Freddie

Sabia que ela não resistiria a uma aposta, pelo visto não mudou nada. Pelo menos não por dentro... Cara, como ela ficou linda. Mas duvido que algum coitado tenha ficado com ela.

Estava no meio do banho pensando em como havia sido fácil colocar meu plano em prática, agora é só fazê-la continuar nesse ritmo pra mostrar que não sou mais o idiota medroso que eu fui um dia.

- Freddie filho, não vai comer? Fiz aquele prato de frango ao molho que você adora. – Ouvi minha mãe do outro lado da porta do quarto.

- Não mãe, comi demais na casa da Carly. Vou dormir que o dia foi puxado, boa noite. – Respondi.

- Oh, tudo bem... – Ouvi o desapontamento na voz dela.

- Mas deixa no microondas, mais tarde eu vou estar com fome. – Disse para não deixá-la triste.

- Certo, estará lá para quando quiser. – Ela falou mais animada. – Boa noite querido.

- Boa, mãe. – Falei sorrindo.

Mal amanheceu e já estou correndo, não posso me descuidar, não com a Puckett por perto. Quando começou a chuviscar resolvi voltar, olhei a hora: 9h... Bom, já chega mesmo. Fiz o caminho de volta mas a chuva me pegou. Droga, o Lewbert vai me matar! Quando cheguei ao prédio, ele já estava ralhando com outros vizinhos, aproveitei e passei voando para o elevador! Foi por pouco...

Tirei a camisa em em seguida o elevador se abriu. Eu saí e ouvi a voz da Sam.

- Carly, tô indo. Minha mãe quer notícias da Mel, já viu né? Beijo, volto já. – Resolvi esperar e provocar.

- Visitando a mamãe, Puckett? Amoleceu com o tempo foi? – ela me viu e arregalou os olhos, descendo por todo o comprimento do meu corpo, corando forte. Hum, acho que descobri outra coisa a meu favor.

- Não te interessa idiota! – Ela quis soar indiferente mas seu rosto ainda a denunciava. Resolvi jogar sujo. Me aproximei e a puxei para um abraço nada amigável. A ouvi suspirar e respirei fundo. Droga, a loira é muito cheirosa.

- Sentiu minha falta que eu sei Samantha. – Provoquei de novo, ela odeia ouvir o nome completo.

- Você é um babaca Fredwardo! – Ela me empurrou zangada e saiu, olhei pra ela, pisquei e disse:

- Que você adorou namorar! – Ela ficou pasma e antes que me xingasse o elevador se fechou. Fui rindo para o apartamento da minha mãe pensando em quão fácil vai ser ganhar da valentona agora.

Sam

Desgraçado, safado, nerd idiota, como é que ele ousa fazer isso comigo? Que ódio. Essa aposta é vingança agora. Com pensamentos raivosos e espumando de raiva, saí do elevador e me dirigi à saída. No hall dei de cara com o verruguento.

- Onde pensa que vai? Se sujar este prédio vai limpar cada milímetro! – Gritava Lewbert que pelo visto não estava sendo obedecido, já que a entrada do prédio parecia um chiqueiro.

- Vai te catar verruguento insuportável! E não encosta que arrebento tua cara. – esbravejei.

Fui pra chuva, entrei num táxi e encontrei a casa da minha mãe fechada com um bilhete na porta:

FUI PRA PRAIA COM PHILL, VOLTO TERÇA.

                                        PAM

Mas que raiva. Custava me ligar? Soltando fogo pelas ventas entrei no táxi novamente.

- Vitamina da hora – gritei para o taxista que atendeu prontamente. Não queria voltar pro prédio e encontrar o imbecil sem camisa que me fez delirar e enraivecer ao mesmo tempo. Olhei no relógio e eram 13:15min. Caramba, não vi a hora passar. Paguei o Costela e saí, não chovia mais então resolvi ir andando, tanto para admirar a cidade, quanto para zangar um certo gato nerd que estava me esperando. Fui andando lentamente e a caminhada que em outros tempos eu faria em quinze minutos se transformou em uma hora e meia. Subi e fui direto para a saída de incêndio.

- Cheguei nerd, vamos fazer isso rápido. Assim você pode correr e chorar no colo da mamãe. – Falei entrando no lugar que se achava vazio. Ué, o nerd nunca se atrasa.

- Tava maluca pra me ver e chegou cedo Puckett? – falou o nerd no meu ouvido me assustando.

- Claro que não, acabei de chegar. – Falei me afastando. Nossa como tá gato: camisa de manga preta, com essa calça jeans da mesma cor... Deixou ele com cara de mau. A mamãe aqui adorou! Sam, se controla! Foco! O idiota acha que pode te vencer.

- Tá bom, eu sei. – Falou convencido. Desde quando ele se acha digno da minha atenção? Ah, Benson, você vai se arrepender. Tirei meu casaco e joguei num canto.

- Anda Benson. Tá pronto pra pagar meu lanche? Isso vai te custar muito caro. – Falei sorrindo sedutora e chamando ele pra mureta que usaríamos de suporte pra queda de braço. Sempre ganhei dele nesse jogo.

- Até parece. E quem disse que vai ser queda de braço, Samantha? – Ele levantou a sombrancelha e riu sarcástico. Não entendi...

- Quê? Vai dizer que quer um corpo a corpo? Você não aprende né? – Falei irônica e rindo. Ele ficou sério.

- É exatamente isso. Um corpo a corpo e o primeiro que cair, perde. – Ele sorriu vendo minha cara.

- Ótimo, Benson. Assim te ensino uma lição. – É agora que esse idiota vai apanhar feio.

Foi o que eu achei que faria pelo menos.