-O que foi agora? - Mia se aproximou com a maquiagem toda borrada para saber porque tinha visto Vic sair correndo chorando.

    -O que foi, o que?

    -Que ela saiu correndo chorando Miguel, que insensibilidade.

     -Ah... Sei lá, sua amiga é doida, ela pega um monte de gente, depois larga e não quer que ninguém faça isso com ela. E além disso foi só um beijo, que drama.

     -Caipira, você não entende nada. 

     -E eu não sei se eu estou ficando doido, mas do jeito que ela me olhava parecia até que ela gostava de mim, e ficou tão magoada sem sentido nenhum. - Mia não sabia se ficava feliz pelo fato de que Miguel não quis ficar com Vic de novo ou se ficava triste por saber como Vic deveria estar magoada. Seu coração preferia a primeira opção.    

     -Hum... Vai falar com ela caipira! Vai deixar assim? - Mia disse batendo nas costas dele, que se defendia.

    -Calma, to indo já. Fica aí morrendo de ciúmes.

    -Ciúmes? CIÚMES? - Mia gritou mas ele já estava longe.

...Com Roberta e Diego...

    -E então, aceita? - Diego falou o microfone se separando do beijo.

    -Claro! - Ela disse dando um selinho. Diego sentia tantas coisas que não sabia nem identificar o que estava sentindo, se sentia aliviado por conta do seu pai, do violão, por ter conseguido namorar com ela, o que nem ele tinha tanta certeza de que iria conseguir. Ele também se sentia estranho, nervoso, feliz ao mesmo tempo, os beijos e os abraços de Roberta o confortavam de uma maneira que parecia ser real. Na verdade era real sim, só ele, Tomás e o seu pai que sabiam que era um "pouco de mentira".

    -Vamos lá pra fora? - Diego perguntou no seu ouvido, fazendo ela se arrepiar.

    -Vamos, aqui tá cheio de gente. - Eles saíram de lá.

    -Diego, é tão estranho sabe? Sei lá, em um dia a gente tá tão mal, brigando e tudo mais, no outro eu te vejo com a Jena, e hoje a gente tá aqui. - Roberta disse enquanto caminhavam pelo jardim.

    -Com a Jena?

    -É, eu a vi no seu quarto e eu te vi hoje com ela também...

    -Aaah, no meu quarto ela tava querendo voltar comigo, como sempre. E hoje de novo.

    -E naquele dia que vocês iam sair mas você dormiu lá no meu quarto?

    -Eu pedi pra sair com ela só pra resolver as coisas do fim do namoro, pra ela parar de ficar vindo atrás de mim, mas como sempre ela confunde tudo.

    -Acho bom, ouviu? - Diego a abraçou por trás pelo cintura e os dois caíram no chão do jardim.

    -Não precisa se preocupar baixinha. Eu só tenho você, você e você.

    -Meu bonequinho de plástico. - Ela disse deitando na barriga dele, enquanto ele acariciava seu cabelo ruivo e olhavam para as estrelas.

    -Ei, amanhã quer ir pra um jantar com a minha família?

    -Com a sua família?

    -É, por que? - Diego precisava a mostrar para o seu pai.

    -Sei lá, o seu pai... Será que não iria incomodar? Eu não sei Diego...

    -Claro que não, vamos? - Roberta assentiu.

    -Jura que acha que vai dar certo?

    -Claro que vai, o meu pai não vai te matar. 

    -Não Diego, nós dois... - Roberta perguntou com muito medo de se magoar, ela sempre acaba se magoando em tudo. Todas a enganam, a fazem de besta. É acostumada a ser deixada sempre para trás pelo simples fato de ser filha da famosa cantora Alma Rey. E ela já estava começando a gostar de Diego a alguma tempo, já chorou por ele até.

    -Roberta, se eu te pedi em namoro é porque eu acho que tem tudo pra dar certo.

    -Eu não sei Diego... Eu sempre acabo me magoando em tudo, e é tão estranho... Tipo, eu e você. - Ela disse sentando-se na grama.

    -Ei, olha pra mim, eu vou fazer o possível para te fazer feliz todos os dias ok? Eu não prometo que vai ser pra sempre, mas enquanto durar, eu vou dar o melhor de mim pra te fazer sorrir. - Diego disse com sentimento de culpa, pois sabia que ela era uma menina muito difícil de se encontrar, com 17 anos e se preserva, sabia que era muito frágil e que quando descobrisse a verdade iria ser muito ruim.

    -Eu te amo muito! - Ela disse começando outro beijo deitados na grama. Mordeu de leve os lábios de Diego. Sentir o choque de suas línguas fazia Roberta sentir-se segura como nunca havia sentido.

...Enquanto isso...

    -Vic! - Miguel correu atrás da loira que chorava.

    -O que é Miguel?

    -Me desculpa, sério, eu não sabia que você ia ficar assim tão magoada.

    -Eu desculpo, mas vai embora daqui.

    -Que desculpas sem graça, o que você quer pra me desculpar de verdade?

    -Que fique comigo outra vez. - Vic colocou a mão na cintura e Miguel engoliu o seco, não sabia se era uma boa idéia, mas uma coisa ele tinha certeza, o ajudaria a esquecer Mia de uma vez por todas.