Sho não conseguia acreditar no que acabara de ouvir, como assim ela estava grávida? Ele esperava qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, mas isso superou todas as suas expectativas. ‘Ela deve estar brincando, ela TEM que estar brincando. ’ Era isso que ele pensava. Como assim a Kyoko, sua amiga de infância que sempre o seguia pra todos os lados estava grávida de outro homem?

— Que tipo de brincadeira é essa, Kyoko? Como assim grávida¿ E DE QUEM VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA¿ DÁ PRA ME DIZER, PORRA¿ VOCÊ VEM ME FALANDO TODO ESSE TEMPO QUE SOU UM CANALHA, AÍ VOCÊ VAI E FICA COM OUTRO CARA? - Sho estava descontrolado, não sabia o que fazer, ele apenas sentia muita raiva. A raiva foi tanta que ele puxa Kyoko pelo braço e a joga no chão. – RESPONDE, CARALHO, QUEM É A PORRA DO PAI do seu... – Ele não conseguia mais gritar, ele não podia mais gritar, por que ela estava no chão chorando, e olhando pra ele com medo. - Não me diga que é o Tsuruga Ren.

Ela já estava cheia disso, já estava cheia de todo mundo. Ultimamente Ela não anda sabendo o que fazer. Se antes ela não poderia cuidar apenas dela, imagina cuidar dela e de um bebê, ainda mais sozinha. Por que era isso mesmo que ela iria fazer, iria criar o bebê sozinha, ele não precisava de um pai, ela pode muito bem crescer sem um pai, por que seu bebê não poderia?

~FLASHBACK

Ren estava convidando-a pra ir numa festa de um conhecido seu. Ele havia dito que não tinha acompanhante, e que pra uma festa assim precisaria de uma, mas ela não acreditou muito nisso, de alguma forma sabia que era apenas uma desculpa.

— Então, Mogami-san, você aceita ir comigo a festa? Prometo deixa-la em casa antes das 23:00hrs.

Kyoko ficou pensando por alguns momentos. ‘Será que seria certo ela ir? Talvez fosse normal pra colegas de trabalho saírem juntos a uma festa.’ É o que ela pensava. Na verdade ela queria muito ir com ele, nunca tinha ido a uma festa com nenhum garoto/homem, Shoutaro nunca a tinha levado nem pra tomar um sorvete no parque, por que sentia vergonha da amiga feia e chata que ela era. Mas lá estava ele - o tão falado Tsuruga Ren, o ator mais atraente de todo o Japão, o ser perfeito, o exemplo de namorado/marido ideal – chamando-a pra ir a uma festa com ele, sem nem pensar duas vezes. Dissera ele que não tinha acompanhante, e ela duvidada muito que isso fora verdade. ‘Como no inferno que o cara mais atraente do Japão não tem acompanhente?’.

Ela não sabia o que responder, talvez devesse ir, ela queria ir. Talvez devesse ficar, não.

— Tudo bem, Tsuruga-san, mas 23:00hrs em casa, ok? - Ela não pode evitar murmurar – Mas não precisa ser necessariamente na minha.

Ela olhou pro outro lado achando que ele tivesse escutado o que tivera dito, mas não ele não escutou, ou pelo menos não comentou nada.

— Sério, Mogami-san? - Ela assentiu com a cabeça. Ele mostrou seu sorriso mais poderoso e completou – Muito bem, as 19:00hrs em ponto eu passo na sua casa, ou você prefere ir pra minha casa agora e de lá ir a festa? Não precisa preocupar-se com as roupas, eu já comprei vestidos e sapatos pra você escolher um.

Ela não sabia o que falar, ele já tinha tudo preparado, como se soubesse que ela iria aceitar. O que ele teria feito se ela tivesse se recusado a ir¿ Não que ela fosse recusar de qualquer jeito, mas ficou curiosa em saber, só não teve coragem de perguntar. Ela pensou que talvez não fosse certo ir a casa do Tsuruga-san, teria que tomar banho lá, e se trocar lá. Isso não seria muito apropriado, mas quem liga? Ele é o Tsuruga-san, seu adorado senpai, ele nunca faria nada com ela, pelo menos não se ela não quisesse.

— Ok, mas e se os vestidos não servirem em mim?

— Não precisa se preocupar com isso, eles com certeza vão servir. Perguntei ao presidente o tamanho de suas roupas, por alguma razão ele sabia, então me disse.

Isso significa que ele nunca procurou por outras acompanhantes, ele veio primeiro a mim, ele quer mesmo ir comigo, não é como se eu fosse a primeira opção da lista dele, claro, mas eu também não era a ultima.

 ~

—Tsuruga-san, será que você pode me trazer uma toalha? Eu esqueci, desculpe.

Ren não poderia acreditar no que estava ouvindo, ela realmente estava pedindo pra ele ir levar-lhe a toalha. Se já estava difícil pra ele se controlar apenas sabendo que ela estava tomando banho no seu banheiro, imaginar ter que ir lá levar a toalha pra ela. Talvez ele a visse molhada, quem sabe a visse nua.

‘— Puta que pariu, Kuon, você tem que ter controle. Ela é apenas uma menina, ainda está no colegial, lembre-se.’ – ele repetia isso em sua mente várias vezes, até que lembrou  que ainda não havia respondido.

— Tudo bem, Mogami-san, já estou indo. – Correu pra achar uma toalha, e pensar em outras coisas, pássaros, talvez. Qualquer coisa serviria pra parar de pensar na Kyoko molhada no chorando, esperando por ele, quer dizer, por uma toalha. Pegou a primeira toalha que viu fazendo uma nota mentalmente: ‘nunca colocar pra lavar essa toalha.’ E indo em direção ao banheiro, onde sua ‘kouhai’ tomava banho tranquilamente, e esperava por ele, ops, pela toalha. Chegando lá ele a viu com a cabeça na porta, olhando pra ele.

— Obrigada, Tsuruga-san.

Estendeu o braço pra pegar a toalha. O pouco do controle que o Ren tinha foi embora, quando ele viu ela molhada daquele jeito, ele segurou seu braço e empurrou a porta, e como se isso já não bastasse começou a beija-la.

De inicio ela só queria se afastar dele, estava assustada, nunca poderia imaginar seu senpai fazendo isso a ela. Mas ela estava gostando logo não poderia mais resistir, e retribuiu o beijo enquanto Ren soltava frases sem lógica.

— Tão doce, hm, eu esperei tanto por isso. – Falava enquanto beija sua boca, o queixo, as bochechas... Deu uma lambidela no pescoço dela, e voltou-lhe a beijar a boca. – Realmente doce.

Se alguém perguntasse não saberia explicar o que estava acontecendo, só saberia dizer que o desejo que ela estava sentindo no momento por seu senpai era insaciável. Ela com certeza iria se arrepender de entregar-se a ele, mas o que poderia fazer? Parar agora, e ir embora¿ Como¿ Ela desejava aquele homem tanto quanto ele parecia deseja-la. Ela com certeza não poderia ir embora, e se fosse pra se arrepender depois isso com certeza valeria a pena. Sua primeira vez seria com seu senpai, o homem a quem ela admira, não tem como ser melhor.

~

Na manhã seguinte Kyoko acordou antes do Ren, e o viu deitado ali ao seu lado, completamente nu. Vestiu suas roupas, pegou suas coisas e foi embora sem dizer nenhuma palavra, foi embora enquanto ele dormia. ‘Poderiam até me chamar de covarde, mas não posso ficar aqui.’ Não poderia dizer que estava arrependida, mas também não se orgulhava do que havia feito, mas não iria mudar, isso é o que ela esperava.