Never Let Me Go escrita por Strangers in Paradise


Capítulo 35
Capítulo 35. É, talvez...


Notas iniciais do capítulo

Seguinte Ruffles
Sem reviews, sem cap.
Fui generosa. Poucos reviews pra um cap bom desses... Tsc Tsc Tsc
Decepcionada.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/346355/chapter/35

POV. Nico Di Angelo

Depois da aula com Héstia, de Física, todos os alunos se levantaram e começaram a sair da sala de aula desanimadamente. Muitos estavam conversando baixo, enquanto outros estavam simplesmente saindo de suas carteiras em silêncio. Mas logo todos estariam alerta novamente, sendo empurrados para o limite. Era três horas da tarde, e em vinte minutos, teríamos que ir para a floresta, ter a aula com o ultra mega power professor maromba fitness. Esse pensamento me deu um desgosto, mas também um alívio. Naquela tarde, eu não iria participar da aulinha do Ares, o ex-general de guerra.

Segurei Annabeth pelo pulso quando ela foi dobrar a folha de nossa conversa para se levantar quando a professora nos dispensou da aula. Ela me olhou intrigada, curvando levemente as sobrancelhas. Lancei-a um olhar de, deixe-os ir primeiro, e ela recuou a mão, se escorando mais ainda na cadeira, analisando os alunos disfarçadamente enquanto passavam.

Annabeth era boa em perceber as coisas. Seus olhos cinzentos avaliavam tudo. Eu quase que podia ouvir as engrenagens de seu cérebro trabalhando quando conversávamos sobre algum assunto importante, ou simplesmente conversando sobre coisas normais. Ela sempre avaliava tudo. E sempre pensava bem antes de cada resposta. Me pergunto o quê ela tem a esconder para fazer isso.

– Temos que ir na sala de armas, preciso que me encontre lá depois de trocar de roupa. - falo baixo, enquanto os bagunceiros da sala já iam saindo. Percy ficou por último, fingindo tentar acordar Grover. Patético. Continuei olhando para frente. - Não deixe que te sigam quando for para a sala.

– Que roupa eu preciso colocar? - ela perguntou me olhando. Mas era óbvio que ela não sabia. Ela era nova ainda. A olhei. Seus olhos ficaram conectados aos meus. Gostei e não gostei disso. Era como se eles avaliassem a minha alma. Soubesse de todos os meus segredos...

Mas ela não sabia. Ninguém sabia.

– Coloque aquela calça legging preta e uma regata que cubra seu busto até mais ou menos seu pescoço. Está nevando, Ares vai nos dar o macacão mais pesado que ele tiver. Não se esqueça de colocar uma meia grossa e escura. Acho que ele vai nos dar as botas também. - estremeci de leve só de lembrar, desviando o contato visual. - Mas acredite, os macacões fedem, e as botas são desconfortáveis. - me levanto e ela se levanta.

Percy parece finalmente ter acordado Grover, que tinha uma marca grande de baba na bochecha. A manga de seu casaco estava com uma macha mais escura. Eu ri mentalmente quando Percy olhou para Annabeth de lado, enquanto ela passava. Quando saímos da sala, ela seguiu para a direita, onde minha prima punk e Piper a esperavam junto de Thomas e mais um carinha, que eu não me lembrava o nome. Piper a abraçou pela cintura, e Annabeth sorriu. Era estranho ver ela sorrir. Seus olhos ficavam diferentes, como se ela tivesse guardado aquela felicidade para só aquele momento. Seus olhos não tinham aquele cinza ameaçador, nem o olhar que me deixa com um frio na espinha. Era quase um cinza feliz, uma tempestade calma.

Eu me pergunto o quê fez Annabeth Chase ficar assim. Ela teria sido uma garota normal, mesmo depois da morte de seus pais. Poderia ter sido adotada, ido numa escola normal, ter feitos amigos normais. Ela era uma garota incrível, não só pela inteligência, mas com a confiança que transmitia. O auto controle, a calma... Tudo.

Eu sabia que ela tinha problemas com confiança. Eu não li só as fichas dela. Eu li as conversas dela com as psicólogas da Deadly. Li os trabalhos dela, vi os campeonatos gravados no computador de Zeus, e li também as anotações que os professores faziam dela... Eu poderia dizer que a conheci melhor do quê muitas pessoas. Seu lado assassino, protetor, nerd, amigo, agressivo... Se eu falasse que Annabeth Chase tem várias máscaras, eu estaria falando a verdade. Ela tem. E não as deixa cair. Sempre as usando, sempre desconfiada. Mas naquele momento ali, ela com Thalia e Piper, sorrindo para elas, eu vi que ela decidiu tirar todas as máscaras que ela carregava.

Ela sabia aproveitar os poucos momento de paz de sua vida.

[...]

Eu estava sozinho na sala de Armas. As enormes janelas de vidro refletiam de leve o meu reflexo com a katana, apesar da fina neve que já caía e se acumulava nos cantos do vidro. Apesar do frio natural da sala, eu estava só de regata preta e calça adidas, completamente descalço. Estava me aquecendo com a arma, no tatame, descalço. Ahh... Que saudades que eu estava de treinar com ela. Fazia meses que eu não tinha tempo para treinar com uma arma de corte que eu tanto gosto. Meu trabalho não me permitia muito tempo livre.

Eu sabia que Poseidon estava me observando pela câmera de segurança, mas não me importei. Eu precisava do meu momento de paz.

O qual não durou mais do que cinco minutos.

– Existe algo que você não seja bom? - Annabeth perguntou. Estava com uma regata vermelha, que cobria o busto, mas não tanto. Usava sua legging preta e tênis de corrida, mas com uma meia preta grossa. Ela ouviu minha sugestão. Na mão direita, carregava o casaco que usava mais cedo.

– Tem. - digo indo guardar a katana na parede, quase suspirando. - Mas não posso revelar. Você usaria contra mim. - olho para ela pelo ombro e sorrio de lado, enquanto eu via ela sorrir de leve.

– Achei que estaríamos na floresta hoje, como todos os outros alunos. - ela cruza os braços, e eu percebo de longe a cicatriz no seu braço esquerdo, perto do pulso. Ela deve tê-lo quebrado feio.

– E vamos. - digo e me viro para ela, ela me analisa de baixo a cima lentamente e disfarçadamente, mas não tanto. Vi que o machucado em sua sobrancelha, que eu fiz na nossa primeira luta ainda estava lá. E eu ainda podia sentir o meu maxilar doer se eu o forçava um pouco ao falar. - Mas não como os outros alunos.

Ela franze as sobrancelhas, confusa. Me aproximo dela. Ela percebe meus movimentos. Ela trinca o maxilar e sua expressão se altera um pouco.

Eu aponto para o casaco e o tênis, antes de cruzar meus braços.

– Melhor deixar eles aqui por enquanto. Vamos nos aquecer antes de ir para a floresta. Falta dez minutos para Ares mandar os alunos saírem da academia. - Eu ajeito a minha postura enquanto ela tira o tênis e as meias, depois de ter colocado o casaco em cima do banco perto do vidro. Quando ela volta, refaz o rabo de cavalo. - E nós iremos só quando eles estiverem dentro da floresta. Ares gosta que os jogos sejam feitos na parte oeste, por causa que lá é dividido, tendo uma parte onde a intensidade é maior de árvores mais antigas, grossas e compridas. Vamos para o leste da floresta, onde há mais neve, e mais vegetação rasteira.

– Nico? - ela pergunta ainda ajeitando o cabelo, depois de alguns segundos em silêncio, enquanto eu ajeitava o cordão da calça. - Qual é exatamente o seu trabalho?

Eu suspirei e abaixei minha cabeça, refazendo o nó. Eu sabia que ela iria fazer essa pergunta mais cedo ou mais tarde. Mas achei que fosse mais para tarde do que cedo.

– Acho que te disseram que sou um mensageiro... certo? - a olho e ela assente, fixando o rabo de cavalo no alto da cabeça loira. - Bem isso é quase certo. – olho para baixo, refazendo o nó. – Meu pai, assim como Poseidon e Zeus, tem uma grande influência nas outras academias e coisas do gênero, que se envolvem nos negócios... Eu sou a ponte entre essas inflûencias. Você nunca me viu na Deadly, mas eu já estive lá. Já estive aqui, na Force, já estive nos parceiros e patrocinadores das duas academias, já fiz negócios, já desfiz, já dei certos recados... Já viajei para Japão, Londres, Àfrica, França, Índia... Já estive em quase todos os lugares que você possa e não consiga imaginar. Sou um espião, agente, aluno, treinador, professor, amigo, namorado, comparsa... Sou tudo o quê meu pai me manda ser. E ele concordo com Poseidon. Não tanto com Zeus, mas existe uma grande aliança entre os três, apesar de ser de extrema importância não demonstrar que os três são aliados. Eu sou a ponta que liga todas as academia, agências, e pessoas á eles. Sou conhecido pelos mais importantes... Sou conhecido pelo meu trabalho.

– Se é tão conhecido assim, porque continua nesse emprego? Você poderia ganhar muito mais... Ser muito mais, não?– ela pergunta, cruzando os braços. Eu dei de ombros.

Porque nesse emprego, eu ainda consigo ver a única pessoa que eu mais me importo nesse mundo.

– Estar aqui, ser o quê eu sou... - suspirei baixo e a olhei. - Parece ser a coisa certa. - falei, e ela morde a parte de dentro de sua bochecha. - Lá fora, eu seria buscado como mercenário, segurança de alguma atriz famosa que eu pudesse me passar de primo ou namorado, um caçador de recompensas, fazer o trabalho sujo que muitos não querem fazer... De coisas certas á coisas erradas Annabeth. - a chamei, olhando fundo em seus olhos. - No mundo não há gente como nós. Há piores. Mas também há melhores. Mas não como nós. Nó somos únicos. Você é única, e eu sou único no nosso ramo. - ela me escuta com atenção, provavelmente tirando suas próprias conclusões. - É por isso que os irmãos nos escondem e apresentam para seus patrocinadores. Nós somos perigosos. Altamente treinados. Prontos para sermos comprados e usados para o mundo. Mas da maneira certa. A maneira que os três grandes irmãos sonharam quando seu pai morreu.

Annabeth ficou em silêncio. Não sei se minhas palavras a convenceram. Eu escondi muitas verdades. Verdades que ela provavelmente sabe. Mas que agora foram consideradas erradas. Eu não posso abrir o jogo para ela agora. Não agora.

– Entendeu porque Zeus sempre te escondeu? Você e Thalía? - perguntei e me aproximei dela. Seus olhos estavam focados na parede, mas estavam distantes. Eu estava a um passo dela.

Seus olhos focalizaram os meus. Cinza contra preto. Luz e escuridão. Seu perfume chegou levemente em meu olfato. Sua respiração ficou desregular por dois segundos. Levantei minha mão direita para a sua cabeça devagar, e passei o dedão sobre o curativo de sua sobrancelha. - Eu sei de quase tudo que acontece na Deadly, na Force, no Santa Helena, e em vários outros lugares. O quê eu não, eu acabo descobrindo. - passei o dedo na cicatriz perto de sua clavícula. Ela era cheia de cicatrizes. Mas sua pele era macia. Meus dedos foram até a cicatriz em seu braço. Eu olhei em seus olhos. Era a hora da ameaça. - Eu sei de tudo, Annabeth.

Ela sabia do quê eu falava. Dos campeonatos na Deadly, das brigas que ela tinha com os garotos que se colocavam contra ela. Sobre o motivo da sua solitária. De tudo. Não tinha nada no passado que ela pudesse se esconder de mim. Ela sabia que não podia esconder nada de mim. Nós dois tínhamos que trabalhar juntos agora. Ela sabia que não teria escolha.

– E você vai ter que confiar em mim.

Seus olhos não estavam mais calmos. Eu tinha trazido de volta a tempestade.

– Combinado?

Ela demorou para responder. Quase podia ouvir os batimentos enfurecidos e temerosos de seu coração.

E com um sussurro, ela concordou.

POV. Annabeth Chase

Eu o odiava. Eu o admirava. Eu não gostava e gostava dele ao mesmo tempo. Arghhhh. Eu não sei o quê sentir. Não sei como meu expressar. Só sei ficar em silêncio, e arfar durante a luta de aquecimento. Eu não queria falar. Ele também não. Só lutamos em conjunto, e raramente errando. Era como uma dança. Ele recuava, eu atacava. Ele atacava, eu recuava. Mas sempre perto um do outro.

As palavras de Nico deixaram minha mente bagunçada. Ele sabia de tudo. Tudo. Ele deve ter visto as gravações de Zeus, as nossas conversas, os meus trabalhos... Tudo. Tudo que eu mais tentei guardar só entre mim e ele, Nico di Angelo descobriu. Eu quase não tinha mais segredos que ele não soubesse. E isso me fez vulnerável. Eu odiei me sentir assim. Exposta. Nua para ele. Ele sabia dos meus segredos na Deadly, da vida que eu deixei pra trás. Ele sabia. Droga. Como ele podia saber? Sem querer, deu um chute forte demais em seu braço, e ele segurou com a outra mão a minha canela. Minha perna direita ficou completamente disponível e ele chutou a minha perna esquerda, me fazendo cair de costas. Eu engasguei.

– Não deveria pensar tanto durante as lutas. Estava tudo bem no início. - ele me estendeu a mão, e eu senti minha costela arder, fazendo meus olhos lacrimejarem. - Deixe seu corpo dominar, não o cérebro. Deixe-o focando em outras partes.

Ele me levantou e eu gemi baixo. Ele me segurou e olhou para o meu rosto. Eu não o olhei. Mas ele não disse nada. Me soltou e eu fui pegar meu tênis e o casaco. Estava frio novamente, e eu queria ignorá-lo.

– Vamos. - disse, e foi em direção á porta, e esperou por mim ao abri-la.

Eu não ia deixar Nico di Angelo me controlar.

[...]

Estava nevando, mas não muito. Havia somente um leve camada sobre o chão e no topo das árvores, deixando um branco contra o verde intenso das folhas. Era uma tarde que parecia ser agradável, apesar do vento gelado que fez minhas orelhas congelarem. Mas eu gostava da sensação do inverno. Eu gostava do frio.

Nico chamou minha atenção com um estralo de dedos, e começou a caminhar para a parte leste da floresta, seguindo para dentro da floresta, com as mãos dentro do casaco grosso, caminhando rapidamente contra a leve neve que caia. Eu o segui, acompanhando-o rápido. Estava tudo quieto. Os pássaros não cantavam. As árvores se moviam lentamente sob o comando do vento gelado. Eu me encolhi contra o casaco e apressei o passo. A respiração dele era ofegante, e levou as mãos para esquentá-los bufando nelas.

– Está mais frio do quê eu pensei que estaria. - comentou baixo, rompendo o silêncio. Não pude deixar de concordar. Mas não disse uma palavra se quer... Eu ainda estava no modo de bloqueio em relação a ele... Eu odiava a verdade. A verdade que ele sabia sobre mim. Argh.

O chão da floresta ficou verde vivo novamente. A intensidade dos galhos e folhas no alto das árvores não deixara que a fina camada de neve ultrapassasse. Começou a ficar mais escuro, também. Apesar de estar nublado o dia, não tinha muita luz que conseguisse ultrapassar as camadas de neve e das folhas do alto. Eu parei de tremer um pouco, mas ainda sentia um frio desconfortável em meu corpo. Eu não gostava desse tipo de frio. Que parecia cortar minha pele e raspar em meus ossos.

Tiros surgiram ao oste, quebrando o silêncio além de nossos passos.

– Tiros? - perguntei intrigada. Ares era louco a ponto de entregar armas de fogo para nós? Poseidon era louco a ponto de permitir isso?!

– Paintball. - respondeu ele, ainda caminhando. Seu olhar estava na direção do som, e sua expressão era de surpresa. - Ares sempre deixa essa atividade para sexta. É a segunda atividade das aulas dele que ele mais gosta. A primeira é socar os seus alunos.

Seu humor negro não me afetou. Continuei olhando para o chão. Estava começando a fica com mais raízes e escorregadio. Mais tiros surgiram e não muito longe. Eu o olhei, pela primeira vez desde que estramos na floresta, e ele levantou as sobrancelhas.

– Pelo visto, temos companhia. - sussurrou e começou a recuar lentamente. Gritos começaram a surgir assim como mais tiros. Nico puxou meu pulso e ele agilmente se colocou atrás de uma das maiores árvores que estavam ao redor, e me puxou para ficar na sua frente. Droga. Eu estava colada nele. Meu corpo contra o dele e seus olhos na floresta. Os tiros se cessaram. Os gritos não. Uma risada ecoou ali. Eu consegui ouvir os passos se aproximando. Duas ou mais pessoas. Nico olhou em meus olhos, e levou o dedo indicador para a boca.

Ele me pressionou mais ainda quando as vozes surgiram.

– Cadê a loira, de qualquer forma? Quase o time verde inteiro foi aniquilado e nada dela. - não reconheci a voz, mas parecia estar com raiva. Olhei para a boca de Nico e ele sussurrou Octavian.

– Ares dividiu em quantos times? - essa voz parecia ser de Grover.

– Não é essa a questão. - respondeu uma voz alta e forte. Os passos se aproximando. O frio em meu estômago aumentou. - Ela, assim como a maioria das pessoas que eu não vi no jogo vão entrar para o second round. Ele sempre faz isso. Deixa os fortes contra os fortes.

– Nada a ver, seu brutamontes. - Octavian disse com superioridade. - Ares vai deixar todos um contra um. O vencedor ganha.

– Isso me parece Jogos Vorazes. - ouvi a voz de Léo responder e rir. Parecia que Jason o tinha acompanhado na risada.

– Calma com o Charles, Octavian. - ele disse e Nico me segurou mais próximo. Ele estavam ali do nosso lado. - O jogo ainda não terminou.

Nico sussurrou pra mim, enquanto o grupo ainda conversava, para fazer o quê ele fizesse. Ele me pegou pelos braços e me fez pisar em seus pés, e segurei em seu tronco o mais forte que pude. Ele começou a se mover em torno da árvore, enquanto os garotos se aproximavam, e eu me senti pequena, colada em seu corpo... Eu vi o macacão verde escuro que Charles, Octavian, Léo, Grover e Jason vestiam. As botas pareciam pés de trolls, e as armas de paintball estavam em seus ombros, menos a de Octavian, que tava pendurada nas costas. Eu vi eles de relance enquanto Nico nos movia.

E entre a conversa deles, um tiro atingiu Léo no peito, que caiu de susto em uma raiz grossa, Grover se jogou para a árvore mais próxima gritando, Octavian gritou masculinamente enquanto se escondia atrás de uma árvore e Charles tentava procurar o atirador no topo das árvores. Eu perdi o ar de meus pulmões quando Jason ficou do meu lado, para se esconder. Eu arregalei meus olhos assim como ele, e Nico rapidamente disse, enquanto Octavian gritava insultos de batalha. - Cara, depois eu explico. Fala nada.

Charles foi abatido, Grover também. Só sobrou eu, Nico, Jason e Octavian, o qual gritava ainda. Jason gritou para Octavian calar a boca. Léo começou a xingar que o tiro de tinta estava doendo em seu peito enquanto se levantava. Vi que sua arma ficou no chão.

– De qual time você é? - perguntou Jason para o atirador. Mas o mesmo não respondeu. - Estávamos formando um time, uma aliança, até você destruí-lo. Se você tivesse aparec... - um tiro atingiu a árvore e Jason voltou a recuar, se encostando em mim.

– Ares não quer times assim, Jason. - eu arregalei meus olhos quando reconheci a voz de Alec. Jason olhou para Nico significantemente. - Você sabe disso.

– Somos do mesmo time. - disse ele. - Mas nos decidimos acabar com o time verde para o segundo nível. Foi assim que Ares me instruiu.

– Mande os que eu atirei voltarem para a clareira. - disse, recarregando. - Essa é a regra.

Nico pareceu descobrir aonde Alec estava, pois pegou a arma de Jason e foi para o outro lado da árvore, e sussurrou para Jason: Faça o certo, mas não deixe ele ver Annabeth. Eu estava com o coração batendo rápido. Alec não podia me ver. Ele não podia. Já foi um erro para Jason me ver... Mas ele sendo um supervisionador acalma as coisas. Ele podia ser confiável.

– Léo, Charles, Grover e Octavian. - ele disse olhando para a frente, ainda contra a árvore. - Vão para a clareira. É uma ordem.

– O quê?! - gritou Octavian indignado. - Mas eu não fui...!

O som do tiro disparado me fez pular, fazendo Octavian recuar e gritar de dor.

– Caralho Alec, na perna não seu desgraçado! - vi pelo conto do olho, que Octavian saiu mancando da árvore, com o rosto vermelho de raiva, enquanto Jason o silenciava. Seu cabelo loiro estava agora com um pouco sujo de folhas e musco da árvore. O macacão estava com uma bola laranja de tinta bem na parte interior da coxa.

– Vão. - mandou Jason e Grover ajudou Octavian a caminhar. Charles e Grover tinham levado as armas, mas Léo e Octavian não. Isso me deu uma ideia. - Pronto Alec! Já foi feito!

– Agora mande o di Angelo sair de trás da árvore. - Nico voltou do meu lado depois que Alec tentou atirar nele, acertando a árvore, e ele olhou para Jason, com um olhar significativo, e depois para mim.

– Por quê? - perguntou Jason assentindo com a conversa silenciosa dele e Nico. E eu entendi. Jason ia atrasar Alec. Nico sussurrou em meu ouvido.

– Vá lentamente para as árvores que estão atrás de nós, prenda seu cabelo e ponha isso. - ele me entregou uma toca que estava no seu bolso de trás, e me olhou nos olhos. - Não deixe ele te ver, Annie. Vá quando eu disser. - ele esperou eu assentir. Eu odiei isso... Essa situação... Essa proteção dos dois... Era como se eu não soubesse me defender ou me esconder... Nico se posicionou na mesma forma de antes, e Jason segurou meu pulso, ainda enrolando Alec com conversa. Eu prendi o cabelo e coloquei a touca.

– Grace, eu não vou repetir. - Alec estava com raiva agora. Era estranho ouvir ele assim. Eu sempre estive com ele quando ele estava normal... Feliz, sorrindo. Ele parecia completamente outra pessoa quando estava com raiva.

– Vá. - o sussurro foi inesperado, e Jason me soltou, me impulsionando para trás levantando os braços em seguida, em forma de rendimento, enquanto Nico saiu de trás da árvore e começou a atirar em direção á uma árvore a esquerda de nós, e eu corri em direção sul. Nico gritou para Jason, e eu ouvi mais tiros de tinta. Quando eu ia passar para uma árvore grossa, eu senti um tiro pegando em minha cintura, do lado direito, perto do osso da bacia. Eu gemi baixo. Foi um raspão mas foi forte o suficiente para a bola de tinta esparramar tinta pelo chão e levemente pelo meu casaco. Eu senti dor no local do raspão. Droga, iria fica um roxo feio.

Eu corri o máximo que eu pude, tentando seguir em direção sul. As grossas raízes no chão começaram a parecer mais, e eu não consegui mais correr. Eu quase caía sempre que escorregava quando meu pé ficava em cima de uma raiz meio circular, e eu não podia me escorar nos troncos por causa dos fungos que tinham lá. Minha respiração estava desregular e meu coração parecia pular do meu peito. Eu ouvi um galho se partindo e olhei para trás, e então, foi aí que senti dois braços me abraçarem por trás. O pânico me domou.

Christopher...

Foi impossível não lembrar daquela tarde. A tarde que eu quase fui estrupada pelo idiota da Deadly... Eu gritei, eu esperneei enquanto os braços atrás de mim pareciam me prensar com mais força. Minha audição estava em um zunido agudo, e as lágrimas surgiram em meus olhos. O medo agarrava meu coração com garras, e eu não conseguia pensar.

– Annie! Calma, sou eu! - o braço me apertou mais, tentando me domar. - Annabeth! CALMA! TÁ TUDO BEM! - ele me virou e eu comecei a tentar golpeá-lo. Ele me empurrou, ainda gritando comigo, competindo contra meus gritos. Eu senti lágrimas caírem enquanto ele praticamente me pegava pelos braços, segurando meus pulsos ainda por trás, e me arrastava, me empurrando. - ANNIE!

– NÃO! ME SOLTA, ME SOLTA! - eu gritava rouca, a touca caiu de meu cabelo e eu comecei a espernear mais, minha visão ficando mais embaçada, meu coração pulsando violentamente. Até que ele me segura fortemente e me prende contra o tronco da árvore, seu corpo prensado ao meu, suas mãos grandes e fortes segurando meus pulsos, e suas pernas contra as minhas.

– Annabeth, olha pra mim. - eu tentei me esquivar mas ele me segurou com um pouco de força a mais... Eu não queria olhar... Não queria, não queria... Um soluço escapou de minha garganta e ele se aproximou mais ainda de meu rosto. - Annie, olha pra mim... - não era uma ordem... sua voz estava baixa... era grave... eu conhecia...

Eu abri meus olhos e mais lágrimas caíram deles. Eu vi verde. Não o da floresta, um verde mar que eu tanto gostei quando vi. O cheiro do perfume dele me abraçou, e seus olhos aos meus. O mar e a tempestade. Percy...

– Eu não vou te machucar... - ele sussurrou, ainda me segurando. Eu olhei em volta, a confusão se dissipando mas o medo e o desespero ainda não. A adrenalina ainda estava em meu coração, o fazendo pulsar mais. Eu ainda chorava. Eu ainda estava com medo. - Calma, Annie.

A forma como ele falou meu nome... Eu não aguentei. Fechei meus olhos e encostei minha cabeça contra seu peito, ele ainda me segurando. Eu chorei. E Percy soltou meus pulsos mas eu continuei com eles ali. Seus braços fortes me protegeram durante o abraço. Ele estava com o macacão preso da cintura pra baixo somente. Eu conseguia sentir seus músculos sobre o moletom. Mas eu não me importei. Não me importei de chorar nos braços do Jackson. Não me importei de chorar.

Eu comecei a tremer e um soluço escapou de minha garganta. Ele me abraçou mais forte, e começou a sussurrar pra mim. O calor que emanava de seu corpo me aqueceu... Era bom, confortável, quente... Eu precisava disso. Fazia tempo que eu precisava de um abraço como aquele e simplesmente chorar... Simplesmente despencar... Eu tinha. Eu estava sendo forte todo o tempo... A Deadly foi ameaçada, a minha casa foi ameaçada e queimada. Eu tinha quase morrido afogada em meu próprio sangue... Eu sofri mais psicologicamente do que fisicamente... E ele estava ali pra me confortar em vez de me zoar ou jogar paqueras em cima de mim.

Ele estava cumprindo a promessa. Ele tinha recomeçado comigo. Ele estava tentando.

– Calma, Annie... - ele beijou o topo da minha cabeça e eu tentei controlar a minha respiração. - Tá tudo bem agora.

E estava.

POV. Percy Jackson

O jogo tinha começado. E eu ainda não tinha visto ela ou Nico.

Os times correram para se atacar, o time laranja e o time verde. No meio da floresta, eu já conseguia ouvir os disparos e os gritos. Eu era do time verde, mas eu não estava disposto a jogar... Eu corri na direção leste, pois os jogos estariam concentrados em um único lugar. A arma de paintball estava pendurada em meu ombro, e eu tinha desabotoado o macacão, deixando-o preso na cintura. Meu moletom perto era grosso, mas não o suficiente para me proteger do frio.

Eu estava procurando Annabeth e Nico... Queria saber qual era o segredinho que estava rolando entre os dois. Desde nas aulas de hoje de manhã, os dois estavam muito próximos. Eu não gostei disso. Tinha algo a mais envolvido. Nico nunca iria se aproximar dela sem ter algum interesse... Argh. Eu era um idiota mesmo. Chutei um pouco de neve enquanto caminhava. Eu era um idiota por ter estragado tudo com Annabeth... Por ter estragado tudo desde o momento que eu decidi seguir eu mesmo com minha vida. Eu errei tanto na minha vida. Já fodi com todas as minhas chances...

Eu ouvi passos. Correndo em minha direção. Me escondi no meio das árvores. Era uma voz feminina. E outra ofegante.

– Estamos seguros. - disse a voz ofegante. Thomas.

– Eu só queria saber aonde está Annabeth. - disse Thalia em um tom preocupado.

– Sabe, isso é meio contra as regras. Um do time laranja se encontrar com um do time verde. - a maliciosidade na voz de Thomas me fez ficar doente. Thalia riu.

– Eu gosto do perigo. - Ai Meu Deus Thalia. Eu tive vontade de rir. Era cômico ver a minha prima punk paquerando. Eu saí dali antes mesmo que eles se beijassem. Era estranho pensar em Thalía namorando, mesmo um cara como Thomas, que era quase como ela. Mas era bom vê-la feliz. Tomos merecemos alguém.

Fazia mais de dez minutos que eu caminhava. A vegetação tinha mudado, assim como o clima. Parecia ter ficado mais frio. Eu bufei para aquecer minhas mãos e me escorei em um árvore. Ainda faltava muito tempo para o jogo terminar. Os dois times nem tinham se liquidado ainda... E ainda teria a vez do um contra o outro.

Eu novamente ouvi passos. Mas dessa vez correndo. Eu me escorei novamente contra uma árvore mas, eu ouvi um soluço. Eu saí de trás da árvore, e pisei em um galho. Eu vi uma garota, com uma touca, sem arma de paintball e sem o macacão. Eu vi cachos loiros. Annabeth... Eu agi sem pensar. Larguei a arma. E a abracei. Ela estava simplesmente em pânico. Eu tentei acalmá-la.

– Annie! Calma, sou eu! - eu tentei abraçá-la mais, tentei acalmá-la, mas ela simplesmente não parava de gritar e tentar se livrar de mim. - Annabeth! CALMA! TÁ TUDO BEM!

Ela não parava. Eu tentei fazê-la me ver, mas não consegui. Então a virei, e comecei a empurrá-la para a árvore, onde eu podia controlar ela e ela podia ver meu rosto. - ANNIE!

– NÃO! ME SOLTA, ME SOLTA! - ela gritava rouca, a touca caiu de seu cabelo e então começou a espernear mais. Eu comecei a ficar desesperado. A segurei fortemente e a prendo contra um tronco de uma árvore, forcei meu corpo contra o seu, para conter seus movimentos, minhas mãos segurando os seus pulsos, e minhas pernas contra as dela.

– Annabeth, olha pra mim. - eu tentei fazer ela me olhar, e a segurei mais quando tentou se esquivar. Ela tinha que olhar pra mim. Um soluço baixo escapou de sua garganta e aquilo doeu em meu peito. - Annie, olha pra mim... - não era uma ordem, era um pedido.

Ela abriu seus olhos e mais lágrimas caíram deles. Eu vi o cinza tempestade que eu tanto fiquei fascinado quando vi. Vi as lágrimas escorrerem de seu rosto e me contive para não limpá-las. Ela estava calma agora, mas ainda chorando. O mar e a tempestade. Annabeth...

– Eu não vou te machucar... - sussurrei, ainda segurando ela. Ela olhou para os lados, provavelmente ainda em choque. Eu conseguia ver a confusão em seus olhos indo embora, mas ainda restava o medo e o desespero em seu olhar. Seus lábios levemente abertos, á procura de ar. Ela ainda chorava. Ela ainda estava com medo. - Calma, Annie. - sussurrei seu nome com carinho... Cuidado. Ela fechou os olhos e escorou o rosto em meu peito, e chorou. Soltei seus pulsos mas ela os deixou ali, e a abracei com força, tomando-a pra mim. Nossos corpos colados, ela segura em meus braços. Annie começou a tremer e a soluçar. Eu a abracei mais forte, meu coração quase saltando pela minha garganta, e comecei a sussurrar em seu ouvido, coisas que eu sempre quis dizer. Tá tudo bem, pequena... Eu te protejo... Ninguém vai fazer mal á você, eu prometo. Shhh...

Ela ainda estava chorando, mas tentava controlar sua respiração... Eu queria que aquele momento durasse para sempre. Não queria que ela voltasse a me ignorar. Não queria que ela voltasse a sorrir pro Alec... Não queria perder algo que não era meu.

– Calma, Annie... - eu beijei o topo da cabeça dela, o cheiro de limão leve e gostoso de seu champo me fez respirar fundo de leve. - Tá tudo bem agora.

Ela assentiu. Ela estava melhor. Eu fiquei feliz por ter feito a coisa que eu mais queria ter feito. Abraçá-doa. Consolá-la. Desde o momento que eu descobri que eu me importo com Annabeth Chase. Desde o momento que eu talvez descobri que possivelmente posso gostar dela. Ela suspirou e permaneceu ali, quase que não chorando mais. Eu senti as grossas lágrimas em meu moletom mas não me importei. Só me importei com ela.

Um som agudo de um apito soou ao longe. A parte dois do desafio da floresta foi liberada... Era um contra o outro agora. "Maldito apito." Pensei, quando o som estragou o clima, e Annabeth me empurrou levemente, para sair do abraço.

Ela limpou os olhos assim que pôde, meio que de costas para mim. Aquilo me feriu um pouco mas não muito. Ela fungou.

– Isso fica somente entre nós, Jackson. - disse, querendo entrar no tom frio de sempre. Eu suspirei.

– Não me chame de Jackson, Chase. - retruquei, e ela sorriu de lado, ainda limpando os olhos. - Lembra da trégua? O quê aconteceu fica aqui...

Ela assentiu devagar, e olhou para mim. Seus olhos meio vermelhos, mas o rosto pálido ainda. Ela sorriu de lado para mim.

– Você está tentando mesmo... - eu ri e ela olhou para os meus lábios.

– Eu sempre cumpro o quê eu prometo. - digo e ela parece ficar inquieta...

– Obrigada...

Eu sorri de lado.

– Sempre que precisar.

Tiros foram ouvidos perto dali. Nós dois olhamos na direção do som.

– Melhor você ficar comigo, Annie... - meio que me contive para falar o apelido dela. Peguei minha arma do chão. - Agora é um contra o outro. E você não tem a arm... O quê é isso?!

O casaco dela estava manchado com um splash de tinta laranja. Ela se virou para olhar pra mim e mordeu o lábio. O quê tinha acontecido?

– Annabeth, por que não está com a roupa e o macacão? - perguntei franzindo minhas sobrancelhas. Os tiros ficaram mais altos. Mais próximos.

– Eu... É... - ela foi interrompida por gritos de vitória se aproximando. Eu puxei ela pelo braço.

– Sobe na árvore. - eu mandei e a ajudei a subir, empurrando suas pernas, minha mão pegou em sua cintura e na coxa, a levantando para o galho para se segurar. Eu dei a arma para ela e subi com agilidade, sempre fiz isso nos jogos.

Ela se ajeito do meu lado e me passou a arma. Nós dois ficamos calados, olhando para o chão, e de vez enquanto, nos olhando. Os gritos ficaram possíveis de se entender. Não eram de vitória. Eram de procura. Mas o nome não era possível de se ouvir. E então, Annie olhou pra mim e seus olhos quase soltaram da órbita. Ela abriu a boca em um O perfeito e eu não entendi a reação até ela apontar para o meu ombro. Uma aranha. Era preta, mas não era venenosa. Era pequena ainda. Dei um tapinha e ela saiu do meu ombro voando. Eu sorri para ela quando olhei-a.

– Medo de aranhas? - sussurrei, e ela revirou os olhos em resposta.

– Annabeth! – a voz era masculina. Era difícil reconhecê-la, mas parece que a loira a reconheceu. Ela mordeu o lábio. Ouvi passos e prendi a respiração. - Annabeth!

Um garoto loiro apareceu perto do tronco. Alec olhou para os lados, tomando fôlego enquanto se escorava na árvore. Eu olhei para Annabeth e ela ficou olhando para ele, calada, com a mão na boca.

Alec gritou mais uma vez o nome dela. E voltou a correr, com a sniper de balas de tinta nos ombros.

Eu não perguntei, e ela não falou. Mas ela parecia preocupada, mordendo o lábio com os olhos perdidos... E eu fechei a cara com isso.

POV. Strangers In Paradise.

Nico tinha saído com Jason depois do tiroteio. Nico foi atingido no ombro e na perna duas vezes. Jason levou um no cabelo, deixando um galo, e no estômago. Alec saiu com um nas costas e no peito. Jason permaneceu com Nico depois da retirada de Alec... Mas os dois encontraram Piper. E ouve ciúmes dos dois lados, mesmo que os dois negassem.

Thalia e Thomas passaram os jogos inteiros juntos. Se beijando, se acariciando... Coisas que não podiam fazer na academia.

Percy e Annabeth conversaram bastante... Progrediram em seu relacionamento. Annabeth tinha perguntado sobre a família dele, e ele a contou de sua mãe, uma escritora famosa, seu pai, que, obviamente ela já conhecia, e de seu irmão menor, Tyson. E em troca, Annabeth contou de sua família... Seu pai e sua mãe. Os trabalhos que eles faziam. Seu pai trabalhava com aviões. Fazia de tudo, os desenhava, os montava, trabalhava por grandes empresas aéreas. Já sua mãe, trabalhava como arquiteta de sucesso na cidade em que moravam... E Percy tocou no assunto de sua mãe.

– Ela não o namorou, mas passou um tempo com meu pai... Ele a ajudou bastante na época que ela estava começando a carreira... E foi aí que ela o ajudou a construir a academia. - ele contou e Annabeth quis saber mais, mas ele negou, falando que somente sabia disso, por causa de uma vez, que viu a foto dele e de Atena no escritório.

Conversaram sobre coisas fúteis... Gostos, preferências... Cor preferida, filme preferido... Até Percy tomar a decisão ( que achava idiota ) de chamá-la para ver eu filme favorito quando voltarem... Mas Annabeth não estava pronta. Ainda não... E chegaram no assunto delicado sobre o futuro.

– Eu quero sair daqui... Vivi dos quatorze até agora, simplesmente não aguento mais. - falou o moreno com amargura. - Quero me formar em Biologia.

– Difícil. - comentou baixo. - Quero me formar em Arquitetura. Quero ir para Londres. Lá seria como uma nova chance de recomeçar. - disse Annabeth, séria. Era de verdade os seus planos.

E Percy, como um bobo apaixonado, pensou em Annabeth e ele vivendo juntos, na mesma faculdade na cidade de Londres... Sua imaginação voou enquanto a garota falava, com um brilho nos olhos, de seu sonho de arquiteta.

As coisas estavam calmas... Não tinha tiros, não tinha mais gente correndo... Era só os dois. Conversando, se conhecendo... E um deles, começando a acreditar, que o quê fosse pra ser dali pra frente, talvez fosse bom.

"É, talvez fosse." pensou, não deixando de sorrir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

PRECISO DE INSPIRAÇÃO PARA O PRÓXIMO CAP.
ME AJUDEM