu a segui para a enfermaria, ela me contando mais da conversa dela e de Annabeth, me contando como ela estava se adaptando a academia, com as pessoas...

FLASHBACK OFF

Eu entrei no refeitório para o café da manhã sorrindo pelos cantos do lábio, mas percebi que o refeitório estava mais calmo que ultimamente... Meu sorriso desapareceu quando eu vi meu pai, e o Sr D falando com os alunos para eles se acalmarem e se sentarem.

– Muito bem. - começou meu pai, enquanto eu pegava uma salada de fruta do balcão e me sentava ao lado de Grover, que carregava muletas ao seu lado, ele me olhou e sorriu. - Com o ataque de ontem á noite, infelizmente nos custou caro... Três alunos morreram até agora.

Os sussurros começaram e eu olhei para meu pai. Ele estava mais grisalho. Cansado. Muita coisa tinha acontecido com ele. O Sr. D levantou a mão para pedir silêncio e todos se calaram. Vi algumas pessoas chorando na mesa ao lado. Eu não estava surpreso com as mortes... Pelo ataque, achei que metade dos alunos teriam sido eliminados. Três era um número pequeno, mas comparado ao sofrimento, era muito.

– Jasmine Lourtos, Jessika Hotgur e Nick Odelar vieram a falecer no momento que chegaram a enfermaria. Apollo, Paul e Angélica, fizeram de tudo. Mas infelizmente, eles não conseguiram sobreviver. - meu pai olhou diretamente para o grupo da mesa ao lado. - Todos sentimos por esta perda. Alguns alunos já receberam alta, mas muitos ainda estão sob cuidados médicos. Eu peço á vocês, não como diretor, - e ele olhou diretamente para mim - mas como alguém que se importa, para tomarem cuidado. A academia vai sofrer uma mudança nos próximos dias. - ele olhou para todos. - Fiquem alertas. Não queremos perder mais ninguém.

E assim, o silêncio constrangedor ficou no refeitório enquanto Poseidon saía. Eu comi meu café da manhã em silêncio enquanto escutava Calispo tagarelar com Drew sobre uma revista do não sei o quê. Grover estava conversando com Léo. Júniper era a única calada na mesa. Ela e eu não conseguíamos nos misturar nos assuntos... Olhei ao redor e vi que Reyna conversava com o Sr D; e eu vi que Jason não estava com ela. Olhei para a última mesa do refeitório, e vi ele com Piper, sentados na última mesa do refeitório, junto com Annabeth, Alec, Nico, Thomas e Thalía. Meu primo obscuro saiu assim que terminou seu café, e Piper teve a intenção de segui-lo, mas Jason a segurou negando com a cabeça de leve... Ela se escorou nele e suspirou.

Thomas e Thalía conversavam baixo... Alec estava tentando animar Annabeth, mas ela negava com a cabeça, sem conseguir sorrir. Ela se levantou, e eu vi como ela estava horrível. Seu cabelo estava despenteado, amarrado em um rabo de cavalo mal feito. Suas olheiras, mesmo distantes eram visíveis e profundas. Ela usava um moletom preto, e calça jeans escuras. Ela saiu rapidamente para a saída do refeitório e eu queria segui-la. Mas Alec a seguiu.

Amacei a minha salada de fruta com a colher para conter minha raiva.

Droga.

POV. Annabeth Chase

– Annie! - ouvi a voz de Alec á pouca distância. Eu não me virei para ele.

– Eu realmente não estou no clima, Alec... - falei baixo, mas o suficiente para ele escutar. Coloquei minhas mãos dentro do moletom e eu senti o sentimento ruim crescer em meu peito. Eu já não tinha dormido essa noite. E quando consegui, aquele sonho me perseguiu. O sonho da morte dos meus pais.

– Hey. - ele me segurou pelo cotovelo e ficou na minha frente. Eu olhei em seu peito e depois em seu rosto. - Eu só quero te fazer melhor. - A preocupação em sua voz em fez sentir um frio no estômago. Eu desviei o olhar. Ai Alec... - Por favor, Annie.

Seus olhos estavam mais castanhos hoje. O verde perto da pupila foi esmagado pelo castanho claro. Eu desisti. Suspirei e abaixei a cabeça, escorando-a no peito dele. Alec me abraçou e eu abracei a sua cintura, respirando o leve perfume que vinha de seu moletom.

Eu queria esquecer as imagens do sonho em minha mente. Eram horríveis. O sangue, a faca... Até mesmo as estranhas e desconhecidas vozes daquela noite que desapareciam e só ficava as imagens. Eu senti a dor do homem que me segurava. Eu senti a dor em meu peito, a força que eu gritei ao ver minha mãe morta... O sangue, meu pai gritando, os olhos de minha mãe... Eu gritei ao acordar. Eu chorei enquanto sonhava e até mesmo depois. Eu não queria mais aqueles sonhos. Eu só queria dormir sem que os fantasmas da minha vida viessem e me torturassem.

Era pedir demais isso?

– Vem... - ele sussurrou em meu peito e me levou para as escadas, com ao redor de meus ombros e o meu braço direito ao redor de sua cintura. Ele nos guiou pelas escadas até o corredor do dormitório masculino. Meu estômago travou e meus passos diminuíram, mas ele não pareceu se importar. Caminhamos até o quarto do número dezoito. Alec abriu a porta primeiro e entrou, depois, me pegou pela mão. - Você está horrível, se quer saber. Acho que precisa descansar um pouco. - eu tive que abrir um sorriso de lado. Era fácil Alec me fazer feliz... Ou me fazer focar em algo que me esquecesse dos meus pesadelos e pensamentos.

O quarto era basicamente o mesmo que meu e o de Thals, só que havia posters de bandas em todo o quarto, como Panic! At The Disco, Nirvana, The Rolling Stones, Hot Chili Peppers, Arctic Monkeys e várias outras bandas que eu conhecia por causa de Thalía. Todos estavam espalhados, assim como posters de motos e garotas em chamas, aquele Johnny Blaze do Motoqueiro Fantasma e um cara bombado com várias tatuagens, piercings e barba, segurando ferramentas com os braços cruzados.

– Wow. - eu sussurrei ao entrar no quarto e Alec riu, passando a mão no cabelo loiro.

– É, Léo gosta dessas coisas.

Eu não sabia que ele dividia o quarto com Léo, mas aquilo não me incomodou. O quê me incomodou foi que Alec fechou a porta, mesmo segurando a minha mão. Espera. Eu confiava nele... Não? Meu estômago pareceu ter cimento quando ele se virou pra mim e se aproximou. Eu quis recuar por um momento... Mas não recuei.

– Então? Vai me contar o quê aconteceu para ficar assim? - ele passou o dedão delicadamente sobre a minha olheira e eu franzi o cenho em resposta. Eu não estava corando, mas senti o calor de seu dedo em minha pele fria. - Não é só o cansaço da floresta, Annie. Eu sei que tem algo a mais.

Ele deixou de leve a minha mão e colocou a dele no bolso do moletom cinza. Eu olhei em seus olhos enquanto ele fazia carinho em minha bochecha, esperando pela minha resposta. Eles estavam sérios... Mas calmos, e meio preocupados. Ele se importava... Esse pensamento me fez ficar mais tensa ainda. Mas como eu ia contar tudo? Os meus sentimentos, meus pesadelos, meu passado... Não. Eu não podia. Tudo não. Ele não podia saber de tudo. Ainda não, pelo menos...

Eu suspirei e desviei os olhos, olhando para baixo.

– São só sonhos... - tentei me convencer disso quando sussurrei. - Só sonhos ruins... - mas eu não consegui convencer a mim mesma. Não eram só sonhos. Eu sabia disso. Eu tinha vivido aqueles momentos. Não era algo que eu podia me esquecer, mesmo querendo.

– Do quê eram? - ele perguntou baixo, ainda acariciando minha bochecha.

Eu neguei com a cabeça levemente, e fechei meus olhos. Eu o ouvi suspirar. Eu não estava pronta... Falar deles os fazia mais reais em minha mente... O sentimento de dor, tristeza, e de que eu estivesse me encolhendo me fez querer chorar... Eu não quero isso... Não quero lembrar de como eu sentia saudades dos meus pais. De como eu sentia saudade do cheiro do meu pai. Como eu senti saudades do sorriso de minha mãe. De como eu sentia saudade do quê me fora arrancado... Eu não quero sentir essa dor.

Alec me pegou pela cintura e se sentou na cama de solteiro. Pegou a coberta que estava dobrada e me puxou para deitar junto dele. Ele nos tapou, e eu suspirei, sentindo o seu calor. Seus braços ao redor de mim, suas mãos em minha cintura... Eu me perdi em sentimentos que travavam guerra dentro de mim mesma.

– Tente dormir, Annie. - ele sussurrou em meu ouvido e eu me ajeitei mais contra ele.

– Eu não vou conseguir... - sussurrei de volta.

– Tente. - ele sussurrou e começou a passar o dedo em movimentos circulares na espinha da minha coluna. - Eu vou estar aqui quando você estiver dormindo. Eu não vou a lugar nenhum.

E eu acreditei nele quando meus olhos se fecharam como chumbo.

POV. Strangers In Paradise

Annabeth acordara gritando, mas fora acalmada por Alec. Ela chorava e soluçava desesperada. Ele acalmou-a, e sobre a luz do abajur na escrivaninha, ele conseguia ver as grossas lágrimas escorrendo pela pele macia da loira. Ela chorou em seu ombro quando ele a abraçou forte.

– Alec, eu sinto muito... - ela sussurrou, depois de alguns minutos, deitada novamente no peito do garoto. Ela estava mais calma. - Eu não queria que tivesse me visto daquela forma...

– Shhh, tudo bem. Você também é humana, Annie. - ele disse e deu um beijo na cabeça dela. - Você também sente...

– Mas eu não quero. - ela sussurrou. - Não quero ver de novo a noite que meus pais foram mortos. Não quero saber se minha antiga academia foi incendiada ou se a Force foi atacada...

– Hey, pare de pensar nisso. - ele sussurrou e continuou com o cafuné. - Só pare.

Eu preciso me distrair... Annabeth tomou uma decisão naquele segundo. Ela se levantou na cama, ficando de joelhos. Alec ficou apoiado nos cotovelos. Ela respirou fundo.

– Annabeth?.. Oq-quê... WOW... - ele se assustou e arregalou os olhos quando a garota se sentou em sua cintura, e o empurrou para trás.

– Eu preciso tentar uma coisa... - ela sussurrou e se aproximou do rosto. Ela fechou os olhos, e Alec entendeu, em surpresa. Ele segurou na cintura de Annabeth, e puxando mais para ele. - Eu preciso esfriar minha cabeça...

Alec a beijou antes mesmo dela ter terminado a frase.

[...]

– E o quê você quer que eu faça, Sally? - Poseidon perguntou, enquanto sentava em sua cadeira, o telefone em seu ouvido.

– Traga-o aqui. - ela disse, olhando para a janela do apartamento. O almoço estava quase pronto e Tyson estava na cadeirinha dele. - Qual é, Poseidon. - ela o questionou quando ouviu-o suspirar. - Seria a hora perfeita. Ninguém espera que você tire Percy, ou qualquer aluno da academia... E eu... - ela suspirou triste. - Eu sinto saudades dele.

– Eu sei que sente, Sally... - aquilo partiu o coração de Poseidon.

– E Tyson também. - ela disse se virando para onde o bebê estava, brincando com um dinossauro azul de pelúcia. - Eu não quero que ele cresça longe de Percy...

– E o quê quer que eu faça se ele não vier? - perguntou massageando a testa tensa e enrugada.

– Diga para ele trazer um amigo... Ou! - ela continuou, lembrando da conversa anterior deles. - Lembra da garota? A filha de Atena? Eu realmente gostaria de conhecê-la e... Acho que ia ser legal se ela vier aqui. Afinal - ela mordeu o lábio, ansiosa e nervosa. - Eles se dão bem, né?

– Se isso der errado não é como nos seus livros que tudo se resolve no final.

– Ah, eu resolvo. - ela riu. - Eu resolvi com você, não foi?

Poseidon revirou os olhos.

– Quando?

– Hoje, no jantar com os nossos amigos.

– Sally!

– O quê? - ela andou perto do filho mais novo, ela sorriu para ele quando ele a ofereceu o brinquedo, rindo. - Vai ser bem melhor hoje. Afinal, hoje é domingo e os dois vão poder ficar juntos durante o jantar... Você pode usar qualquer desculpa que quiser para manter ela fora de encrenca, e Percy, você pode dizer que ele veio com você pra cá. Os dois precisam disso, Poseidon.

– Argh. - ele respirou fundo. - Eu te odeio.

– Eu também te amo. Agora vá falar com ele. E se ela recusar, diga para arrastá-la pra cá. - ela brincou. - Vai ser bom pra ela. Pra nós.

– Eu te amo. Se cuida. Dê um beijo em Tyson por mim. - ele falou e ouviu a voz risonha do filho.

– Ele devolveu. - ela riu e desligou o celular.

Sally Jackson era impossível.

[...]

Annabeth estava escorada em Alec quando terminou o almoço, e Piper lançou-a um olhar irritado. Elas precisavam conversar. Mas não foi possível pois Jason a levou para o quarto, com a desculpa que precisavam estudar. Drew viu de longe o casal ir para a fora do refeitório, e um sorriso malicioso se formou no rosto. Ela teria a vingança em Piper. Percy olhou para Annabeth e precisou se esforçar para lembrar das palavras da garota: Primeiro: quando tem mais de um cara na cola da mulher, e ele é como você, e Alec, e os dois começam a ser fofos com ela, dar atenção a ela, e toda a baboseira que vocês não veem que estão fazendo, ela começa a ficar confusa. Mas Annabeth não parecia confusa.

Percy nem comeu o seu almoço. Ele se levantou e Léo, que estava do seu lado, perguntou aonde ele ia. Percy nem o respondeu. Foi direto para a sala de armas, onde passou quase metade da tarde, até seu pai aparecer.

– E se eu não quiser? - ameaçou depois de ter ouvido seu pai falar do jantar.

– Então sua mãe ficará muito triste. Assim como Tyson. - Percy desviou os olhos dos de Poseidon... O ponto fraco do momento foi descoberto com o irmão mais novo de Percy. - E ela disse que você podia levar um amigo... Ou uma amiga. E nós dois sabemos quem. E ela pode ir.

Percy olhou-o, surpreso, mas não demonstrando. Ele deveria saber de tudo de Annabeth... Mas o quê ele sabia sobre os dois?

– Vocês dois voltariam antes do café da manhã.

– Então dormiríamos em casa? - Percy teve um sentimento de felicidade ou pensar nessa possibilidade. Seu antigo quarto, sua antiga vista... Sem barras, sem vidros reforçados... Livre.

– Sim. - Poseidon viu que tinha ganhado. - Temos um acordo?

Percy não demorou mais de meio segundo para concordar.

Seria perfeito.

[...]

Annabeth passou a tarde na enfermaria, com Thalía. A punk quase matou a loira quando ela contou que tinha ficado com Alec. Assim como Thomas, que ouviu o resto da conversa. O garoto estava melhor, mas teria o braço preso em uma tala por mais ou menos uns dois meses... Todos os pacientes na enfermaria estavam exaustos para se concentrar na conversa ou estavam simplesmente dormindo. Annabeth não precisou se preocupar em contar baixo.

– Você estava maluca? - perguntou Thalía séria, com os olhos meio raivosos. Annabeth nunca tinha feito uma coisa dessas.

– Eu só queria esclarecer minha mente, Thals. - ela confessou, culpada. - E não foi nada demais, só alguns beijos...

– Nada de mais para você mas e para ele? - ela perguntou e Thomas concordou.

– E ainda tem o Percy na questão. - as duas olharam para ele e ele levantou as sobrancelhas. - O quê? O Jackson não está mais na dela?

– É claro que está. - a voz de Piper atrás deles fez Thalía pular de susto. - Vocês deviam falar mais baixo, alguém pode passar e ouvir tudo.

– O problema não é esse no momento. - respondeu Thalía. - Meu primo logo vai desencalhar dela. Eu tenho certeza.

Aquilo feriu Annabeth mais do que ela tivesse gostado. Ela não tinha escolhido Alec... Mas e se fosse isso que o garoto pensava? Que ela queria algo com ele? Ela não sabia se queria Alec ou Percy. Os dois eram diferentes mas... Ela nunca se sentiu daquela forma. Com nenhum dos dois.

– Okay, eu fiz besteira. - ela ergueu as mãos, e bufou. - Eu vou conversar com Alec... Ele vai entender. - e se levantou.

– Pode apostar que ela vai, aham. - o tom de ironia na voz de Thomas a fez se sentir pior ainda. Mas Annabeth não foi falar com Alec... Não. Ela iria fazer outra coisa. Ela iria para o único lugar onde o corpo extravasa, e mente fica limpa.

[...]

Percy olhou para as portas da sala, e viu Annabeth, entrando, com uma regata preta, calças largas de malha, e de tênis. Ele parou de socar o saco de areia e o segurou enquanto ela entrava.

– Sabe, a maioria dos alunos fica de folga das lutas. - ela olhou para ele enquanto foi para o banco, retirar o tênis. - Por que não está descansando?

– Eu não consigo... - ela começou a rolar a fita branca em torno das mãos, formando uma luva ao redor do punho depois que retirou os tênis e as meias. A sala estava fria, era umas três horas da tarde. Ela caminhou para o outro saco de areia. - E você?

– Desocupar a mente. - respondeu e foi beber água.

– Somos dois. - ela começou o alongamento rápido, e começou a chutar e a socar com golpes, kombos, que ela tinha aprendido com Quíron. Nico estava sumido. Não tinha ido falar com ela nem mesmo depois do ataque. E ela queria esvaziar a mente. Parar de sentir a dor no peito, a culpa, e movê-la para braços e pernas. Ela queria treinar como antes.

– Parece que você quer atravessar o saco. - ele riu, observando-a.

– Sabe, acho que essa é a intenção. - ela não parou, mesmo ofegante.

– Que tal lutar contra carne e osso? - perguntou Percy de braços cruzados. Annabeth levou a sério o quê era pra ser brincadeira dele, e parou de socar o saco, e o imobilizou-o, se preparando para usar as pernas agora.

– Não, não quero deixar você roxo. - a resposta escorregou de seus lábios e ela, e Percy ficaram surpresos. E foi aí que ele pensou na brilhante ideia.

– Annabeth. - ele a chamou mas ela não parou. - Annabeth, olhe pra mim.

A garota parou, e o olhou. Ela não suou, mas estava com os músculos doendo. O saco de areia ainda estava em movimento por causa da força da garota, mas ela o segurou.

– Meu pai conversou comigo hoje. - ele disse se aproximando dela, ainda com os braços cruzados. - Eu tenho que ir num jantar hoje á noite.

Annabeth o olhou intrigada e surpresa. Sabia que o relacionamento dos dois, de pai e filho, não era muito bom. - Que bom... Ótimo na verdade, você vai poder ver a sua família... - ela tentou fazer uma conversa mas ele negou com a cabeça, interrompendo-a.

– Eu vou precisar de uma acompanhante. É um jantar com os amigos do meu pai e da minha mãe. Vai ser importante.

Ai Meu Deus... O estômago de Annabeth parecia ter cimento, e suas mãos tremeram de leve. Seu coração pulsou mais rápido. Ela não acreditava no quê estava acontecendo. Isso não estava acontecendo. Não podia estar acontecendo.

– E você vai junto comigo, como minha acompanhante.

– O quê?


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Notas finais do capítulo

Okay. Eu amo vocês.
Eu desejo tudo de bom para vocês, meus amores.
E quando eu voltar da viajem, eu escrevo mais. 2 de janeiro eu volto pra cidade. Eu queria ter feito um cap mais divo, mas não consegui por falta de tempo.
Eu amo vocês, e desejo um ótimo ano novo. NÃO FAÇAM SEXO, NÃO BEBAM DEMAIS E SORRIAM PRAS FOTOS. TÁ? Mamãe ama vocês muito pra perder vocês. Mas sério Ruffles, eu amo vocês mesmo. Dois anos a fic vai fazer quase, e wow, dois anos é muito mesmo. E vocês me acompanharam mesmo os ruffles novos.
Eu sinto muito por qualquer coisa que eu fiz/falei pra vocês.
Eu amo vocês.
Feliz Natal e um ótimo Ano Novo.



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